SEGUNDA-FEIRA da semana XXII2019-09-02 

  Agenda litúrgica

2019-09-02   

SEGUNDA-FEIRA da semana XXII

Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18). 

L 1 1 Tes 4, 13-18; Sal 95 (96), 1 e 3. 4-5. 11-12. 13 
Ev Lc 4, 16-30 

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5 
Tende compaixão de mim, Senhor, 
que a Vós clamo o dia inteiro. 
Vós, Senhor, sois bom e indulgente, 
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam. 


ORAÇÃO COLECTA 
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito, 
infundi em nossos corações o amor do vosso nome 
e, estreitando a nossa união convosco, 
dai vida ao que em nós é bom 
e protegei com solicitude esta vida nova. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

Comentário Eclesia


LEITURA I (anos ímpares) 1 Tes 4, 13-18 
«Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido» 

Os cristãos de Tessalónica estavam muito sensibilizados com o que se referia à sorte dos seus defuntos. Era ainda muito viva a ideia da próxima vinda do Senhor, mas, como ela ia tardando, temiam pela sorte dos seus que já tinham falecido. Paulo tranquiliza-os com a afirmação fundamental da fé cristã: Cristo morreu e ressuscitou, todos os que pertencem a Cristo ressuscitarão com Ele, estejam eles vivos ou tenham já morrido quando Ele vier.

 

Comentário Deonianos

 Com uma linguagem simples e cheia de imagens, Paulo entra na questão escatológica, para a qual tende toda a carta. O Apóstolo tinha anunciado insistentemente a parusia de Cristo, e os Tessalonicenses julgavam que se tratava de algo iminente, um acontecimento em que já não tomariam parte os membros da comunidade falecidos depois de Paulo ter ido embora. Mas o Apóstolo não podia garantir se se tratava de um acontecimento iminente ou longínquo: «Irmãos, quanto aos tempos e aos momentos, não precisais que vos escreva. Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega de noite como um ladrão.» (5, 1-2). Conscientes da incerteza do momento, há que estar sempre vigilantes, unidos a Cristo na fé, na esperança e na caridade. Assim estão preparados para receber a salvação que Jesus lhes alcançou pela sua morte e ressurreição (cf. 5, 1-11).

Paulo recorre à linguagem apocalíptica para dizer que o tempo da vinda de Cristo é um tempo fixado, um kairòs, que intervirá na história segundo um preciso desígnio. Esse desígnio pode ser entrevisto por inspiração divina, mas, em última análise, permanece escondido nas profundidades de Deus: «o próprio Senhor» (v. 16), Jesus, deverá esperar pelo sinal celeste para iniciar o seu regresso ao meio dos homens.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo 
aos Tessalonicenses 
Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo a palavra do Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem morrido. Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros com estas palavras. 
Palavra do Senhor. 



SALMO RESPONSORIAL Salmo 95 (96), l e 3.4-5.11-12.13 (R. 13b) 
Refrão: O Senhor vem julgar a terra. Repete-se 

Cantai ao Senhor um cântico novo, 
cantai ao Senhor, terra inteira. 
Publicai entre as nações a sua glória, 
em todos os povos as suas maravilhas. Refrão 

O Senhor é grande e digno de louvor, 
mais temível que todos os deuses. 
Os deuses dos gentios não passam de ídolos, 
foi o Senhor quem fez os céus. Refrão 

Alegrem-se os céus, exulte a terra, 
ressoe o mar e tudo o que ele contém, 
exultem os campos e quanto neles existe, 
alegrem-se as árvores dos bosques. Refrão 

Diante do Senhor que vem, 
que vem para julgar a terra. 
Julgará o mundo com justiça 
e os povos com fidelidade. Refrão 

ALELUIA cf. Lc 4, 18 
Refrão: Aleluia Repete-se 
O Espírito do Senhor está sobre Mim: 
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres. Refrão 

Comentário Eclesia

EVANGELHO Lc 4, 16-30 
«Ele enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres… 
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra» 

Começamos hoje a ler, de maneira continua, o Evangelho de S. Lucas. O Senhor começa a pregação na sua terra, Nazaré, e numa celebração litúrgica do sábado. Podemos verificar aqui os elementos fundamentais dessa celebração, em uso já na Sinagoga: Leitura da Lei, depois dos Profetas, depois a homilia. Jesus apresenta-Se como Aquele que Deus ungiu com o seu Espírito e enviou a anunciar a boa nova. Infelizmente os seus conterrâneos não O souberam compreender! 

 

Comentário Deonianos


A pregação de Jesus começa com um rito na sinagoga: levanta-se, vai ler, é-Lhe dado o rolo, abre-o… É um momento solene que Lucas sublinha. Jesus proclama a página profética e interpreta-a: «Cum¬priu se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» Jesus é o profeta prometido. O tempo presente é o kairós – o tempo providencial – que é preciso acolher. Os ouvintes reagem manifestando espanto pelas palavras de Jesus e pelo modo como as pronuncia: palavras repletas de graça. Alguns reagem negativamente, de modo crítico e mesmo agressivo contra Jesus. A proposta da salvação provoca reacções diferentes e, por vezes, opostas.

Meditatio

O tempo de Deus foi anunciado pelos Profetas como tempo de salvação, especialmente para os oprimidos e para os que andam longe da graça do Senhor. A vinda de Cristo inaugurou esse tempo, o kairòs, que dá início à realização das promessas, ao último acto da história da salvação. Quem acolher o anúncio de Jesus de Nazaré, quem reconhecer na sua pessoa a aproximação do reino de Deus, toma parte, desde já, na graça prometida na antiga aliança, no Jubileu da história, que se realiza uma vez por todas. Para quem não rejeitar a humilde revelação do filho do carpinteiro, a libertação acontece hoje, no dia da salvação, que Cristo fez raiar. Desde o advento do Senhor, os homens vivem no único dia, que tem por aurora o seu nascimento na gruta de Belém, e, por pôr-do-sol, a Parusia, a sua vinda gloriosa. Este é o hoje da fé. Quando o Senhor voltar, e formos levados com Ele, o hoje da fé dará lugar ao para sempre da visão beatífica, em que Ele será Emanuel, Deus connosco.

Se quisermos estar com Jesus, precisamos de escutar a lição do evangelho: abrir o coração com disponibilidade e gratuidade. Isto significa não amar, nem sequer a Jesus, de modo possessivo, pedindo-lhe as suas graças, os seus favores, só para nós, pedindo-lhe privilégios. Se quisermos estar com Ele, temos de O acompanhar quando se dirige a outra gente e, portanto, acolher as grandes intenções missionárias da Igreja. Somente assim estaremos unidos ao seu Coração, ao Coração de Jesus, sem estarmos presos pelo egoísmo espiritual, que, por muito espiritual que seja, é contrário à caridade de Cristo.

Escreve S. Paulo: “Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer pela sua pobreza” (2 Cor 8,9). Esta convicção conforta e sustenta atitudes fundamentais para nós, como é a disponibilidade, o abandono, o amor oblativo na nossa relação com Deus e na «nossa vida comunitária» (Cst 63).

Oratio

Louvado sejas, Senhor, por tudo quanto realizaste e realizas em nosso favor. Louvado sejas por, tantas

vezes, nos teres libertado da nossa pobreza de filhos do bem-estar, das nossas prisões de vítimas dos sistemas que nós mesmos criámos, da cegueira da nossa incapacidade para Te reconhecermos como Senhor da história, da opressão de vivermos curvados, sem ver a morada onde nos esperas.

Pai santo e bom, faz-nos, mais uma vez, ouvir o anúncio da salvação, faz-nos ouvir as palavras do teu Filho: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura», para que, ponde de parte as nossas fracas seguranças humanas, e libertados de todo o peso, possamos ir ao teu encontro, no teu eterno hoje. Amen.

Contemplatio

A consolação começa na terra. É inspirada pela fé. É uma consolação nas nossas mágoas, nos nossos sofrimentos, nas nossas provações, pensar que a nossa paciência apaga as nossas faltas e nos prepara graças e uma recompensa sempre crescente. A paciência é sempre encorajada pela esperança, diz S. Paulo: um ligeiro sofrimento prepara uma grande recompensa (2Cor 4, 17). – Se sofremos, se morremos com Jesus, diz-nos muitas vezes, havemos de ressuscitar e seremos glorificados com Ele (Rm 8, 17). Esta santa esperança dá uma verdadeira alegria, um começo de beatitude celeste às almas generosas no sofrimento: «Bendito seja o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação, diz S. Paulo; consola-nos em todas as nossas tribulações, a fim de que também nós possamos consolar aqueles que estão nas angústias, pelos mesmos motivos de encorajamento que Deus nos dá; porque à medida em que os sofrimentos de Cristo abundam em nós, Cristo faz abundar em nós a consolação» (2Cor 1, 3). Mas a consolação definitiva será no céu: «Deus, diz S. João, enxugará todas as lágrimas dos seus eleitos» (Ap 7, 17). Já não haverá incomodidades da terra, da fome, da sede e das intempéries; mas o Cordeiro que reina lá provirá a tudo e abrirá a todos as fontes da vida e da alegria (Ap 7; Is 49). (Leão Dehon, OSP 3, p. 40s.).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:

«Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!»

(Lc 7, 16).Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 
Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levan¬¬tou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse- lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho. 


Palavra da salvação. 



ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS 
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos 
e realizai em nós, com o poder da vossa graça, 
a redenção que celebramos nestes mistérios. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20 
Como é grande, Senhor, 
a vossa bondade para aqueles que Vos servem! 

AÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO 
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste, 
fazei que esta fonte de caridade 
fortaleça os nossos corações 
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos. 
Por Nosso Senhor.

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