Monthly Archives: September 2019

24ª Semana do Tempo Comum

PRIMEIRA LEITURA (anos ímpares)______________________ 1 Tm  2,1-8

Façam-se preces por todos os homens a Deus que quer salvar todos os homens.

 

XXIV SEMANA DO TEMPO COMUM

SEGUNDA-FEIRA

PRIMEIRA LEITURA (anos ímpares)______________________ 1 Tm  2,1-8

Façam-se preces por todos os homens a Deus que quer salvar todos os homens.

Ler a Palavra

Paulo foi constituído anunciador do projecto de Deus, ou seja, da Sua vontade de salvar todos os homens. Para sublinhar esta universalidade, no texto grego volta cinco vezes o adjectivo «to­dos» e cinco vezes o termo «homens». O mediador da salvação universal é o homem Cristo Jesus, graças à Sua autodoação ao Pai em favor de todos. Os fiéis associam-se à mediação de Jesus especialmente no momento da oração, que deve ter também uma dimensão social, cívica: é necessário invocar sobre todos o dom da ordem, da prosperidade e da paz.

Compreender a Palavra

Porque conheceu o amor de Deus a seu respeito, Paulo pôde compreender também o amor de Deus por todos os homens, chamados a tornarem-se Sua família. Por conseguinte, o Após tolo exorta os cristãos a viver com simpatia e com sentido de co- -responsabilidade no meio dos gentios, a cultivar uma relação benévola com o mundo que os rodeia e com as autoridades políti cas, a dar uma dimensão universal à sua oração. Isto não era nem

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fácil nem espontâneo, porque muitas comunidades encontravam dificuldades e, inclusive, perseguições por parte do mundo.

Paulo baseia a sua exortação em duas motivações. A primeira diz respeito à oportunidade de «levar uma vida tranquila e pa­cífica» (v. 2), para poder exercer a piedade e para ganhar a esti­ma e a benevolência da parte de todos. A segunda está radica­da no Evangelho, de que ele foi «mensageiro e apóstolo» (v. 7): Deus, mediante Jesus Cristo, quer salvar todos os homens, quer que sejamos salvos não sozinhos, mas juntamente com todos os homens. Entregando-Se a Si mesmo pela vida dos outros, Jesus ensinou-nos que a verdade que salva é a vida oferecida.

SALMO RESPONSOR1AL                                                           Sl   27,2.7-9

O suplicante pede ao Senhor que escute a voz da sua súplica, feita com as mãos levantadas para o lugar onde estava guardada a Arca da Aliança. Ele está certo de ser ouvido, porque Deus é a sua força, o seu escudo. Por isso alarga a sua oração e pede a jhwh que cuide do seu povo e do seu rei.

PRIMEIRA LEITURA (anos pares)_________________ ICor   11,17-26.33

Se há divisões entre vós, não comeis a ceia do Senhor

Ler a Palavra

Paulo censura as divisões que se verificavam em Corinto du­rante as celebrações da ceia do Senhor: cada um comia separa­damente a sua refeição, e assim um ficava com fome, o outro fi­cava embriagado. Para corrigir este abuso, o Apóstolo convida os cristãos a aprofundarem o significado da ceia do Senhor que ele, a seu tempo, lhes transmitiu. A ceia eucarística é a memória de Jesus Cristo, crucificado e ressuscitado por todos, constituído Senhor porque fez da Sua morte uma liturgia de comunhão com o Pai e com todos os homens.

Compreender a Palavra

«Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste ca lice anunciareis a morte do Senhor, até que Ele venha.» (v. 26) Celebrar a Eucaristia quer dizer proclamar não só a morte de Je sus (a morte de Jesus é algo conhecido pela razão, pela pesquisa histórica), mas quer dizer proclamar a morte do Senhor, isto e o sentido, o fruto, a vitória dessa morte Mediante a Sua mor­te, vivida filialmente com a força do Espírito Santo, Jesus levou a cumprimento a Sua obediência ao Pai e a Sua solidariedade para connosco, e como foi constituído em plenitude Senhor da Histó­ria, irmão primogénito dos homens, capaz de valorizar o nosso sofrimento e a nossa morte, de transformá-los em momentos de filiação e portanto de salvação e de ressurreição.

Na Eucaristia celebramos o triunfo do amor sem limites de Jesus ao Pai e a todos nós, anunciamos e acolhemos a salvação que essa morte continuamente nos comunica, tornando-nos cada vez mais conscientes da nossa dignidade filial perante Deus e da fraternidade que nos une. É por isso um contra senso celebrar a Eucaristia separando-se dos outros ou ignorando os.

SALMO RESPONSORIAL___________________________ Sl   39,7-10.17

O suplicante respondeu à chamada do Senhor e compreendeu que o que dá consistência à nossa relação com Ele é a obediência. Por isso faz sua a Palavra do Senhor, a ela adere com todo o seu ser, interioriza-a e torna-se anunciador dela na assembleia, para que todos possam celebrar a grandeza e a bondade de jhwh.

EVANGELHO ______________________________________      Lc_ 7,1-10

Nem em Israel encontrei tão grande fe.

Ler a Palavra

Depois de Se ter apresentado como profeta poderoso median­te as palavras dirigidas à multidão (cf. Lc 6,20-49), a partir do ca

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pítulo 7 do Evangelho de Lucas, Jesus apresenta-Se como profeta poderoso mediante as obras, inclinando-Se misericordiosamente sobre os homens. Revela esta Sua identidade em quatro encon­tros: com um centurião romano; com uma viúva desolada pela morte do filho único; com uma delegação que Lhe foi enviada por João Baptista; com uma mulher pecadora (Lc 7,1-50).

Compreender a Palavra

Mais do que estarmos perante a narração de um milagre feito por Jesus, o texto de hoje coloca à nossa frente a caminhada de fé do centurião romano. A sua situação não era fácil: no plano militar era um conquistador de Israel, e no plano religioso fora conquistado pela fé monoteísta de Israel. De facto, com as suas obras, em particular contribuindo para a construção da sinagoga, tinha favorecido a fé do povo eleito.

Mas agora o centurião ultrapassa os próprios hebreus: aceita a plenitude do dom de Deus revelado em Jesus Cristo, reconhece que Jesus é a salvação para todos. A sua caminhada, começada com a simpatia pela fé hebraica e cumprindo obras boas em favor dos hebreus, culmina com a abertura ao mistério do Salvador, concedido por Deus a Israel e a todos os homens.

Jesus fica cheio de admiração por este pagão que não precisa de um sinal tangível: não pretende que o Mestre vá a sua casa, mas acredita imediatamente na bondade e no poder da Palavra do Senhor. Jesus compreende que se está a realizar a promessa de salvação e de bênção para todas as nações, feita por Deus a Abraão (cf. Gn 12,1-3).

DA PALAVRA PARA A VIDA————————————————

Narrando a caminhada de fé do centurião, o Evangelho diz-nos como podemos acolher a Deus e ao seu Enviado.

O centurião é caracterizado, antes de mais, por uma grande humanidade: tem boas relações com os judeus, a ponto de ser seu benfeitor (e isto constituía um facto insólito para um

 

ocupante romano). Além disso, preocupa-se com o seu servo doente: não era normal naquele tempo «estimar muito» (7,2) os servos. O centurião faz o bem porque é temente a Deus e por isso respeita e estima as pessoas.

Além dessa grande humanidade, Lucas coloca em relevo a humildade e a fé desse homem. A humildade permite-lhe re­conhecer a distância que existe entre ele e Jesus. Por isso não O interpela pessoalmente, mas «envia-Lhe alguns anciãos dos judeus para Lhe pedir que vá salvar aquele servo» (7,3) e, quando Jesus se dirige para a Sua habitação, não se julga dig­no de hospedá-1’0. Finalmente, tem uma fé muito grande na eficácia da Palavra do Mestre. Partindo de uma consideração sobre a autoridade da sua palavra humana, o centurião está certo de que na Palavra de Jesus opera o poder de Deus.

O centurião demonstra que o modo normal para encontrar a Deus e ao seu Enviado não é a visão, mas a fé na sua Palavra. Ele faz parte daqueles que Jesus proclamará bem-aventurados porque «acreditam sem terem visto!» (Jo 20,29) Perante uma fé assim, o Mestre fica admirado: por um lado temos a estu­pefacção do centurião pela condescendência de Jesus, que Se dirige para sua casa; e, por outro temos a admiração de Jesus pela fé humilde e corajosa do centurião.

Como que respondendo ao convite de Paulo para celebrar mos dignamente a ceia do Senhor (primeira leitura, anos pa­res), no momento da comunhão a Igreja coloca-nos nos lá bios precisamente as palavras do centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo.» (7,6-7) A primeira indignidade é a de julgar-se com base nas relações com Deus e com os homens, de modo a aproximar-se da mesa do Senhor sem assombro, com auto-suficiência, com a superficialidade de quem acha óbvio e quase devido esse dom. Nós somos sempre indignos do amor infinito de Jesus.

 

Oração

Na vossa Palavra, Pai Santo, manifestais o poder que nos salva; fazei que ela ressoe em todas as línguas e em todas as culturas, e seja acolhida por cada homem como oferta de salvação.

 

TERÇA-FEIRA

PRIMEIRA LEITURA (anos ímpares)_____________________ ITm 3,1-13

Quem exerce um cargo de governo na Igreja deve ser irrepreensível; igualmente os diáconos devem conservar o mistério da fé numa consciência pura.

Ler a Palavra

Paulo enumera as virtudes requeridas a quantos têm respon­sabilidades na Igreja, bispos e diáconos; as dezasseis virtudes apontadas (seis negativas e dez positivas), decalcam as que então eram apreciadas particularmente em quem exercia cargos pú­blicos e correspondiam ao ideal do homem honesto, maduro na vida pessoal, familiar e social. Em particular, afirma o Apóstolo, o bispo não deve ser um neo-convertido, deve ter dado provas de fidelidade enquanto discípulo de Cristo e deve estar consciente de que ensoberbecer-se pelo seu cargo é uma tentação do diabo.

Compreender a Palavra

A presença de pessoas que no interior da Igreja exercem car­gos de responsabilidade é apresentada por Paulo como uma rea­lidade indiscutível. Para a sua escolha são enumerados critérios que porventura nos deixam perplexos: não se pede aos candi­datos que sejam homens de oração, místicos, conhecedores da Palavra de Deus e da Cruz de Cristo, mas que sejam homens maduros, honestos, quer na vida pessoal («sóbrios, não dados ao vinho», w. 2,3,8), quer na vida social («hospitaleiros, não violen­tos, condescendentes, desinteressados», w. 2,3), e em condições de assumir uma responsabilidade pública («capazes de ensinar, de governar a própria casa e capazes de cuidar da Igreja de Deus», w. 4,5,12). Estes dotes humanos são indispensáveis para poderem aproximar-se fraternamente dos outros, dentro e fora da Igreja, para serem ponte e não barreira para os outros no encontro com

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Cristo, para se adaptarem às condições dos homens, aos quais querem prestar um serviço. O próprio Jesus fez-Se plenamente homem, para fazer da Sua humanidade o sacramento do encon­tro com o Pai.

A ultima parte do texto deixa entrever que também as mulhe­res exerciam cargos de responsabilidade nos serviços eclesiais.

SALMO RESPONSORIAL __________________________ Sl   100,1-3.5-6

O salmo apresenta o programa de governo do rei e, por con­seguinte, do Messias. O soberano quer inspirar-se no amor e na justiça, ou seja, na fidelidade de Deus, e por isso promete seguir o caminho da integridade: não aceitará quem cometa acções ile­gais, excluirá dos seus colaboradores as más-línguas e reservará particular atenção aos fiéis, de entre os quais escolherá os seus ministros.

PRIMEIRA LEITURA (anos pares)_____________ ICor 12,12-14.27-31a

Vós sois corpo de Cristo e seus membros, cada um na sua parte.

Ler a Palavra

Paulo sublinha que a Igreja é chamada a viver, ao mesmo tem­po, o milagre da unidade e o da multiplicidade. Todos os membros da Igreja, diferentes sob o ponto de vista étnico, social, sexual, são em Cristo um só corpo, enquanto foram baptizados num só Es­pírito e lhes foi dado a beber um só Espírito. Esta unidade, à ima­gem da Trindade, comporta porém um sem-número de carismas e de ministérios, que têm em Deus a fonte e que recebem d’Ele a força para contribuir para o crescimento do único corpo eclesial.

Compreender a Palavra

Paulo remonta ao coração da experiência cristã, constituído pelo Baptismo que enxerta os crentes em Jesus e os une entre si, fazendo deles um corpo vivo: a Igreja, que é rica de dons multifor­mes. O Espírito é o poder de Deus, no qual todos os crentes estão mergulhados. Este facto torna irrelevantes na comunidade as di- versidades étnicas, sociais e religiosas (ser judeu ou grego, escravo ou livre). Os fiéis recebem do Espírito Santo carismas diversos e o Corpo de Cristo existe e cresce graças ao contributo de todas as tarefas suscitadas em cada um deles pelo único Espírito. Os dons do Espírito não devem criar contraposições e não devem também ser postos ao mesmo nível. Há na Igreja tarefas de fundação que remontam à livre iniciativa do Senhor e que recebem a autoridade da Palavra de Deus: «Deus estabeleceu na Igreja em primeiro lu­gar apóstolos, em segundo profetas, em terceiro doutores.» (v. 28)

SALMO RESPONSORIAL_______________________________ Sl_ 99,2-5

O salmo é um invitatório, composto por sete imperativos di­rigidos à comunidade reunida diante do Templo: «Aclamai; servi; vinde; apresentai-vos; penetrai; glorificai; bendizei.»

Os sete imperativos giram em torno do argumento central (v. 3): «Sabei que o Senhor é Deus»; Ele é o nosso criador («Ele nos fez»); Ele o nosso Salvador, que quis oferecer-nos a sua Alian­ça («a Ele pertencemos»).

EVANGELHO                                                                                                Lc               7,11-17

Jovem, Eu te digo: levanta-te.

Ler a Palavra

A narração evangélica de hoje enfrenta o problema funda­mental da vida humana, a dor e a morte, e exprime uma grande mensagem: Jesus é o Senhor do homem, e porque é rico de mise ricórdia pode conservar ou restituir ao homem o sumo bem que é a vida.

A narração está assim articulada: no começo temos dois ver­sículos de introdução (w. 11-12); seguem-se três versículos que descrevem a acção e as palavras de Jesus à mãe e ao jovem res­suscitado (w. 13-15); finalmente, há dois versículos que testemu nham a reacção positiva do louvor da multidão e a difusão da fama de Jesus (w. 16-17).

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Compreender a Palavra

Lucas coloca em realce o comportamento de Jesus, que pela primeira vez, depois das palavras do anjo aos pastores (cf. Lc 2, 10), é designado com o titulo de «Senhor», (v. 13) O Mestre é além disso o sujeito de sete verbos nos versículos 13-15: «viu; compadeceu-se; disse (à viuva); aproximou-se; tocou no caixão; disse (ao jovem); entregou-o à mãe.»

Jesus, que veio trazer a Boa Notícia aos pobres (cf. Lc 4,18), diante de uma mulher viúva, privada do seu único filho, enche- -Se de uma compaixão que O impele a intervir. Mais que uma demonstração de poder da parte do Filho de Deus, a ressurreição do filho da viúva de Naim é a revelação de como é grande a ter­nura de Jesus e de como o Seu amor é mais forte que o poder da morte.

A multidão reconhece que Jesus realizou um dos sinais cor­respondentes às promessas de jhwh e às esperanças de Israel: Ele é por isso um grande profeta, porque proclama como Deus ama os homens. N’Ele actua em plenitude o poder de Deus sobre a morte e a Sua misericórdia perante os limites humanos: no Filho realiza-Se então a visita benévola de Pai aos homens.

DA PALAVRA PARA A VIDA————————————————

A ressurreição do jovem de Naim, narrada no Evangelho, é um sinal que nos manifesta a compaixão, a proximidade efi­caz de Jesus de quem sofre, de quem se encontra perante a morte. Em Naim, o Mestre deu o sinal de que diante d’Ele a morte perde o seu poder. A morte começará a ser vencida definitivamente no Calvário, quando Jesus a transformar num acto de amor, e na manhã de Páscoa, quando com a Ressur­reição entrar num mundo novo, a que todos somos chamados a participar, sendo chamados e restituidos a uma vida plena e definitiva, porque é divina; como o Mestre restituiu o jovem à mãe, assim com a ressurreição todos os nossos vínculos de amor serão reforçados num modo perfeito.

Com a visita que Ele nos fez, Jesus liberta-nos do nosso maior inimigo, a morte, mas Ele realiza esta libertação pagando um grande preço: eliminará o poder da morte tomando-a sobre Si. O filho único e sua mãe viúva são uma antecipação do que Jesus e Maria irão sentir: também Ele é o filho único, também sua Mãe vê-l’0-á morrer e O acompanhará à sepultura. O Pai, porém, não O deixará prisioneiro da morte, mas restituí-FO- -á em plenitude de vida à Mãe, e Ela, no dia da ressurreição, recebê-1’O-á como num segundo nascimento. O amor de Je­sus, que aceita morrer pelos irmãos, é fonte de vida para todos nós, homens e mulheres a caminho da morte física, mas gra­ças a Cristo a caminho da ressurreição e da vida definitiva.

Até à chegada de Jesus, a morte era entendida como uma rea lidade odiosa que causava medo e angústia, à qual o homem se opunha durante toda a vida. A sabedoria filosófica tinha-a entendido como uma realidade inevitável que o homem deve aceitar com paz e dignidade, ou como uma mestra severa e sábia que ensina o mistério da vida, a caducidade e a rela­tividade das coisas: a sabedoria filosófica via na morte uma advertência à vigilância, à auto-disciplina e à avaliação sábia do tempo. Desde quando Jesus tocou sem medo no caixão do jovem de Naim, a morte adquiriu outro sentido: tornou- -se o momento em que o Filho se associou particularmente a nós e nós fomos unidos a Ele. Jesus veio libertar-nos do medo da morte, não aumentá-lo com o remorso ou com a angústia pelos nossos limites. Unidos a Jesus podemos viver e morrer oferecendo-nos ao Pai. Esta união começa no Baptismo e é reforçada nos sacramentos, especialmente na Eucaristia.

Oração

Senhor Deus, consolador dos aflitos,

iluminais o mistério da dor e da morte

com a esperança que resplandece no Rosto de Cristo:

fazei que nas provações da nossa caminhada

permaneçamos intimamente unidos

à Paixão do vosso Filho, para que se revele em nós

o poder da Vossa ressurreição.

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QUARTA-FEIRA

PRIMEIRA LEITURA (anos ímpares)____________________ ITm  3,14-16

Égrande o mistério da piedade.

Ler a Palavra

A leitura apresenta uma síntese densa de eclesiologia e de cris- tologia. A Igreja e a «casa de Deus» (v. 15), isto é, o Seu templo e a Sua família, é garantia sólida e segura da verdade, ou seja, da recta fé, é ponto de referência certo pela verdade do Evangelho, isto é, pelo «mistério da piedade» (cf. v. 16). Com efeito, na Igreja proclama-se com fe a identidade de Jesus em todas as fases da Sua existência (que incluem a Encarnação e a exaltação). Na pregação missionaria da Igreja e no acolhimento da fé por parte dos ho­mens, Jesus revela o projecto da bondade de Deus.

Compreender a Palavra

Paulo, já ancião, educa com afecto o jovem Timóteo. Quereria estar junto dele fisicamente para o amparar, mas Timoteo deve saber que a própria Igreja é o seu amparo, o lugar onde se pode viver em serenidade e em segurança. Ela, de facto, é a casa de­sejada por Deus, o edifício por Ele construído como «coluna e sustentáculo da verdade» (v. 15). Nesta casa pode haver por vezes invejas ou calúnias, mas a Igreja é maior do que os homens, pois é a esposa de Cristo, nascida do Seu lado trespassado, e com os olhos da fé vemo-la como o começo do Reino de Deus que vem.

A grandeza da Igreja provém do «mistério de amor de Deus» por nós (cf. v. 16), isto é, de Jesus que está presente nela e é nela proclamado. Paulo celebra este mistério com um hino litúrgico e nós celebramo-lo na Eucaristia, onde encontramos Jesus Encar­nado, sofredor, crucificado, morto, ressuscitado, subido ao Céu, anunciado ao mundo, acreditado. Na celebração eucarística en­contramos por isso também o mistério da Igreja.

SALMO RESPONSORLAL

Sl 110,1-6

Este salmo convida-nos a dar graças a Deus: as Suas obras devem ser contempladas, e então por um lado revelam quem é Deus, e por outro suscitam uma admiração sempre nova diante d’Ele. Deus estabeleceu uma festa, a Páscoa, para fazer memória das Suas obras e anunciá-las. De entre estas são mencionadas: o dom do alimento no deserto; o dom da Aliança; o dom da Terra Prometida (cf. w. 5-6).

PRIMEIRA LEITURA (anos pares)_________ ICor 12,31-13,13

Agora permanecem a fé, a esperança e a caridade: mas a maior de todas é a caridade.

Ler a Palavra

Esta página da Primeira Carta aos Corintios é famosa, e com razão: apresenta o elogio da caridade (ágape), isto é, o «caminho mais sublime» (13,13) que o próprio Deus percorre em cada um de nós.

A composição articula-se em trés momentos. No primeiro, o Apóstolo Paulo faz uma comparação entre o amor e os carismas, que eram os mais ambicionados em Corinto, por serem os mais vistosos (13,1 3); no segundo, celebra com quinze verbos as qua­lidades do amor, ou seja, o que o amor é e o que faz (13,4-7); no terceiro, exalta o valor perene da caridade e a sua superioridade sobre todos os outros carismas e sobre todas as outras virtudes (13,8-13).

Compreender a Palavra

.

Neste hino Paulo procura transmitir a sua paixao por uma vida cristã que entra em contacto com a propna realidade de Deus, que é amor. A caridade aqui celebrada, com efeito, não é obra do homem, mas é actividade gratuita do Senhor, que torna possíveis relações novas com os outros porque foi aceite a relação com Ele.

 

Os quinze atributos da caridade (oito são negativos, para indicar que ela exige sempre que dentro de nós alguma coisa seja morti­ficada, um êxodo do homem velho) dizem como são as relações com Deus e entre os homens, tornadas possíveis pelo dom do ágape. A caridade nunca terá fim, porque é antes de mais relação com Deus que transparece nas novas relações com os homens. Por conseguinte, a caridade é verdadeiramente a única dimensão escatológica do presente, é o caminho mais sublime pelo qual se deve sempre aspirar (ICor 14,1).

Nós detemo-nos demasiado nos momentos que manifestam pouco amor e esquecemo-nos que Deus já nos deu a caridade no Baptismo e que nós, embora com muitas limitações, já a vivemos. Dêmos graças a Deus porque a Sua caridade existe em nós e entre nós, e porque Ele nos dá a alegria de o reconhecermos.

SALMO RESPONSOR1AL_________________________ Sl   32,2-5.12.22

Os levitas e a assembleia são convidados a louvar a Deus: a Palavra e as obras do Senhor deixam transparecer que Ele cria e sustenta tudo com o Seu amor. A felicidade consiste em viver em Aliança com este Deus: n’Ele podemos confiar e a Ele podemos pedir que nos acompanhe com a Sua bênção vital.

EVANGELHO________________________________________ Lc 7,31-35

Tocámos flauta e não dançastes, entoámos cânticos de luto e não chorastes.

Ler a Palavra

O próprio Jesus teve de ajustar contas com a incoerência hu­mana e dela se lamentou também um pouco: veio João Baptista e não foi aceite, porque era julgado demasiado severo; chega Je­sus, que Se mistura com as pessoas, e é criticado. Quem não quer aceitar que o Pai Se manifesta no comportamento do Filho en­contrará sempre desculpas infantis para não crer n’Ele. Pelo con­trário, os que reconhecem verdadeiramente a Sabedoria de Deus dão-Lhe glória e compreendem que em Jesus Se revela o mistério do Pai, que nos ama a todos e que vem ao nosso encontro a cada momento.

Compreender a Palavra

Quando um homem ou uma sociedade preferem rejeitar a graça do Reino de Deus encontram sempre desculpas para jus tificar a sua atitude. Jesus desmascara a recusa dos que nunca estão contentes e ilustra o seu comportamento, contando a pa­rábola das crianças caprichosas, que não querem brincar nem ao cortejo nupcial, nem ao cortejo fúnebre, organizados pelos seus amigos. Do mesmo modo, muitos contemporâneos do Mestre não aderiram à pregação austera de João Baptista, dizendo que se tratava duma pregação demasiado exigente e irracional. Ao amor forte e transformador de Jesus, que quer a nossa vida como uma festa de filhos e de irmãos, contrapuseram uma outra opo­sição e desculparam-se, dizendo que era demasiado indulgente, qualificando-O inclusive como «um glutão e um ébrio» (v. 34). Com Jesus, a Sabedoria de Deus indicou amorosamente os seus caminhos, mas os homens não souberam prestar-Lhe atenção, aduzindo como desculpa a sua experiência. Comportaram-se como crianças que, não obstante a sua idade, querem arrogar-se como juizes, ou então como meninos que não querem levantar-se e caminhar dóceis ao Espírito.

DA PALAVRA PARA A VIDA————————————————

Jesus utiliza palavras duras para censurar e sacudir os Seus contemporâneos, ou seja, a nossa geração, cada um de nós.

Ele parte da imagem familiar das crianças, que brincam na praça em grupos. Primeiro procuram imitar umas núpcias e depois querem imitar um funeral, mas àquelas que não que­rem participar no jogo e amuam, nada corre bem. Há só quei­xas, desinteresse e criticas não construtivas.

Depois Jesus faz a aplicação: veio João Baptista que convidava à conversão com uma atitude austera, mas para os chefes de Israel não estava bem, não podia ser inspirado por Deus, e por isso foi acusado inclusive de ter um demónio. Por tudo isso rejeitaram-no. Veio Jesus que anuncia a todos a alegria do Reino de Deus, que vive no meio das pessoas, que aceita convites de pessoas, com as quais as pessoas de bem não ou­sam comer, mas os chefes de Israel decretam que o compor­tamento d’Ele é demasiado condescendente e, por isso, Ele é rejeitado. É maravilhoso ver que Jesus compara a Sua vinda a uma festa de núpcias, compara-Se a alguém que dança e toca: a peculiaridade do Reino de Deus é a alegria, a festa, porque ele é caracterizado pela filiação dada a todos.

Àqueles que não tomam a sério o Seu convite à conversão, que procuram desqualificar a Sua identidade de enviado por Deus, a quantos se mostram difíceis de contentar e prontos a criticar todas as Suas propostas de mudança, a quantos que­rem ensinar a Deus o modo como deve intervir na nossa vida, Jesus diz que a Sabedoria de Deus, isto é, o Seu projecto, é justificado não pelo acolhimento ou rejeição das pessoas, mas pelo facto de que Ele realiza obras maravilhosas de amor.

A página do Evangelho convida-nos a abrir os olhos para ver­mos, antes de mais, as lacunas, as nossas e as da Igreja, mas para ver o Espírito Santo que opera em nós e nela. Temos de agradecer a Deus pela caridade que existe em nós e que con­seguimos exprimir com o Seu auxílio (primeira leitura, anos pares), temos de Lhe agradecer porque na pequenez da Igreja, dos seus sacerdotes, das famílias, dos sacramentos, está em acção «o mistério da piedade», isto é, de Deus que os ama.

Oração

(Colecta, Missa do XXX domingo do Tempo Comum)

Deus eterno e omnipotente, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade: e para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que mandais.

 

QUINTA-FEIRA

PRIMEIRA LEITURA (anos ímpares)____________________ ITm  4,12-16

Tem cuidado contigo e com o teu ensino: assim salvar-te-ás a ti e àqueles que te ouvem.

Ler a Palavra

Paulo retrata o modelo do responsável da comunidade. No centro do seu serviço ele deve colocar a Palavra de Deus, lida e ouvida pessoalmente e depois explicada assiduamente. Deve de­pois amparar a caminhada dos irmãos com o seu exemplo, que se articula em falar com amor fraterno, na fidelidade e na pureza. Por isso é chamado a vigiar, antes de mais, não sobre os que estão fora ou sobre os que estão dentro das Igreja, mas sobre si mesmo e sobre o seu ensinamento. A fonte do seu ensinamento está no dom espiritual, recebido de Deus na ordenação, mediante a ora­ção e a imposição das mãos do colégio dos presbíteros.

Compreender a Palavra

Paulo dirige a Timóteo uma advertência que é importante para todos, sacerdotes ou leigos. «Não descuides o dom espiritual que recebeste e te foi concedido.» (v. 14) O Apóstolo está consciente de que a graça do Baptismo, do presbiterado pode esmorecer em quem a recebe, pode perder a sua luminosidade, pode não ser notada na sua força.

Uma das razões da exortação contida na Carta é provavel­mente a solidão em que se encontra Timóteo: depois da partida de Paulo, ele experimenta o peso das decisões que deve tomar, a fadiga da responsabilidade, a ausência de quem pode aconselhá- -lo. Uma outra razão pode ser o facto de se sentir inadequado, demasiado jovem para a missão que lhe foi confiada e que de­sempenha numa situação difícil, entre dificuldades não previstas.

Uma terceira razão pode ser a negligência na sua vida espiritual, um desleixo na oração e na escuta da Palavra de Deus.

Paulo recorda que é possível sair de uma situação de tibieza e renovar o dom recebido. Para atiçar o fogo interior, o Apóstolo propõe a Timóteo três compromissos: «consagrar-se à proclama­ção da Escritura, à exortação e ao ensino.» (v. 13)

SALMO RESPONSORIAL_____________________________ Sl  110,7-10

A Lei pertence às grandes obras do Senhor, como a libertação do Egipto e o dom da Aliança. A verdadeira sabedoria de Israel é o temor de Deus, que consiste por um lado em reconhecer jhwh como Pai, no assombro pela Sua grandeza, e por outro no desejo íntimo de Lhe agradar, de permanecer debaixo do Seu olhar com confiança sincera. Quem se regula segundo este temor, será sem­pre iluminado interiormente.

PRIMEIRA LEITURA (anos pares)_____________________ ICor  15,1-11

É assim que pregamos e foi assim que acreditastes.

Ler a Palavra

Num estilo solene e ao mesmo tempo familiar (os destinatá­rios são chamados de «irmãos», v. 1), Paulo proclama o conteúdo essencial do anúncio cristão que ele transmitiu e que os cristãos de Corinto acolheram. Esse anúncio diz respeito a uma Pessoa, a um facto acontecido: Jesus Cristo, morto pelos nossos pecados segundo as Escrituras e sepultado, ressuscitou ao terceiro dia se­gundo as Escrituras, e apareceu a Cefas e aos Doze. Nesta con­fissão o acento recai sobre a ressurreição, sublinhada através da menção de uma série de aparições do Ressuscitado.

Compreender a Palavra

Paulo tinha sido informado de que em Corinto alguns cristãos tinham dúvidas sobre a modalidade da ressurreição dos mortos: isto significa que eles não sabiam tirar as devidas ilações da res-

368 U-.CUONÁIUO COMEN IA DO surreição de Jesus Cristo. O Apóstolo, então, reafirma o núcleo essencial do anúncio cristão.

O primeiro pólo da fé em Cristo é a Sua morte, que teve como fruto a libertação dos homens do pecado e a sua reconciliação com Deus: essa morte é conforme às Escrituras, corresponde ao desígnio de Deus, muitas vezes anunciado no Antigo Testamento. A sepultura de Jesus certifica que a sua morte foi real. O segundo pólo da profissão de fé cristã, que Paulo recebeu e anunciou, e que foi acolhido pelos fiéis de Corinto, é a ressurreição de Jesus Cristo, também preanunciada de muitos modos nas Sagradas Escrituras. Ela é confirmada por uma série de testemunhas credíveis: Cefas; os Doze; mais de quinhentos irmãos; Tiago; todos os Apóstolos e o próprio Paulo.

Pela graça de Deus, Paulo teve a vocação de se tornar Apósto­lo, precisamente a seguir ao encontro com Jesus ressuscitado. Este conferiu-lhe a autoridade e a missão de ser Sua testemunha, em sintonia com os outros Apóstolos.

SALMO RESPONSORIAL___________________ Sl 117,1-2.16-17.28-29

O Salmo 117 é uma liturgia de acção de graças: a assembleia é convidada a louvar a uma só voz o amor fiel de Deus. Com a Sua destra poderosa e amiga, o Senhor é capaz de libertar da morte e, portanto, do medo da morte. Esta libertação realizou-a Ele na ressurreição de Jesus. Nós, filhos da Páscoa, somos por isso cha­mados pessoalmente a agradecer a Deus e a glorificáTO.

EVANGELHO________________________________________ Lc_ 7,36-50

São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou.

Ler a Palavra

Esta página do Evangelho descreve uma conversão que pode parecer um pouco anómala: a protagonista é uma mulher peca dora, a qual, porém, não confessa os seus pecados, não diz que está arrependida, nem promete deixar de pecar. Todavia, fala elo­

 

quentemente com os seus gestos, e Jesus valoriza o seu afecto. Simão, o fariseu, pelo contrário é rígido, presunçoso, seguro de si, não quer comprometer-se, tem dúvidas acerca de Jesus, aceita-O só parcialmente, não está convencido da sinceridade da pecado­ra. Jesus ama-o também a ele e quer curá-lo. A mulher pecou, mas é louvada pelo Mestre, porque ao deixar-se amar por Jesus, e o seu grande amor, causa uma reviravolta na sua vida.

Compreender a Palavra

O amor de Deus precede todas as nossas respostas. Um fa­riseu convida Jesus para uma refeição com uma atitude de sus- peição, ou, pelo menos, de curiosidade superficial, convencido de que conhece a Deus suficientemente e portanto não precisa de conversão. Durante a refeição apresenta-se espontaneamente uma mulher não convidada: ela viu em Jesus alguém que a ama, que Se dá desinteressadamente e por isso vem oferecer-Lhe o seu reconhecimento mediante perfumes, lágrimas e beijos. O fariseu vê ambiguidade nesses gestos, feitos por uma pecadora e aceites pelo Mestre, e julga mal quer Jesus quer a mulher.

Com uma breve parábola, o Senhor dá-lhe a entender que Deus ama a todos: todos são devedores para com Ele e Ele ofere­ce a todos o Seu perdão. O fariseu não admite ser amado gratui­tamente e ser devedor, ou porque pensa que mereceu o amor de Deus ou porque acha que tudo na sua vida está certo; a mulher, pelo contrário, sabe que é pecadora amada e perdoada, e por isso vence todo o receio e exprime ao enviado de Deus o seu amor reconhecido. O amor de Deus, acolhido com gratidão, faz dela uma pessoa salva.

DA PALAVRA PARA A VIDA————————————————

Depois do episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7,11-17), Lucas completa o significado do título de «pro­feta», atribuído a Jesus nessa ocasião, descrevendo um ban­quete durante o qual o Mestre vê a Sua capacidade de profeta

autêntico ser contestada pelo simples facto de não reconhe­cer uma mulher como pecadora, e deixar inclusive que ela O toque, e Lhe perfume e beije os pés. Para o fariseu Simão, o ensino e os gestos poderosos de Jesus manifestam que Ele é um profeta, mas outras circunstâncias, como a Sua atitude demasiado acolhedora para com uma pecadora, colocam ir­remediavelmente em questão este Seu título.

Em ambos os episódios, tanto em Naim como na casa do fari­seu Simão, Jesus encontra duas mulheres: ambas choram, mas por motivos diferentes. À primeira diz que não chore mais (cf. Lc 7,13), mas não impede o choro da segunda, talvez por­que a mulher na casa de Simão chora de alegria ou porque se sente acolhida por Jesus.

Lucas uniu assim os dois episódios para nos dar a entender uma analogia. Jesus em Naim foi reconhecido como profeta, rico de compaixão para com uma viúva, enquanto soube tocar e vencer a morte física do filho dela; com o encontro na casa de Simão, o evangelista quer dizer-nos que Jesus, precisamen­te porque é profeta, deixa-Se tocar pelos pecadores, é capaz de vencer com a Sua compaixão também uma outra morte: a morte espiritual do pecado e da marginalização. Ele é profeta porque é capaz de conceder a ressurreição física, mas sobre­tudo porque concede a ressurreição espiritual, com o perdão dos pecados. As mortes piores, embora por vezes não pare­çam, são as do espírito, e Jesus é profeta porque veio dar a vida também nessas situações. O reconhecimento de Jesus como profeta deve incluir duas séries de sinais: a cura dos doentes e a ressurreição da morte física, o perdão e a ressurreição espi­ritual, concedidos generosamente aos pecadores.

Na Eucaristia celebramos o amor do Senhor por nós, o Seu perdão; por nosso lado somos chamados a não descurar o dom espiritual da filiação divina que está em nós (primeira leitura, anos impares), a entregarmo-nos a Deus com grati­dão, alegria, desembaraço, liberdade de coração.

 

Oração

Senhor Deus,

que não Vos cansais de usar de misericórdia para connosco,

concedei-nos um coração penitente e fiel

que saiba corresponder ao Vosso amor de Pai,

para que difundamos ao longo dos caminhos do mundo

a mensagem da reconciliação e da paz.

372 I ECCIONÁRIO COMEN IA D O

 

SEXTA-FEIRA

1 Tm 6,2c- 12

PRIMEIRA LEITURA (anos ímpares)

Mas tu, homem de Deus, pratica a justiça.

Ler a Palavra

Polemizando contra os hereges, Paulo propõe o perfil do pas tor ou do catequista que «segue as palavras salutares» (v. 3): e pre­ciso que evite o orgulho, do qual nascem as invejas e os litígios; deve viver na sobriedade, na moderação, guardando-se de fazer da religião um negócio económico; o amor do dinheiro, elevado a idolatria, é «a raiz de todos os males» (v. 10). Timóteo deve tender para o verdadeiro bem, descrito com seis virtudes: «justiça, pie­dade, fé, caridade, perseverança, mansidão.» (Cf. v. 11)

Compreender a Palavra

As «palavras salutares» e a «doutrina conforme à piedade» (cf. v. 3) consistem em reconhecer a gratuidade de Deus, que nos ama e nos perdoa por puro amor. Quem não acolhe isto, não é capaz de gratuidade. Na raiz dos comportamentos negativos que perturbam a vida da comunidade («invejas, discórdias, insultos, suspeitas malévolas, altercações», v. 4) está a falta de gratuida­de, servir-se do Evangelho como fonte de lucro ou de prestígio. Este desvio foi frequente na Igreja e deu origem a muitos males: a avidez de dinheiro e de prestígio leva à ruína pessoas, famílias e nações. Não podemos prescindir do dinheiro, mas devemos pe­dir a Deus que liberte o nosso coração do apego à riqueza e ao orgulho. Só assim podemos tender para a «justiça, a piedade, a fé, a caridade, a perseverança, a mansidão» (v. 11).

É particularmente decisiva a imagem desportiva que exorta a combater «o bom combate da fé» (v. 12): o cristão vive sempre numa situação de luta, mas pode entrar nela com a certeza de que Jesus venceu e lhe comunica a Sua vitória.

SALMO RESPONSORIAL                                                  Sl   48,6-10.17-20

O rico que se gloria do dinheiro, e não do Senhor, é tolo. O bem mais precioso é a vida, mas não há riqueza que a possa assegurar para sempre: nenhuma soma de dinheiro pode bastar para romper a barreira da morte. Por isso quem se gaba das suas riquezas não deve ser invejado: para ele não brilha a luz da espe­rança para alem da morte. O pobre não deve temer porque Deus esta disposto a resgatar para sempre a sua vida

PRIMEIRA LEITURA (anos pares) ____________________  ICor_ 15,12-20

Se Cristo não ressuscitou, é inútil a vossa fé.

Ler a Palavra

Negar a nossa ressurreição significa desmentir o coração do anuncio cristão, que está centrado na ressurreição de Jesus. Em virtude da profunda união do Filho de Deus connosco, a Sua res­surreição garante a nossa. Jesus é «as primícias» dos ressuscitados: primícias quer dizer os primeiros frutos da colheita, que são ao mesmo tempo garantia da colheita sucessiva. A fé na ressurreição de Cristo liberta-nos do pecado e do medo da morte, estimula- nos a avançar no caminho da libertação do homem.

Compreender a Palavra

Paulo admira-se que alguns cristãos, depois de terem acredi­tado que Jesus ressuscitou, possam negar a ressurreição dos mor­tos. Por isso afirma vigorosamente a ligação entre a ressurreição de Cristo e a nossa: se não há ressurreição dos mortos, então não houve tambem a ressurreição de Cristo; se Deus não tem o po­der de ressuscitar os mortos, também não o teve para ressuscitar Jesus Cristo.

Mas a ressurreição do Filho de Deus existiu: é testemunhada pela pregação dos Apóstolos, que não são testemunhas falsas, é aceite pela fé da Igreja e é por isso garantia da nossa libertação

374 I ECCIONÁRIO comentado dos pecados. De facto, só porque ressuscitou, Jesus pode dar nos a Sua vida filial. A salvação do homem é plena, abraça toda a sua pessoa, incluindo o corpo. Aqui está o fundamento da nossa es perança. Com a imagem das primícias, Paulo afirma que Deus estabeleceu que Jesus é a origem da Humanidade salva e chamada à vida divina. O amor do Pai que ressuscitou o seu Filho continua actuante em toda a nossa vida, no momento da nossa morte e para além da nossa morte.

SALMO RESPONSORIAL                                                      Sl   16,1.6-8.15

O auxílio só pode vir do Senhor. Ele está disposto a escutar­mos e a salvar-nos de todos os inimigos, mesmo da morte; Ele mantém-nos sempre numa relação de amizade com Ele e nós po deremos um dia contemplar a sua Face com toda a nossa pessoa. Nestas palavras confiantes os cristãos viram uma referência à res surreição de Jesus e à nossa.

EVANGELHO_________________________________________ Lc  8,1-3

Algumas mulheres ajudavam Jesus e os discípulos com os seus bens.

Ler a Palavra

Jesus é o Filho de Deus que percorre os percursos dos homens e caminha com eles. Algumas mulheres, que se sentiam com preendidas, amadas e perdoadas por Ele, corresponderam Lhe tornando-se Suas discípulas, seguindo-O com fidelidade ate à Cruz. Colaboraram no Seu serviço, colocando os seus bens à Sua disposição. Na manhã de Páscoa foram as primeiras a receber o anúncio da Sua ressurreição. A Igreja nascente e constituída por homens e mulheres, todos amados e perdoados, todos partici pantes do anúncio do Reino, todos chamados a prolongar o ser viço de Jesus, embora com modalidades diferentes.

 

Compreender a Palavra

Jesus submeteu-Se à continua fadiga de percorrer cidades e aldeias, pregando o Evangelho Não estava sozinho, tinha cola­boradores consigo: os Doze, as futuras testemunhas oficiais que, estando com o Mestre, se tornaram capazes de transmitir a Sua vida.

O Evangelho de hoje recorda-nos que com Jesus estavam tam­bém algumas mulheres: precisa que tinham sido curadas ante­riormente e que com os seus bens providenciavam às necessida­des d’Ele e dos Apóstolos. Era surpreendente para aquele tempo ver um profeta ou um rabino acompanhado por homens e por mulheres, mas isso acontecia com Jesus, constituindo por isso os aspectos fundamentais da vida eclesial: o serviço da Palavra e o serviço da assistência, desempenhados por homens e mulheres.

A menção das mulheres na vida pública de Cristo recorda­mos como elas são sempre necessárias e valiosas na Igreja. João Paulo II na Encíclica Mulieris Dignitatem insistiu na dignidade e na importância da mulher na Igreja e convida-nos a valorizar o carisma feminino nas nossas comunidades, a aprofundar a mis­são feminina como ponto fulcral dos problemas que vivemos.

DA PALAVRA PARA A VIDA————————————————

Lucas sublinha diversas vezes a atenção delicada do Senhor para com as mulheres, a ponto de alguém definir o seu escrito «o Evangelho no feminino», o Evangelho que exalta a mulher pela sua feminilidade e pela sua maternidade, pela sua capa­cidade de relacionamentos pessoais e de dedicação. Nesta se­mana, por três vezes, a liturgia apresenta-nos o encontro do Mestre com as mulheres (Lc 7,11-17; 36-50; 8,1-3).

No Evangelho de hoje, o destaque acerca de «algumas mulhe­res» que acompanham o Salvador no anúncio da «boa nova do reino de Deus» (Lc 8,1-2) manifesta como é impossível pòr limites à mensagem de Cristo e à sua Pessoa. Ninguém deve ser posto de lado, por nenhuma razão cultual, social, se­xual ou religiosa (cf. Gl 3,28). Além disso, Lucas nota que estas discípulas provinham de um passado cultural e social­mente discutível: «tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades.» (Lc 8,2) Em relação a elas, Jesus tinha desempenhado uma actividade exorcista ou terapêutica in­tensa, relacionada com uma enfermidade bastante grave, porventura ligada a sofrimentos psíquicos. O facto de serem mencionados alguns nomes demonstra que se tratavam de pessoas conhecidas, equiparadas aos Doze, no que diz respei­to à escuta da Palavra e ao acompanhamento do Mestre nas Suas caminhadas.

Estas mulheres receberam a saúde física e espiritual, com­preenderam a dignidade da sua vida, começaram a caminhar na esperança, dedicando-se a Jesus e aos Apóstolos, mesmo com os seus recursos materiais («serviam Jesus e os discípulos com os seus bens», Lc 8,3). Não consideram a religião como fonte de lucro ou de prestígio (primeira leitura, anos pares), mas como serviço. Lucas diz que o Mestre dependia do au­xílio delas e, na manhã de Páscoa, isto tomará uma nova for­ma, passando do aspecto material para o primeiro anúncio da ressurreição do Senhor (cf. Lc 24,1-11): aos pés da Cruz e na manhã da ressurreição, a fé e a função das mulheres voltam a evidenciar-se plenamente.

Oração

(Colecta, XXIX domingo do Tempo Comum)

Deus eterno e omnipotente, dai-nos a graça

de consagrarmos sempre ao Vosso serviço a dedicação da nossa vontade e a sinceridade do nosso coração

SÁBADO

PRIMEIRA LEITURA (anos ímpares)____________________ ITm 6,13-16

Guarda este mandamento, até à aparição do Senhor.

Ler a Palavra

O responsável da comunidade, como de resto qualquer cris­tão, é chamado a viver o seu compromisso de fidelidade total a Deus Pai durante toda a vida; até à aparição de Jesus e à Sua ma­nifestação final.

Para manter viva essa fidelidade, Paulo conclui a Primeira Carta a Timóteo com uma doxologia, composta por sete versos que recordam a doxologia inicial, mais breve (cf. ITm 1,17): nela celebra o senhorio único e universal de Deus, a Sua plenitude de vida e de luminosidade. A Ele devem ser atribuídos a honra e o poder.

Compreender a Palavra

Paulo ordena solenemente a Timóteo que «guarde o manda­mento do Senhor sem mancha e acima de toda a censura» (v. 14). Com esta expressão indica as responsabilidades do serviço que Timóteo deve exercer perante uma comunidade nem sempre fá­cil, e o compromisso de permanecer fiel à doutrina da gratuidade absoluta do dom de Deus e da Sua misericórdia sem limites, que salva e vem ao nosso encontro, mesmo no nosso pecado. Paulo adverte-o que coloque toda a sua vida à disposição do Senhor e mantenha firme a sua fidelidade no serviço, em qualquer circuns­tância, mesmo perante um eventual martírio. Todos somos cha­mados a perseverar no amor de Deus e a comprometermo-nos na Igreja e no mundo, até ao momento em que Jesus Se manifestar plenamente.

A doxologia final, que pode ter sido composta antes da Carta, proclama a grandeza de Deus: o nosso coração é elevado até ao Deus invisível e misterioso, o qual, no entanto, continua presente na nossa vida.

SALMO RESPONSORIAL                                                               Sl  99,2-5

Poder experimentar que somos filhos de um Deus bom, mise­ricordioso e fiel é para nós motivo de alegria, de acção de graças e, por consequência, torna-se fundamento de uma resposta feita de serviço. O serviço é o modo mais adequado para mostrarmos ao Senhor o nosso amor, e exprime-se quer na liturgia quer na vida de cada dia, passada na obediência a Deus e no empenho pela justiça.

PRIMEIRA LEITURA (anos pares)_____________ ICor 15,35-37.42-49

Assim como trazemos em nós a imagem do homem terreno, procuremos também trazer em nós a imagem do homem celeste.

Ler a Palavra

Os cristãos de Corinto perguntavam-se: o que é que acontece depois da morte? Com que corpo ressuscitaremos? Paulo respon­de que a pessoa humana, na sua totalidade, está a caminho para a sua realização: se Cristo é vencedor da morte, também nós par­ticiparemos na Sua vitória com a totalidade do nosso ser. Paulo não sabe como acontecerá para nós o despertar da ressurreição, por isso recorre à analogia da semente: Deus dá a cada semente semeada um corpo que lhe corresponde. Assim também o nosso corpo mortal se tornará incorruptível, glorioso, forte, plenamente transformado pelo Espírito.

Compreender a Palavra

Nós acreditamos que o nosso corpo está destinado a partici­par na glória de Jesus ressuscitado. Pela fé tornamo-nos seme lhantes à «imagem do homem celeste» (v. 49), a Cristo ressusci- tado: acreditamos que o dom da vida filial chegará à plenitude com a nossa ressurreição. Não sabemos como será o nosso corpo ressuscitado. Se o soubéssemos, quereria dizer que essa transfor­mação não seria tão radicalmente nova e divinizada como nos foi prometido. Paulo utiliza a imagem da semente para dizer que ressuscitaremos através da morte e que a ressurreição será uma passagem do estado germinal para o do pleno desenvolvimento. A transformação do «corpo natural» (v. 43a), isto é, frágil, presa do pecado e da morte, para «corpo espiritual» (v. 43b), ou seja, vivificado pelo Espírito, dá-se por obra de Jesus Cristo. O primei­ro Adào transmite so a vida natural; além disso, polarizou em seu redor a Humanidade e arrastou-a para o pecado e para a morte. Cristo, novo Adão, tem uma força maior; é «espírito que dá vida» (v. 45); é a fonte do Espírito, que se torna nos crentes libertação do pecado; capacidade de viver de um modo novo; garantia da ressurreição futura.

SALMO RESPONSORIAL___________________________ Sl   55,9.10-14

O retrato mais verdadeiro de Deus e o que diz que Ele está junto de nós, está do nosso lado. Com esta certeza é possível ul­trapassar o medo e saborear já a derrota do último inimigo, que é a morte. A confiança no Senhor leva à acção de graças e permite caminhar diante da sua Face com segurança, à luz da vida.

EVANGELHO_________________________________________ Lc  8,4-15

A semente que caiu em boa terra são aqueles

que conservam a palavra e dão fruto pela sua perseverança.

Ler a Palavra

Jesus ensinava por parábolas, porque sabia que o mistério de Deus e o mistério do homem permanecem indizíveis, e só nos podemos aproximar deles gradualmente, respeitando-lhes a sua qualidade de insondáveis e pedindo para termos sempre maior luz.

 

Com a parábola do semeador, da semente e dos terrenos semeados, Jesus diz-nos que Deus, mediante o seu Filho, fala abundantemente a todos os homens e que a sua Palavra é vital. Precisamente porque é divina não se impõe, respeita a liberdade, pede para ser acolhida continuamente. Em quem não a acolhe, torna-se estéril; em quem a acolhe torna-se frutuosa de forma inimaginável.

Compreender a Palavra

Esta parábola foi dita por Jesus não no começo do Seu mi­nistério, mas quando as pessoas, atraídas pelos sinais que reali­zava, começavam a interrogar-se: como é que a Palavra de Jesus não obtém o fruto que tínhamos esperado? Como é que muitos não O seguem? É a nossa pergunta de hoje: porque é que o Evan­gelho não nos muda a nós mesmos e ao mundo? Porque é que a Igreja não é muito escutada? Porque é que há tanta violência, tanta injustiça?

Jesus responde que a sua Palavra é boa, é forte, é capaz de dar a salvação, mas nem todos a acolhem no modo devido. Há quem a acolha superficialmente e logo a esquece. Há quem a acolha com alegria, mas, «quando chega a provação» (cf. v. 13) logo se cansa. Há quem, depois de ter escutado a Palavra, se deixa transviar pelo dinheiro, pelo sucesso, por tudo o que constitui o que é do mun do. A parábola é narrada por Jesus especialmente para sublinhar que a Palavra de Deus é eficaz e, quando é acolhida e conservada com coração generoso, produz fruto inesperado.

DA PALAVRA PARA A VIDA

A parábola que Jesus narra no Evangelho convida-nos a re­flectir sobre três realidades: o semeador, a semente e a terra.

O Senhor coloca assim em evidência o sentido da Sua vida, a estrutura da nossa vida, do Reino de Deus e da História.

O semeador é Deus, é o próprio Jesus. Este conhece bem o Seu ofício, conhece o valor da semente, mas lança a Sua semente

XXIV SEMANA DO TEMI’0 COMUM 1381

por toda a parte, com generosidade, mesmo nos lugares mais estéreis, a ponto de parecer inexperiente, esbanjador. Inclina- -Se sobre cada pessoa com infinita misericórdia, ama cada homem, é paciente e espera os ritmos lentos. Lança a semen­te, não quer criar pessoas, sociedades ou famílias já perfeitas. Semeia com abundância em todos os terrenos, porque quer que todos sejam salvos. Um outro protagonista da parábola é a semente, ou seja, a Palavra de Deus. É feita de verdade, de luz, embora não desvende totalmente o mistério; é feita sobretudo de força, de vida. Finalmente temos o terreno: este representa o coração do homem e diz-nos que a História é feita de colaboração entre o Criador e a Sua criatura.

A Palavra de Deus é para o terreno humano: cruza as aspira­ções do homem, os seus problemas, pecados, esperanças, ne­cessidades de realização espacial e social. A Palavra semeada é pisada, sufocada, esbanjada, mas onde é acolhida dá resulta­dos excepcionais. Não opera segundo as categorias da eficiên­cia imediata, mas supõe o mistério do diálogo; não transfor­ma milagrosamente os terrenos, tornando-os imediatamente acolhedores e frutuosos, mas deixa ao homem a liberdade de se abrir ou de se fechar.

A Palavra de Deus tem uma fraqueza própria, que na realida­de é o sinal da sua grandeza e da sua verdade: o respeito pela liberdade do homem. As palavras dos homens, pelo contrário, precisamente porque são sempre débeis, muitas vezes querem impor-se, recorrem à violência ou à chantagem, muitas vezes pisam ou reduzem a liberdade. A Palavra de Deus, pelo con­trário, adapta-se às condições do terreno, aceita as respostas que o terreno lhe dá, mesmo que no início sejam negativas ou parciais. Não se pode forçar o homem ao bem, mas da abun­dante semeadura da Palavra é possível esperar fruto, porque ninguém é impenetrável à sua força.

Vale a pena semear com confiança, para que cada um possa encontrar a verdade de si mesmo, a sua autenticidade, a sua esperança. É sobretudo belo acolher a Palavra de Deus para tornar-se espiga para a própria alegria, para a alegria de Deus e para a fome dos homens.

 

Oração

Aumentai em nós, ó Pai, com o poder do vosso Espírito a disponibilidade para acolhermos o germe da vossa Palavra,

que continuais a semear nos sulcos da Humanidade, para que frutifique em obras de justiça e de paz e revele ao mundo a feliz esperança do vosso Reino.

 

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM Ano A

PRIMEIRA LEITURA____________________________________ Is 55,6-9

Os Meus pensamentos não são os vossos.

Ler a Palavra

Estes versículos constituem o epílogo do Livro do Segundo Isaías (caps. 40-55), profeta na Babilónia entre 550 a. C. e o final do exílio. Tal como a narração começara mediante um convite à consolação (cf. Is 40), assim conclui com uma exortação a «pro­curar o Senhor» (v. 6). Os caminhos e os projectos de Deus não são os nossos (w. 8-9): ao leitor não escapa esta mensagem, cen­tro doutrinal do livro.

Compreender a Palavra

O profeta parece indicar no pecado a causa da distância entre nós e o Senhor (v. 7a). Ele continua porém a afirmar que esta diferença não é inultrapassável, porque o Senhor «generoso em perdoar» (cf. v. 7b), Se torna tão mais próximo e fácil de encon­trar quanto mais o homem abandona o seu pecado.

«Os Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos cami­nhos são os Meus.» (v. 8) Esta afirmação não é de modo nenhum desanimadora, antes ressoa para cada um como um convite calo­roso e premente a que nos tornemos investigadores do projecto di­vino, a que preenchamos – mediante a prática das Suas palavras – a distância que providencialmente nos separa. É de facto a Pala­vra de Deus que nos chama e motiva ao irrenunciável processo

384 I i rcciONÁiuo comentado da conversão, mediante o qual, submetendo-nos à vontade do Senhor na obediência, podemos adquirir gradualmente na nossa vida as feições de Cristo. Devemos aceitar de boa vontade a dife­rença que existe entre nós e Deus: ela garantir-nos-á a possibili dade de não nos enganarmos, reduzindo o Senhor à medida dos nossos pensamentos, e renovará a nossa necessidade de tensão para Ele.

SALMO RESPONSORIAL____________________ Sl     144,2-3.8-9.17-18

Deste longo salmo alfabético, a liturgia de hoje escolheu al­guns versículos significativos, como eco da advertência de Isaías: «Procurai o Senhor, enquanto se pode encontrar!» (Is 55,6; cf. v. 18 do salmo) As estrofes são um louvor a Deus, aqui des­crito nos Seus atributos salvificos mais qualificadores, como a «clemência» (cf. v. 8) e a grandeza da Sua «bondade» (cf. v. 9), a «justiça» e a santidade em todas as Suas obras (v. 17).

SEGUNDA LEITURA                                                          Fl  1,20c   24.27a

Para mim, viver é Cristo.

Ler a Palavra

Os cristãos de Filipos, cidade da Macedónia visitada a primei ra vez por Paulo no final dos anos 50, são os destinatários desta Carta. O Apóstolo, que escreve no tempo da sua prisão, confessa -lhes os sentimentos que traz na alma. O desejo de se reunir a Cristo, posto em confronto com o convencimento de que a sua vida ainda é útil para o bem dos irmãos, cria nele uma situação de embaraço (w. 20-26). No versículo 27 a advertência é dirigi­da à Igreja, para que se mantenha fiel ao Evangelho que lhe foi anunciado.

 

Compreender a Palavra

Oxalá pudéssemos também nós alcançar essa profunda liber­dade interior que leva Paulo a acolher, seja qual for o modo como se manifeste e mau grado os seus desejos, a vontade de Deus, que o faz exclamar: «Cristo será glorificado no meu corpo, quer eu viva quer eu morra.» (v. 20)

«Aquilo que Deus quer» e «aquilo que eu quero»: é o combate que cada dia nos interpela e temos de travar com fé, prestando atenção a não o considerar como obstáculo à vida espiritual, mas pelo contrário, como uma ocasião de amadurecer a nossa confor­midade a Cristo, uma ocasião a mais que temos para podermos unir-nos ao precioso acto de amor com o qual o Senhor Jesus, aceitando a vontade do Pai, ofereceu a Sua vida por nós.

EVANGELHO______________________________________ Mt   20,l-16a

Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?

Ler a Palavra

A parábola conclui o ensinamento de Jesus na Judeia. A partir daqui Ele começa a subida para Jerusalém. Mateus coloca o epi­sódio no contexto dos ensinamentos sobre a recompensa prome­tida a todos os que seguem o Mestre. A par da narração devem considerar-se as críticas movidas a Jesus pelos Seus adversários, quando Ele procurava e privilegiava os pecadores e os últimos, representados no Evangelho de hoje pelos operários da última hora. O Mestre expõe os motivos da Sua actuação com uma pa­rábola.

Compreender a Palavra

Jesus compara o «reino dos Céus» ao comportamento de um proprietário que «contrata trabalhadores para a sua vinha» (v. 1). Trata-se certamente de um fornecedor de trabalho original, diferente dos colegas, já que a sua actuação quebra as regras da

386 i eccionArio comen i \do retribuição proporciona] ao trabalho prestado. Do mesmo modo, o comportamento de Jesus, que acolhe os últimos tal como os pri meiros, mostra que o dom dos benefícios divinos é unicamente proporcional à misericórdia e ao amor de Deus.

Que o nosso modo de pensar não é realmente semelhante ao de Deus está bem expresso pelos sentimentos que esta parábola suscita em nós, a ponto de, imediatamente, nos levar a tachar a Deus de injusto. E no entanto, a história dos operários contrata dos pelo «senhor da vinha», símbolo bíblico do Senhor à frente do seu Povo, sublinha uma vez mais a necessidade da nossa con­versão, para conseguirmos separar nos de um modo demasiado humano de ver as coisas.

Abandonemos as nossas perspectivas limitadas, o espírito de lucro, que aplicamos inclusive ao nosso relacionamento com o Senhor, e partilhemos sobretudo da alegria que Deus experi­menta ao recompensar os últimos tal como os primeiros. O que conta, e nisto também o nosso coração devia arder, como ardia o coração de Cristo, é que todos entrem a fazer parte do Povo de Deus, herdeiros da salvação. Por fim, não nos escandalizemos facilmente; não esqueçamos que, chegados entre os primeiros ou entre os últimos, somos todos, do mesmo modo, «servos inúteis» (Lc 17,10).

DA PALAVRA PARA A VIDA————————————————

A nós, que estamos habituados a um sistema em que a retri­buição é proporcional à prestação realizada, o ensinamento de Jesus exposto no Evangelho de hoje causa problemas. Para que serve esforçar-se durante toda a vida pelas coisas do «rei­no», classicamente simbolizado na imagem da «vinha», quan­do depois os últimos a chegar serão recompensados como os que se dedicaram a ele durante longo tempo? Como o nos­so pensamento está longe do Vosso, Senhor! Diante disto, e aquilo a que ainda o ensinamento da parábola nos apela, é evidentemente a urgência de uma conversão que nos separe de pontos de vista demasiado humanos e nos dê, ao invés,

\\\ DOMINGO DO TEMPO COMUM 387

 

os olhos da fé, ou seja, os do Espírito Santo, para podermos ver as coisas deste mundo segundo a perspectiva de Deus. A «economia» do Reino de Deus está absolutamente centrada na dádiva para todos e na preocupação única de que todos possam vir a fazer parte dele.

Verifiquemos outros aspectos desta rica narração. Reflicta­mos antes de mais sobre o diálogo entre o proprietário e os operários da última hora: «Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar? Eles responderam-lhe: Ninguém nos contratou.» (Mt 20,6-7) É uma resposta inquietante e que nos abrange, no que toca ao nosso sentido missionário, ou seja, como nos esforçamos para que todos venham a fazer parte do Reino? O coração de Cristo arde de interesse por isso, como prova o facto de que com o último grupo de operários o proprietário não estabelece nenhum pagamento: eles ficam assim à mer­cê da sua benevolência. O desejo é que todos devem partici­par da salvação! Tendo em conta a narração, não parece que a Jesus interessem os méritos, mas antes a alegria de poder recompensá-los gratuitamente.

Isto é que constitui o segundo, mas central, movimento da pa­rábola: um desafio a alegrarmo-nos por aqueles que, embora no último momento, puderam gozar de estar ao serviço do proprietário da vinha, realizando assim o objectivo das suas vidas. O comportamento do proprietário da vinha mostra­mos com clareza quem é Deus para nós: somente amor por todos! É inútil então questionarmo-nos sobre precedências e sobre direitos; é inútil murmurar; é inútil sermos «invejosos». Precisamente com um apelo contra aquele sentimento de in­veja com o qual se conclui a parábola (Mt 20,13-16).

O nosso coração torna-se invejoso quando julga que os dons que recebeu de Deus são para nosso uso e consumo, ou pior, são para exigir direitos maiores. Agindo desta forma não per­cebemos que nos fechamos ao Seu amor, porque não aceita­mos que o Senhor pode e quer amar a todos e, em particular, os últimos, aqueles que por muitos motivos não puderam aproximar-se d’Ele com aquela serenidade e largos tempos de que muitos de nós puderam usufruir. Acaso por isso deve-

 

ríamos lamentar-nos, por termos podido ter a alegria de nos aproximarmos do Senhor, e de poder servi-1’0 muito tempo? Alegremo-nos, antes, e rezemos para que Deus possa acolher a todos no interior do seu Povo e do seu Reino.

Oração

Pai Santo, justo e grande,

ao recompensardes o último como ao primeiro,

os Vossos caminhos estão muito longe

dos nossos caminhos

como o Céu está longe da Terra:

abri o nosso coração à compreensão

das palavras do vosso Filho,

para que compreendamos a honra impagável

de trabalharmos na Vossa vinha desde a manhã.

 

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM Ano B

PRIMEIRA LEITURA_______________________________ Sb_ 2,12.17-20

Condenemo-lo à morte infame.

Ler a Palavra

Este trecho sapiencial faz parte de uma reflexão mais ampla (cf. Sb 2), que tem por protagonistas os «ímpios». Nele mostra- -se evidente a sua falta de Sabedoria (Sb 2,1) e «miopia» (2,21). O motivo da sua rejeição total do «justo» consiste no facto de que este, com a sua vida e em particular com a sua «mansidão» (v. 19), é para os ímpios uma «repreensão» contínua e, consequentemen­te, uma condenação do seu agir (v. 12).

Compreender a Palavra

Não é fácil de adivinhar a situação ambiental e histórica desta passagem. Todavia, não estamos muito longe da verdade quando pensamos num território da diáspora judaica, ou então do exílio, e portanto na presença do hebreu piedoso, num ambiente onde a voz dos pagãos era forte ou, eventualmente, também de Judeus que tinham abandonado a fe primitiva.

Estamos perante a tentativa de sempre, e por isso actuada por aqueles que querem tornar os outros como eles. A visão da vida e a morte destas pessoas não tem futuro nem esperança. Os «ímpios» apropriaram-se de um ateísmo prático e chegaram a atribuir a ori­gem do homem ao acaso (cf. Sb 2,2), a sua justiça é ditada pela lei do mais forte (2,10-11). Por isso decidem colocar o «justo» à «prova» e persegui-lo (v. 19), porque vive a Torá, Palavra do Senhor, porque a sua vida e as suas palavras são uma «repreensão» contínua do seu comportamento (v. 12). Dizem com ironia e desprezo que querem «ver» e «observar» se Deus cumpre a sua Palavra (v. 17) e está pronto a «livrá-lo da morte» (w. 18,20). Mas, uma tal argumenta­ção é fruto apenas de ignorância e de arrogância (cf. 2,22)!

Interroguemo-nos: trata-se mesmo de uma «condenação à morte» do «justo»? Provavelmente o autor desta página sapien- cial pretende apresentar um caso emblemático de perseguição, válido em muitas circunstâncias, que já se verificou ou poderia acontecer num futuro não muito distante.

SALMO RESPONSORIAL _____________________    Sl 53,3-6.8

O salmista recorre humildemente ao poder eficaz do «nome» divino (v. 3), isto é, ao próprio Deus, para que o tire da situa­ção difícil em que veio a encontrar-se. Invoca o Senhor (v. 4), enquanto juiz justo e bom, e pede com esperança poder chegar a ter uma sentença favorável contra os seus adversários, «arrogan tes» e «violentos» como são (v. 5)! Ele está certo de sair vencedor, eagradece-Lhe antecipadamente (w. 6,8).

SEGUNDA LEITURA                                                                                   Tc                3,16-4,3

O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz.

Ler a Palavra

Tiago indica alguns comportamentos e atitudes que não se conciliam com a verdadeira sabedoria. E são indicados os seus limites. É sábio aquele que sabe manter uma «boa conduta» (Tg 3,13) e sabe construir ao seu redor relações fraternas e «pací­ficas», de modo a tornar-se capaz de tratar os próprios inimigos com sentimentos de «compreensão», «generosidade» e «miseri­córdia», usando para com todos a medida (sugerida pelo Alto) da «bondade» e da «imparcialidade», «sem hipocrisia» (cf. 3,17-18).

 

Compreender a Palavra

A «sofia» – sabedoria – é descrita e pontualizada com uma sé­rie de oito adjectivos (3,17): pode ser útil confrontá-los com a lista do termo «ágape» – amor, em ICor 13. Alguns deles, é verdade, mostram a origem divina da própria sabedoria: («do Alto», «pura», cf. Sl 12,7 e Sb 7,22 ss.). Diz-se que é sábia a pessoa transparente e sem hipocrisia, que traduz e demonstra a sua fé na vida quotidiana.

A sabedoria depois espelha e manifesta a graça de Deus no coração do homem, mas ao mesmo tempo pede uma resposta reconhecida, enquanto dom «que vem do Alto» (3,17a).

O redactor desta página, saindo a descoberto e dirigindo-se directamente à comunidade cristã, compara os contrastes e as lutas presentes nela, às guerras e aos conflitos que caracterizam as dinâmicas do mundo (4,1a). A este propósito, explicita com aguda intuição psicológica que todas as divisões têm origem na escuta desconsiderada das «paixões» (4,1b), entendidas como de­sejo forte e penetrante de posse e de gozo, assentes como sempre na tentação; e do desejo da auto-suficiência e do egoísmo (4,2). Deste espírito obscurecido e contorcido só podem nascer frutos envenenados, como a cobiça, a violência, a inveja, o rancor, os de­sencontros, os conflitos e até um modo errado de rezar. A situa­ção de fractura que o homem traz na alma, descrita apenas como «paixões que lutam nos seus membros» (4,1a), leva inevitavel­mente a divisões e lutas sem fim, inclusive na comunidade cristã. Nota-se entre as linhas da linguagem de Tiago, ironia, desgosto e um mal-estar evidente pelo que está a acontecer!

EVANGELHO_______________________________________ Mc_ 9,30-37

O Filho do homem vai ser entregue…

Quem quiser ser o primeiro será o servo de todos.

Ler a Palavra

A caminhada da fé não é fácil para os discípulos (cf. Mc 9,6, 22-24). Experimentam-no directamente mais uma vez. En-

392 i fccionAíuo comentado contrando-se a sós com o Mestre, Ele aproveita para continuar a formação deles, voltando ao tema do Messias sofredor (v. 31). A reacção dos Doze é novamente negativa e de rejeição (v. 32), porque percebem que as consequências não correspondem às suas perspectivas de grandeza e de privilégios (w. 33 37).

Compreender a Palavra

Continua o itinerário de Jesus com os Seus Não estamos pe­rante uma simples descrição em sentido geográfico, isto é, uma normal viagem para Jerusalém, mas um percurso com um denso conteúdo teológico. É uma caminhada realizada na plena obe­diência ao Pai, em direcção a esse lugar santo onde se cumprirá a Páscoa, isto é, os mistérios da morte e da ressurreição do Filho do homem. No coração dos discípulos albergam-se ainda a escu ridão e a confusão e, sobretudo, muito medo (v. 32). Começando a perceber a importância dos acontecimentos, eles recusam-se a acolhê-los.

Jesus, como bom mestre, não Se dá por vencido, e a fim de dispersar em parte as trevas, dá início a um longo diálogo com eles, em que apresenta as novas regras do Seu grupo (Mc 9,33-50; cf. também Mt 18, uma escola de vida comunitária). No texto de hoje Jesus indica a primeira; o serviço (w. 33-37). Em seguida explica as outras: a abertura (w. 38-40); o auxílio (w. 41-42); o primado do Reino (w. 45-49); a paz (w. 49-50). O Mestre propõe uma premissa irrenunciável: quem não acolher o mistério da Cruz, não saberá entrar na vida e na experiência de Jesus (cf. Mc 8,31).

Os discípulos, todavia, começam a erguer as primeiras defe­sas, ao não aceitarem separar-se das suas convicções acerca do Messias. Temos uma clara indicação da discussão «no caminho», acerca de quem era o maior (v. 33). Interrogados directamente, re­cusam e envergonham-se de manifestar abertamente o argumen­to das suas conversas, porquanto apanhados em flagrante. Jesus não Se dá por vencido e coloca diante dos olhos deles um modelo inesperado, mas certamente de fácil leitura, uma «criança» (v. 36), considerada, no ambiente palestino, privada não só de prerrogati­vas comuns, mas até de todos os direitos. Note-se que em aramai- co – a língua falada por Jesus – o termo taliayah era empregado para indicar quer a criança, quer o servo. Daqui compreendemos a relação e o apelo de Jesus entre o «tornar-se servo» (v. 35) e o gesto emblemático de colocar a criança «no meio deles» (v. 37).

DA PALAVRA PARA A VIDA————————————————

A Páscoa de Jesus e a Páscoa do discípulo estão preditas e colocadas em confronto (Evangelho). Pode dizer-se que o «ca­minho da cruz» é comparado pelo Mestre ao «caminho do serviço» ou da «infância espiritual». A imagem que São João apresenta, do cordeiro sacrificado na Cruz, é traduzida pelos sinópticos pela figura da «criança» e do «servo», que se colo­cam humildemente no último lugar (cf. Mc 9,35-37).

É preciso reconhecer que, naquela altura, na mente e no co­ração dos discípulos há uma linha divergente da do Mestre, como muitas vezes acontece também connosco. São duas li­nhas que precisam de encontrar no cansaço e na prova uma convergência sua. Trata-se, pelo menos, nessa altura, de in­verter a trajectória. É preciso tempo! O próprio Jesus concede esse tempo e tenta levar consigo os Seus discípulos, a começar por uma inicial mudança de perspectiva. Reconheçamo-lo: é a tarefa de sempre! Descer do pedestal e abandonar os primei­ros lugares, para nos colocarmos com o espírito transformado e renovado no último lugar, na atitude daquele que serve, é difícil. Quantas vezes nos encontramos presos no dilema, que e escuta e ao mesmo tempo tentação de todos os que desejam pôr à prova a nossa virtude (primeira leitura), que é caminho de sabedoria ainda não levado a termo; e na verdade ainda longe da meta (segunda leitura), que é uma proposta cansa­tiva em seguir Jesus todos os dias até ao fim, pelo caminho da Cruz, percorrido por Ele com tanta generosidade e amor (cf. Mc 9,31).

Acerca disto, Jesus é exemplo luminoso para nós! Ele leva plenamente a termo a missão profética do servo, manso e hu­milde de coração, anuncia com as palavras e as obras a sal­vação aos pobres (cf. Lc 4,18), coloca-Se no meio dos Seus «como aquele que serve» (Lc 22,27), embora saiba que é o «Senhor e Mestre». (Cf. Jo 13,12-17) Chega deste modo ao ponto mais elevado do serviço e do amor, inspirador de todas as diaconias, até à oferta da Sua vida.

Deste acontecimento de bondade sem limites, é importante aprender – como dado fundamental – que na Igreja de Deus «a autoridade é serviço». É serviço na mais «pequenina Igre­ja», a partir da Igreja doméstica para chegar à Igreja local, para chegar à Igreja universal que a todos acolhe. Cada vo­cação conhece estes percursos. São aqueles que se desenro­lam nas próprias casas, nos ambientes de trabalho, no diálogo quotidiano e no confronto com todas as pessoas de boa von­tade. Deveríamos trazê-lo escrito nas nossas frontes: «Reinar é servir.» Mas, infelizmente, ainda encontramos tempo para competir com o nosso vizinho, para chegarmos a ocupar o primeiro lugar, sentimo-nos e julgamo-nos os únicos que agimos correctamente, e depois sentimo-nos no direito de exprimir juízos inapeláveis acerca de tudo o que os outros fazem. Muitas vezes lamentamo-nos porque o nosso papel na família, no trabalho, na paróquia, na comunidade não e valorizado suficientemente, enquanto esperamos não sermos daqueles que se afastaram porque, porventura, não encontra­ram livre o primeiro lugar. Mas agora queremos regressar «ao nosso lugar», que é o de Jesus, o último!

Oração

Deus, Pai de todos os homens,

Vós quereis que os últimos sejam os primeiros e fazeis de uma criança a medida do vosso Reino: concedei-nos a sabedoria que vem do Alto, para que acolhamos a Palavra do vosso Filho e compreendamos que, diante de Vós, o maior é aquele que serve.

 

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM Ano C

PRIMEIRA LEITURA___________________________________ Am 8,4-7

Contra aqueles que «possuem dinheiro alheio».

Ler a Palavra

São verberantes, concretas e actuais, as palavras de Amós con­tra os exploradores e opressores dos pobres, vendidos e «compra­dos» por um «par de sandálias» (v. 6). Nestas personagens malva­das o desprezo pela vida humana anda de braço dado com a falta de piedade para com Deus: detestam a «lua nova» e o «sábado», considerando-os impedimento para as suas transacções desones­tas (v. 5). A raiz da violência sobre os pobres reside precisamente no seu «ateísmo».

Compreender a Palavra

A voz dos profetas, de Amós em particular, levanta-se com igual vigor em defesa dos direitos de Deus e dos deveres para com o próximo. Ambas as realidades estão ligadas entre si e o Senhor não pode aceitar um culto que não se exprima em solida­riedade e misericórdia. Muitas vezes a religiosidade permanece formal e exterior e coexiste com violências e injustiças: contra essa hipocrisia intervêm com vigor os profetas.

Neste texto de Amós há algo mais: estamos perante pessoas que não pensam em Deus, a piedade e para elas um obstáculo no caminho para um lucro desenfreado. Os tempos sagrados, desti­nados ao encontro com Deus, ao descanso, à partilha fraterna são

396 I ECCION \KIO COMTNT \DO julgados não só inúteis, mas ate negativos, na lógica das relações sociais degeneradas e submetidas à violência e ao arbítrio de to­dos os que oprimem os pobres e os fracos {cf. w. 5-6). Perante estas situações, que contrastam radicalmente com o projecto di vino, o Senhor não pode ficar indiferente: o Seu juízo é extrema mente severo (v. 7).

SALMO RESPONSORIAL__________________________ Sl   112,1-2.4-8

O Senhor intervém na História para fazer justiça, não no sen­tido punitivo ou vingativo, mas para restabelecer o Seu desígnio, tantas vezes desfigurado pelas violências dos homens. A justiça de Deus exprime-se em intervenções de libertação em favor dos «pobres» (w. 7-8), que encontram a alegria de louvar o Senhor.

SEGUNDA LEITURA__________________________________                   ITm 2,1-8

Façam-se preces por todos os homens a Deus, que quer salvar todos os homens.

Ler a Palavra

O texto apresenta uma inserção significativa: começa e acaba a recomendar a oração. No princípio, Paulo convida a rezar «por todos», em particular pelos que estão «no poder», dos quais de pende a paz e a concórdia da vida social (w. 1-2); no final, pede que se reze «em toda a parte», em todo o lugar (v. 8a). Por outras palavras, a oração deve ser universal e constante, praticada em todos os ambientes e situações: a vontade de Deus é que todos se salvem (w. 3-4). Mas reze-se «erguendo para o Céu as mãos santas, sem ira nem contenda» (v. 8b).

Compreender a Palavra

Nas «Cartas Pastorais» abundam directrizes e exortações para a organização e a orientação das Igrejas. Neste contexto é par­ticularmente significativo que, no começo da Primeira Carta a Timóteo, Paulo recomende, «antes de tudo», que se façam a Deus «preces, orações, súplicas e acções de graças» (v. la), lista que en­tende abranger todas as vertentes da oração cristã, do pedido à acção de graças.

Outro elemento digno de nota é o destino da oração: «por to­dos» (v. lb). O facto de nomear em particular os «reis» e todos os que governam (v. 2) não só não tira nada à dimensão universal, mas antes a reafirma: a oração pelos responsáveis pela sociedade é vista como uma vantagem comum, já que «todos», sem distin­ção, são chamados a salvar-se (v. 4).

O destino universal da salvação e da oração está fundamen­tado na unicidade de Deus e na «mediação» de Cristo Jesus, que ofereceu a Sua vida por todos (w. 5-6).

EVANGELHO________________________________________ Lc 16,1-13

Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.

Ler a Palavra

Nunca como neste caso sera preciso reafirmar que a parabola não tem outra finalidade que nào seja a de levar a uma atitude concreta e operativa, a cujo serviço são chamados todos os ele­mentos da narração, os quais, tomados em si mesmos e separada­mente, poderiam ser até contraditórios e desviantes. A finalida­de, portanto, é constituída pelo versículo 9, «Arranjai amigos…»; como o administrador, protagonista da narrativa, ganhou o reco­nhecimento dos devedores, assim os discípulos devem granjear amigos, socorrendo e fazendo o bem aos pobres neste mundo.

Compreender a Palavra

Estamos na presença de um texto que devemos entender bem. O título que normalmente se dá à parábola («O administrador infiel») é já de per si enganador. A finalidade da narrativa não é apresentar, e muito menos aprovar, o comportamento do admi­nistrador, chamado sem meios termos de «desonesto» e incluído entre os «filhos deste mundo», sinónimo de «filhos das trevas», os

 

quais se colocam em posição antitética relativamente aos «filhos da luz» (v. 8).

Estes últimos, discípulos de Jesus, devem aprender dos filhos do mundo a estarem mais atentos, «espertos», criativos, colocan­do as riquezas ao serviço dos pobres, perdoando as suas dívidas. Assim ganharão «amigos» para o Reino dos Céus (v. 9a). Estes «amigos», na opinião de alguns, seriam os próprios pobres, os quais um dia receberão os seus benfeitores junto de Deus; segun­do outros, e talvez com maior razão, os amigos granjeados com a distribuição dos bens aos pobres, seriam Deus e os Seus anjos: quando, no final da vida, já não pudermos administrar os bens deste mundo, eles nos acolherão nas «moradas eternas» (v. 9b). Seja como for, é preciso fazer uma escolha: ou servir a Deus, dis­pondo sabiamente dos bens, ou servir o dinheiro, deixando de lado Deus e a vida eterna (v. 13).

DA PALAVRA PARA A VIDA————————————————

Riqueza e pobreza nas páginas de Lucas revestem-se de uma grande importância, pela dialéctica e pelo valor muitas vezes em contraste com o Evangelho. Se a pobreza é uma das con­dições fundamentais para acolher a salvação de Deus, a rique­za não colocada ao serviço do Reino constitui um obstáculo intransponível no caminho da conversão e da sequela de Je­sus. O episódio do jovem rico (cf. Mc 10,17-22; Mt 19,16,22;

Lc 18,18-23), o qual perguntava ao Mestre que é que devia fazer para ter a «vida eterna», e perante o convite a vender os bens e distribuí-los aos pobres se afasta triste, é paradig­mático para compreendermos a perspectiva dos evangelistas acerca da riqueza e da sua relação com o Reino. Esta visão está radicalizada em Lucas, que nas bem-aventuranças colo­ca em primeiro lugar precisamente os pobres: «Felizes de vós, os pobres, porque o reino de Deus vos pertence.» (Lc 6,20) Paralelamente, apresenta a condição muito menos tranquili­zadora dos ricos: «Ai de vós, os ricos, porque já tendes a vossa consolação.» (6,24)

A ilusão das riquezas e o desapego necessário delas é reafir­mada com insistência nas catequeses feitas por Jesus, duran­te a Sua viagem para Jerusalém (cf. Lc 12,13-21; 16,19-31;

  • 30). Deve colocar-se e compreender-se neste contexto o Evangelho de hoje. Embora as parábolas obriguem a dirigir a nossa atenção para o essencial, para perceber a finalidade pragmática da narrativa, podemos todavia – sem renunciar a esta perspectiva fundamental – examinar as personagens e as situações da narração. Antes de mais, o «homem rico»

(Lc 16,1) é o Senhor: todos os bens Lhe pertencem; as rique­zas, por conseguinte, são as coisas boas que o Senhor coloca à disposição dos Seus filhos. Nós não somos donos delas, mas simples «administradores», que devemos dispor delas con­forme os projectos de Deus. Acontece-nos muitas vezes que desperdiçamos os bens que nos foram confiados, como acon­teceu ao filho pródigo, ou as utilizamos mal, como fez o rico que não prestou atenção ao pobre Lázaro (cf. Lc 15,11-32;

  • 31). Deste modo, tornamo-nos maus administradores dos dons de Deus e contraímos débitos para com o Dono, ao qual devemos prestar contas da nossa gestão. Sabendo porém que não temos nenhuma possibilidade de nos justificarmos com as nossas obras e capacidades, a única possibilidade que nos resta é a de nos tornarmos misericordiosos, de perdoar­mos as dívidas, de aliviarmos a carga do próximo: no fundo era esta a finalidade para que nos tinham sido confiados os dons de Deus, para isto é que tínhamos sido constituídos ad­ministradores dos Seus bens.

Oração

Pai Santo, que nos chamais a amar-Vos e servir-Vos como único Senhor, tende piedade da nossa condição humana; salvai-nos da cobiça das riquezas,

e fazei que, erguendo para o Céu as nossas mãos livres e puras,

Vos dêmos graças com toda a nossa vida.

XXV SEMANA DO TEMPO COMUM[1]

Introdução ao Livro de Esdras

O Livro de Esdras começa com o texto do édito de Ciro da Pérsia, que permite aos hebreus, que assim o quiserem, regressar à pátria e reconstruir o Templo. Nos capítulos 2 3 narra se como os primeiros repatriados reedificam o altar para retomarem o cul to. A construção do Templo foi porém hostilizada pela população que se tinha fixado na terra no lugar dos hebreus. Por fim, a auto­rização para construir o Templo foi confirmada e, com uma cele­bração da Páscoa, foi solenizada a sua reedificação {caps. 4-6).

Na segunda parte do livro (caps. 7,1 10,44) entra em cena Esdras, um escriba, doutor da Lei, enviado a Jerusalém pelo rei da Pérsia, Artaxerxes. Esdras toma consciência dos muitos com­promissos que a população estava a viver: sobretudo tinham-se multiplicado os matrimónios mistos entre hebreus e não hebreus. Com energia, ele chama a atenção do povo para o respeito da Lei, se não quer arriscar-se a perder a própria identidade, desapa­recendo na massa das outras populações submetidas ao império persa. O modo de conceber o papel do Povo de Deus apresentado neste livro continuará com variações até ao tempo de Jesus.

[1] Tiziano Lorenzin, franciscano, residente em Pádua, docente de exegese do Antigo Testamento na Faculdade Teológica de Triveneto.

XXV SEMANA DO TEMPO COMUM 401

Quarta Feira 11 de Setembro

Liturgia diária
Introdução - Valor da comunidade 

INTRODUÇÃO
Sempre que nos reunimos estamos a exaltar o valor da Comunidade  e a reforçar o Sentido de pertença – Ofereçamo-nos ao Senhor; agradeçamos e os que já os que trabalham noutras casas e  que lá longe labutam pelos mesmos ideais


PALAVRA DO SENHOR – Notícia que abalou o Mundo. O ódio e a violência as forças do mal 11 setembro de 19LEITURA I (anos ímpares)
O Mundo em que vivemos e as duas forças que as goveram (o poder da violência e do ódio e o poder do Amor) Col 3, 1-11 Vida Nova de Cristo (coerência; vida de bondade…ale gria de viver «Vós morrestes com Cristo:fazei morrer o que em vós é terreno»A, a vida nova de Cristo ressuscitado, que se há-de manifestar em nós, membros do seu Corpo, na maneira como vamos vivendo sobre a terra., fazei morrer o que em vós é terreno: imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza, que é uma ido¬latria. uns aos outros, vós que vos despojastes do homem velho com as suas acções e vos revestistes do homem novo, … não há grego ou judeu, circunciso ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre; o que há é Cristo, que é tudo e está em todos.Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 2-3.10-11.12-13ab (R. cf. 9a)
Refrão: O Senhor é bom para com todas as criaturas. Repete-se


2019-09-11

QUARTA-FEIRA da semana XXIII

L 1 Col 3, 1-11; Sal 144 (145), 2-3. 10-11. 12-13ab
Ev Lc 6, 20-26ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 118, 137.124 Tratai o vosso servo segundo a vossa bondade.atendei com paternal bondade as nossas súplicas e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.(Coerência da nossa VDA)


LEITURA I (anos ímpares) Col 3, 1-11
«Vós morrestes com Cristo:
fazei morrer o que em vós é terreno»

Fomos chamados por Deus, até de entre o mundo pagão, e tornámo-nos membros do Corpo de Cristo pelo baptismo. Nele morremos e ressuscitámos com Cristo. Trazemos agora em nós a vida do Cristo celeste, a vida nova de Cristo ressuscitado, que se há-de manifestar em nós, membros do seu Corpo, na maneira como vamos vivendo sobre a terra.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses


Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto,

(Buscar as coisas do Alto é ter o coração em Deus e os pés na terra sem perder a dimensão do Céu)

Buscar as coisas do Alto não é ter uma vida desencarnada e longe da vida real, mas viver uma vida concreta e real com as labutas, com os trabalhos, as dificuldades e realidades próprias da vida humana que nós temos, sem, contudo, perder a dimensão espiritual e mística, sem perder a direção para onde estamos caminhando. Viver uma vida espiritual é não se deixar render à matéria, é não viver o materialismo reinante em nossa vida e em nosso coração.Buscar as coisas do Alto é viver a vida em Deus, em tudo aquilo que fazemos e realizamos, é buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, é dar prioridade a Ele em nossa vida, é permitir que Ele dirija os nossos pensamentos e sentimentos, nossas ações em tudo aquilo que fazemos e realizamos.Buscar as coisas do Alto quer dizer que Cristo é o Senhor da nossa vida, e a Ele nos entregamos a cada dia. Buscar as coisas do Alto não é fazer oração de vez em quando ou em outra situação se lembrar de Deus, não é rezar quando estamos aflitos nem quando as coisas estão erradas para nós.Buscar as coisas do Alto é ter o coração no Senhor e os pés na Terra sem perder a dimensão do Céu. Levamos uma vida encarnada, muito concreta e real. Não somos anjos, não vivemos no Céu, vivemos na terra, mas não nos esqueçamos, jamais, de tudo aquilo que fazemos e somos, aquilo que Deus conquistou, que nós pertencemos a Deus e Ele caminha conosco em tudo aquilo que realizamos.

(onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus

(Também a nossa vida religiosa se qualifica como “vida escondida com Cristo em Deus”. Aquilo que é essencial e constitutivo na vida de uma comunidade cristã são o perdão, o amor fraterno, a paz, a Palavra, a oração e o respeito mútuo.)

Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos manifestareis com Ele na glória. Portanto, fazei morrer o que em vós é terreno: imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza, que é uma ido¬latria. Por causa destes vícios é que vem a ira de Deus sobre os rebeldes. Vós também vos comportáveis assim, quando vivíeis entre eles. Mas agora, afastai de vós tudo o que é cólera, irritação, malícia, insulto, linguagem torpe. Não mintais uns aos outros,

vós que vos despojastes do homem velho com as suas acções e vos revestistes do homem novo,

 

 

que, para alcançar a verdadeira ciência, se vai renovando à imagem do seu Criador. Aí não há grego ou judeu, circunciso ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre; o que há é Cristo, que é tudo e está em todos.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 2-3.10-11.12-13ab (R. cf. 9a)Refrão: O Senhor é bom para com todas as criaturas. Repete-se

Quero bendizer-Vos dia após dia
e louvar o vosso nome para sempre.
O Senhor é grande e digno de todo o louvor,
insondável é a sua grandeza. Refrão

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos. Refrão

Dêem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. RefrãoALELUIA Lc 6, 23abRefrão: Aleluia. Repete-se.Alegrai-vos e exultai, diz o Senhor,porque é grande nos Céus a vossa recompensa. Refrão
EVANGELHO Lc 6, 20-26«Bem-aventurados os pobres.Ai de vós, os ricos!» Feliz e Infeliz  – Dar a cada coisa o justo valor
articipar da sua vida imortal.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

************************************************************************************************

 

2019-09-11

QUARTA-FEIRA da semana XXIII

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).

L 1 Col 3, 1-11; Sal 144 (145), 2-3. 10-11. 12-13ab
Ev Lc 6, 20-26

* Na Congregação da Missão e na Companhia das Filhas da Caridade – S. João Gabriel Perboyre, presbítero e mártir – MO

 

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 118, 137.124
Vós sois justo, Senhor, e são rectos os vossos julgamemtos.
Tratai o vosso servo segundo a vossa bondade.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador
e nos fizestes vossos filhos adoptivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas
e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I (anos ímpares) Col 3, 1-11
«Vós morrestes com Cristo:
fazei morrer o que em vós é terreno»

Fomos chamados por Deus, até de entre o mundo pagão, e tornámo-nos membros do Corpo de Cristo pelo baptismo. Nele morremos e ressuscitámos com Cristo. Trazemos agora em nós a vida do Cristo celeste, a vida nova de Cristo ressuscitado, que se há-de manifestar em nós, membros do seu Corpo, na maneira como vamos vivendo sobre a terra.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos: Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a vossa vida, Se manifestar, também vós vos manifestareis com Ele na glória. Portanto, fazei morrer o que em vós é terreno: imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza, que é uma ido¬latria. Por causa destes vícios é que vem a ira de Deus sobre os rebeldes. Vós também vos comportáveis assim, quando vivíeis entre eles. Mas agora, afastai de vós tudo o que é cólera, irritação, malícia, insulto, linguagem torpe. Não mintais uns aos outros, vós que vos despojastes do homem velho com as suas acções e vos revestistes do homem novo, que, para alcançar a verdadeira ciência, se vai renovando à imagem do seu Criador. Aí não há grego ou judeu, circunciso ou incircunciso, bárbaro ou cita, escravo ou livre; o que há é Cristo, que é tudo e está em todos.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 144 (145), 2-3.10-11.12-13ab (R. cf. 9a)
Refrão: O Senhor é bom para com todas as criaturas. Repete-se

Quero bendizer-Vos dia após dia
e louvar o vosso nome para sempre.
O Senhor é grande e digno de todo o louvor,
insondável é a sua grandeza. Refrão

Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos. Refrão

Dêem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. Refrão


ALELUIA Lc 6, 23ab
Refrão: Aleluia. Repete-se.
Alegrai-vos e exultai, diz o Senhor,
porque é grande nos Céus a vossa recompensa. Refrão


EVANGELHO Lc 6, 20-26
«Bem-aventurados os pobres.
Ai de vós, os ricos!»

O homem é feliz, quando olha para este mundo com os olhos de Deus; e infeliz, quando o aprecia com o coração egoísta e orgulhoso. É no coração, antes de mais, que o homem é rico ou pobre. Como for o seu coração diante dos bens deste mundo, assim ele será feliz ou infeliz, de Deus ou contra Deus. É preciso, pois, saber amar e saber renunciar, para dar a cada coisa o seu justo valor. S. Lucas resume as bem-aventuranças em quatro, quando em S. Mateus elas são oito; mas, em contrapartida, apresenta logo também quatro maldições, em oposição às bem-aventuranças, coisa que S. Mateus não faz.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus, erguendo os olhos para os discípulos, disse: «Bem-aventurados vós, os pobres, porque é vosso o reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, quando vos rejeitarem e insultarem e proscreverem o vosso nome como infame, por causa do Filho do homem. Alegrai-vos e exultai nesse dia, porque é grande no Céu a vossa recompensa. Era assim que os seus antepassados tratavam os profetas. Mas ai de vós, os ricos, porque já recebestes a vossa consolação! Ai de vós, que agora estais saciados, porque haveis de ter fome! Ai de vós, que rides agora, porque haveis de entristecer-vos e chorar! Ai de vós, quando todos os homens vos elogiarem! Era assim que os seus antepassados tratavam os falsos profetas».
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz,
fazei que esta oblação Vos glorifique dignamente
e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 41, 2-3
Como suspira o veado pela corrente das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
A minha alma tem sede do Deus vivo.

Ou Jo 8, 12
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue não anda nas trevas,
mas terá a luz da vida.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais e fortaleceis
à mesa da palavra e do pão da vida,
fazei que recebamos de tal modo estes dons do vosso Filho
que mereçamos participar da sua vida imortal.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

 

Martirológio

DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM- 8 DE SETEMBRO 2019

Liturgia diária

Main ideas – Inquietação: Perante a Palavra e o testemunho : Eu procurando a DEUS (Sabedoria) que me convida a ir ao encontro de todos os que precisam (Onésimo) a exemplo de JESUS que renunciou a todas as riquezas para cumprir a vontade do Pai.) LEITURA I Sab 9, 13-19 (gr. 13-18b)«Quem pode sondar as intenções do Senhor»r thomem atento em a perscrutar e desejoso de conhecer os seus caminhos. Mas é a Sabedoria encarnada, Jesus Cristo, que é para nós a última Palavra sobre os desígnios de Deus.

 os homens aprenderam as coisas que Vos agradam e pela sabedoria foram salvos.
Palavra do Senhor.

Agenda litúrgica

2019-09-08

DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM

Verde – Ofício do domingo (Semana III do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.

L 1 Sab 9, 13-19 (gr. 13-18b); Sal 89 (90), 3-4. 5-6. 12-13. 14 e 17
L 2 Flm 9b-10. 12-17
Ev Lc 14, 25-33

*

Ano C

Missa

 

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 118, 137.124
Vós sois justo, Senhor, e são rectos os vossos julgamentos.
Tratai o vosso servo segundo a vossa bondade.


ORAÇÃO COLECTA
Senhor nosso Deus, que nos enviastes o Salvador
e nos fizestes vossos filhos adoptivos,
atendei com paternal bondade as nossas súplicas
e concedei que, pela nossa fé em Cristo,
alcancemos a verdadeira liberdade e a herança eterna.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo

************************************************************************************************
– O homem dividido. Vê o Bem e segue  o mal. hoje o livro da Sabedoria diz-te quem é e quem é o Senhor; convida-te a adaptar-te ao outro e senti-lo como irmão onésimo, convida-te a renunciar ao que tens e seguir radicalmente a Cristo…
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LEITURA I Sab 9, 13-19 (gr. 13-18b)
«Quem pode sondar as intenções do Senhor»

Tudo é conduzido pela Sabedoria de Deus, sabedoria esta que se revela por todos os meios ao homem atento em a perscrutar e desejoso de conhecer os seus caminhos. Mas é a Sabedoria encarnada, Jesus Cristo, que é para nós a última Palavra sobre os desígnios de Deus.

Leitura do Livro da Sabedoria
Qual o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Quem pode sondar as intenções do Senhor? Os pensamentos dos mortais são mesquinhos e inseguras as nossas reflexões, porque o corpo corruptível deprime a alma e a morada terrestre oprime o espírito que pensa. Mal podemos compreender o que está sobre a terra e com dificuldade encontramos o que temos ao alcance da mão. Quem poderá então descobrir o que há nos céus? Quem poderá conhecer, Senhor, os vossos desígnios, se Vós não lhe dais a sabedoria e não lhe enviais o vosso espírito santo? Deste modo foi corrigido o procedimento dos que estão na terra, os homens aprenderam as coisas que Vos agradam e pela sabedoria foram salvos.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 89 (90), 3-6.12-14.17 (R. 1)
Refrão: Senhor, tendes sido o nosso refúgio
através das gerações. Repete-se

Vós reduzis o homem ao pó da terra
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão».
Mil anos a vossos olhos
são como o dia de ontem que passou
e como uma vigília da noite. Refrão

Vós os arrebatais como um sonho,
como a erva que de manhã reverdece;
de manhã floresce e viceja,
à tarde ela murcha e seca. Refrão

Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando…
Tende piedade dos vossos servos. Refrão

Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus.
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos. Refrão


LEITURA II Flm 9b-10.12-17
Exemplo de “revolução social” trazida ao mundo por Cristo é esta atitude de ternura de S. Paulo em favor de um escravo que tinha fugido, e por quem ele intercede junto do seu senhor. É um pequeno escrito de ocasião, mas é nas mais simples ocasiões que se manifesta a caridade.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Filémon

Caríssimo: Eu, Paulo, prisioneiro por amor de Cristo Jesus, rogo-te por este meu filho, Onésimo, que eu gerei na prisão. Mando-o de volta para ti, como se fosse o meu próprio coração. Quisera conservá-lo junto de mim, para que me servisse, em teu lugar, enquanto estou preso por causa do Evangelho. Mas, sem o teu consentimento, nada quis fazer, para que a tua boa acção não parecesse forçada, mas feita de livre vontade. Talvez ele se tenha afastado de ti durante algum tempo, a fim de o recuperares para sempre, não já como escravo, mas muito melhor do que escravo: como irmão muito querido. É isto que ele é para mim e muito mais para ti, não só pela natureza, mas também aos olhos do Senhor. Se me consideras teu amigo, recebe-o como a mim próprio.
Palavra do Senhor.


ALELUIA Salmo 118 (119), 135
Refrão: Aleluia. Repete-se
Fazei brilhar sobre mim, Senhor,
a luz do vosso rosto
e ensinai-me os vossos mandamentos. Refrão


EVANGELHO Lc 14, 25-33
«Quem não renunciar a todos os seus bens
não pode ser meu discípulo»

O conhecimento dos desígnios de Deus há-de levar à compreensão da palavra de Jesus, hoje tão exigente. Quem conhece o Senhor, reconhece também que é Ele quem revela os verdadeiros critérios para avaliar todos os valores da vida, critérios orientados pelo Espírito de Deus, e tão diferentes dos critérios do mundo. A renúncia que Jesus apresenta é, no fim de contas, o meio de ganhar, de ganhar as riquezas do reino de Deus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Senhor nosso Deus, fonte da verdadeira devoção e da paz,
fazei que esta oblação Vos glorifique dignamente
e que a nossa participação nos sagrados mistérios
reforce os laços da nossa unidade.
Por Nosso Senhor.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 41, 2-3
Como suspira o veado pela corrente das águas,
assim minha alma suspira por Vós, Senhor.
A minha alma tem sede do Deus vivo.

Ou Jo 8, 12
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue não anda nas trevas,
mas terá a luz da vida.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentais e fortaleceis
à mesa da palavra e do pão da vida,
fazei que recebamos de tal modo estes dons do vosso Filho
que mereçamos participar da sua vida imortal.
Por Nosso Senhor.

 

SEXTA-FEIRA da semana XXII 06 de Setembro

Liturgia diária

Introdução
Recordamos com grande saudade  quem nos lançou na  VIDA  e  celebramo-la emocionalmente e sentimo-nos felizes…

A humanidade celebra nos quatro cantos do mundo  a memória de CRISTO que orienta a nossa vida ….Hoje e diariamente Com.para e em Cristo …que nos orienta com a sua Palavra e no aqui e agora orienta os nossos ppa. Senhor tem pidedade

************************************************************************************************1.Aqui conhece-se Lá sente-se. Testemunho. D. Bosco conhecer ao vivo…2. Na nossa Vida: Conhecer CRISTO 3. Sentir CRISTO Bom e indulgente; Conhecer /Sentir…Hino cristológicoO modo como Ele nos fala do Pai e da interpretação que Ele dá aos outros…
4.Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.
4

Palavra

Aqui conhece-se, lá sente-se !…a Palavra deve ser sentida!…O hino cristológico!…Que bonito …Conhecemo-lo mas Sentimo-lo na nossa vida do dia a dia? Um novo sentir à vida. Verdadeira libertação …Esmola, oração e o jejum
– Sentido da Pertença – Sentir que o projeto de Deus também nos diz respeito; sentir que JESUS faz parte da nossa vida: A relação com Ele deve ser uma relação filial ou se quisermos como esposa /marido…e que Ele deve estar presente no inicio, no meio e no fim de cada uma das nossas atividades…
Sentido da Pertença
Sabei que o Senhor é Deus,Ele nos fez, a Ele pertencemos,somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho. Sentido da nossa libertaçãoA esmola, a oração e o jejum são três compromissos indeclináveis para os discípulos de Cristo (cf. Mt 6, 1-18). Mas o que preocupa a Jesus é o modo como os seus discípulos praticam a esmola, a oração e o jejum. Esta página realça o espírito com que deve ser praticado o jejum. A alegoria esponsal leva-nos a considerar Jesus como “o esposo”, cuja presença é motivo de alegria e cuja ausência será motivo de tristeza.

A espiritualidade cristã não pode deixar de dar atenção a estas expressões muito pessoais que podem configurar uma relação, não só de filhos com o pai, mas também da esposa com o esposo. O Antigo Testamento desenvolve muito esta alegoria esponsal para iluminar as relações de Israel com o seu Senhor e a relação de cada crente com Deus.
Este texto distingue também os tempos de Jesus dos tempos da Igreja. A Igreja é representada pelos convidados que participam da alegria do esposo; mas algumas vezes é apresentada na imagem da esposa, ou do amigo do esposo que lhe está próximo e a escuta (cf. Jo 25, 30).

Meditatio

A glória de Cristo manifesta-se plenamente no seu mistério pascal. Na paixão, Jesus revela-se Filho de Deus, porque cumpre, com perfeito amor filial, todo o projecto salvífico do Pai. Glorificou o Pai e foi glorificado por Ele, como pediu na oração sacerdotal (Jo 17, 1). A glória divina é amar. Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim, isto é, até à extrema possibilidade. De facto, não há maior amor do que dar a vida pelos amigos (cf. Jo 15, 13).
Depois de se manifestar na paixão, a glória divina manifestou-se na ressurreição de Cristo, isto é, na sua vitória sobre a morte e sobre o mal. Foi assim que os Apóstolos receberam a plenitude da revelação. Mas não conseguiram compreender imediatamente todas as suas riquezas. Uma experiência de vida nova, inédita, não se consegue expressar imediatamente, de modo satisfatório. Faltam as palavras. Só pouco a pouco se adaptam as palavras à realidade experimentada.
O Novo Testamento mostra-nos os esforços e o progresso feitos pelos Apóstolos para testemunharem, cada vez melhor, a glória filial de Cristo. No princípio, a catequese apostólica apenas dispunha de breves fórmulas: «Jesus é Senhor» (1 Cor 12, 3), «Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo» (Mt 16, 16). O conteúdo destas fórmulas é depois explicitado no exórdio da carta aos Hebreus, no prólogo do evangelho segundo S. João, e no belo texto da carta aos Colossenses, que hoje escutamos. Neste texto, Paulo afirma, em primeiro lugar, a preexistência e a superioridade de Cristo sobre toda a criação, incluindo as criaturas cuja beleza fascinava as mentes de muitos dos seus contemporâneos, os seres celestes, designados com nomes impressionantes: Tronos, Dominações, Poderes e Autoridades. Depois, proclama o primado de Cristo na ordem da redenção e da reconciliação: Cristo é o primeiro ressuscitado, é Cabeça do Corpo, que é a Igreja. O Apóstolo usa expressões muito fortes: «Todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele» (v. 16). Cristo está no princípio e no fim de tudo: «Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem nele» (v. 17).
O nosso texto termina afirmando que o primado de Cristo sobre todas coisas foi obtido pela

Agenda litúrgica

2019-09-06

SEXTA-FEIRA da semana XXII

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).

L 1 Col 1, 15-20; Sal 99 (100), 2. 3. 4. 5
Ev Lc 5, 33-39


Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.

ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e Potestades: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus.


Palavra do Senhor.

COMENTÁRIO ECLESIA 


LEITURA I (anos ímpares) Col 1, 15-20
«Por Ele e para Ele tudo foi criado»

Esta leitura faz parte de um hino em louvor de Cristo, “Primogénito de toda a criatura” e “Primogénito de entre os mortos”. Cristo é o primeiro, tanto na ordem da Criação – “por Ele todas as coisas foram feitas” –, como na ordem de re-criação, realizada pela sua morte e ressurreição. Esta passagem é um dos hinos mais belos em louvor de Cristo


SALMO RESPONSORIAL Salmo 99 (100), 2.3.4.5 (R. 2c)
Refrão: Vinde à presença do Senhor
com cânticos de alegria. Repete-se

Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria,
vinde a Ele com cânticos de júbilo. Refrão

Sabei que o Senhor é Deus,
Ele nos fez, a Ele pertencemos,
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho. Refrão

Entrai pelas suas portas, dando graças,
penetrai em seus átrios com hinos de louvor,
glorificai-O, bendizei o seu nome. Refrão

Porque o Senhor é bom,
eterna é a sua misericórdia,
a sua fidelidade estende-se de geração em geração. Refrão

 


ALELUIA Jo 8, 12
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor;
quem Me segue terá a luz da vida. Refrão


EVANGELHO Lc 5, 33-39
«Dias virão em que o noivo lhes será tirado…
Nesses dias jejuarão»

COMENTÁRIO ECLESIA 
EVANGELHO Lc 5, 33-39
«Dias virão em que o noivo lhes será tirado…
Nesses dias jejuarão»
Jesus tenta fazer compreender aos fariseus e escribas, pessoas que passavam por ser das mais religiosas do Antigo Testamento, o espírito novo que Ele lhes vinha comunicar. Jesus é o noivo presente no meio dos seus, estes não podem tomar atitudes menos festivas; um dia, quando Ele lhes for tirado, na hora da paixão, então eles jejuarão, como a Igreja depois começou a fazer, e ainda faz, no “jejum pascal”, na Sexta-feita Santa e no Sábado Santo (cf. Concílio, SC 110).

COMENTÁRIO DEONIANOS

Epafras não conseguiu apresentar aos habitantes de Colossos toda a grandiosidade do Evangelho. Por isso, Paulo procura dar um quadro maduro e reflectido de Cristo Salvador, devidamente situado no contexto cósmico e na história da criação. Para isso, o Apóstolo serve-se de um hino da liturgia dessa comunidade. Procura, assim, mostrar que a “gnose cristã” é uma sabedoria que se fundamenta no evento da cruz (v. 20), isto é, numa intervenção livre e gratuita de Deus na história: «aprouve a Deus» (v. 19).
O hino cristológico consta de duas partes: na primeira, Cristo é celebrado de acordo com o modelo da Sabedoria-arquitecto de Pr 8, 22-31. Uma vez que precede toda a criação, o Logos contém de modo particular a imagem do Criador: é o rosto sobre o qual se reflecte a sabedoria criadora do Todo-Poderoso; na segunda parte, Cristo é celebrado como único mediador da redenção, descrita em termos de reconciliação, de pacificação, o que implica a ideia do pecado como rotura. A paz entre o céu e a terra não se resolve no âmbito celeste, como nos mitos antigos, mas por meio do acontecimento histórico de Jesus de Nazaré. Aqui, Paulo afasta-se completamente das perspectivas gnósticas e veterotestamentárias.

EVangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, os fariseus e os escribas disseram a Jesus: «Os discípulos de João Baptista e os fariseus jejuam muitas vezes e recitam orações. Mas os teus discípulos comem e bebem». Jesus respondeu-lhes: «Quereis vós obrigar a jejuar os companheiros do noivo, enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão». Disse-lhes também esta parábola: «Ninguém corta um remendo de um vestido novo, para o deitar num vestido velho, porque não só rasga o vestido novo, como também o remendo não se ajustará ao velho. E ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho novo acaba por romper os odres, derramar-se-á e os odres ficarão perdidos. Mas deve deitar-se vinho novo em odres novos. Quem beber do vinho velho não quer do novo, pois diz: ‘O velho é que é bom’».
Palavra da salvação.

COMENTÁRIO DEONIANOS 

A partir de hoje, a liturgia apresenta-nos três polémicas de Jesus com os discípulos de João Baptista: uma sobre a prática do jejum e duas sobre a observância do sábado.


A esmola, a oração e o jejum são três compromissos indeclináveis para os discípulos de Cristo (cf. Mt 6, 1-18). Mas o que preocupa a Jesus é o modo como os seus discípulos praticam a esmola, a oração e o jejum. Esta página realça o espírito com que deve ser praticado o jejum. A alegoria esponsal leva-nos a considerar Jesus como “o esposo”, cuja presença é motivo de alegria e cuja ausência será motivo de tristeza.

A espiritualidade cristã não pode deixar de dar atenção a estas expressões muito pessoais que podem configurar uma relação, não só de filhos com o pai, mas também da esposa com o esposo. O Antigo Testamento desenvolve muito esta alegoria esponsal para iluminar as relações de Israel com o seu Senhor e a relação de cada crente com Deus.
Este texto distingue também os tempos de Jesus dos tempos da Igreja. A Igreja é representada pelos convidados que participam da alegria do esposo; mas algumas vezes é apresentada na imagem da esposa, ou do amigo do esposo que lhe está próximo e a escuta (cf. Jo 25, 30).

Meditatio

A glória de Cristo manifesta-se plenamente no seu mistério pascal. Na paixão, Jesus revela-se Filho de Deus, porque cumpre, com perfeito amor filial, todo o projecto salvífico do Pai. Glorificou o Pai e foi glorificado por Ele, como pediu na oração sacerdotal (Jo 17, 1). A glória divina é amar. Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim, isto é, até à extrema possibilidade. De facto, não há maior amor do que dar a vida pelos amigos (cf. Jo 15, 13).
Depois de se manifestar na paixão, a glória divina manifestou-se na ressurreição de Cristo, isto é, na sua vitória sobre a morte e sobre o mal. Foi assim que os Apóstolos receberam a plenitude da revelação. Mas não conseguiram compreender imediatamente todas as suas riquezas. Uma experiência de vida nova, inédita, não se consegue expressar imediatamente, de modo satisfatório. Faltam as palavras. Só pouco a pouco se adaptam as palavras à realidade experimentada.
O Novo Testamento mostra-nos os esforços e o progresso feitos pelos Apóstolos para testemunharem, cada vez melhor, a glória filial de Cristo. No princípio, a catequese apostólica apenas dispunha de breves fórmulas: «Jesus é Senhor» (1 Cor 12, 3), «Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo» (Mt 16, 16). O conteúdo destas fórmulas é depois explicitado no exórdio da carta aos Hebreus, no prólogo do evangelho segundo S. João, e no belo texto da carta aos Colossenses, que hoje escutamos. Neste texto, Paulo afirma, em primeiro lugar, a preexistência e a superioridade de Cristo sobre toda a criação, incluindo as criaturas cuja beleza fascinava as mentes de muitos dos seus contemporâneos, os seres celestes, designados com nomes impressionantes: Tronos, Dominações, Poderes e Autoridades. Depois, proclama o primado de Cristo na ordem da redenção e da reconciliação: Cristo é o primeiro ressuscitado, é Cabeça do Corpo, que é a Igreja. O Apóstolo usa expressões muito fortes: «Todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele» (v. 16). Cristo está no princípio e no fim de tudo: «Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem nele» (v. 17).
O nosso texto termina afirmando que o primado de Cristo sobre todas coisas foi obtido pela sua paixão: «aprouve a Deus fazer habitar toda a plenitude e, por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu» (v. 19s.).
O belo texto de Paulo ajuda-nos a contemplar com alegria a glória de Cristo, nosso Senhor, nossa Cabeça, nosso Irmão. Ajuda-nos a
louvar a Deus pela glória do seu Filho. Ajuda-nos a confirmar a nossa fé e a nossa esperança.

Oratio

Senhor Jesus, Tu és para nós o Primeiro e o Último, Aquele que vive. Em Ti, foi criado o homem novo, à imagem de Deus, na justiça e na santidade verdadeiras. Tu fazes-nos acreditar que, apesar do pecado, dos fracassos e da injustiça, a redenção é possível, oferecida e já está presente. O teu Caminho é o nosso caminho. Com todos os nossos irmãos cristãos, queremos seguir os teus passos, para alcançar a santidade. Para isso fomos chamados: Tu próprio sofreste por nós e nos deixaste o exemplo para seguirmos os teus passos. Ajuda-nos a caminhar Contigo. Passaremos pelo Calvário. Mas a meta é a Glória. Amen.

Contemplatio

O primeiro fruto da contemplação da glória de Cristo é o crescimento da fé. Os apóstolos testemunham-nos que viram a glória do Salvador. «Não são fábulas que vos contamos, diz S. Pedro (2Pd 1, 16), fomos testemunhas do poder e da glória do Redentor. Ouvimos a voz do céu sobre a montanha gritando-nos no meio dos esplendores da transfiguração: É o meu Filho muito amado, escutai-o». S. Paulo encoraja a nossa esperança recordando a lembrança da glória do salvador manifestada na transfiguração e na ascensão: «Veremos a glória face a face, diz, e seremos transfigurados à sua semelhança» (2Cor 3, 18). – Esperamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo terrestre e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso» (Fl 3, 21). Mas este mistério é sobretudo próprio para aumentar o nosso amor por Jesus. Nosso Senhor manifestou-nos naquele dia toda a sua beleza. O seu rosto era resplandecente como o sol. Os apóstolos, testemunhas da transfiguração, estavam totalmente inebriados de amor e de alegria. «Que bom é estar aqui», dizia S. Pedro: «Façamos aqui a nossa tenda». A beleza de Cristo transfigurado, contemplada pelo pintor Rafael, inspirou-lhe a obra-prima da arte cristã. Nosso Senhor falava então da sua Paixão com Moisés e Elias: nova lição de amor por nós. O Coração de Jesus, mesmo na sua glória, não pensa senão em nós e nos sacrifícios que quer fazer por nós. (Leão Dehon, OSP 4, pp. 132s.).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Jesus é Senhor» (1 Cor 12, 3


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!

Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.

2019-09-09 SEGUNDA-FEIRA da semana XXIII

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Tribulação por CRISTO /Refúgio/ cura e polémica 
LEITURA I
(anos ímpares) Col 1, 24 – 2, 3«Tornei-me ministro da Igreja,para anunciar o mistério oculto ao longo dos séculos» Consequências:  S. Paulo sofre com alegria todas as tribulações que esse seu ministério traz consigo. …Aanunciar-vos em plenitude a palavra de Deus, o mistério que ficou oculto ao longo dos séculos e que foi agora manifestado aos seus santos. Luto para que os seus corações sejam confortados e, estreitamente unidos na caridade, alcancem em toda a sua riqueza a plenitude da inteligência, o conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 61 (62), 6-7.9 (R. 8a)  Refrão: Em Deus está a minha salvação e a minha glória. Repete-seEle é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado. Refrão
EVANGELHO Lc 6, 6-11«Observavam Jesus para verem se Ele ia curar ao sábado»na intenção recta. Era o que faltava àqueles que observavam Jesus
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
 homem levantou-se e ficou de pé. Os escribas e fariseus ficaram furiosos e começaram a falar entre si do que haviam de fazer a Jesus.
Palavra da salvação.

 

 

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LEITURA I (anos ímpares) Col 1, 24 – 2, 3
«Tornei-me ministro da Igreja,
para anunciar o mistério oculto ao longo dos séculos»

O “mistério oculto ao longo dos séculos” é que Jesus Cristo veio a este mundo e Se fez homem para chamar para o povo dos filhos de Deus todos os homens, mesmo os que até então nem podiam imaginar tal coisa, ou seja, os pagãos, aqueles que nunca tinham feito parte do povo de Deus. É para fazer conhecido este mistério que S. Paulo sofre com alegria todas as tribulações que esse seu ministério traz consigo.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Irmãos: Agora alegro-me com os sofrimentos que suporto por vós e completo na minha carne o que falta à paixão de Cristo, em benefício do seu corpo que é a Igreja. Dela me tornei ministro, em virtude do cargo que Deus me confiou a vosso respeito, isto é, anunciar-vos em plenitude a palavra de Deus, o mistério que ficou oculto ao longo dos séculos e que foi agora manifestado aos seus santos. Deus quis dar-lhes a conhecer em que consiste, entre os gentios, a glória inestimável deste mistério: Cristo no meio de vós, esperança da glória. E nós O anunciamos, advertindo todos os homens e instruindo-os em toda a sabedoria, a fim de os apresentarmos todos perfeitos em Cristo. É para isso que eu trabalho, combatendo com o apoio da sua força, que actua em mim poderosamente. Quero que saibais como é grande a luta que sustento por vós, pelos de Laodiceia e por tantos outros que não me viram pessoalmente. Luto para que os seus corações sejam confortados e, estreitamente unidos na caridade, alcancem em toda a sua riqueza a plenitude da inteligência, o conhecimento do mistério de Deus, que é Cristo, no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 61 (62), 6-7.9 (R. 8a)
Refrão: Em Deus está a minha salvação e a minha glória. Repete-se

Só em Deus descansa a minha alma,
d’Ele vem a minha esperança.
Ele é meu refúgio e salvação,
minha fortaleza: jamais serei abalado. Refrão

Povo de Deus,
em todo o tempo ponde n’Ele a vossa confiança,
desafogai em sua presença os vossos corações.
Deus é o nosso refúgio. Refrão


ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia Repete-se
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão


EVANGELHO Lc 6, 6-11
«Observavam Jesus para verem se Ele ia curar ao sábado»

Condição necessária para que a palavra de Deus lance raízes no homem é a humildade de coração, que se traduz na intenção recta. Era o que faltava àqueles que observavam Jesus, não para O ouvirem e entenderem, mas para O apanharem e O puderem acusar. Mas em Jesus, as obras confirmavam as palavras, porque também as suas obras eram a Palavra de Deus, para quem as sabia escutar.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus entrou numa sinagoga a um sábado e começou a ensinar. Estava lá um homem com a mão direita paralítica. Os escribas e fariseus observavam Jesus, para verem se Ele ia curar ao sábado e encontrarem assim um pretexto para O acusarem. Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse ao homem que tinha a mão paralítica: «Levanta-te e põe-te de pé, aí no meio». O homem levantou-se e ficou de pé. Depois Jesus disse-lhes: «Eu pergunto-vos se é permitido ao sábado fazer bem ou fazer mal, salvar a vida ou tirá-la». Então olhou para todos à sua volta e disse ao homem: «Estende a mão». Ele assim fez e a mão ficou curada. Os escribas e fariseus ficaram furiosos e começaram a falar entre si do que haviam de fazer a Jesus.
Palavra da salvação.

DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM 08 de Setembro

 

 

Liturgia diária

Agenda litúrgica

2019-09-08

DOMINGO XXIII DO TEMPO COMUM


L 1 Sab 9, 13-19 (gr. 13-18b); Sal 89 (90), 3-4. 5-6. 12-13. 14 e 17 
L 2 Flm 9b-10. 12-17 
Ev Lc 14, 25-33 

Ano C

Missa

 Leitura do Livro da Sabedoria 
Qual o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Quem pode sondar as intenções do Senhor? Os pensamentos dos mortais são mesquinhos e inseguras as nossas reflexões, porque o corpo corruptível deprime a alma e a morada terrestre oprime o espírito que pensa. Mal podemos compreender o que está sobre a terra e com dificuldade encontramos o que temos ao alcance da mão. Quem poderá então descobrir o que há nos céus? Quem poderá conhecer, Senhor, os vossos desígnios, se Vós não lhe dais a sabedoria e não lhe enviais o vosso espírito santo? Deste modo foi corrigido o procedimento dos que estão na terra, os homens aprenderam as coisas que Vos agradam e pela sabedoria foram salvos. 
Palavra do Senhor. 

COMENTÁRIO ECLESIA

LEITURA I Sab 9, 13-19 (gr. 13-18b) 
«Quem pode sondar as intenções do Senhor» 

Tudo é conduzido pela Sabedoria de Deus, sabedoria esta que se revela por todos os meios ao homem atento em a perscrutar e desejoso de conhecer os seus caminhos. Mas é a Sabedoria encarnada, Jesus Cristo, que é para nós a última Palavra sobre os desígnios de Deus

COMENTÁRIO DEONIANOS

23º DOMINGO DO TEMPO COMUMTema do 23º Domingo do Tempo Comum A  liturgia deste domingo convida-nos a tomar consciência de quanto é exigente o caminho do “Reino”. Optar pelo “Reino” não é escolher um caminho de facilidade, mas sim aceitar percorrer um caminho de renúncia e de dom da vida.
É, sobretudo, o Evangelho que traça as coordenadas do “caminho do discípulo”: é um caminho em que o “Reino” deve ter a primazia sobre as pessoas que amamos, sobre os nossos bens, sobre os nossos próprios interesses e esquemas pessoais. Quem tomar contacto com esta proposta tem de pensar seriamente se a quer acolher, se tem forças para a acolher… Jesus não admite meios-termos: ou se aceita o “Reino” e se embarca nessa aventura a tempo inteiro e “a fundo perdido”, ou não vale a pena começar algo que não vai levar a lado nenhum (porque não é um caminho que se percorra com hesitações e com “meias tintas”).
A primeira leitura lembra a todos aqueles que não conseguem decidir-se pelo “Reino” que só em Deus é possível encontrar a verdadeira felicidade e o sentido da vida. Há, portanto, aí, um encorajamento implícito a aderir ao “Reino”: embora exigente, é um caminho que leva à felicidade plena.
A segunda leitura recorda que o amor é o valor fundamental, para todos os que aceitam a dinâmica do “Reino”; só ele permite descobrir a igualdade de todos os homens, filhos do mesmo Pai e irmãos em Cristo. Aceitar viver na lógica do “Reino” é reconhecer em cada homem um irmão e agir em consequência.

AMBIENTE
O Livro da Sabedoria é um texto de carácter sapiencial (isto é, cujo objectivo é transmitir a “sabedoria”, identificada com a arte de bem viver, de ter êxito e de ser feliz). O autor apresenta-se como um “rei”, apaixonado pela “sabedoria” e que construiu um templo na “montanha santa” e um altar na “cidade da habitação de Deus” (Sab 9,6-8). Tudo indica, pois, que o autor quer apresentar-se como sendo o rei Salomão; mas trata-se de um livro escrito na primeira metade do séc. I a.C. (Salomão é da primeira metade do séc. X a.C.) por um judeu piedoso, provavelmente pertencente à comunidade judaica de Alexandria. O objectivo do autor é duplo: por um lado, dirige-se aos seus compatriotas, mergulhados no paganismo, na idolatria e na imoralidade, e mostra-lhes as vantagens de perseverar na fé e de viver na justiça; por outro lado, dirige-se aos pagãos e apresenta-lhes a superioridade da fé e dos valores israelitas. O autor exprime-se em termos e concepções do mundo helénico, esforçando-se por exprimir a sua fé e as suas convicções numa linguagem actualizada, erudita, bem ao gosto da cultura grega da época.
O texto que nos é apresentado é o final da segunda parte do livro (cf. Sab 6,1-9,18). Aí, o autor coloca na boca de um rei (Salomão, embora o nome nunca seja referido explicitamente) o elogio da “sabedoria”.

MENSAGEM

A questão fundamental para o autor do texto é esta: só essa sabedoria que é um dom de Deus permite ao homem compreender tudo, fazer o que agrada a Deus e ser salvo.
O autor parte da constatação da nossa finitude, das nossas limitações, das nossas dificuldades típicas de seres humanos, para concluir: por nós, não conseguimos compreender o alcance das coisas, não conseguimos descobrir o verdadeiro sentido da nossa vida, apercebermo-nos dos valores que nos levam, verdadeiramente, pelo caminho da vida e da felicidade. Como chegar, portanto, a “conhecer os desígnios de Deus”?
O autor só encontra uma resposta: o homem tem de acolher a “sabedoria”, dom de Deus para todos aqueles que estão interessados em dar um verdadeiro sentido à sua vida. Só a acção de Deus que derrama sobre os homens a “sabedoria” permite encontrar o sentido da vida e discernir o verdadeiro do falso, o importante do inútil.

ACTUALIZAÇÃO

A reflexão pode fazer-se a partir dos seguintes dados:

  • Face ao contínuo cruzamento de perspectivas, de desafios, de teorias, ficamos confusos e sem saber, tantas vezes, como escolher. Por outro lado, as nossas escolhas acabam, tantas vezes, por ser condicionadas pelos “media”, pelo politicamente correcto, pela ideologia dominante, pela moda, pelos valores que as telenovelas impõem, pelas ideias das pessoas que nos rodeiam, pela filosofia da empresa que nos paga ao fim do mês… Será que esses caminhos que nos são mais ou menos impostos nos conduzem no sentido da vida plena, da realização total, da felicidade?
  • Para os crentes, o critério que serve para julgar a validade ou a não validade dessas propostas é o Evangelho – embora, muitas vezes, ele se apresente em absoluta contradição com os valores que a sociedade propõe e impõe. Como é que eu me situo face a isto? O que é que vale mais, quando tenho de decidir: os valores do Evangelho, ou as propostas dessa máquina trituradora, impositiva, limitadora das escolhas individuais que é a opinião pública?


SALMO RESPONSORIAL Salmo 89 (90), 3-6.12-14.17 (R. 1) 
Refrão: Senhor, tendes sido o nosso refúgio 
através das gerações. Repete-se 

Vós reduzis o homem ao pó da terra 
e dizeis: «Voltai, filhos de Adão». 
Mil anos a vossos olhos 
são como o dia de ontem que passou 
e como uma vigília da noite. Refrão 

Vós os arrebatais como um sonho, 
como a erva que de manhã reverdece; 
de manhã floresce e viceja, 
à tarde ela murcha e seca. Refrão 

Ensinai-nos a contar os nossos dias, 
para chegarmos à sabedoria do coração. 
Voltai, Senhor! Até quando… 
Tende piedade dos vossos servos. Refrão 

Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade, 
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias. 
Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus. 
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos. Refrão 



Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo a Filémon 

Caríssimo: Eu, Paulo, prisioneiro por amor de Cristo Jesus, rogo-te por este meu filho, Onésimo, que eu gerei na prisão. Mando-o de volta para ti, como se fosse o meu próprio coração. Quisera conservá-lo junto de mim, para que me servisse, em teu lugar, enquanto estou preso por causa do Evangelho. Mas, sem o teu consentimento, nada quis fazer, para que a tua boa acção não parecesse forçada, mas feita de livre vontade. Talvez ele se tenha afastado de ti durante algum tempo, a fim de o recuperares para sempre, não já como escravo, mas muito melhor do que escravo: como irmão muito querido. É isto que ele é para mim e muito mais para ti, não só pela natureza, mas também aos olhos do Senhor. Se me consideras teu amigo, recebe-o como a mim próprio. 
Palavra do Senhor. 

COMENTARIO ECLESIA
LEITURA II Flm 9b-10.12-17 
Exemplo de “revolução social” trazida ao mundo por Cristo é esta atitude de ternura de S. Paulo em favor de um escravo que tinha fugido, e por quem ele intercede junto do seu senhor. É um pequeno escrito de ocasião, mas é nas mais simples ocasiões que se manifesta a caridade. 

COMENTÁRIO DEONIANOS

AMBIENTE

A Carta a Filémon é a mais breve e pessoal das cartas de Paulo. É endereçada a um tal Filémon, aparentemente um membro destacado da Igreja de Colossos.
A partir dos dados da carta, podemos reconstruir as circunstâncias em que o texto aparece. Onésimo, escravo de Filémon, fugiu de casa do seu senhor. Encontrou Paulo, ligou-se a ele e tornou-se cristão. Paulo, que nessa altura estava na prisão (em Éfeso? Em Roma?), fê-lo seu colaborador e manteve-o junto de si. No entanto, a situação podia tornar-se delicada se Filémon se ofendesse com Paulo; e, do ponto de vista legal, ao dar guarida a um escravo fugitivo, Paulo era cúmplice de uma grave infracção ao direito privado. Enfim, Onésimo corria o risco de ser preso, devolvido ao seu senhor e severamente castigado.
É neste contexto que Paulo resolve enviar Onésimo a Filémon. Onésimo leva consigo uma carta, em que Paulo explica a Filémon a situação e intercede pelo escravo fugitivo. Com extrema delicadeza, Paulo insinua a Filémon que, sendo possível, lhe devolva Onésimo, já que este lhe vem sendo de grande utilidade; no entanto, Paulo pede, sugere, mas sem impor nada e deixando a decisão nas mãos de Filémon.
É um texto belíssimo, carregado de sentimentos, “verdadeira obra-prima de tacto e de coração”.

MENSAGEM

O que está em causa neste texto é muito mais do que um problema privado, embora com alcance social; é, sobretudo, um problema eclesial (embora com implicações sociais), e que deve ser resolvido a partir desse valor supremo da ética cristã que é o amor.
Para Paulo, o amor deverá ser a suprema e insubstituível norma que dirige e condiciona as palavras, os comportamentos, as decisões dos crentes. Ora, o amor tem consequências bem práticas, que os membros da comunidade cristã não podem olvidar: implica o ver em cada homem um irmão – independentemente da sua raça, da sua cor, ou do seu estatuto social. Vistas as coisas nesta perspectiva, não é de estranhar que Paulo solicite a Filémon que receba Onésimo não como o que era antes (um escravo), mas sim como é agora – um irmão em Cristo. Se Filémon é, de facto, cristão, é essa a atitude que deve assumir para com Onésimo.
O problema da escravatura deve ter-se posto, desde muito cedo, à comunidade eclesial. Mas os cristãos cedo perceberam que a solução não estava na violência ou na revolta, mas no levar até às últimas consequências a fraternidade que une todos os homens e que resulta do facto de todos serem “filhos de Deus” e irmãos em Cristo. A violência, quando muito, serviria para substituir uns escravos por outros, sem alterar a situação; só o amor poderia mudar o coração dos homens, de forma a acabar com a exploração do homem pelo outro homem. A conversão ao amor – exigência fundamental para integrar a comunidade eclesial – exige o reconhecimento da igualdade fundamental de todos os homens (“sem distinção entre judeu ou grego, entre escravo ou homem livre, entre homem ou mulher, porque todos são um só em Cristo Jesus”, dirá Paulo – Gal 3,28). A partir do amor, o “dono” do escravo descobre a igualdade profunda de todos os homens, filhos do mesmo Deus e irmãos em Cristo; a partir do amor, o escravo descobre a afirmação clara da sua dignidade de homem. É esta a questão fundamental que o texto nos apresenta.

ACTUALIZAÇÃO

Para a reflexão, considerar as seguintes questões:

  • O amor – elemento que está no centro da experiência cristã – exige ao cristão o reconhecimento efectivo da igualdade de todos as pessoas, apesar das diferenças de cor da pele, de estatuto social, de sexo, de opções políticas. O meu comportamento para com aqueles que comigo se cruzam é sempre consequente com esta exigência? A cor da pele alguma vez me levou a discriminar alguém? O facto de uma pessoa ser pobre ou rica já alguma vez me levou a tratá-la com mais ou menos consideração? O facto de uma pessoa ser homem ou mulher já alguma vez me levou a dar-lhe mais ou menos importância ou dignidade?
  • O amor – elemento que está no centro da experiência cristã – exige que as nossas comunidades sejam espaços de comunhão, de fraternidade, de acolhimento, sejam quais forem os defeitos dos irmãos. As nossas comunidades têm facilidade em acolher? Como são tratados os “diferentes” ou, então, aqueles que se afastaram ou que cometeram alguma falta? Acolhemo-los com amor, ou marcamo-los toda a vida com o estigma da suspeita e da desconfiança?


ALELUIA Salmo 118 (119), 135 
Refrão: Aleluia. Repete-se 
Fazei brilhar sobre mim, Senhor, 
a luz do vosso rosto 
e ensinai-me os vossos mandamentos. Refrão 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 
Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo». 
Palavra da salvação. 

COMENTÁRIO ECLESIA
EVANGELHO Lc 14, 25-33 
«Quem não renunciar a todos os seus bens
não pode ser meu discípulo» 
O conhecimento dos desígnios de Deus há-de levar à compreensão da palavra de Jesus, hoje tão exigente. Quem conhece o Senhor, reconhece também que é Ele quem revela os verdadeiros critérios para avaliar todos os valores da vida, critérios orientados pelo Espírito de Deus, e tão diferentes dos critérios do mundo. A renúncia que Jesus apresenta é, no fim de contas, o meio de ganhar, de ganhar as riquezas do reino de Deus. 

COMENTÁRIO DEONIANOS

AMBIENTE

Estamos, ainda, no “caminho para Jerusalém”. Desta vez, o ensinamento de Jesus dirige-se “às multidões”, quer dizer, a todos os discípulos presentes e futuros de Jesus.
A parábola anterior (cf. Lc 14,15-24) havia sugerido que o “banquete do Reino” estava aberto a todos os que aceitassem o convite de Jesus, inclusive aos pobres, estropiados, cegos e coxos… Agora, Lucas vai apresentar algumas exigências que devem cumprir todos aqueles que entram no “banquete do Reino”. A “instrução” reúne diversos ensinamentos de Jesus sobre a condição dos discípulos, predominando o tema da renúncia.

MENSAGEM

Quais são então, na perspectiva de Jesus, as exigências fundamentais para quem quer seguir o “caminho do discípulo” e chegar a sentar-se à mesa do “Reino”? Jesus põe três exigências, todas elas subordinadas ao tema da renúncia.
A primeira exige o preferir Jesus à própria família (vers. 26). A este propósito, Lucas põe na boca de Jesus uma expressão muito forte. Literalmente, podemos traduzir o verbo “misséô” aqui utilizado como “odiar” (“quem não odeia o pai, a mãe… não pode ser meu discípulo”). Para ser discípulo, é preciso odiar alguém? Não. Segundo a maneira oriental de falar, “odiar” significa “pôr em segundo lugar algo porque, entretanto, apareceu na vida da pessoa um valor que ainda é mais importante”. É evidente que Jesus não está a pedir o ódio a ninguém, muito menos a esses a quem nos ligam laços de amor… Está, sim, a exigir que as relações familiares não nos impeçam de aderir ao “Reino”. Se for necessário escolher, a prioridade deve ser do “Reino”.
A segunda exige a renúncia à própria vida (vers. 27). O discípulo de Jesus não pode viver a fazer opções egoístas, colocando em primeiro lugar os seus interesses, os seus esquemas, aquilo que é melhor para ele; mas tem de colocar a sua vida ao serviço do “Reino” e fazer da sua vida um dom de amor aos irmãos, se necessário até à morte. Foi esse, de facto, o caminho de Jesus; e o discípulo é convidado a imitar o mestre.
A terceira exige a renúncia aos bens (vers. 33). Jesus sabe que os bens podem facilmente transformar-se em deuses, tornando-se uma prioridade, escravizando o homem e levando-o a viver em função deles; assim sendo, que espaço fica para o “Reino”? Por outro lado, dar prioridade aos bens significa viver de forma egoísta, esquecendo as necessidades dos irmãos; ora, viver na dinâmica do “Reino” implica viver no amor e deixar que a vida seja dirigida por uma lógica de amor e de partilha… Pode, então, viver-se no “Reino” sem renunciar aos bens?
Com este rol de exigências, fica claro que a opção pelo “Reino” não é um caminho de facilidade e, por isso, talvez não seja um caminho que todos aceitem seguir. É por isso que Jesus recomenda o pesar bem as implicações e as consequências da opção pelo “Reino”. A parábola do homem que, antes de construir uma torre, pensa se tem com que terminá-la (vers. 28-30) e a parábola do rei que, antes de partir para a guerra, pensa se pode opor-se a outro rei com forças superiores (vers. 31-32) convidam os candidatos a discípulos tomar consciência da sua força, da sua vontade, da sua decisão em corresponder aos desafios do Evangelho e em assumir, com radicalidade, as exigências do “Reino”.

ACTUALIZAÇÃO

Para reflectir e partilhar, considerar as seguintes questões:

  • Jesus não é um demagogo que faz promessas fáceis e cuja preocupação é juntar adeptos ou atrair multidões a qualquer preço. Ele é o Deus que veio ao nosso encontro com uma proposta de salvação, de vida plena; no entanto, essa proposta implica uma adesão séria, exigente, radical, sem “paninhos quentes” ou “meias tintas”. O caminho que Jesus propõe não é um caminho de “massas”, mas um caminho de “discípulos”: implica uma adesão incondicional ao “Reino”, à sua dinâmica, à sua lógica; e isso não é para todos, mas apenas para os discípulos que fazem séria e conscientemente essa opção. Como é que eu me situo face a isto? O projecto de Jesus é, para mim, uma opção radical, que eu abracei com convicção e a tempo inteiro ou um projecto em que eu vou estando, sem grande esforço ou compromisso, por inércia, por comodismo, por tradição?
  • A forma exigente como Jesus põe a questão da adesão ao “Reino” e à sua dinâmica faz-nos pensar na nossa pastoral – vocacionada para ser uma pastoral de massas – e na tentação que sentem os agentes da pastoral no sentido de facilitar as coisas, de não serem exigentes… Às vezes, interessa mais que as estatísticas da paróquia apresentem um grande número de baptizados, de casamentos, de crismas, de comunhões, do que propor, com exigência, a radicalidade do Evangelho e dos valores de Jesus… O caminho cristão é um caminho de facilidade, onde cabe tudo, ou é um caminho verdadeiramente exigente, onde só cabem aqueles que aceitam a radicalidade de Jesus? A nossa pastoral deve facilitar tudo, ou ir pelo caminho da exigência?
  • Às vezes, as pessoas procuram a comunidade cristã por tradição, por influências do meio social ou familiar, porque “a cerimónia religiosa fica bonita nas fotografias”… Sem recusarmos nada, devemos, contudo, fazê-las perceber que a opção pelo baptismo ou pelo casamento religioso é uma opção séria e exigente, que só faz sentido no quadro de um compromisso com o “Reino” e com a proposta de Jesus.
  • Dentro do quadro de exigências que Jesus apresenta aos discípulos, sobressai a exigência de preferir Jesus à própria família. Isso não significa, evidentemente, que devamos rejeitar os laços que nos unem àqueles que amamos… No entanto, significa que os laços afectivos, por mais sagrados que sejam, não devem afastar-nos dos valores do “Reino”. As pessoas têm mais importância para mim do que o “Reino”? Já me aconteceu renunciar aos valores do “Reino” por causa de alguém?
  • Outra exigência que Jesus faz aos discípulos é a renúncia à própria vida e o tomar a cruz do amor, do serviço, do dom da vida. O que é mais importante para mim: os meus interesses, os meus valores egoístas, ou o serviço d
    os irmãos e o dom da vida?
  • Uma terceira exigência de Jesus pede aos candidatos a discípulos a renúncia aos bens. Os bens, a procura da riqueza são, para mim, uma prioridade fundamental? O que é mais importante: a partilha, a solidariedade, a fraternidade, o amor aos outros, ou o ter mais, o juntar mais?

ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 23º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

  1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
    Ao longo dos dias da semana anterior ao 23º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
  2. CONVIDAR A CONTEMPLAR A CRUZ.
    Se houver uma cruz bem situada, pode-se enfeitá-la com flores ou iluminá-la com um projector… No momento penitencial, o presidente da assembleia pode convidar os fiéis a olhar para a cruz… Pode ainda aproveitar todo esse simbolismo durante a homilia.
  3. ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
    Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.

No final da primeira leitura:
“Pai do céu, quem pode descobrir as tuas intenções e descobrir a tua vontade? Mas nós podemos bendizer-Te por Jesus, por quem comunicaste a tua Sabedoria, e pelo Espírito Santo, que Tu nos deste.
Nós Te pedimos pelos pais e educadores, catequistas e pregadores. Que o teu Espírito seja a sua Sabedoria, que Ele os sustente e os guie”.

No final da segunda leitura:
“Deus nosso Pai, nós Te damos graças pelo baptismo, que é um novo nascimento. Por ele deste-nos a vida no teu Filho Jesus.
Nós Te pedimos pelos mediadores e conciliadores, que se dedicam a restaurar o diálogo nos conflitos profissionais e noutros conflitos. Pelo teu Espírito, orienta os nossos pensamentos e os nossos esforços na procura da conciliação”.

No final do Evangelho:
“Deus nosso Pai, como bom empreendedor Tu construíste pacientemente a nova torre que nos liga a Ti e une o céu e a terra. Colocaste as fundações e pelo teu Espírito acabas em nós a obra começada.
Nós Te pedimos por todos nós, teu povo, que chamas a seguir-Te. Confiamos-Te todos aqueles que levam cruzes pesadas”.

  1. BILHETE DE EVANGELHO.
    O que Jesus critica nos dois heróis das parábolas é o facto de não terem tomado tempo para se sentar. Ora, Ele propõe estas duas parábolas no momento em que convida os seus discípulos a segui-l’O sem condições, e mesmo a levar a sua cruz, isto é, a aceitar as provas que seguirão ao seu compromisso. Quer dizer que, antes de seguir Jesus, é preciso reservar tempo para a reflexão. Jesus não esconde as exigências, mas é preciso perguntar porque O seguimos, até onde O podemos seguir. É a maneira de Jesus respeitar a liberdade do homem. Ele não quer discípulos que decidem segui-l’O sem mais nem menos. Ele não pede a mesma coisa a toda a gente, mas a cada um Ele pede para segui-l’O em função dos seus carismas. Mais uma razão para nos sentarmos e perguntar: quais são os meus carismas que quero pôr ao serviço do Reino?
  2. À ESCUTA DA PALAVRA.
    Podemos ainda comentar esta página do Evangelho? Jesus, decididamente, é demasiado duro, as suas exigências demasiado radicais: “Se alguém vem ter comigo, sem Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo… Quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo». Sem contar com este convite ao sofrimento: “Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo”. Parece que Jesus quer desencorajar quem quer ser seu discípulo. Como compreender? Primeiro, é preciso compreender que Lucas escreve o seu Evangelho num contexto de perseguições. Alguns cristãos preferiam morrer a renegar a sua fé. Outros, talvez os mais numerosos, escolhiam colocar, pelo menos momentaneamente, a sua fé entre parêntesis para salvar os seus bens, a sua família e a sua própria vida. São Lucas quis, não tanto condenar estas fraquezas na fé, mas sobretudo dar um forte encorajamento àqueles que se mantinham firmes na fé, até à morte. Eram esses, os mártires, que tinham razão em seguir Jesus até no mistério da sua morte na cruz. O que nos podem estas palavras dizer hoje? O nosso mundo é duro em tantos domínios. Por exemplo, talvez não se possa dizer que o sentido do casamento e da família, o valor da palavra dada para ser fiel ao seu marido, à sua esposa, sejam referências maiores da nossa cultura. Querer, neste mundo, ter em conta estes valores não somente “espirituais”, mas propriamente cristãos, fazer referência ao Evangelho, afirmar-se como crente em Jesus, numa sociedade “descristianizada”, não é evidente hoje. A maior parte tomou as suas distâncias em relação a Deus, à fé cristã. Então, a palavra de hoje é-nos dada para nos despertar e, ao mesmo tempo, para nos encorajar. Aqueles que, apesar de tudo e contra tudo, continuam a dar um lugar importante na sua vida a Jesus, têm razão. O Evangelho de hoje é um convite urgente a mantermo-nos na nossa fé, por mais que isso custe!
  3. ORAÇÃO EUCARÍSTICA.
    Pode-se escolher a Oração Eucarística III que evoca, particularmente, a oblação de Cristo.
  4. PALAVRA PARA O CAMINHO…
    Como O seguimos? No caminho, grandes multidões à procura de Jesus, com interesses muito variados! Era ontem! E nós, hoje, como o seguimos? Como um líder político? Uma estrela da canção? Um ídolo do futebol? “Jesus voltou-Se”, indicando claramente os desafios. Tornar-se seu discípulo é uma questão de preferência absoluta, num caminho que passa pela cruz.

DAILY SCRIPTURE READINGS AND MEDITATIONS

Daily Reading & Meditation

Sunday (September 8): The true cost of discipleship

Scripture: Luke 14:25-33

25 Now great multitudes accompanied him; and he turned and said to them, 26 “If any one comes to me and does not hate his own father and mother and wife and children and brothers and sisters, yes, and even his own life, he cannot be my disciple. 27 Whoever does not bear his own cross and come after me, cannot be my disciple. 28 For which of you, desiring to build a tower, does not first sit down and count the cost, whether he has enough to complete it? 29 Otherwise, when he has laid a foundation, and is not able to finish, all who see it begin to mock him, saying, `This man began to build, and was not able to finish.’ 31 Or what king, going to encounter another king in war, will not sit down first and take counsel whether he is able with ten thousand to meet him who comes against him with twenty thousand? 32 And if not, while the other is yet a great way off, he sends an embassy and asks terms of peace. 33 So therefore, whoever of you does not renounce all that he has cannot be my disciple.

Meditation: Why does the Lord Jesus say we must ‘hate’ our families and even ourselves (Luke 14:26)? In Biblical times the expression ‘to hate’ often meant to ‘prefer less’. Jesus used strong language to make clear that nothing should take precedence or first place over God. God our heavenly Father created us in his image and likeness to be his beloved sons and daughters. He has put us first in his love and concern for our well-being and happiness. Our love for him is a response to his exceeding love and kindness towards us. True love is costly because it holds nothing back from the beloved – it is ready to give all and sacrifice all for the beloved. God the Father gave us his only begotten Son, the Lord Jesus Christ, who freely offered up his life for us on the cross as the atoning sacrifice for our sins. His sacrificial death brought us pardon and healing, new life in the Spirit and peace with God.

The cost of following Jesus as his disciples
Jesus willingly embraced the cross, not only out of obedience to his Father’s will, but out of a merciful love for each one of us in order to set us free from slavery to sin, Satan, and everything that would keep us from his love, truth, and goodness. Jesus knew that the cross was the Father’s way for him to achieve victory over sin and death – and glory for our sake as well. He counted the cost and said ‘yes’ to his Father’s will. If we want to share in his glory and victory, then we, too, must ‘count the cost’ and say ‘yes” to his call to “take up our cross and follow him” as our Lord and Savior. 

What is the ‘way of the cross’ for you and me? It means that when my will crosses with God’s will, then his will must be done. The way of the cross involves sacrifice, the sacrifice of laying down my life each and every day for Jesus’ sake. What makes such sacrifice possible and “sweet” for us is the love of God poured out for us in the blood of Christ who cleanses us and makes us a new creation in him. Paul the Apostle tells us that “God’s love has been poured into our hearts through the Holy Spirit who has been given to us” (Romans 5:5). We can never outmatch God in his merciful love and kindness towards us. He always gives us more than we can expect or imagine. Do you allow the Holy Spirit to fill your heart and transform your life with the overflowing love and mercy of God?

The wise plan ahead to avert failure and shame
What do the twin parables of the tower builder and a ruler on a war campaign have in common (Luke 14:28-32)? Both the tower builder and the ruler risked serious loss if they did not carefully plan ahead to to make sure they could finish what they had begun. In a shame and honor culture people want at all costs to avoid being mocked by their community for failing to complete a task which they had begun in earnest. This double set of parables echoes the instruction given in the Old Testament Book of Proverbs: “By wisdom a house is built” and “by wise guidance you can wage a war” to ensure victory (Proverbs 24:3-6).

In Jesus’ time every landowner who could afford it built a wall around his orchard or vineyard as a protection from intruders who might steal or destroy his produce. A tower was usually built in a corner of the wall and a guard posted especially during harvest time when thieves would likely try to make off with the goods. Starting a building-project, like a watchtower, and leaving it unfinished because of poor planning or insufficient funds would invite the scorn of the whole village. Likewise a king who decided to wage a war against an opponent who was much stronger, would be considered foolish if he did not come up with a plan that had a decent chance of success. Counting the cost and investing wisely are necessary conditions for securing a good return on the investment.

The great exchange
If you prize something of great value and want to possess it, it’s natural to ask what it will cost you before you make a commitment to invest in it. Jesus was utterly honest and spared no words to tell his disciples that it would cost them dearly to be his disciples – it would cost them their whole lives and all they possessed in exchange for the new life and treasure of God’s kingdom. The Lord Jesus leaves no room for compromise or concession. We either give our lives over to him entirely or we keep them for ourselves. Paul the Apostle reminds us, “We are not our own. We were bought with a price” ( 1 Corinthians 6:19b,20). We were once slaves to sin and a kingdom of darkness and oppression, but we have now been purchased with the precious blood of Jesus Christ who has ransomed us from a life of darkness and destruction so we could enter his kingdom of light and truth. Christ has set us free to choose whom we will serve in this present life as well as in the age to come – God’s kingdom of light, truth, and goodness or Satan’s kingdom of darkness, lies, and deception. There are no neutral parties – we are either for God’s kingdom or against it.

Who do you love first – above all else?
The love of God compels us to choose who or what will be first in our lives. To place any relationship or any possession above God is a form of idolatry – worshiping the creature in place of the Creator and Ruler over all he has made. Jesus challenges his disciples to examine who and what they love first and foremost. We can be ruled and mastered by many different things – money, drugs, success, power or fame. Only one Master, the Lord Jesus Christ, can truly set us free from the power of sin, greed, and destruction. The choice is ours – who will we serve and follow – the path and destiny the Lord Jesus offers us or the path we choose in opposition to God’s will and purpose for our lives. It boils down to choosing between life and death, truth and falsehood, goodness and evil. If we choose for the Lord Jesus and put our trust in him, he will show us the path that leads to true joy and happiness with our Father in heaven.

“Lord Jesus, your are my Treasure, my Life, and my All. There is nothing in this life that can outweigh the joy of knowing, loving, and serving you all the days of my life. Take my life and all that I have and make it yours for your glory now and forever.”

 

 

                                                                                                                     

Sexta Feria /2019-09-06

                                                          

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Liturgia diária

Ag enda litúrgica

2019-09-06

L 1 Col 1, 15-20; Sal 99 (100), 2. 3. 4. 5 
Ev Lc 5, 33-39 

 
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses 
Cristo é a imagem de Deus invisível, o Primogénito de toda a criatura; Porque n’Ele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, visíveis e invisíveis, Tronos e Dominações, Principados e: por Ele e para Ele tudo foi criado. Ele é anterior a todas as coisas e n’Ele tudo subsiste. Ele é a cabeça da Igreja, que é o seu corpo. Ele é o Princípio, o Primogénito de entre os mortos; em tudo Ele tem o primeiro lugar. Aprouve a Deus que n’Ele residisse toda a plenitude e por Ele fossem reconciliadas consigo todas as coisas, estabelecendo a paz, pelo sangue da sua cruz, com todas as criaturas na terra e nos céus. 
Palavra do Senhor. 


COMENTÁRIO ECLESIA


LEITURA I (anos ímpares) Col 1, 15-20 
«Por Ele e para Ele tudo foi criado» 

Esta leitura faz parte de um hino em louvor de Cristo, “Primogénito de toda a criatura” e “Primogénito de entre os mortos”. Cristo é o primeiro, tanto na ordem da Criação – “por Ele todas as coisas foram feitas” –, como na ordem de re-criação, realizada pela sua morte e ressurreição. Esta passagem é um dos hinos mais belos em louvor de Cristo. 

 

 

 

COMENTÁRIO DEONIANOS

Epafras não conseguiu apresentar aos habitantes de Colossos toda a grandiosidade do Evangelho. Por isso, Paulo procura dar um quadro maduro e reflectido de Cristo Salvador, devidamente situado no contexto cósmico e na história da criação. Para isso, o Apóstolo serve-se de um hino da liturgia dessa comunidade. Procura, assim, mostrar que a “gnose cristã” é uma sabedoria que se fundamenta no evento da cruz (v. 20), isto é, numa intervenção livre e gratuita de Deus na história: «aprouve a Deus» (v. 19).
O hino cristológico consta de duas partes: na primeira, Cristo é celebrado de acordo com o modelo da Sabedoria-arquitecto de Pr 8, 22-31. Uma vez que precede toda a criação, o Logos contém de modo particular a imagem do Criador: é o rosto sobre o qual se reflecte a sabedoria criadora do Todo-Poderoso; na segunda parte, Cristo é celebrado como único mediador da redenção, descrita em termos de reconciliação, de pacificação, o que implica a ideia do pecado como rotura. A paz entre o céu e a terra não se resolve no âmbito celeste, como nos mitos antigos, mas por meio do acontecimento histórico de Jesus de Nazaré. Aqui, Paulo afasta-se completamente das perspectivas gnósticas e veterotestamentárias.



SALMO RESPONSORIAL Salmo 99 (100), 2.3.4.5 (R. 2c) 
Refrão: Vinde à presença do Senhor 
com cânticos de alegria. Repete-se 

Aclamai o Senhor, terra inteira, 
servi o Senhor com alegria, 
vinde a Ele com cânticos de júbilo. Refrão 

Sabei que o Senhor é Deus, 
Ele nos fez, a Ele pertencemos, 
somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho. Refrão 

Entrai pelas suas portas, dando graças, 
penetrai em seus átrios com hinos de louvor, 
glorificai-O, bendizei o seu nome. Refrão 

Porque o Senhor é bom, 
eterna é a sua misericórdia, 
a sua fidelidade estende-se de geração em geração. Refrão 


ALELUIA Jo 8, 12 
Refrão: Aleluia Repete-se 
Eu sou a luz do mundo, diz o Senhor; 
quem Me segue terá a luz da vida. Refrão 



Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 
Naquele tempo, os fariseus e os escribas disseram a Jesus: «Os discípulos de João Baptista e os fariseus jejuam muitas vezes e recitam orações. Mas os teus discípulos comem e bebem». Jesus respondeu-lhes: «Quereis vós obrigar a jejuar os companheiros do noivo, enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão». Disse-lhes também esta parábola: «Ninguém corta um remendo de um vestido novo, para o deitar num vestido velho, porque não só rasga o vestido novo, como também o remendo não se ajustará ao velho. E ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho novo acaba por romper os odres, derramar-se-á e os odres ficarão perdidos. Mas deve deitar-se vinho novo em odres novos. Quem beber do vinho velho não quer do novo, pois diz: ‘O velho é que é bom’». 
Palavra da salvação. 

COMENTÁRIO ECLESIA
EVANGELHO Lc 5, 33-39 
«Dias virão em que o noivo lhes será tirado… 
Nesses dias jejuarão» 

Jesus tenta fazer compreender aos fariseus e escribas, pessoas que passavam por ser das mais religiosas do Antigo Testamento, o espírito novo que Ele lhes vinha comunicar. Jesus é o noivo presente no meio dos seus, estes não podem tomar atitudes menos festivas; um dia, quando Ele lhes for tirado, na hora da paixão, então eles jejuarão, como a Igreja depois começou a fazer, e ainda faz, no “jejum pascal”, na Sexta-feita Santa e no Sábado Santo (cf. Concílio, SC 110). 

 

COMENTÁRIO DEONIANOS

A partir de hoje, a liturgia apresenta-nos três polémicas de Jesus com os discípulos de João Baptista: uma sobre a prática do jejum e duas sobre a observância do sábado.
A esmola, a oração e o jejum são três compromissos indeclináveis para os discípulos de Cristo (cf. Mt 6, 1-18). Mas o que preocupa a Jesus é o modo como os seus discípulos praticam a esmola, a oração e o jejum. Esta página realça o espírito com que deve ser praticado o jejum. A alegoria esponsal leva-nos a considerar Jesus como “o esposo”, cuja presença é motivo de alegria e cuja ausência será motivo de tristeza. A espiritualidade cristã não pode deixar de dar atenção a estas expressões muito pessoais que podem configurar uma relação, não só de filhos com o pai, mas também da esposa com o esposo. O Antigo Testamento desenvolve muito esta alegoria esponsal para iluminar as relações de Israel com o seu Senhor e a relação de cada crente com Deus.
Este texto distingue também os tempos de Jesus dos tempos da Igreja. A Igreja é representada pelos convidados que participam da alegria do esposo; mas algumas vezes é apresentada na imagem da esposa, ou do amigo do esposo que lhe está próximo e a escuta (cf. Jo 25, 30).

Meditatio

A glória de Cristo manifesta-se plenamente no seu mistério pascal. Na paixão, Jesus revela-se Filho de Deus, porque cumpre, com perfeito amor filial, todo o projecto salvífico do Pai. Glorificou o Pai e foi glorificado por Ele, como pediu na oração sacerdotal (Jo 17, 1). A glória divina é amar. Jesus, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim, isto é, até à extrema possibilidade. De facto, não há maior amor do que dar a vida pelos amigos (cf. Jo 15, 13).
Depois de se manifestar na paixão, a glória divina manifestou-se na ressurreição de Cristo, isto é, na sua vitória sobre a morte e sobre o mal. Foi assim que os Apóstolos receberam a plenitude da revelação. Mas não conseguiram compreender imediatamente todas as suas riquezas. Uma experiência de vida nova, inédita, não se consegue expressar imediatamente, de modo satisfatório. Faltam as palavras. Só pouco a pouco se adaptam as palavras à realidade experimentada.
O Novo Testamento mostra-nos os esforços e o progresso feitos pelos Apóstolos para testemunharem, cada vez melhor, a glória filial de Cristo. No princípio, a catequese apostólica apenas dispunha de breves fórmulas: «Jesus é Senhor» (1 Cor 12, 3), «Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo» (Mt 16, 16). O conteúdo destas fórmulas é depois explicitado no exórdio da carta aos Hebreus, no prólogo do evangelho segundo S. João, e no belo texto da carta aos Colossenses, que hoje escutamos. Neste texto, Paulo afirma, em primeiro lugar, a preexistência e a superioridade de Cristo sobre toda a criação, incluindo as criaturas cuja beleza fascinava as mentes de muitos dos seus contemporâneos, os seres celestes, designados com nomes impressionantes: Tronos, Dominações, Poderes e Autoridades. Depois, proclama o primado de Cristo na ordem da redenção e da reconciliação: Cristo é o primeiro ressuscitado, é Cabeça do Corpo, que é a Igreja. O Apóstolo usa expressões muito fortes: «Todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele» (v. 16). Cristo está no princípio e no fim de tudo: «Ele é anterior a todas as coisas e todas elas subsistem nele» (v. 17).
O nosso texto termina afirmando que o primado de Cristo sobre todas coisas foi obtido pela sua paixão: «aprouve a Deus fazer habitar toda a plenitude e, por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas, pacificando pelo sangue da sua cruz, tanto as que estão na terra como as que estão no céu» (v. 19s.).
O belo texto de Paulo ajuda-nos a contemplar com alegria a glória de Cristo, nosso Senhor, nossa Cabeça, nosso Irmão. Ajuda-nos a
louvar a Deus pela glória do seu Filho. Ajuda-nos a confirmar a nossa fé e a nossa esperança.

Oratio

Senhor Jesus, Tu és para nós o Primeiro e o Último, Aquele que vive. Em Ti, foi criado o homem novo, à imagem de Deus, na justiça e na santidade verdadeiras. Tu fazes-nos acreditar que, apesar do pecado, dos fracassos e da injustiça, a redenção é possível, oferecida e já está presente. O teu Caminho é o nosso caminho. Com todos os nossos irmãos cristãos, queremos seguir os teus passos, para alcançar a santidade. Para isso fomos chamados: Tu próprio sofreste por nós e nos deixaste o exemplo para seguirmos os teus passos. Ajuda-nos a caminhar Contigo. Passaremos pelo Calvário. Mas a meta é a Glória. Amen.

Contemplatio

O primeiro fruto da contemplação da glória de Cristo é o crescimento da fé. Os apóstolos testemunham-nos que viram a glória do Salvador. «Não são fábulas que vos contamos, diz S. Pedro (2Pd 1, 16), fomos testemunhas do poder e da glória do Redentor. Ouvimos a voz do céu sobre a montanha gritando-nos no meio dos esplendores da transfiguração: É o meu Filho muito amado, escutai-o». S. Paulo encoraja a nossa esperança recordando a lembrança da glória do salvador manifestada na transfiguração e na ascensão: «Veremos a glória face a face, diz, e seremos transfigurados à sua semelhança» (2Cor 3, 18). – Esperamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo terrestre e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso» (Fl 3, 21). Mas este mistério é sobretudo próprio para aumentar o nosso amor por Jesus. Nosso Senhor manifestou-nos naquele dia toda a sua beleza. O seu rosto era resplandecente como o sol. Os apóstolos, testemunhas da transfiguração, estavam totalmente inebriados de amor e de alegria. «Que bom é estar aqui», dizia S. Pedro: «Façamos aqui a nossa tenda». A beleza de Cristo transfigurado, contemplada pelo pintor Rafael, inspirou-lhe a obra-prima da arte cristã. Nosso Senhor falava então da sua Paixão com Moisés e Elias: nova lição de amor por nós. O Coração de Jesus, mesmo na sua glória, não pensa senão em nós e nos sacrifícios que quer fazer por nós. (Leão Dehon, OSP 4, pp. 132s.).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Jesus é Senhor» (1 Cor 12, 3)

Daily Reading & Meditation

 Friday (September 6): The unity of the new and the old

Scripture: Luke 5:33-39  

33 And they said to him, “The disciples of John fast often and offer prayers, and so do the disciples of the Pharisees, but yours eat and drink.” 34 And Jesus said to them, “Can you make wedding guests fast while the bridegroom is with them? 35 The days will come, when the bridegroom is taken away from them, and then they will fast in those days.” 36 He told them a parable also: “No one tears a piece from a new garment and puts it upon an old garment; if he does, he will tear the new, and the piece from the new will not match the old. 37 And no one puts new wine into old wineskins; if he does, the new wine will burst the skins and it will be spilled, and the skins will be destroyed. 38 But new wine must be put into fresh wineskins. 39 And no one after drinking old wine desires new; for he says, `The old is good.'”

Meditation: Which comes first, fasting or feasting? The disciples of John the Baptist were upset with Jesus’ disciples because they did not fast. Fasting was one of the three most important religious duties, along with prayer and almsgiving. Jesus gave a simple explanation. There’s a time for fasting and a time for feasting (or celebrating). 

A time to weep and fast – a time to rejoice and celebrate
To walk as a disciple with Jesus is to experience a whole new joy of relationship akin to the joy of the wedding party in celebrating with the groom and bride their wedding bliss. But there also comes a time when the Lord’s disciples must bear the cross of affliction and purification. For the disciple there is both a time for rejoicing in the Lord’s presence and celebrating his goodness and a time for seeking the Lord with humility and fasting and for mourning over sin. Do you take joy in the Lord’s presence with you and do you express sorrow and contrition for your sins?

A mind closed to God’s wisdom
Jesus goes on to warn his disciples about the problem of the “closed mind” that refuses to learn new things. Jesus used an image familiar to his audience – new and old wine skins. In Jesus’ times, wine was stored in wine skins, not bottles. New wine poured into skins was still fermenting. The gases exerted gave pressure. New wine skins were elastic enough to take the pressure, but old wine skins easily burst because they became hard as they aged. What did Jesus mean by this comparison?

The Old Testament points to the New – the New Testament fulfills the Old
Are we to reject the old in place of the new? Just as there is a right place and a right time for fasting and for feasting, so there is a right place for the old as well as the new.  Jesus says the kingdom of heaven is like a householder who brings out of his treasure what is new and what is old (Matthew 13:52). 

A very common expression, dating back to the early beginnings of the Christian church, states that the New Testament lies hidden in the Old and the Old Testament is unveiled in the New – the two shed light on each other. The New Testament does not replace the Old – rather it unveils and brings into full light the hidden meaning and signs which foreshadow and point to God’s plan of redemption which he would accomplish through his Son, Jesus Christ. How impoverished we would be if we only had the Old Testament or the New Testament, rather than both.

New “wine” of the Holy Spirit
The Lord Jesus gives us wisdom so we can make the best use of both the old and the new. He doesn’t want us to hold rigidly to the past and to be resistant to the new action of his Holy Spirit in our lives. He wants our minds and hearts to be like the new wine skins – open and ready to receive the new wine of the Holy Spirit. Are you eager to grow in the knowledge and understanding of God’s word and plan for your life?

 

“Lord Jesus, fill me with your Holy Spirit, that I may grow in the knowledge of your great love and truth. Help me to seek you earnestly in prayer and fasting that I may turn away from sin and wilfulness and conform my life more fully to your will. May I always find joy in knowing, loving, and serving 

 

 

 

 

 

 

QUINTA-FEIRA da semana XXII 05 de Setembro

Liturgia diária

Agenda litúrgica

2019-09-05                         

QUINTA-FEIRA da semana XXII

Verde – Ofício da féria. 
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18). 

L 1 Col 1, 9b-14; Sal 97 (98), 2-3ab. 3cd-4. 5-6 
Ev Lc 5, 1-11 

Missa

 ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5 
Tende compaixão de mim, Senhor, 
que a Vós clamo o dia inteiro. 
Vós, Senhor, sois bom e indulgente, 
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam. 


ORAÇÃO COLECTA 
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito, 
infundi em nossos corações o amor do vosso nome 
e, estreitando a nossa união convosco, 
dai vida ao que em nós é bom 
e protegei com solicitude esta vida nova. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses 
Irmãos: Não cessamos de orar por vós e de pedir que chegueis ao pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e inteligência espiritual. Assim vivereis de maneira digna do Senhor, agradando-Lhe em tudo, realizando toda a espécie de boas obras e progredindo no conhecimento de Deus. Sereis fortalecidos com o seu poder glorioso, para que se confirme a vossa constância e longanimidade a toda a prova e, cheios de alegria, deis graças a Deus Pai, que nos fez dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o reino do seu Filho muito amado, no qual temos a redenção, o perdão dos pecados. 
Palavra do Senhor. 

 

 

 

COMENTÁRIO ECLESIA


LEITURA I Col 1, 9b-14 
«Libertou-nos do poder das trevas 
e transferiu-nos para o reino do seu Filho muito amado» 

Depois da direcção da carta e da saudação inicial, vem um momento de oração pelo progresso espiritual dos cristãos, ao mesmo tempo que um convite à acção de graças a Deus que os libertou e os fez passar para o Reino de seu Filho, “no qual temos a redenção, o perdão dos pecados”. 

COMENTÁRIO DEONIANOS

Paulo dirige-se aos Colossenses num tom de oração que irá desembocar no hino cristológico (vv. 15-20. Por agora, pede para a comunidade o dom de um profundo conhecimento da vontade de Deus. A linguagem, à primeira vista, pode fazer lembrar a dos gnósticos, mas, depois, Paulo especifica melhor de que conhecimento se trata, caracterizando-o definitivamente em sentido cristão: caminhar de modo digno do Senhor, agradar-lhe em tudo, dar frutos de boas obras, ser fortes e pacientes. Trata-se de um caminho de conversão, que exige adesão da vontade do homem e compromisso em perseverar no bem, realizando as obras agradáveis a Deus, as obras do Evangelho.
O cristão não é chamado apenas a um saber, mas a entrar num novo êxodo que estabelece a pertença ao povo de Deus: a «tomar parte na herança dos santos na luz» (v. 12), a luz que é Cristo ressuscitado, libertador do pecado e da morte.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 97 (98), 2-3ab.3cd-4.5-6 (R. 2a) 
Refrão: O Senhor revelou a sua salvação. Repete-se 

O Senhor deu a conhecer a salvação, 
revelou aos olhos das nações a sua justiça. 
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade 
em favor da casa de Israel. Refrão 

Os confins da terra puderam ver 
a salvação do nosso Deus. 
Aclamai o Senhor, terra inteira, 
exultai de alegria e cantai. Refrão 

Cantai ao Senhor ao som da cítara, 
ao som da cítara e da lira; 
ao som da tuba e da trombeta, 
aclamai o Senhor, nosso Rei. Refrão 


ALELUIA Mt 4, 19 
Refrão: Aleluia. Repete-se 
Vinde comigo, diz o Senhor, 
e farei de vós pescadores de homens. Refrão 




Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 
Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus. 
Palavra da salvação. 

COMENTÁRIO ECLESIA


EVANGELHO Lc 5, 1-11 
«Deixaram tudo e seguiram Jesus» 

Jesus continua nas margens do lago junto dos pescadores. Através da experiência da sua vida de trabalho, Jesus leva-os a compreender, particularmente a Simão Pedro, que o seu futuro será outro. A cena da pesca miraculosa tem uma significação mais larga do que a simples abundância do peixe que foi apanhado na rede: Pedro, a barca, a rede, a pesca, o acto de fé de Pedro e dos colegas, o chamamento e a resposta dos futuros Apóstolos, traduzem o mistério da Igreja e o dos Apóstolos no meio da Igreja: doravante eles serão pescadores de homens. E eles compreenderam a lição: deixaram as redes e seguiram Jesus. 

COMENTÁRIO DEONIANOS 

Lucas realça o modo como a multidão escutava «a palavra de Deus». Deste modo, remete-nos para a comunidade eclesial que vive a sua fé colocando no centro de si mesma «a palavra de Deus» e, ao mesmo tempo, Jesus como Palavra da revelação e a pregação apostólica. Lucas também realça que Jesus, «sentando se, dali se pôs a ensinar a multidão». Também este pormenor nos leva a considerar a narração evangélica como intimamente ligada à vida da primitiva comunidade cristã, em que a passagem da evangelização à catequese era normal e permanente.
«Porque Tu o dizes, lançarei as redes»: Lucas sublinha a autoridade da palavra de Jesus. Sabemos que toda a palavra que saía da boca de Jesus, para os Apóstolos ou para a multidão, estava carregada de especial autoridade: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» (4, 36).
«Depois de terem reconduzido as barcas para terra, dei¬xaram tudo e seguiram no». Esta expressão alerta para o radicalismo evangélico. Lucas quer indicar que o seguimento de Jesus implica, não só uma opção pessoal, mas também a decisão de se desapegar de tudo aquilo que, de algum modo, possa enfraquecer a adesão a Jesus.

Meditatio

Pedro já se tinha encontrado com Jesus. Mas o episódio da pesca milagrosa marca um novo começo, um novo tipo de relação com o Senhor: «Não tenhas receio; de futuro, serás pescador de homens» (v. 10). Quando o homem vacila nas suas convicções mais firmes, fica criada a ocasião para a conversão. No espaço deixado livre pelo homem, no calar a própria experiência, sempre limitada, Deus pode agir, o seu poder pode manifestar-se. E tudo muda, inclusivamente dentro de nós e na nossa relação com Ele. Na extraordinária pesca, depois de uma noite de trabalho inútil, Pedro reconheceu os seus limites, e reconheceu, sobretudo, o poder divino de Jesus. Por isso, se rendeu e ajoelhou diante de Deus: «Ao ver isto, Simão caiu aos pés de Jesus» (v. 8). Tendo dado espaço ao Senhor, Ele invadiu a sua vida: «de futuro, serás pescador de homens» (v. 10b). E Pedro viveu uma verdadeira conversão, realizou um pequeno êxodo, que encheu de significado as suas acções habituais. «Serás pescador de homens»: Pedro e os companheiros são chamados a partir exactamente da situação onde se encontravam, da sua experiência de homens do mar, que, de futuro, olharão com olhos novos, com olhos iluminados pela fé no Senhor Jesus. A noite de trabalho inútil, transformou-se no dia da abundância de Deus, em que podem saborear os bens que Ele nos preparou desde toda a eternidade. Permanecer pescadores, por outro lado, quer dizer continuar a própria experiência no espaço e no tempo, na cultura e na sociedade a que pertencemos, incarnando nela a Palavra que salva.
Para o cristão, cada dia há-de ser um novo começo, a partir da Palavra do Senhor, acolhida num coração disponível. Por isso, não há monotonia, não há repetição. Há sempre a novidade da Palavra de Deus, que nos oferece uma pequena luz para cada dia, que nos dá força e coragem para recomeçar. Apoiados nela, o nosso dia será frutuoso para nós e, misteriosamente, para todo o mundo. Os Apóstolos, à palavra de Jesus, lançaram as redes, «e apanharam uma grande quantidade de peixe» (v. 6).
Vivamos cada dia com esta atitude, e o nosso trabalho será tornado fecundo pelo poder da Palavra do Senhor.

 

Oratio

Obrigado, Pai, pelo teu Filho Jesus, revelação da tua sabedoria, manifestação da tua vida divina. A sua Palavra chama-nos à conversão, ao êxodo da nossa sabedoria para a tua sabedoria. A sua Palavra é luz que nos tira das trevas das nossas certezas, que nos permite ir mais além do fracasso da nossa experiência. A sua Palavra é estímulo a fazer-nos ao largo, a não nos fecharmos no nosso pequeno mundo, a irmos além da nossa experiência, para aceitarmos uma s&oacute
; evidência, a da sua Palavra. Obrigado, Pai, pelo teu Filho, a Palavra feita carne. Amen.

Contemplatio

O Coração de Maria era o próprio Coração de Jesus durante este período (da gravidez de Maria). Daí a sua grande santidade, daí a necessidade da Imaculada Conceição. Este coração que devia ser o de Jesus, não podia ter pertencido ao demónio. Daí o grande poder de intercessão de Maria. Como é que Nosso Senhor lhe recusaria dispor do seu sangue e do preço deste sangue, ela que o pôs nas veias e aí o fez circular, ela que imprimiu ao seu Coração os seus primeiros batimentos. Recorramos, portanto, a Maria com uma inteira confiança. Peçamos e havemos de receber. E Jesus, que fazia no seio de Maria? Era o Verbo divino tornado mudo. O seu discípulo bem amado, João, disse a dupla geração do Verbo: No princípio era o Verbo e o Verbo era Deus. O Verbo era Deus como o Pai celeste, que o gerou desde toda a eternidade. Por este Verbo todas as coisas foram feitas; este Verbo era vida e o princípio da vida; era a luz de todos os homens. Enfim, este Verbo fez-se carne por amor para com os homens. Quis ser gerado no seio de uma virgem pela operação do Espírito Santo. Santificava a sua mãe, como quis santificar-nos habitando espiritualmente em nós. (Leão Dehon, OSP 4, p. 565)

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«E o Verbo fez-se homem» (Jo 1, 14).

Daily Reading & Meditation

 Thursday (September 5): “You will catch people for the kingdom of God”

Scripture: Luke 5:1-11

1 While the people pressed upon him to hear the word of God, he was standing by the lake of Gennesaret. 2 And he saw two boats by the lake; but the fishermen had gone out of them and were washing their nets. 3 Getting into one of the boats, which was Simon’s, he asked him to put out a little from the land. And he sat down and taught the people from the boat. 4 And when he had ceased speaking, he said to Simon, “Put out into the deep and let down your nets for a catch.” 5 And Simon answered, “Master, we toiled all night and took nothing! But at your word I will let down the nets.” 6 And when they had done this, they enclosed a great shoal of fish; and as their nets were breaking, 7 they beckoned to their partners in the other boat to come and help them. And they came and filled both the boats, so that they began to sink. 8 But when Simon Peter saw it, he fell down at Jesus’ knees, saying, “Depart from me, for I am a sinful man, O Lord.” 9 For he was astonished, and all that were with him, at the catch of fish which they had taken; 10 and so also were James and John, sons of Zebedee, who were partners with Simon. And Jesus said to Simon, “Do not be afraid; henceforth you will be catching men.” 11 And when they had brought their boats to land, they left everything and followed him.

Meditation: Why did Jesus perform the miracle of the great catch of fish? No doubt the great crowd of people who had pressed upon Jesus had something to do with this miracle. They were very hungry for God and were eager to hear his word. Jesus wanted to use this occasion to teach his disciples an important lesson. Although Simon was wearied from a night of fruitless toil, he nonetheless did what the Lord Jesus told him to do: At your word I will let down the nets. When you meet disappointment and failure, do you press upon the Lord, like Simon, to hear his word and to receive his command?

God expects greater things than we can do by ourselves
This incident tells us an important truth about how God works in and through each of us for his glory. God expects of us greater things than we can do by ourselves. When we cooperate in his works, we accomplish far beyond what we can do on our own. Therese of Lisieux, a Carmelite nun who died of tuberculosis at the age of twenty-four, wrote to a friend: “Jesus has so incomprehensible a love for us that he wills that we have a share with him in the salvation of souls. He wills to do nothing without us. The Creator of the universe awaits the prayer of a poor little soul to save other souls redeemed like it at the price of all his Blood.” 

When God’s word is spoken his kingdom is revealed and his power is released. When people respond to God’s word with faith and obedience they are changed and made “a new creation” in Jesus Christ (2 Corinthians 5:17).

Witness the joy of the Gospel
God chooses ordinary people, like you and me, as his ambassadors and he uses the ordinary circumstances of our daily lives and work situations to draw others into his kingdom. Jesus speaks the same message to us today: we will “catch people” for the kingdom of God if we allow the light of Jesus Christ to shine through us. God wants others to see the light of Christ in us in the way we live, speak, and witness the joy of the Gospel. Paul the Apostle says, “But thanks be to God, who in Christ Jesus always leads us in triumph, and through us spreads the fragrance of the knowledge of him everywhere. For we are the aroma of Christ to God among those who are being saved and among those who are perishing” (2 Corinthians 2:15). 

Do you witness to those around you the joy of the Gospel and do you pray for your neighbors, co-workers, and relatives that they may come to know the Lord Jesus Christ and grow in the knowledge of his love and truth?

“Lord Jesus, fill my heart with love and compassion for those who do not know you or follow you. May I be a good witness of your truth and salvation to my family, friends, and co-workers.”


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS 
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos 
e realizai em nós, com o poder da vossa graça, 
a redenção que celebramos nestes mistérios. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20 
Como é grande, Senhor, 
a vossa bondade para aqueles que Vos servem! 

Ou Mt 5, 9-10 
Bem-aventurados os pacíficos, 
porque serão chamados filhos de Deus. 
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça, 
porque deles é o reino dos céus. 
ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO 
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste, 
fazei que esta fonte de caridade 
fortaleça os nossos corações 
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos. Por Nosso Senhor.oral

QUARTA-FEIRA da semana XXII 04 de Setembro

 

Liturgia diária

Agenda litúrgica

2019-09-04

QUARTA-FEIRA da semana XXII

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18).

L 1 Col 1, 1-8; Sal 51 (52), 10. 11ab. 11cd
Ev Lc 4, 38-44

Missa

 ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5
Tende compaixão de mim, Senhor,
que a Vós clamo o dia inteiro.
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam.

ORAÇÃO COLECTA
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito,
infundi em nossos corações o amor do vosso nome
e, estreitando a nossa união convosco,
dai vida ao que em nós é bom
e protegei com solicitude esta vida nova.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Colossenses
Paulo, apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, aos cristãos de Colossos, irmãos fiéis em Cristo: A graça e a paz de Deus nosso Pai estejam convosco. Damos graças a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, e oramos continuamente por vós. De facto, temos ouvido falar da vossa fé em Cristo Jesus e da caridade que tendes para com todos os cristãos, por causa da esperança que vos está reservada nos Céus. Esta esperança foi-vos anunciada pela palavra da verdade, o Evangelho, que chegou até vós. Assim como frutifica e se desenvolve no mundo inteiro, o mesmo sucede entre vós, desde o dia em que ouvistes falar da graça de Deus e tivestes dela conhecimento verdadeiro. Nela fostes instruídos por Epafras, nosso querido companheiro de serviço, que está, em vez de nós, como fiel ministro de Cristo e nos deu a conhecer a vossa caridade segundo o Espírito.
Palavra do Senhor.


 COMENTÁRIO – ECLESIA

LEITURA I (anos ímpares) Col 1, 1-8
« A palavra da verdade chegou até vós e ao mundo inteiro»

Começamos hoje a leitura da Epístola aos Colossenses. Colossos era uma cidade da actual Turquia, onde havia uma comunidade cristã, que acabava de ser perturbada com ideias novas, perturbadoras da fé dos discípulos. Paulo, prisioneiro em Roma, escreve-lhes esta carta admirável em que apresenta Cristo, o Senhor Ressuscitado, como Cabeça de toda a Igreja, por meio do qual todos os homens são chamados à unidade e à salvação.


COMENTÁRIO – DEONIANOS

cidade de Colossos ficava situada na Frígia, 200 quilómetros a leste de Éfeso. Parece certo que Paulo nunca passou por essa cidade. Era uma comunidade predominantemente formada por cristãos de origem pagã. Mas também havia cristãos provenientes da diáspora judaica. O Apóstolo escreve-lhes de Roma, onde se encontrava em prisão domiciliária, por volta da Primavera do ano 63. A carta é motivada pela ameaça de sincretismo, com elementos de origem paga e de origem judaica, que pendia sobre aquela fervorosa comunidade. Havia quem queria impor uma espécie de gnose baseada em elementos do mundo (2, 8.20) e sobre as potências cósmicas (2, 8.10.15), bem como sobre a observância minuciosa de práticas judaicas referentes à circuncisão e ao uso de alimentos.

Como Colossos não era uma comunidade fundada por Paulo, o Apóstolo serve-se de intermediários, a começar por Epafras, apóstolo da região e fundador da comunidade (v. 7). Apesar disso, o Apóstolo dirige-se aos Colossenses com um tom de solicitude e de afecto. Nos vv. 3-8, encontramos a mais longa acção de graças de todo o Novo Testamento, que resume toda a economia da salvação, que tem origem na vontade do Pai, se realiza na pessoa do Senhor Jesus, e se comunica através da obra evangelizadora, conduzindo os crentes à graça e à verdade, que, com as virtudes teologais, são reflexo do rosto de Deus e presença do seu Espírito.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 51 (52), 10.11ab.11cd (R. 10b)
Refrão: Confio na misericórdia de Deus para sempre. Repete-se

Eu sou como oliveira viçosa na casa do meu Deus;
confio para sempre na sua misericórdia. Refrão

Hei-de louvar-Vos eternamente
pelo bem que me fizestes. Refrão

Na presença dos vossos fiéis proclamarei
como é bom o vosso nome. Refrão


ALELUIA Lc 4, 18
Refrão: Aleluia Repete-se
O Senhor enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres
e proclamar aos cativos a redenção. Refrão


EVANGELHO Lc 4, 38-44
«Tenho de ir também às outras cidades
anunciar a boa nova do reino de Deus»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e entrou em casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre muito alta e pediram a Jesus que fizesse alguma coisa por ela. Jesus, aproximando-Se da sua cabeceira, falou imperiosamente à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se e começou logo a servi-los. Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes com diversas enfermidades traziam-nos a Jesus e Jesus, impondo as mãos sobre cada um deles, curava-os. De muitos deles saíam demónios, que diziam em altos gritos: «Tu és o Filho de Deus». Mas Jesus, em tom severo, impedia-os de falar, porque sabiam que Ele era o Messias. Ao romper do dia, Jesus dirigiu-Se a um lugar deserto. A multidão foi à procura d’Ele e, tendo-O encontrado, queria retê-l’O, para que não os deixasse. Mas Jesus disse-lhes: «Tenho de ir também às outras cidades anunciar a boa nova do reino de Deus, porque para isto fui enviado». E pregava pelas sinagogas da Judeia.
Palavra da salvação.


COMENTÁRIO ECLESIA

EVANGELHO Lc 4, 38-44
«Tenho de ir também às outras cidades
anunciar a boa nova do reino de Deus»

Rejeitado em Nazaré, Jesus desce a Cafarnaum onde é acolhido pela fé daquela gente, a ponto de Cafarnaum vir a ser chamada “a sua cidade”. Este dia de Cafarnaum foi para Jesus um dia cheio: saindo da sinagoga, Jesus entra em casa de Simão e cura a sogra dele que estava doente. Depois, ao pôr-do-sol, é uma multidão de doentes que é curada pela imposição das suas mãos. Assim cativada pelos seus favores, a multidão não O quer deixar partir; mas o Enviado de Deus tem de ir também “às outras cidades”.

COMENTÁRI0 DEONIANOS  

EVANGELHO Lc 4, 38-44
«Tenho de ir também às outras cidades
anunciar a boa nova do reino de Deus»

Notamos, nesta página, dois momentos distintos: a cura da sogra de Simão; as palavras sobre a consciência que Jesus tinha da sua missão evangelizadora (v. 43). O primeiro momento revela-nos que a cura habilita ao serviço. Também nos diz que as curas dos doentes se tornam ocasião de verdadeiras profissões de fé em Cristo, mesmo que elas saíam da boca dos demónios…
Na segunda parte de texto, Lucas faz-se intérprete de dois eventos fundamentais: do facto de que a evangelização seja uma característica essencial do cristianismo e da consciência messiânica de Jesus que explode sobretudo na necessidade que lhe incumbe de anunciar o reino de Deus. Trata-se de uma necessidade providencial, porque está inscrita no projecto salvífico de Deus. Jesus não pode eximir-se a esse preciso dever, até porque qualifica a sua missão: «Para isso fui enviado» (4, 8; cf. também Lc 10, 16).

 

 

 

Meditatio

No começo desta semana, vimos como Jesus resistiu à tendência possessiva dos seus conterrâneos, obrigando-os a aceitar que não eram destinatários privilegiados do seu ministério e dos seus milagres. Quem quiser apoderar-se de Jesus, de modo egoísta, não O recebe, porque a união com Ele só é possível no amor generoso, na abertura do coração. O evangelho de hoje confirma essa orientação. Depois de Nazaré, Jesus dirige-se a Cafarnaúm, e entra em casa de Simão Pedro: «A sogra de Simão estava com muita febre, e intercederam junto dele em seu favor» (v. 38), com grande confiança na sua palavra. «Jesus, inclinando-se sobre ela, ordenou à febre e esta deixou-a» (v. 39). Ao ver o sucedido, «todos quantos tinham doentes, com diversas enfermidades, levavam-lhos» (v. 40). Jesus atendia a todos com grande bondade e, «impondo as mãos a cada um deles, curava-os» (v. 40). A atenção de Jesus dirige-se a cada pessoa, a cada um dos seus discípulos. Por isso, mais tarde, poderá dizer: «Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me» (Jo 10, 14).
É certamente cansativo ocupar-se de cada pessoa, quando são muitas. Jesus fá-lo com serenidade e calma. Fá-lo generosamente. Assim se compreende como, no dia seguinte, ao verem que já não estava ali, o tenham procurado: «As multidões procuravam-no e, ao chegarem junto dele, tentavam retê-lo, para que não se afastasse delas» (v. 42). Jesus tinha suscitado gratidão, estima, admiração. O seu ministério alcançara total sucesso. O mais natural era que Jesus cedesse ao desejo das pessoas e permanecesse junto delas. Mas o Senhor decide partir: «Tenho de anunciar a Boa-Nova do Reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado» (v. 43). Corre o risco de desiludir as pessoas. Mas sabe que tem uma missão mais ampla, que não veio procurar sucesso pessoal, mas fazer a vontade do Pai, que O mandou à procura das ovelhas tresmalhadas, onde quer que se encontrem.
Uma óptima lição para os cristãos, particularmente para os religiosos e sacerdotes, tantas vezes apegados àqueles lugares e ofícios onde tiverem sucesso, e com tanta dificuldade em obedecer aos seus superiores, que decidiram enviá-los a outras aldeias e cidades, a outras missões. Jesus não se detém a colher louros do seu trabalho. O seu amor não tem limites, procura salvar a todos, vai ao encontro dos próprios inimigos, para propor a reconciliação e a paz. É essa a vontade do Pai em relação a Ele.

 

 

Oratio

Obrigado, Pai, por Te teres inclinado sobre as nossas chagas de homens pecadores: a doença, a idade avançada, a opressão do espírito enfraqueceram a human
idade desde o começo, assinalando-a com a vitória do mal, até ao dia em que nos enviaste o teu Filho Jesus, Salvador. Ele, bom samaritano da humanidade, fez-se nosso próximo, e derramou sobre as nossas feridas o vinho purificador e o azeite consolador. Pobre entre os pobres, fez-nos contemplar o teu rosto amoroso, no resplendor da sua luz. Faz-nos, também a nós, bons samaritanos e próximos da humanidade de hoje, para que, pela tua graça, lhe curemos as graves doenças da solidão, da indiferença, do egoísmo, do desespero. Amen.

Contemplatio

Não esqueçamos o poder do nome de Jesus, do qual o conselho da augusta Trindade concebeu o projecto, e que a história do povo de Deus simbolizou pela condução por Josué para a entrada na terra prometida. Os profetas anunciaram-no, os anjos trouxeram-no do céu, os apóstolos publicaram-no por toda a terra, os mártires glorificaram-no pela efusão do seu sangue. Acalmou as tempestades, deteve os incêndios, curou os doentes, expulsou os demónios, ressuscitou os mortos. Alegra o céu e faz tremer o inferno, sustém os fortes, reanima os fracos e inspira os heróis da religião. Estai, portanto, junto de mim, ó meu Salvador, ao longo deste ano e até à hora da minha morte. Apresentai ao vosso Pai celeste o sangue redentor do qual as primeiras gotas foram derramadas pelo vosso Coração de Menino. Invocarei muitas vezes com amor e confiança o vosso belo nome de Jesus. (Leão Dehon, OSP 3, p. 19).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:
«Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas
e elas conhecem-me» (Jo 10, 14).


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos
e realizai em nós, com o poder da vossa graça,
a redenção que celebramos nestes mistérios.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20
Como é grande, Senhor,
a vossa bondade para aqueles que Vos servem!

Ou Mt 5, 9-10
Bem-aventurados os pacíficos,
porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça,
porque deles é o reino dos céus.


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste,
fazei que esta fonte de caridade
fortaleça os nossos corações
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos.
Por Nosso Senhor.

Daily Reading & Meditation

Wednesday (September 4): “He laid his hands on every one and healed them”

Scripture: Luke 4:38-44

38 And he arose and left the synagogue, and entered Simon’s house. Now Simon’s mother-in-law was ill with a high fever, and they asked him about her. 39 And he stood over her and rebuked the fever, and it left her; and immediately she rose and served them. 40 Now when the sun was setting, all those who had any that were sick with various diseases brought them to him; and he laid his hands on  every one of them and healed them. 41 And demons also came out of many, crying, “You are the Son of God!” But he rebuked them, and would not allow them to speak, because they knew  that he was the Christ. 42 And when it was day he departed and went into a lonely place. And the people sought him and came to him, and would have kept him from leaving  them; 43 but he said to them, “I must preach the good news of the kingdom of God to the other cities also; for I was sent for this purpose.” 44 And he was preaching in the synagogues of Judea.

Meditation: Who do you take your troubles to? Jesus’ disciples freely brought their troubles to him because they found him ready and able to deal with any difficulty, affliction, or sickness which they encountered. When Simon Peter brought Jesus to his home for the Sabbath meal (right after Jesus preached in the synagogue in Capernaum), his mother-in-law was instantly healed because Jesus heard Simon’s prayer. Jesus could not avoid drawing a crowd wherever he went. 

Jesus wants to set us free today
No one who asked Jesus for help was left disappointed. Jesus’ numerous healings and exorcisms demonstrated the power and authority of his word, the “good news of the kingdom of God.” When he rebuked the fever, it immediately left. When he rebuked the demons, they left as well. Why did the demons shudder at Jesus’ presence? They recognized that he was the Christ, the Son of God and that he had power to destroy their kingdom by releasing those bound by it. Jesus came to set us free from bondage to sin and evil. Do you seek freedom in Christ and trust in his power to set you free?

When Jesus and the disciples sought a lonely place to regroup and rest, they found instead a crowd waiting for them! Did they resent this intrusion on their hard-earned need for privacy and refreshment? Jesus certainly didn’t but welcomed them with open-arms. Jesus put human need ahead of everything else. His compassion showed the depths of God’s love and concern for all who are truly needy. Jesus gave the people the word of God and he healed them physically as well as spiritually.

Jesus never tires of hearing and answering our pleas
We can never intrude upon God nor exhaust his generosity and kindness. He is ever ready to give to those who earnestly seek him out. Do you allow Jesus to be the Lord and Healer in your personal life, family, and community? Approach him with expectant faith. God’s healing power restores us not only to health but to active service and care of others. There is no trouble he does not want to help us with and there is no bondage he can’t set us free from. Do you take your troubles to him with expectant faith that he will help you?

“Lord Jesus Christ, you have all power to heal and to deliver. There is no trouble nor bondage you cannot overcome. Set me free to serve you joyfully and to love and serve others generously. May nothing hinder me from giving myself wholly to you and to your service.”

 

TERÇA-FEIRA da semana XXII 03 de Setembro

 

Agenda litúrgica

2019-09-03

TERÇA-FEIRA da semana XXII

  1. Gregório Magno, papa e doutor da Igreja – MO 

S. GREGÓRIO MAGNO, papa e doutor da Igreja

 Nota Histórica

Nasceu em Roma por volta do ano 540. Tendo tomado a carreira política, chegou a ser nomeado prefeito da Urbe. Abraçou depois a vida monástica, foi ordenado diácono e desempenhou o cargo de legado pontifício em Constantinopla. No dia 3 de Setembro do ano 590 foi elevado à Cátedra de Pedro, cargo que exerceu como verdadeiro bom pastor no governo da Igreja, no cuidado dos pobres, na propagação e consolidação da fé. Escreveu muitas obras de Moral e Teologia. Morreu a 12 de Março do ano 604.



L 1 1 Tes 5, 1-6. 9-11; Sal 26 (27), 1. 4. 13. 14 
Ev Lc 4, 31-37 .

 Missa

 ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5 
Tende compaixão de mim, Senhor, 
que a Vós clamo o dia inteiro. 
Vós, Senhor, sois bom e indulgente, 
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam. 


ORAÇÃO COLECTA 
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito, 
infundi em nossos corações o amor do vosso nome 
e, estreitando a nossa união convosco, 
dai vida ao que em nós é bom 
e protegei com solicitude esta vida nova. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo 
aos Tessalonicenses 
Irmãos: Sobre o tempo e a ocasião da vinda do Senhor, não precisais que vos escreva, pois vós próprios sabeis perfeitamente que o dia do Senhor vem como um ladrão nocturno. 
E quando disserem: «Paz e segurança», é então que subitamente cairá sobre eles a ruína, como as dores da mulher que está para ser mãe, e não poderão escapar. Mas vós, irmãos, não andais nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão, porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia: nós não somos da noite nem das trevas. Por isso, não durmamos como os outros, mas permaneçamos vigilantes e sóbrios. Deus não nos destinou para sofrermos a sua ira, mas para alcançarmos a salvação por Nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, a fim de que, velando ou dormindo, vivamos em união com Ele. Por isso, animai-vos mutuamente e edificai-vos uns aos outros, como já fazeis. 
Palavra do Senhor. 


COMENTÁRIO ECLESIA

LEITURA I (anos ímpares) 1 Tes 5, 1-6.9-11 
«Para que o dia do Senhor não vos surpreenda como um ladrão» 

A vinda do Senhor é certa, embora seja incerta a sua hora. Assim, esta há-de ser aguardada na vigilância, como em vigília de oração, na esperança e na alegria, como por quem espera a hora da salvação. 

COMENTÁRIO DEONIANOS  

Ao concluir a sua carta, Paulo retoma os temas desenvolvidos e faz uma última e decisiva exortação: «vigiemos» (v. 6). O Dia do Senhor é imprevisível. Chegará como um ladrão. A fé na parusia relativiza a atitude do cristão perante as grandes realizações históricas: «Quando disserem: «Paz e segurança», então se abaterá repentinamente sobre eles a ruína» (v. 3). Embora alegrando-se com as vitórias humanas sobre as suas múltiplas alienações, os cristãos nunca considerarão definitiva nenhuma época histórica, mas adoptarão, em relação a ela, uma atitude crítica e de espera. Não era isso que acontecia, pelo menos com alguns cristãos de Tessalónica, que se entretinham nos prazeres de um mundo vão, se abandonavam ao ócio, aos boatos, aos vícios da vida nocturna. Mais pareciam pagãos do que cristãos, porque não tinham em conta o dia do Juízo, absolutamente inelutável. São filhos das trevas. Os verdadeiros cristãos, pelo contrário, são filhos da luz, pessoas que conhecem o sentido e o fim deste mundo.



SALMO RESPONSORIAL Salmo 26 (27), 1.4.13-14 (R. cf. 13) 
Refrão: Espero contemplar a bondade do Senhor 
na terra dos vivos. Repete-se 

O Senhor é minha luz e salvação: 
a quem hei-de temer? 
O Senhor é a defesa da minha vida: 
de quem hei-de ter medo? Refrão 

Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio: 
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, 
para gozar da suavidade do Senhor 
e visitar o seu santuário. Refrão 

Espero vir a contemplar a bondade do Senhor 
na terra dos vivos. 
Confia no Senhor, sê forte. 
Tem confiança e confia no Senhor. Refrão 


ALELUIA Lc 7, 16 
Refrão: Aleluia Repete-se 
Apareceu no meio de nós um grande profeta: 
Deus visitou o seu povo. Refrão 


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 
Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região. 
Palavra da salvação. 
COMENTÁRIO ECLESIA   


EVANGELHO      Lc 4, 31-37

«Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus»

 

De Nazaré, Jesus desce até Cafarnaum, na beira do lago. Mais tarde será aí a sua cidade habitual. Ao sábado, lá está na celebração da Palavra na sinagoga e ensina o povo, que se encanta com as suas palavras e o seu poder revelado na cura do possesso. Palavras e acções, tudo são palavras da Palavra, que é o Verbo, o Filho de Deus, que o Pai envia ao mundo.

Evangelho: Lucas 4, 31-37

Naquele tempo, Jesus 31desceu a Cafarnaúm, cidade da Galileia, e a todos ensinava ao sábado. 32E estavam maravilhados com o seu ensino, porque falava com autoridade. 33Encontrava-se na sinagoga um homem que tinha um espírito demoníaco, o qual se pôs a bradar em alta voz: 34«Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos arruinar? Sei quem Tu és: o Santo de Deus!» 35Jesus ordenou-lhe: «Cala-te e sai desse homem!» O demónio, arremessando o homem para o meio da assistência, saiu dele sem lhe fazer mal algum. 36Dominados pelo espanto, diziam uns aos outros: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» 37A sua fama espalhou-se por todos os lugares daquela região.

COMENTÁRIO DEONIANOS

A distância entre Nazaré e Cafarnaúm é relativamente curta. Jesus percorre-a para a anunciar o evangelho e curar os enfermos. Assim, para Lucas, mostra a autoridade de que está revestido. A palavra de Jesus é eficaz: realiza o que significa. Os gestos terapêuticos de Jesus levam conforto e vida a todos os que deles precisam.

Palavras e gestos são os elementos que ligam todo o Evangelho (cf. Lc 24, 19 onde se fala de «Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo»; Act 1,1: «No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei as obras e os ensinamentos de Jesus, desde o princípio»). Esta página, que se refere ao início do ministério público de Jesus, confirma-o. Jesus quer se escutado e acolhido por todos e cada um dos homens: por isso lhes fala ao coração e lhes cura o corpo. É uma intervenção libertadora que revela a eficácia da palavra de Jesus. O texto de hoje apresenta-nos um pobre doente que é libertado de um espírito maligno. Começa o choque frontal entre Jesus e o demónio. Esse choque é preciso para que Jesus se revele como salvador, isto é, como aquele que redime os que estão sob o domínio de Satanás e resgata para Deus e para o seu reino.

A intervenção de Jesus tem dois efeitos colaterais: suscita espanto em alguns e faz com que a sua fama se espalhe na região.

Meditatio

  1. Paulo, na primeira leitura, diz: «irmãos, não estais nas trevas… todos vós sois filhos da luz e filhos do dia» (v. 4-5). Somos filhos da luz, graças à palavra de Jesus. Somos filhos do dia, graças à eficácia dessa palavra. A palavra de Cristo chega até nós nos sacramentos da Igreja. Chega aos nossos ouvidos, mas chega, sobretudo, aos nossos corações, às nossas consciências. Essa palavra purifica-nos intimamente, torna-nos filhos da luz. Assim, ficamos em segurança, e não corremos o risco de ser surpreendidos. Venham as tribulações que vierem, estamos preparados para as transformar em ocasiões de progresso, de vitória. Quem se apega aos bens terrenos está sempre inseguro. Quem, pelo contrário, segue a Cristo e acolhe a sua palavra, tem em si a força tranquila que lhe permite ultrapassar todos os obstáculos. «Deus – diz-nos Paulo – não nos destinou à ira mas à posse da salvação por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo que morreu por nós» (vv. 4-5). A sua morte deu à sua palavra toda a eficácia, todo o poder. Doravante, podemos estar sempre com Ele, e encontrar a paz, que nada nem ninguém podem perturbar.

O evangelho mostra-nos a eficácia e o poder dessa palavra. Jesus fala «com autoridade» (v. 32). Era uma novidade absoluta em Israel. Até Jesus, os mestres falavam apoiando-se sempre na autoridade dos antigos, da tradição. Jesus fala sem precisar desses apoios: tinha uma autoridade pessoal que era suficiente. Os milagres, e concretamente, a capacidade de expulsar demónios, mostram-nos a eficácia da sua palavra. Intima o demónio a calar-se, a deixar a pessoa de quem tinha tomado posse, e o espírito demoníaco nada mais pode fazer do que obedecer: «O demónio… saiu dele sem lhe fazer mal algum» (v. 35). E todos foram «dominados pelo espanto», o espanto que invade o homem quando se vê perante uma manifestação divina. «E diziam uns aos outros: «Que palavra é esta? Ordena com autoridade e poder aos espíritos malignos, e eles saem!» (v. 36).

Mas a palavra de Jesus, eficaz e poderosa para nos libertar dos nossos males, é igualmente eficaz e poderosa para realizar a nossa união a Cristo e ao seu amor oblativo ao Pai pelos homens: «Escutamos com frequência a Palavra de Deus. Contemplamos o amor de Cristo nos mistérios da sua vida e na vida dos homens; sustentados pela nossa adesão a Ele, unimo-nos à sua oblação pela salvação do mundo.» (Cst 77).

Oratio

Senhor, Tu vieste para nos salvar. Mas vieste com a espada de dois gumes, que é a tua Palavra. Essa espada, que nos penetra até ao mais íntimo de nós mesmos, não nos

deixa indiferentes. Diante dela, ou gritamos escandalizados, rejeitando-a, ou gritamos espantados com as maravilhas que realiza em nós e à nossa volta. Quem não é por Ti, é contra Ti! Quem perde a vida para Te servir, quem se entrega à tua Palavra, vive da tua própria vida. Como juiz divino, ensinaste-nos a ver para além das aparências, a não temer a morte, para vivermos, desde já, na alegria da vida Contigo. Bendito sejas para sempre! Amen.

Contemplatio

Os apóstolos estavam inquietos, perturbados, angustiados, porque Nosso Senhor se ia embora. É sempre a nossa tentação. É mais forte, quando a nossa fé baixa. Temos necessidade de Nosso Senhor. Se está presente, ao menos pela fé, a nossa alma está em paz, na calma. Como a perturbação é frequente em mim! «Os meus dias são maus, cheios de dores e de contrariedades, diz a Imitação; estou sujo por uma infinidade de pecados, envolvido por um grande número de paixões, apertado por diversos temores, dividido por múltiplos cuidados, distraído pela curiosidade, embaraçado pela vaidade, afligido pela tentação, amolecido pelas delícias, atormentado pelos meus desejos». As inquietações devoram-me, a actividade arrasta-me, a febre agita-me, as tristezas abatem-me. Falta-me uma fé viva. O porto de salvação, o asilo da segurança está lá, é o Coração de Jesus, mas não sei entrar nele nem manter-me ao abrigo de todas as perturbações. Senhor, com a vossa palavra eficaz as ondas agitadas que agitam a minha alma. Repeti a palavra pacificadora que dissestes aos apóstolos: «Que o vosso coração não se perturbe», e o meu coração se acalmará. (Leão Dehon, OSP 3, p. 427).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:«Deus destinou-nos à posse da salvaçãopor meio de Nosso Senhor Jesus Cristo » (1 Ts 5, 9).

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS 
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos 
e realizai em nós, com o poder da vossa graça, 
a redenção que celebramos nestes mistérios. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 


ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20 
Como é grande, Senhor, 
a vossa bondade para aqueles que Vos servem! 

Ou Mt 5, 9-10 
Bem-aventurados os pacíficos, 
porque serão chamados filhos de Deus. 
Bem-aventurados os perseguidos por amor da justiça, 
porque deles é o reino dos céus. 


ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO 
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste, 
fazei que esta fonte de caridade 
fortaleça os nossos corações 
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos. 
Por Nosso Senhor.

******************************************************************************Meditation: What kind of harvest does the Lord want us to reap today for his kingdom? When Jesus commissioned seventy of his disciples to go on mission, he gave them a vision of a vast field that is ready to be harvested for the kingdom of God. Jesus frequently used the image of a harvest to convey the coming of God’s reign on earth. The harvest is the fruition of much labor and growth – beginning with the sowing of seeds, then growth to maturity, and finally the reaping of fruit for the harvest.

God’s word grows like a seed within us
In like manner, the word of God is sown in the hearts of receptive men and women who hear his word, accept it with trust and obedience, and then share the abundant fruit of God’s word in their life with others. The harvest Jesus had in mind was not only the gathering in of the people of Israel, but all the peoples (and nations) of the world. John the Evangelist tells us that  “God so loved the world that he gave his one and only Son, that whoever believes in him shall not perish but have eternal life” (John 3:16).

Be a sower of God’s word of peace and mercy
What does Jesus mean when he says his disciples must be “lambs in the midst of wolves”? The prophet Isaiah foretold a time when wolves and lambs will dwell in peace (Isaiah 11:6 and 65:25). This certainly refers to the second coming of the Lord Jesus when all will be united under the Lordship of Jesus after he has put down his enemies and established the reign of God over the heavens and the earth. In the meantime, the disciples must expect opposition and persecution from those who would oppose the Gospel. Jesus came to lay down his life for us, as our sacrificial lamb, to atone for our sins and the sins of the world. We, in turn, must be willing to offer our lives with gratitude and humble service for our Savior, the Lord Jesus Christ.

We are called to speak and witness in God’s name
What is the significance of Jesus appointing seventy disciples to the ministry of the word? Seventy was a significant number in biblical times. Moses chose seventy elders to help him in the task of leading the people through the wilderness. The Jewish Sanhedrin, the governing council for the nation of Israel, was composed of seventy members. In Jesus’ times seventy was held to be the number of nations throughout the world. Jesus commissioned the seventy to a two-fold task – to speak in his name and to act with his power.

.”Lord Jesus, may the joy and truth of the Gospel transform my life that I may witness it to those around me. Grant that I may spread your truth and merciful love wherever I go.

SEGUNDA-FEIRA da semana XXII2019-09-02 

  Agenda litúrgica

2019-09-02   

SEGUNDA-FEIRA da semana XXII

Missa à escolha (cf. p. 18, n. 18). 

L 1 1 Tes 4, 13-18; Sal 95 (96), 1 e 3. 4-5. 11-12. 13 
Ev Lc 4, 16-30 

Missa

ANTÍFONA DE ENTRADA Salmo 85, 3.5 
Tende compaixão de mim, Senhor, 
que a Vós clamo o dia inteiro. 
Vós, Senhor, sois bom e indulgente, 
cheio de misericórdia para àqueles que Vos invocam. 


ORAÇÃO COLECTA 
Deus do universo, de quem procede todo o dom perfeito, 
infundi em nossos corações o amor do vosso nome 
e, estreitando a nossa união convosco, 
dai vida ao que em nós é bom 
e protegei com solicitude esta vida nova. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

Comentário Eclesia


LEITURA I (anos ímpares) 1 Tes 4, 13-18 
«Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido» 

Os cristãos de Tessalónica estavam muito sensibilizados com o que se referia à sorte dos seus defuntos. Era ainda muito viva a ideia da próxima vinda do Senhor, mas, como ela ia tardando, temiam pela sorte dos seus que já tinham falecido. Paulo tranquiliza-os com a afirmação fundamental da fé cristã: Cristo morreu e ressuscitou, todos os que pertencem a Cristo ressuscitarão com Ele, estejam eles vivos ou tenham já morrido quando Ele vier.

 

Comentário Deonianos

 Com uma linguagem simples e cheia de imagens, Paulo entra na questão escatológica, para a qual tende toda a carta. O Apóstolo tinha anunciado insistentemente a parusia de Cristo, e os Tessalonicenses julgavam que se tratava de algo iminente, um acontecimento em que já não tomariam parte os membros da comunidade falecidos depois de Paulo ter ido embora. Mas o Apóstolo não podia garantir se se tratava de um acontecimento iminente ou longínquo: «Irmãos, quanto aos tempos e aos momentos, não precisais que vos escreva. Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega de noite como um ladrão.» (5, 1-2). Conscientes da incerteza do momento, há que estar sempre vigilantes, unidos a Cristo na fé, na esperança e na caridade. Assim estão preparados para receber a salvação que Jesus lhes alcançou pela sua morte e ressurreição (cf. 5, 1-11).

Paulo recorre à linguagem apocalíptica para dizer que o tempo da vinda de Cristo é um tempo fixado, um kairòs, que intervirá na história segundo um preciso desígnio. Esse desígnio pode ser entrevisto por inspiração divina, mas, em última análise, permanece escondido nas profundidades de Deus: «o próprio Senhor» (v. 16), Jesus, deverá esperar pelo sinal celeste para iniciar o seu regresso ao meio dos homens.


Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo 
aos Tessalonicenses 
Não queremos, irmãos, deixar-vos na ignorância a respeito dos defuntos, para não vos contristardes como os outros, que não têm esperança. Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido. Eis o que temos para vos dizer, segundo a palavra do Senhor: Nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não precederemos os que tiverem morrido. Ao sinal dado, à voz do Arcanjo e ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do Céu e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Em seguida, nós, os vivos, os que tivermos ficado, seremos arrebatados juntamente com eles sobre as nuvens, para irmos ao encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Consolai-vos uns aos outros com estas palavras. 
Palavra do Senhor. 



SALMO RESPONSORIAL Salmo 95 (96), l e 3.4-5.11-12.13 (R. 13b) 
Refrão: O Senhor vem julgar a terra. Repete-se 

Cantai ao Senhor um cântico novo, 
cantai ao Senhor, terra inteira. 
Publicai entre as nações a sua glória, 
em todos os povos as suas maravilhas. Refrão 

O Senhor é grande e digno de louvor, 
mais temível que todos os deuses. 
Os deuses dos gentios não passam de ídolos, 
foi o Senhor quem fez os céus. Refrão 

Alegrem-se os céus, exulte a terra, 
ressoe o mar e tudo o que ele contém, 
exultem os campos e quanto neles existe, 
alegrem-se as árvores dos bosques. Refrão 

Diante do Senhor que vem, 
que vem para julgar a terra. 
Julgará o mundo com justiça 
e os povos com fidelidade. Refrão 

ALELUIA cf. Lc 4, 18 
Refrão: Aleluia Repete-se 
O Espírito do Senhor está sobre Mim: 
Ele me enviou a anunciar a boa nova aos pobres. Refrão 

Comentário Eclesia

EVANGELHO Lc 4, 16-30 
«Ele enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres… 
Nenhum profeta é bem recebido na sua terra» 

Começamos hoje a ler, de maneira continua, o Evangelho de S. Lucas. O Senhor começa a pregação na sua terra, Nazaré, e numa celebração litúrgica do sábado. Podemos verificar aqui os elementos fundamentais dessa celebração, em uso já na Sinagoga: Leitura da Lei, depois dos Profetas, depois a homilia. Jesus apresenta-Se como Aquele que Deus ungiu com o seu Espírito e enviou a anunciar a boa nova. Infelizmente os seus conterrâneos não O souberam compreender! 

 

Comentário Deonianos


A pregação de Jesus começa com um rito na sinagoga: levanta-se, vai ler, é-Lhe dado o rolo, abre-o… É um momento solene que Lucas sublinha. Jesus proclama a página profética e interpreta-a: «Cum¬priu se hoje esta passagem da Escritura, que acabais de ouvir.» Jesus é o profeta prometido. O tempo presente é o kairós – o tempo providencial – que é preciso acolher. Os ouvintes reagem manifestando espanto pelas palavras de Jesus e pelo modo como as pronuncia: palavras repletas de graça. Alguns reagem negativamente, de modo crítico e mesmo agressivo contra Jesus. A proposta da salvação provoca reacções diferentes e, por vezes, opostas.

Meditatio

O tempo de Deus foi anunciado pelos Profetas como tempo de salvação, especialmente para os oprimidos e para os que andam longe da graça do Senhor. A vinda de Cristo inaugurou esse tempo, o kairòs, que dá início à realização das promessas, ao último acto da história da salvação. Quem acolher o anúncio de Jesus de Nazaré, quem reconhecer na sua pessoa a aproximação do reino de Deus, toma parte, desde já, na graça prometida na antiga aliança, no Jubileu da história, que se realiza uma vez por todas. Para quem não rejeitar a humilde revelação do filho do carpinteiro, a libertação acontece hoje, no dia da salvação, que Cristo fez raiar. Desde o advento do Senhor, os homens vivem no único dia, que tem por aurora o seu nascimento na gruta de Belém, e, por pôr-do-sol, a Parusia, a sua vinda gloriosa. Este é o hoje da fé. Quando o Senhor voltar, e formos levados com Ele, o hoje da fé dará lugar ao para sempre da visão beatífica, em que Ele será Emanuel, Deus connosco.

Se quisermos estar com Jesus, precisamos de escutar a lição do evangelho: abrir o coração com disponibilidade e gratuidade. Isto significa não amar, nem sequer a Jesus, de modo possessivo, pedindo-lhe as suas graças, os seus favores, só para nós, pedindo-lhe privilégios. Se quisermos estar com Ele, temos de O acompanhar quando se dirige a outra gente e, portanto, acolher as grandes intenções missionárias da Igreja. Somente assim estaremos unidos ao seu Coração, ao Coração de Jesus, sem estarmos presos pelo egoísmo espiritual, que, por muito espiritual que seja, é contrário à caridade de Cristo.

Escreve S. Paulo: “Conheceis a generosidade de Nosso Senhor Jesus Cristo: que, sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer pela sua pobreza” (2 Cor 8,9). Esta convicção conforta e sustenta atitudes fundamentais para nós, como é a disponibilidade, o abandono, o amor oblativo na nossa relação com Deus e na «nossa vida comunitária» (Cst 63).

Oratio

Louvado sejas, Senhor, por tudo quanto realizaste e realizas em nosso favor. Louvado sejas por, tantas

vezes, nos teres libertado da nossa pobreza de filhos do bem-estar, das nossas prisões de vítimas dos sistemas que nós mesmos criámos, da cegueira da nossa incapacidade para Te reconhecermos como Senhor da história, da opressão de vivermos curvados, sem ver a morada onde nos esperas.

Pai santo e bom, faz-nos, mais uma vez, ouvir o anúncio da salvação, faz-nos ouvir as palavras do teu Filho: «Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura», para que, ponde de parte as nossas fracas seguranças humanas, e libertados de todo o peso, possamos ir ao teu encontro, no teu eterno hoje. Amen.

Contemplatio

A consolação começa na terra. É inspirada pela fé. É uma consolação nas nossas mágoas, nos nossos sofrimentos, nas nossas provações, pensar que a nossa paciência apaga as nossas faltas e nos prepara graças e uma recompensa sempre crescente. A paciência é sempre encorajada pela esperança, diz S. Paulo: um ligeiro sofrimento prepara uma grande recompensa (2Cor 4, 17). – Se sofremos, se morremos com Jesus, diz-nos muitas vezes, havemos de ressuscitar e seremos glorificados com Ele (Rm 8, 17). Esta santa esperança dá uma verdadeira alegria, um começo de beatitude celeste às almas generosas no sofrimento: «Bendito seja o Pai das misericórdias e o Deus de toda a consolação, diz S. Paulo; consola-nos em todas as nossas tribulações, a fim de que também nós possamos consolar aqueles que estão nas angústias, pelos mesmos motivos de encorajamento que Deus nos dá; porque à medida em que os sofrimentos de Cristo abundam em nós, Cristo faz abundar em nós a consolação» (2Cor 1, 3). Mas a consolação definitiva será no céu: «Deus, diz S. João, enxugará todas as lágrimas dos seus eleitos» (Ap 7, 17). Já não haverá incomodidades da terra, da fome, da sede e das intempéries; mas o Cordeiro que reina lá provirá a tudo e abrirá a todos as fontes da vida e da alegria (Ap 7; Is 49). (Leão Dehon, OSP 3, p. 40s.).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a Palavra:

«Surgiu entre nós um grande profeta e Deus visitou o seu povo!»

(Lc 7, 16).Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 
Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levan¬¬tou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse- lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho. 


Palavra da salvação. 



ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS 
Santificai, Senhor, a oferta que Vos apresentamos 
e realizai em nós, com o poder da vossa graça, 
a redenção que celebramos nestes mistérios. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 

ANTÍFONA DA COMUNHÃO Salmo 30, 20 
Como é grande, Senhor, 
a vossa bondade para aqueles que Vos servem! 

AÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO 
Senhor, que nos alimentastes com o pão da mesa celeste, 
fazei que esta fonte de caridade 
fortaleça os nossos corações 
e nos leve a servir-Vos nos nossos irmãos. 
Por Nosso Senhor.

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