Monthly Archives: November 2021

1205 2º Domingo do Advento

Reuniões Biblicas : 11 05 3ª feira

LEITURA I                                                                                                                             Bar  5, 1-9

DOMINGO II DO ADVENTO

«Deus mostrará o teu esplendor»

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Escute a mensagem e partilhe connosco a sua interiorização

LEITURA I Bar 5, 1-9
«Deus mostrará o teu esplendor»

Deus promete a Israel dias de glória e de bênção, que porão fim ao cativeiro da Babilónia. Os membros do Povo eleito, dispersos, em pequenos grupos, num mundo pagão, hão-de reunir-se, não pelo esforço dos homens, mas por obra do mesmo Deus, em volta de Jerusalém, constituindo, de novo, uma nação com destino próprio.
Como a Israel, Deus também nos libertou, por meio de Jesus Cristo, que veio à terra para nos reunir no Seu Povo, a Sua Igreja, a «Jerusalém do alto» e «nossa mãe».

Leitura do Livro de Baruc

Jerusalém, deixa a tua veste de luto e aflição e reveste para sempre a beleza da glória que vem de Deus. Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e coloca sobre a cabeça o diadema da glória do Eterno.

Deus vai mostrar o teu esplendor a toda a criatura que há debaixo do céu;

Deus te dará para sempre este nome:

«Paz da justiça e glória da piedade».

Levanta-te, Jerusalém,

sobe ao alto e olha para o Oriente:

vê os teus filhos reunidos desde o Poente ao Nascente,

por ordem do Deus Santo,

felizes por Deus Se ter lembrado deles.

Tinham-te deixado, caminhando a pé, levados pelos inimigos; mas agora é Deus que os reconduz a ti, trazidos em triunfo, como filhos de reis.

Deus decidiu abater todos os altos montes e as colinas seculares e encher os vales, para se aplanar a terra, a fim de que Israel possa caminhar em segurança, na glória de Deus.

Também os bosques e todas as árvores aromáticas darão sombra a Israel, por ordem de Deus, porque Deus conduzirá Israel na alegria, à luz da sua glória,

com a misericórdia e a justiça que d’Ele procedem.

Baruc era filho de Néria, é apresentado como “escriba” ou “secretário” do profeta Jeremias; Baruc, escreveu, da parte de Jeremias, no rolo do livro, todas as palavras que o Senhor lhe tinha dito. Jeremias disse a Baruc que estava impossibilitado de se dirigir ao Templo do Senhor, por isso ordenou que fosse Baruc, num dia de jejum, e que lê-se o rolo em que escreveu as palavras do Senhor, diante do povo e da gente de Judá. Jeremias cap. 36, versículo 6 (Nota de Maria Cecilia)

Escute e interioze o salmo

SALMO RESPONSORIAL                                                       Salmo 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.

Grandes maravilhas fez por nós o Senhor: por isso exultamos de.

Alegria
O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião, parecia-nos viver um sonho.

Da nossa boca brotavam expressões de alegria e de nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:«O Senhor fez por eles grandes coisas».

Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor, estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos, como as torrentes do deserto.

Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria.

A

A ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a cantar, trazendo os molhos de espigas.

LEITURA II Filip 1, 4-6.8-11
«Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo»

Graças à acção divina e à cooperação dada pelos cristãos de Filipos, o Evangelho difundiu-se extraordinariamente. Por isso, S. Paulo, com os mesmos sentimentos de alegria com que o profeta cele¬brava o «regresso» a Jerusalém, canta a «conversão» dos homens ao Evangelho, ao mesmo tempo que exorta os Filipenses a continuarem a trabalhar na construção da Igreja, pelo progresso na caridade e no conhecimento de Deus.

LEITURA II Filipenses                                                                                          1, 4-6.8-11

«Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses Irmãos:

Em todas as minhas orações,

peço sempre com alegria por todos vós,

recordando-me da parte que tomastes na causa do Evangelho,

desde o primeiro dia até ao presente.

Tenho plena confiança

de que Aquele que começou em vós tão boa obra há-de levá-la a bom termo, até ao dia de Cristo Jesus.

Deus é testemunha

de que vos amo a todos no coração de Cristo Jesus.

Por isso Lhe peço que a vossa caridade

cresça cada vez mais em ciência e discernimento,

para que possais distinguir o que é melhor

e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo,

na plenitude dos frutos de justiça

que se obtêm por Jesus Cristo,

para louvor e glória de Deus.

Palavra do Senhor.


ALELUIA       Lc        3, 4.6

Refrão: Aleluia.                                                  Repete-se

Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas, e toda a criatura verá a salvação de Deus. Refrão

EVANGELHO                                                                                                                        

«Toda a criatura verá a salvação de Deus»

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* Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 3, 1-6

No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia,

Herodes tetrarca da Galileia,

seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.

E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados,

como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías:

«Uma voz clama no deserto:

‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’».

Palavra da salvação.

Reflexão para o facebook da Paróquia de Alcabideche

EVANGELHO Lc 3, 1-6
«Toda a criatura verá a salvação de Deus»
S. Lucas situando, com precisão, a pregação de João Baptista no coração da história dos homens, indica, claramente que a salvação é universal, oferecida a todos os homens, sem excepção. «Ao novo Povo de Deus todos os homens são chamados» (LG 13).
A condição essencial para a aceitação da salvação é a conversão a Deus, que envolve, como consequências a libertação do pecado.
Para que a vinda misteriosa de Cristo às nossas almas, hoje se cumpra, é necessário, pois, «preparar os caminhos do Senhor».Evangelho

 São Lucas 3, 1-6

1No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, 2no pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto. 3E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados, 4como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas. 5Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; 6e toda a criatura verá a salvação de Deus’».

Reflexão

            Esta passagem do Evangelho sublinha a influência de João   Baptista no decurso da sua História contemporânea cujos  personagens são, de facto, os protagonistas da cena política universal: o Imperador Romano Tibério César, o governador Pôncio Pilatos, Herodes, Filipe e Lisânias, as autoridades religiosas judaicas Anás e Caifás. Lucas coloca a “palavra” de João Batista  no «décimo quinto ano de Tibério César» (Lc 3,1) corresponde a Agosto/Setembro de 28/29 d. C.

            A narração ambientada no deserto, tem um valor histórico e simbólico: o deserto como lugar bíblico por excelência, ícone do êxodo de Israel da escravidão do Egipto para a Terra Prometida.

             Lucas distingue claramente o Baptismo de João Baptista do Baptismo cristão (Lc 3,16; ACT 18,24-19,5), mas ao mesmo tempo associa-os, porque tudo o que João cumpre inaugura a missão de Jesus . João é aquele que prepara o caminho a Jesus.

            Portanto a obra do precursor inaugura um tempo de alegria e de cânticos A figura e a pregação de João Baptista colocam-nos perante a missão da profecia. Como João Baptista sabia «escutar» a expectativa do seu povo, que vivia num deserto simbólico, isto é, num lugar árido, privado de fontes de vida, assim o crente deve sentir a sede e a fome do mundo, dando   palavras de esperança para um povo já deprimido e cansado de acreditar, criando   espaços de futuro, num mundo de   egoísmo e da violência

Oração
Fazei, Senhor, que a nossa caridade
se enriqueça cada vez mais do conhecimento
e de todo o género de discernimento,
para que possamos distinguir sempre o que é melhor
e sermos íntegros e irrepreensíveis para o dia de Cristo,
cheios daqueles frutos de justiça
que se obtêm por meio de Jesus Cristo,
para glória e louvor de Deus.

Video de Meditação

Preparai os caminhos do senhor
https://www.eelmoh-dictof.com/vamosprepararoscaminhosdosenhor/

1126 Crónica do Peregrino

26 de Novembro 2021 – 6ª feira
Reunião do Conselho Pastoral (Paróquia de Alcabideche)

Dia 25 de Novembro 5ª feira reuniu-se o conselho pastoral da Paróquia de Alcabideche para dialogar sobre dois assuntos importantes
Sínodo dos Bispos
https://www.patriarcado-lisboa.pt/site/index.php?cont_=40&tem=526

Sínodo dos Bispos 2021-2023

Por uma Igreja sinodal – Comunhão |  Participação | Missão

Jornadas da Juventude

https://www.lisboa2023.org/pt

II – Peregrino do Transcendente

Hoje somos convidados a ler e interpretar a Palavra do Senhor https://pt-pt.facebook.com/paroquiadealcabideche/photos/pb.1488846778109616.-2207520000../3067702426890702/?type=3&theater

1205 Domingo II do Advento (Grupos bíblicos)

DOMINGO II DO ADVENTO
LEITURA I Bar 5,          1-9   «Deus mostrará o teu esplendor»

Leitura do Livro de Baruc lJerusalém, deixa a tua veste de luto e aflição e reveste para sempre a beleza da glória que vem de Deus.  Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e coloca sobre a cabeça o diadema da glória do Eterno. Deus vai mostrar o teu esplendor a toda a criatura que há debaixo do céu;Deus te dará para sempre este nome: «Paz da justiça e glória da piedade». 5 Levanta-te, Jerusalém, sobe ao alto e olha para o Oriente: vê os teus filhos reunidos desde o Poente ao Nascente, por ordem do Deus Santo, felizes por Deus Se ter lembrado deles. 6.Tinham-te deixado, caminhando a pé, levados pelos inimigos; mas agora é Deus que os reconduz a ti, trazidos em triunfo, como filhos de reis.  Deus decidiu abater todos os altos montes e as colmas seculares e encher os vales, para se aplanar a terra, a fim de que Israel possa caminhar em segurança, na glória de Deus. Também os bosques e todas as árvores aromáticas darão sombra a Israel, por ordem de Deus, 9. porque Deus conduzirá Israel na alegria, à luz da sua glória , com a misericórdia e a justiça que d’Ele procedem Palavra do Senhor
SALMO RESPONSORIAL Salmo 125                (126),  l-2ab.2cd-3.4-f Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor: por isso exultamos de alegria. Ou: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo. 1 Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião parecia-nos viver um sonho.  Da nossa boca brotavam expressões de alegria e de nossos lábios cânticos de júbilo. . Diziam então os pagãos: «O Senhor fez por eles grandes coisas».  Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor, estamos exultantes de alegria. Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos, como as torrentes do deserto. Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria. A ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a cantar, trazendo os molhos de espigas.
LEITURA II Filip 1,           4-6.8-11 «Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo» Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses Irmãos: 4 Em todas as minhas orações, peço sempre com alegria por todos vós, recordando-me da parte que tomastes na causa do Evangelho, desde o primeiro dia até ao presente. Tenho plena confiança de que Aquele que começou em vós tão boa obra há-de levá-la a bom termo até ao dia de Cristo Jesus. Deus é testemunha de que vos amo a todos no coração de Cristo Jesus. 7 Por isso Lhe peço que a vossa caridade cresça cada vez mais em ciência e discernimento, para que possais distinguir o que é melhor e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, na plenitude dos frutos de justiça que se obtêm por Jesus Cristo, para louvor e glória de Deus. Palavra do Senhor. ALELUIA Lc 3,                 4.6 Refrão: Aleluia. Repete-se Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas e toda a criatura verá a salvação de Deus. Refrão

EVANGELHO «Toda a criatura verá a salvação de Deus»

* Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas No décimo quinto ano do reinado do imperado quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado de Anãs e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta «Uma voz clama no deserto: 4 – ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as sua Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’».
Palavra da salvação.

1125 Advento (Grupo Bíblico – partilha de Fernando

O Advento.

O Advento, traz-nos um tempo de esperança e confiança na chegada

do Deus Menino, que nos traz a Boa Nova.

Oferece-nos, também um tempo de alegria e união na construção de

um mundo novo capaz de se converter à humildade do Salvador.

Impele-nos ao recolhimento, conversão e preparação para o Natal.

Alerta-nos para um tempo de vigilância e missão, tempo de acolher

com profunda interioridade a Palavra do Senhor.

Advento é o tempo em que as comunidades se levantam e caminham

ao encontro do Deus Menino, num êxodo recordado, para adorar

Aquele que Deus nos vai mostrar, no esplendor da aurora.

Neste tempo do Advento alegremo-nos e contemplemos a primeira

descida de Jesus que vem ao nosso encontro para nos ensinar a

preparar a sua segunda vinda no esplendor da Sua Glória, no final dos

tempos.

Fernando Salgado

Grupo Bíblico

Comunidade de Alvide

1128 1205 Apontamentos da Palavra comentada


48 I LECCIONÁRIO COMENTADO

I DOMINGO – ANO C
PRIMEIRA LEITURA JR 33,14-16

Farei germinar de David um rebento de justiça.
Ler a Palavra
Os versículos da leitura pertencem a um grupo de oráculos messiânicos típicos da tradição hebraica, transcritos no livro de Jeremias (JR 33,14-26). São geralmente considerados pelos autores como um acrescento posterior ao texto original, com a finalidade de transmitir confiança aos hebreus – já no exílio – a respeito da restauração da nação de Israel, o que acontecerá por meio da dinastia davídica e em virtude da fidelidade do Senhor às suas antigas promessas.
Compreender a Palavra
Os três versículos formam o primeiro trecho com que co¬meça a pequena colecção de oráculos messiânicos. O redactor retoma uma profecia já presente em Jeremias, no capítulo 23, onde é perspectivada, igualmente, a chegada de um reino da- vídico. Ali, o anúncio do aparecimento de um rei, «que reinará como verdadeiro rei e será sábio» (JR 23,5), está no início de um discurso fortemente crítico acerca dos «pastores» de Is¬rael que dispersaram as ovelhas do Senhor, depois de expulsas, não se preocuparam com elas (JR 23,2).
Do mesmo modo também neste texto a restauração de um reino davídico apresenta-se como uma intervenção directa de
I DOMINGO DO ADVENTO | 49

Deus que, após ter reunido o povo disperso, reintroduzirá em Jerusalém um governo messiânico baseado na sabedoria e na justiça.
SALMO RESPONSORIAL SL 24,4-5.8-10.14
O salmo contém uma lamentação individual em forma de acróstico. O tema principal é «o caminho do Senhor» que o orante pede para poder conhecer, enquanto confessa com fé a bondade e a rectidão d’Ele. D’Ele, de facto, os pobres podem obter a justiça e a salvação.
SEGUNDA LEITURA lTs 3,12.13-4,2
O Senhor confirme os vossos corações no dia de Cristo.
Ler a Palavra
O versículo 13 conclui a grande secção da acção de gra¬ças (lTs 1,2-3-3,13) que, na Carta, Paulo dedica aos amados cristãos de Tessalónica. Timóteo, tendo regressado da cidade, trouxe óptimas notícias sobre a fé dos baptizados, o que enche o Apóstolo de alegria e inclusive o faz «viver» (lTs 3,8), já que ele se encontra impossibilitado de visitar pessoalmente essa comunidade a que está profundamente ligado.
Compreender a Palavra
Na minúscula secção literária escolhida pela liturgia en¬contramos, em primeiro lugar, o versículo de síntese do longo discurso de acção de graças de Paulo (lTs 3,13), e depois os dois versículos que abrem o discurso parenético sucessivo da Primeira Carta aos Tessalonicenses (lTs 4,1-2). São aspectos que fazem desta leitura um concentrado da catequese e da teo-logia de Paulo, dado que a Carta é considerada precisamente o seu primeiro escrito, para além de ser o primeiro escrito do Novo Testamento.
50 I LECCIONÁRIO COMENTADO

Antes de mais, respira-se um clima de expectativa do re¬gresso do Senhor, que o Apóstolo convida a viver numa ade¬são de amor profundo e concreto, a que chama «santidade» (lTs 3,13). Os tessalonicenses são convidados a progredir na santidade, sem nunca acreditarem que já atingiram a perfei¬ção. Para esse fim receberam eles a instrução de Paulo e dos seus colaboradores, os quais lhes transmitiram o ensinamento deixado pelo próprio Jesus.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO SL 84,8
Aleluia, aleluia.
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação.
Aleluia, aleluia.
EVANGELHO Lc 21,25-28.34-36
A vossa libertação está próxima.
Ler a Palavra
O Evangelho propõe duas secções finais de um longo dis¬curso que Jesus fez em Jerusalém nos últimos dias do seu mi¬nistério, imediatamente antes da sua Paixão (Lc 19,28-21,38). A grande compaixão que O liga à Cidade Santa (recorde-se que chorou sobre Jerusalém, em Lc 19,41-44) não O impe-diu de profetizar, a respeito dela, a sua desventura e a sua des¬truição. Jesus visualiza a imagem de um acontecimento imi¬nente: Jerusalém será cercada por exércitos que a devastarão (Lc 21,20-24) e todo o universo será envolvido no acto do juí¬zo de Deus sobre a sua cidade, culpada de não ter escutado o Profeta do Senhor (Lc 21,25-28).
I DOMINGO DO ADVENTO | 51

Compreender a Palavra
As duas partes que compõem o texto litúrgico estão dispos¬tas num duplo plano temporal.
A primeira (w. 25-28) perspectiva uma visão do futuro, quando os diversos sinais se verificarem no céu e na terra. In¬clusive os poderes do céu serão abalados e os astros alterarão os seus ritmos, e na terra não faltarão também os sinais da sua perturbação. A tudo isso, quase prodigiosamente, para todos os que seguiram e acreditaram em Jesus, não se seguirá a con¬denação e a morte, mas a libertação. A destruição do Templo de Jerusalém não será causada, porém, somente pela acção dos romanos, mas pela vontade do Pai que revelará, mediante este terrível acontecimento, a vida do «Filho do homem» (v. 27). É o que já antecipava, na sua profecia, Jeremias na primeira lei¬tura, onde uma intervenção futura de Deus será realizada, não para destruir Jerusalém, mas para salvá-la, mediante a chegada de um «rebento de justiça» (JR 33,15).
A segunda parte do Evangelho (w. 31-36) é colocada, ao invés, no plano do presente e convida os cristãos a um com¬promisso moral no dia de hoje, exortação que pode surpreen¬der, depois da perspectiva de morte acabada de apresentar. Os discípulos de Jesus são convidados a não se tornarem pesa¬dos com as coisas ordinárias da vida que poderiam esconder, disfarçar ou inclusive considerar incríveis o que, no entanto, está para acontecer.
Por outras palavras, é necessário que os cristãos estejam vi¬gilantes, isto é, saibam entender os «sinais dos tempos», a men¬sagem que Deus envia aos homens mediante os acontecimentos terrenos. Daqui o convite final à oração (v. 36): a oração será o único instrumento através do qual os crentes poderão perma¬necer numa união de verdade e de misericórdia com esse «Filho do homem» diante do qual, nesse dia, deverão comparecer.
O centro da perícope é precisamente a figura do «Filho do homem», que tem a sua origem num texto profético-
52 I LECCIONÁRIO COMENTADO

-apocalíptico do profeta Daniel (DN 7,13 ss.), e do qual Lu¬cas fala também (Lc 9,26; 12,9; ACT 7,56). O Filho do homem aparece vencedor sobre os poderes cósmicos; Ele será um juiz justo e um salvador para todos aqueles que se colocarem em sintonia com a Sua pessoa.
DA PALAVRA PARA A VIDA
A segunda leitura oferece uma aplicação de tudo o que foi anunciado no Evangelho. A comunidade de Tessalónica é convidada por Paulo a comportar-se «como devem proceder para agradar a Deus» (lTs 4,1), ou seja, «a crescer e abundar no amor mútuo para com todos» (lTs 3,12). A perspectiva de uma «vinda» do Senhor para julgar a terra não deve ser, para o cristão, fonte de medo ou de sujeição cega, pelo contrário deve ser motivo de uma relação mais forte com o Senhor. Ele não virá destruir, mas salvar o mundo, como também o pro¬feta Jeremias anunciou (primeira leitura).
O elemento do juízo final cria um conceito da História se¬gundo a qual ela não é infinita nem insensata. O tempo e o espaço terão no final uma libertação e um repouso; quando o homem actua no tempo não cairá no esquecimento, mas será sujeito a um juízo, e tudo quanto fez de bom não se perderá.
O tempo que é colocado à nossa disposição, com todas as suas provações, tem um único fim: «Fazer crescer e abundar na caridade uns para com os outros» (lTs 3,12), isto é, tornar os nossos corações consagrados ao Amor.
Oração
Ó Deus, fazei que reconheçamos
na evolução dos acontecimentos terrenos
a Vossa presença de Pai,
que vela sobre a vida de todos os Vossos filhos;
ó Espírito Santo, sede para nós o Mestre
que nos guia no caminho;
ó Senhor Jesus, conduzi os nossos corações
no caminho da esperança
na experiência do Vosso amor que salva.
I DOMINGO DO ADVENTO | 53

I SEMANA DO ADVENTO
SEGUNDA-FEIRA
Se a leitura que se segue já foi proclamada no primeiro domingo do Advento (ano A), pode ser substituída pela que vem nas páginas seguintes.
PRIMEIRA LEITURA Is 2,1-5
O Senhor chama todos os povos à paz eterna do reino de Deus.
Ler a Palavra
Sobre o monte santo, Sião, Israel tinha construído um tem¬plo dedicado ao Senhor, e para lá subiam os peregrinos «entre cânticos de alegria de uma multidão em festa» (SL 42,5) para se encontrarem com o Senhor.
Contemplando este espectáculo comovedor, Isaías, um dia, como que arrebatado em êxtase, viu a peregrinação que tinha sob os seus olhos transformar-se numa visão nova, grandio¬sa: uma multidão imensa, gente de todos os povos e nações aproximava-se do santuário. Que é que o Senhor lhe estava revelando?
Compreender a Palavra
Neste poema, o profeta apresenta-nos o sonho de Deus em relação ao mundo: a paz, o shalom que, para os hebreus, não se
54 I LECCIONÁRIO COMENTADO

reduz à ausência de guerras e conflitos, mas indica a plenitude de todos os bens.
Haverá alguma vez na terra um tempo no qual, para todos, reinará o shalom? E se é possível construir esta condição nova, quem e como se realizará?
Isaías responde a estas interrogações. Um dia – assegura ele – o monte do Templo do Senhor erguer-se-á no alto das montanhas e ficará acima das colinas, ultrapassará todos os lugares elevados, dominará do alto todas as torres de Babel que os homens tinham construído; tornar-se-á o ponto mais alto da terra e será pólo de atracção para todos os povos.
Uma multidão imensa de peregrinos de todas as raças, lín¬guas e nações acorrerão ao Templo santo de Jerusalém, não para oferecer sacrifícios, holocaustos e incensos, como os israelitas costumavam fazer para obterem os favores de Deus, mas para escutarem a Palavra de Deus e aprender «os seus caminhos». Não será através das astúcias humanas, mas pela aproximação ao Senhor e pela interiorização da sua Palavra é que despontará um mundo de paz.
As imagens utilizadas pelo profeta para descrever esta rea¬lidade nova são sugestivas: desaparecerão os instrumentos de morte, as espadas serão transformadas em relhas de arado e as lanças em foices, os povos destruirão as armas e repudiarão as guerras. É o auspício do desarmamento universal, é o Reino da justiça, das bênçãos de Deus. Os cristãos viram realizar-se esta profecia quando, em Jesus, apareceu no mundo «a Pala¬vra» de paz.
Ou
PRIMEIRA LEITURA Is 4,2-6
Será a alegria dos sobreviventes.
(de preferência no ano A)
I SEMANA DO ADVENTO | 55

Ler a Palavra
Um domínio pesado estrangeiro (provavelmente dos Assí¬rios) faz-se sentir sobre Jerusalém e sobre Judá no início do reinado de Acaz. Esta situação provoca desintegração política e religiosa e favorece também a desagregação moral. Cresce a opressão sobre os pobres e os humildes. Por isso, a presen¬ça do «germe» de JHWH como «honra, glória, magnificência e ornamento» é condicionada pela purificação dos pecados de Jerusalém.
Compreender a Palavra
É difícil resistir às seduções dos modelos de vida propostos e encarnados pelos vencedores. No tempo de Isaías, os triun¬fadores eram os assírios, hoje podem ser os ídolos do desporto, do espectáculo, da moda, da política, da técnica. Quem orienta a sua vida segundo a sabedoria que não é deste mundo, mas que vem de Deus, tem a nítida sensação de constituir uma re¬duzida minoria, de ser um pequeno resto que rema contra a corrente, que guia em contramão, e, fixando os olhos em quem pensa como ele, se lamenta: «ficámos muito poucos.»
Na leitura de hoje, Isaías anuncia o esplendor do pequeno resto que se manteve fiel num ambiente de corrupção generali¬zada: trata-se dos sobreviventes de Israel, pessoas piedosas que escaparam à catástrofe religiosa e moral, sobreviventes santos que permaneceram em Jerusalém. Do meio deles – assegura o profeta – despontará o germe do Senhor, o qual será o adorno e a glória deles, e será o fruto de Israel. A mensagem do profeta é por isso dirigida a quem quer que esteja desencorajado e, consciente de que pertence a um pequeno resto, quereria re¬nunciar a colaborar no desenvolvimento do germe santo.
Os que, pelo contrário, traíram a aliança com o Senhor, não terão descendência e ficarão à margem da história da salvação que continuará mesmo sem eles.
56 I LECCIONÁRIO COMENTADO

SALMO RESPONSORIAL SL 121,1-2.4.6-9
Convocados para Jerusalém – a «cidade da paz» – para es¬cutarem a voz do Senhor, os povos subirão jubilosos ao mon¬te Sião. Dos seus corações repletos de alegria erguer-se-á um hino a Deus e invocarão: «Pedi a paz para Jerusalém, vivam seguros os que a amam, reine a paz nos seus muros.»
Na boca do cristão, este salmo torna-se invocação pela paz no mundo inteiro.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO SL 79,4
Aleluia, aleluia.
Vinde libertar-nos, Senhor nosso Deus, mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.
Aleluia.
EVANGELHO MT 8,5-11
Do Oriente e do Ocidente virão muitos para o reino dos Céus.
Ler a Palavra
Entre os judeus reinava a convicção de que Deus queria o seu Povo separado dos povos estrangeiros, julgados impuros e indignos de receber as bênçãos do Senhor.
São Mateus escreve o seu Evangelho em Antioquia da Sí¬ria, numa comunidade cristã composta por judeus embebidos desta mentalidade separatista e por pagãos convertidos. Como ajudar a conviver em paz os dois grupos divididos por ódios e preconceitos atávicos?
Compreender a Palavra
O texto coloca em cena um centurião, o qual, embora não pertencendo ao povo de Israel, demonstra ser extraordina¬riamente bom. É um homem habituado a manejar as armas
I SEMANA DO ADVENTO | 57

e no entanto demonstra uma sensibilidade fora do comum: preocupa-se com um escravo seu.
Este pagão não tem somente um grande coração, mas é também humilde e respeitoso dos costumes dos israelitas. Sa¬bendo que os hebreus não podiam contactar com os pagãos, evita que Jesus se contamine entrando em sua casa. Basta uma ordem Sua para vencer a doença que aflige o seu criado.
Como não ficarmos surpreendidos perante a sensibilidade humana e a fé do centurião? Até Jesus se mostra admirado!
O evangelista quer que os cristãos aprendam a olhar com olhos novos – com os olhos do Mestre – quantos não perten¬cem à sua comunidade ou não partilham as suas convicções religiosas; quer condenar os separatismos, os pensamentos rancorosos, as ideias preconceituosas de quem parte do pres-suposto segundo o qual quem provém de uma cultura diversa e pratica outra religião é um inimigo do qual é preciso manter- -se afastado. Também quem vive à margem da prática religiosa pode, ao invés, mostrar bons sentimentos e cumprir as obras de Deus.
DA PALAVRA PARA A VIDA
Perante tudo o que acontece no mundo é difícil, mesmo para o cristão mais convicto, continuar a crer e a esperar a vinda de um dia em que «o lobo será hóspede do cordeiro» (Is 11,6). Ansiedade e medo, horror e preocupação são os sentimentos mais espalhados.
Neste momento histórico os discípulos de Cristo são chama¬dos a tornar-se promotores de justiça, não com os meios su¬geridos pelos poderosos do mundo, que confiam às armas o projecto de coabitação pacífica entre os povos, mas cultivan¬do – como recomenda São Paulo – «os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo» (FL 2,5): a mansidão, a bondade, oferecer a outra face e a disponibilidade até ao dom total de si mesmo.
58 I LECCIONÁRIO COMENTADO

Este nosso tempo é também o do encontro entre povos, cul¬turas e religiões. É uma oportunidade histórica de enriqueci¬mento recíproco, na condição de que sejam ultrapassadas as desconfianças mútuas e não se considerem os outros como um perigo, mas se vejam com os olhos de Deus e se veja neles irmãos que se devem compreender e amar.
Os fanatismos, os fundamentalismos, as manifestações, mes¬mo violentas, de intolerância colocam hoje os cristãos pe¬rante um desafio radical: manterem-se fiéis na recusa da vio¬lência, ensinada por Jesus. Se respondermos – como infeliz¬mente aconteceu no passado – adequando-nos aos princípios deste mundo, faltaremos à nossa vocação de construtores de paz. Mas se ao mal respondermos com o bem, ao ódio com o amor, ao fanatismo com a confrontação leal, o diálogo, o aco¬lhimento, seremos no mundo sinal d’Aquele que «é a nossa paz, que veio anunciar a paz, paz para aqueles que estavam longe e paz para aqueles que estavam perto» (EF 2,14.17).
A paz de Jesus não é a do mundo. Não é edificada a partir das intimidações, do terror das armas, das represálias: parte dos corações dos discípulos, tornados mansos a exemplo do Mestre, prontos a renunciar a todos os egoísmos, individuais e aos mais enganadores, raciais, corporativos e até religiosos.
O cristão é construtor de paz enquanto procura sempre a reconciliação, compreende as necessidades e os sofrimentos dos irmãos e está disposto a sacrificar a sua vida por eles.
Oração
(Colecta, 1.° domingo do Advento)
Despertai, Senhor, nos Vossos fiéis,
a vontade firme de se prepararem,
pela prática das boas obras,
para irem ao encontro de Cristo,
de modo que, chamados um dia à Sua direita,
mereçam alcançar o Reino dos Céus.
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TERÇA-FEIRA
PRIMEIRA LEITURA Is 11,1 10
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor.
Ler a Palavra
Este oráculo foi pronunciado pelo profeta num momento dramático da história de Israel, quando a dinastia, na qual ti¬nham sido colocadas tantas esperanças, não aparecia forte e viçosa como um cedro do Líbano, antes estava reduzida a um tronco cortado e sem vida. O profeta quer despertar no seu povo a confiança e a esperança. Fiel às suas promessas, Deus dará início a uma era de paz semelhante à que existia no paraí¬so terrestre antes do pecado.
Compreender a Palavra
Servindo-se de uma imagem tirada do reino vegetal, o pro¬feta narra a história da dinastia de David. Tinha surgido de uma raiz insignificante, de Jessé, um humilde pastor de Be¬lém. Abençoada por Deus, essa árvore tinha ganho força e desenvolvera-se, «a sua sombra cobria as montanhas e os seus ramos os mais altos cedros» (SL 80,11). Depois sobreviera a ruína, o tronco tinha sido queimado, reduzido a um tição fu- megante. Era o fim de tudo?
O profeta responde: Não! Do tronco da família de Jessé – assegura ele – brotará prodigiosamente um novo rebento por meio do qual se cumprirão todas as promessas de Deus.
Os dotes deste rebento serão extraordinários, será repleto do espírito do Senhor, possuirá o espírito de sabedoria que o habilitará a governar segundo os desígnios de Deus, o espírito de inteligência que lhe permitirá distinguir nitidamente entre o que é bem e o que é mal, o espírito de conselho e de fortaleza
60 I LECCIONÁRIO COMENTADO

que lhe fará compreender os planos do Senhor e lhe comu¬nicará a força para os cumprir, o espírito de conhecimento e áe temor de Deus que o tornará dócil, em todo o momento, à vontade de Deus.
De quem falava o profeta? Nenhum descendente de Jessé possuiu todas essas qualidades nem realizou estes desígnios divinos. A promessa cumpriu-se em Jesus, brotado como um rebento da família de David.
SALMO RESPONSORLAL SL 71,2.7-8.12-13.17
O salmo é a alegre resposta ao anúncio feito pelo profeta. O israelita piedoso que o compôs exprime a sua alegria porque está certo de que o Senhor realizará as promessas de bem que fizera, não porque o povo de Israel o mereça, mas porque Ele é fiel. Como pode deixar de cantar quem acredita nas promessas do Senhor?
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Aleluia, aleluia.
O Senhor virá com poder e majestade e iluminará os olhos dos seus fiéis.
Aleluia.
EVANGELHO Lc 10,21-24
Jesus exulta de alegria pela acção do Espírito Santo.
Ler a Palavra
Jesus exulta no Espírito Santo, isto é, experimenta uma ale¬gria interior tão intensa que não a pode conter e exprime-a exteriormente com o canto e a dança. É a única vez em que nos evangelhos Jesus é apresentado nesta atitude radiante e quase eufórica. Qual a razão disso? Esclarece-o o próprio Jesus na mais longa das quatro orações que, no Evangelho de São Lu¬cas, dirige ao Pai.
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Compreender a Palavra
Jesus no Evangelho de hoje lança por terra os critérios com que os homens costumam imaginar a Deus. Exulta e louva o Pai que não se alia aos grandes, mas escolhe os pequenos, pre¬fere os que não têm nada para Lhe oferecer e mostra assim que a sua benevolência é gratuita e incondicional.
Os fariseus pensavam que a gente simples do povo, não ten¬do a possibilidade de estudar e por conseguinte de praticar a Lei, era amaldiçoada por Deus (Jo 7,49) e ensinavam: «Essepovinho que não conhece a Lei é maldito.» Jesus revela um Deus que é grande porque se abaixa, que é rico porque se torna pobre, que é poderoso porque se entrega indefeso nas mãos do homem.
Nem todos estão em condições de perceber esta revelação: não os sábios que representam o ideal da piedade judaica, não os doutores da lei que pregavam a religião dos méritos, mas os simples, aqueles que, conscientes da sua pequenez, se torna¬ram discípulos d’Aquele que mostrou a sua grandeza ao fazer- -Se pequeno.
DA PALAVRA PARA A VIDA
Uma das objecções dirigidas com insistência aos cristãos diz respeito ao crescimento lento do Reino de Deus no mundo. Como se explica que, depois de dois mil anos, haja ainda na terra tanto mal, tanta degradação moral e civil? Porque é que a Palavra e a obra de Jesus não têm o sucesso que muitos de¬sejam? Chega-se a pensar que não sejam válidas, não sejam eficazes, não sirvam.
A Palavra de Deus que hoje a liturgia nos propõe responde a esta interrogação com uma imagem do reino vegetal: também a árvore mais majestosa era, ao princípio, uma pequena se¬mente. O rebento que surge da terra germina e desenvolve-se lentamente, num modo imperceptível, mas constante.
Jesus retoma amiúde nas Suas parábolas esta imagem.
O Reino de Deus – diz Ele – «é como uma semente de mos-
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tarda que é a menor de todas as sementes da terra [… ] mas dá ramos grandes, de modo que os pássaros do céu podem fazer ninhos na sua sombra» (Mc 4,31-32); «é como um homem que lançou a semente à terra. Depois dorme e acorda, noite e dia, e a semente vai brotando e crescendo, mas o homem não sabe como isso acontece. A terra produz fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, por fim, os grãos enchem a espiga» (Mc 4,26-29).
O começo do Reino de Deus é sempre imperceptível, quer na sociedade quer no coração de cada homem, é como uma se¬mente que não chama a atenção, não faz barulho, mas mostra toda a sua irresistível vitalidade quando se torna uma árvore que produz frutos de que todos podem usufruir.
O cristão é, no mundo, o sinal da presença da semente trazida por Cristo: produzirá frutos abundantes se renunciar à pró¬pria sabedoria e se tornar pequeno. O germe da vida divina depositado nele no Baptismo desenvolver-se-á e dará fruto se aprender a avaliar o sucesso de uma vida, não com base nas grandezas deste mundo, mas em termos de amor, de doação, de serviço.
Oração
(Colecta, Missa do dia)
Ouvi, Senhor, benignamente as nossas súplicas e vinde em nosso auxílio ■ nas lutas e dificuldades da vida, para que, reconfortados pela presença de vosso Filho, sejamos livres da antiga escravidão do pecado.
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QUARTA-FEIRA
PRIMEIRA LEITURA Is 25,6-10a
O Senhor convida para o seu banquete e enxuga as lágrimas de todas as faces.
Ler a Palavra
No Médio Oriente antigo, narrava-se o mito do desafio ter¬rível entre o deus Baal e Mot, a morte, na procura obsessiva de novas vítimas. Nesse mito, o combate terminava sem vence¬dor nem vencido. O profeta Isaías anuncia, pelo contrário, um banquete festivo com o qual se celebrará no futuro a derrota da morte às mãos do Deus de Israel.
Compreender a Palavra
O oráculo começa com a descrição pormenorizada da ementa: pratos suculentos, vinhos excelentes, carnes de boa gordura; depois enumera os convidados: todos os povos da terra, sem excepção, serão convidados para a mesma mesa, alegrar-se-ão juntos aqueles que antes se tinham odiado, se ti¬nham agredido com violência e tinham lutado para conquistar terras e bens.
Durante o banquete acontecerão factos extraordinários, inauditos: o Senhor tirará o véu, o pano que cobre os olhos dos homens, e todos O poderão contemplar, sentado à mesa com eles; «destruirá para sempre a morte, enxugará as lágrimas de todas as faces.» É o anúncio do desaparecimento de tudo aqui¬lo que é para o homem sinal de morte e de derrota.
O profeta aludia aos tempos escatologico-messiânicos, mas não imaginava que um dia o Senhor iria derrotar a morte para sempre. Compreendê-lo-á, ao invés, São Paulo, o qual, ilumi¬nado pelos acontecimentos da Páscoa, escreverá aos Coríntios:
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m

«Quando este ser corruptível for revestido de incorruptibili¬dade e este ser mortal for revestido de imortalidade, então se cumprirá a palavra da Escritura: “A morte foi engolida pela vitória”» (ICor 15,54). Compreendê-lo-á o vidente do Apoca¬lipse o qual, ao ver surgir céus novos e uma nova terra, vê Deus que enxuga as lágrimas dos olhos de todos os homens (AP 21,4).
SALMO RESPONSORIAL SL 22,1-6
O salmo é o hino cantado por quem tem a certeza de que o Senhor é o Deus da vida, que vence todas as formas de mor¬te. Como um pastor, Ele introduz num mundo fraterno quem n Ele confia: é o início do banquete que terá a sua plena reali¬zação no Céu.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO
Aleluia, aleluia.
O Senhor vem salvar o seu povo:
felizes os que estão preparados para irem ao seu encontro.
Aleluia.
EVANGELHO MT 15,29-37
Jesus cura muitos enfermos e multiplica os pães.
Ler a Palavra
Entre todos os sinais feitos por Jesus, nenhum é narrado tantas vezes nos Evangelho como o da multiplicação dos pães. Todos os evangelistas o relatam pelo menos uma vez. São Ma¬teus e São Marcos fazem-no duas vezes. Jesus fez milagres muito mais extraordinários e são narrados uma vez só. Como é que, na Igreja primitiva, foi dada tanta importância à multi¬plicação dos pães?
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Compreender a Palavra
O termo com que as nossas Bíblias intitulam este texto não nos ajuda a compreender a sua mensagem. Normalmente uti¬lizam multiplicação dos pães, ao passo que o Evangelho fala só de pães e de peixes postos em comum, da distribuição dos mesmos, do resultado – todos comeram e ficaram saciados – e da recolha, sete cestas cheias, dos pães que sobraram, sinal de um alimento que nunca iria esgotar-se. Só isto. A mensa¬gem central da narração, portanto, não devemos procurá-la na multiplicação, mas no convite à distribuição do pão oferecido por Jesus.
Quem conhece as Escrituras não se detém no gesto mate¬rial, mas compreende o sinal realizado por Jesus. Recorda as palavras de Moisés: «O homem não vive só de pão, mas de tudo aquilo que sai da boca de Deus» (DT 8,3), e dos convites que a Sabedoria de Deus dirige aos ingénuos: «Vinde, comei do meu pão» (PR 9,5).
É este o pão que dá vida: a Palavra do Senhor que nos é enviada do Céu, Palavra que se tornou um de nós em Jesus de Nazaré. Quem o tem a Ele e ao seu Evangelho, não precisa de mais nenhum pão nem de outras revelações.
Na noite em que foi entregue às mãos de quem O iria ma¬tar, para tornar perceptível a sua opção enquanto alimento de vida, Jesus quis deixar-nos um sinal. Enquanto ceava com os seus discípulos, «tomou o pão e, tendo pronunciado a bênção, partiu-o, distribuiu-o aos seus discípulos e disse: “Tomai e co¬mei, isto é o meu corpo”» (MT 26,26).
DA PALAVRA PARA A VIDA
O problema ao qual Jesus, com o Seu gesto, pretende dar resposta diz respeito à fome, não só a de tipo espiritual, mas também a de tipo material. Quem assimila a sua Palavra e se aproxima do banquete eucarístico dá um sinal que indica a
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vontade de colocar à disposição de quem tem fome os bens que Deus lhe deu.
A raiz hebraica de que deriva o termo pão tem as mesmas le¬tras de uma outra raiz, do significado oposto: combater, travar batalha. O animal come sozinho ou compete com o seu seme¬lhante. O homem é chamado a comer à mesa com os seus ir¬mãos. O pão consumido isoladamente satisfaz o animal, não o homem. Só quando é partilhado é que o pão deixa de ser motivo de disputas e se torna sinal de amor e de fraternidade. Existe o problema da fome no mundo e nós quereríamos que Deus o resolvesse com multiplicações.
Nós temos a tendência para multiplicar tudo que é material: o dinheiro, a saúde, os anos de vida, as amizades, os sucessos e, quando nos sentimos incapazes de multiplicar, pedimos a Deus que o faça em nosso lugar. Mas a tendência para multi¬plicar é uma síndrome de morte, deriva do medo da morte e da falência, é sinal de falta de fé.
Jesus segue uma lógica diferente, uma lógica que não permite sermos preguiçosos, mas que nos envolve e responsabiliza.
O problema da fome material pode e deve ser resolvido.
O pranto e todas as formas de morte devem ser vencidas, mas só o serão realmente quando os homens, alimentando-se da Palavra de Cristo e partilhando o pão eucarístico, se sentirem irmãos e colocarem os imensos dons que receberam de Deus ao serviço de quem precisa.
Oração
(Colecta, Missa do dia)
Preparai, Senhor, os nossos corações
com o poder da Vossa graça,
para que, no dia da vinda de Cristo vosso Filho,
mereçamos entrar no banquete
da vida eterna e receber d’Ele mesmo
o alimento do Céu.
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QUINTA-FEIRA
PRIMEIRA LEITURA Is 26,1-6
Entrará um povo justo, que pratica a fidelidade.
Ler a Palavra
Um profeta anónimo, que viveu nos últimos séculos antes de Cristo, reflecte sobre os acontecimentos históricos do Mé¬dio Oriente antigo. Tem debaixo dos olhos a cidade de Jerusa¬lém. Contempla-a ressurgida dos escombros a que a tinham reduzido os exércitos de Nabucodonosor: é uma cidade forte, bem protegida, inabalável. Pelo contrário, Babilónia, a grande, a soberba, a maldita já não existe, é um monte de ruínas. Des¬tinos opostos de duas cidades que colocaram a sua esperança, uma em Deus, e a outra no Homem.
Compreender a Palavra
Na Bíblia, a imagem da rocha é aplicada a Deus (DT 32,4). A rocha é símbolo de estabilidade e Israel fez a experiência de só encontrar a estabilidade no seu Deus; só quando se afastou d’Ele é que decretou a sua ruína.
O cântico proposto pela leitura de hoje é um hino que o povo canta ao Senhor, «rocha eterna», na qual Israel colocou a sua confiança e não ficou desiludido.
Caiu Nínive, «a grande cidade» (JN 1,2); desapareceu Assur; Babilónia foi destruída; pelo contrário, Jerusalém, repetidas vezes devastada e reduzida a «uma cabana numa vinha, como choça num pepinal» (Is 1,8) está agora rodeada de muros e baluartes, tornou-se a cidade da paz e mantém as suas portas abertas para consentir a entrada a todos aqueles que preten¬dem professar a fé no Deus verdadeiro. O profeta referia-se à Jerusalém terrena e não podia imaginar o significado mais
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profundo que Deus pretendia dar ao seu oráculo. Hoje os cris¬tãos podem lê-lo e compreendê-lo à luz de toda a revelação: a rocha sólida é Cristo e a cidade firme e compacta é a comuni¬dade dos seus discípulos que formam as pedras vivas do novo edifício construído por Deus.
SALMO RESPONSORIAL SL 117,1.8-9.19-21.25-27
Diante da cidade de Jerusalém, salva pela fé que colocou em Deus, o povo sente a necessidade de agradecer a Deus pelo prodígio por Ele realizado. Canta antes de mais a sua bondade e misericórdia; depois enuncia a lição que aprendeu dos acon¬tecimentos da História. Finalmente, pede para poder entrar no templo para dar graças a Deus.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Aleluia, aleluia.
Procurai o Senhor enquanto se pode encontrar, invocai-O, enquanto está perto.
Aleluia.
EVANGELHO MT 7,21.24-27
Aquele que faz a vontade de meu Pai entrará no reino dos Céus.
Ler a Palavra
Quem lê o Evangelho corre o risco de julgar sábios, mas impraticáveis, os ensinamentos do Mestre e de permanecer no grupo dos seus admiradores sem se deixar envolver até ao fundo pela sua mensagem. Eis a razão da séria advertência de Jesus com que começa o texto de hoje: «Nem todo aquele que Me diz “Senhor, Senhor” entrará no Reino do Céu; só entrará aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está no Céu.»
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Compreender a Palavra
A parábola que constitui a parte central do Evangelho de hoje introduz dois personagens: o primeiro, sábio, constrói a sua casa sobre a rocha; o segundo, insensato, edifica-a sobre a areia. A obra de ambos é posta à prova pela chuva, pelas tor¬rentes que transbordam, pelos ventos impetuosos. Mas só a casa edificada sobre a rocha resiste ao ímpeto das águas e das tempestades.
A vida de cada homem pode comparar-se a essa constru¬ção. Só quem projecta a sua vida com perspicácia, desde os alicerces, manterá estabilidade diante de Deus. É decisivo, nes¬te sentido, não se limitar a escutar as palavras de Jesus, mas é necessário dar-lhe um seguimento concreto. Quem se limita a uma simples escuta, coloca-se noutro alicerce. Jesus adverte, porém, que qualquer outro alicerce é areia e não oferece apoio duradouro. Uma vida fundada na areia está destinada a ruir.
Na linguagem bíblica as imagens da chuva e dos ventos não se referem aos acontecimentos e às dificuldades da vida, mas descrevem o juízo de Deus. Um dia Ele pronunciará a sentença de aprovação ou de condenação da vida de cada homem, de¬clarando o seu êxito ou insucesso. O juízo de Deus será como uma tempestade violenta que só deixará em pé as construções sólidas, as que estiverem fundadas – diz Jesus – sobre a sua Palavra, sobre os valores por Ele propostos, sobre as Suas bem- -aventuranças.
DA PALAVRA PARA A VIDA
Sentimos uma alegria imensa quando verificamos que alguém confia em nós: é como se esse alguém se entregasse nas nossas mãos; demonstra preferir-nos a tantos outros, e isto faz-nos sentir importantes, merecedores de estima, alguém em quem se pode confiar. Confiar é crer em alguém, sem nenhuma
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outra garantia que não seja a sua palavra, uma palavra que porventura não é óbvia, nem se pode analisar, mas é a sua. Tomemos como exemplo um rapaz e uma rapariga enamora¬dos: encontram-se e reparam que sentem um pelo outro uma atracção recíproca; estão conscientes de que nem tudo na vida de casal é previsível, que o espírito humano é volúvel e que devem ser tidas em conta também as incoerências e as fortes desilusões. E no entanto, depois de terem reflectido com pon¬deração, no fim decidem entregar a sua vida e o seu destino um nas mãos do outro. É um acto de fé, o deles.
O pecado é a opção de não confiar em Deus, é julgar poder gerir a sua vida e alcançar a felicidade fora ou contra o seu projecto, é escolher construir sozinho o próprio destino.
Esta decisão ofende a Deus, porque menospreza o Seu amor; equivale a ver nas Suas palavras paternas não indicações para o bem, mas obstáculos, e Ele mesmo um concorrente ciumen¬to da nossa felicidade.
E no entanto, nem o ateu pode viver sem um deus. Porventu¬ra inconscientemente, mas também ele, para dar sentido à sua vida, confia em alguém ou nalguma coisa e amiúde escolhe um deus sem consistência, «uma rocha» fria que não oferece estabilidade ao edifício. Os israelitas tinham feito a experiên¬cia disso e diziam dos seus inimigos derrotados e humilha¬dos: «A rocha deles não é como a nossa.»
Ouvimos muitas vezes dizer: «Não se pode confiar nas pes¬soas»; «Confiar nos outros é bom, mas confiar em nós mes¬mos é melhor.» E no entanto confiamos pouco, quando deve¬ríamos fazê-lo; corremos o risco de edificar a nossa vida sobre valores e ideais propostos pelos homens.
As leituras de hoje indicam-nos a única opção sábia: cons¬truir a nossa vida sobre uma rocha que jamais será abalada, a Palavra de Deus.
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Oração
(Colecta, IX domingo do Tempo Comum)
Deus Todo-poderoso e eterno, cuja providência não se engana em seus decretos, humildemente Vos suplicamos: afastai de nós todos os males e concedei-nos todos os bens.
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SEXTA-FEIRA
PRIMEIRA LEITURA Is 29,17-24
Nesse dia, os olhos dos cegos hão-de ver.
Ler a Palavra
A luz está associada a ressonâncias positivas e a emoções agradáveis: «ver a luz» equivale a «estar vivo» (JOB 3,20); pelo contrário, às trevas está associada a lembrança da morte.
O profeta Isaías retoma estas imagens bíblicas e pronuncia o seu oráculo num momento dramático e obscuro da história dos israelitas. Ele anuncia uma intervenção prodigiosa do Se¬nhor: Deus abrir-lhes-á os olhos, libertá-los-á da escuridão e das trevas.
Compreender a Palavra
Com uma série de imagens, a leitura apresenta os efeitos que a intervenção de Deus produzirá a favor do Seu povo: o orgulhoso Líbano, célebre pelos seus cedros majestosos, será reduzido a uma modesto bosque e o bosque transformado numa selva: os cegos recuperarão a vista, os humildes e os po¬bres rejubilarão, e os tiranos, os cínicos e os violentos serão eliminados.
Quando o Senhor realizar estas intervenções de salvação, Israel ficará a saber que o seu Deus não envelheceu, é o mesmo redentor forte que o libertou do Egipto e que nunca abandona o Seu povo.
Nas origens da luz que iluminará o mundo estará um acon¬tecimento que produzirá uma transformação radical na socie¬dade corrompida e violenta: «Os surdos ouvirão as palavras do livro divino.» O livro a que o profeta se refere é a Sagrada Escritura que contém a Palavra de Deus. Quando os homens
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deixarem de ser surdos aos apelos do Senhor, já não caminha¬rão nas trevas, pelo contrário serão guiados na luz da vida. Os prodígios anunciados acontecerão, embora o tempo da sua realização esteja envolvido no mistério dos desígnios de Deus. O profeta introduz o oráculo com uma frase enigmáti¬ca: «Daqui a muito pouco tempo»… que poderíamos traduzir também por: «Não dentro de muito pouco tempo, mas certa¬mente. ..» Isaías convida hoje a não perdermos a esperança e a continuar a acreditar no triunfo da luz.
SALMO RESPONSORIAL SL 26,1.4.13-14
A comunidade responde às palavras do profeta com um hino de esperança: «Espero a dita de ver a bondade do Se¬nhor», exclama o salmista, o qual dirige depois a cada crente o convite: «Coragem! Espera no Senhor! Coração firme!»
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Aleluia, aleluia.
O Senhor virá com poder e majestade e iluminará os olhos dos seus fiéis.
Aleluia.
EVANGELHO MT 9,27-31
Dois cegos acreditam em Jesus e são curados.
Ler a Palavra
Quem ficou convencido da cura dos dois cegos feita por Jesus um dia, possivelmente não entendeu o significado do sinal e não acolheu a mensagem que, com esse gesto, Jesus quis comunicar. É talvez por isso que, para evitar equívocos, no Evangelho de hoje, Jesus não cura os cegos no meio das pessoas, mas leva-os para casa. Levada pelo entusiasmo fácil, a
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multidão poderia aclamá-FO Messias, mas sem O reconhecer como o Senhor que quer fazer triunfar no mundo a luz do Céu.
Compreender a Palavra
O episódio narrado no Evangelho oferece uma interessante sucessão de gestos que permitem entender o significado «sim¬bólico» do milagre feito por Jesus.
Os dois cegos gritam em altos brados: é a oração angustiada de quem já sofreu muito por causa da cegueira. Os dois cegos sabem que, movimentando-se na escuridão, amiúde saíram do caminho, causando dano a si mesmos e aos outros. Exprimin¬do o mal-estar da sua condição, seguem Jesus, entram na casa onde Ele mora, aproximam-se d’Ele. A casa é a comunidade cristã: é aqui que ecoa a Palavra que ilumina, que faz ver as realidades deste mundo de um novo modo.
Os dois cegos professam a sua fé em Jesus. Só depois de te¬rem encontrado Cristo e de terem escutado a sua Palavra, é que O reconhecem como Senhor, se confiam a Ele e recuperam a vista.
Então, Jesus toca nos olhos dos cegos. O dom da cura é um acontecimento relacional que requer o encontro e o contacto com Jesus. Essa mesma experiência renova-se na comunidade cristã através da qual Cristo faz ouvir a Sua palavra de salvação, entra em contacto com as doenças da humanidade e cura-as. O silêncio imposto por Jesus indica que Ele não quer ser anun¬ciado como Aquele que resolve os problemas do mundo me¬diante milagres que prescindam do empenho do homem. No entanto, quem fez a experiência da salvação efectuada pela fé em Cristo não pode calar-se, sente a necessidade de anunciar a todos a transformação interior que aconteceu nele e a alegria de ver o mundo com olhos novos, com os olhos de Deus.
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DA PALAVRA PARA A VIDA
«Tudo o que Deus criou é bom, e nada é desprezível se toma¬do com acção de graças, porque é santificado pela Palavra de Deus e pela oração.» (1Tm4,4) Mas a beleza das criaturas pode ser ilusória, seduz facilmente o homem, leva-o à idolatria e fá- -lo esquecer Aquele que as fez. Muitos sobrevalorizam-nas, outros desprezam-nas. Qual é o seu justo valor? O deus deste mundo pode cegar as inteligências «a fim de que não vejam brilhar a luz do Evangelho» (2COR 4,4).
Quem entra numa joalharia para comprar uma jóia precisa de luz para não ser levado a tomar por ouro o brilho enganador de um objecto qualquer.
A nossa vida é um capital valioso e não podemos correr o ris¬co de o investir de forma errada. A procura do prazer a todo o custo, lutar por aparecer, por ter, por dominar, são vaidades, não têm consistência, são efémeras como a erva que seca e desaparece.
«Tende cuidado com os doutores da Lei. Eles gostam de an¬dar com vestes compridas, de ser cumprimentados nas praças públicas, gostam dos primeiros lugares nas sinagogas e dos lugares de honra nos banquetes.» (Mc 12,38-39) Tende cuida¬do! – recomenda Jesus – enquanto nós somos levados a con¬templar, a ficar fascinados fixando e admirando as pessoas de sucesso aos olhos do mundo. São modelos de vida caducos de que nos devemos afastar, são uma espécie de tentação mui¬to séria e perigosa.
Para adquirir o olhar de Deus, para ver as criaturas com os Seus olhos, julgar os seus valores e pôr no seu devido lugar, aquilo que o Criador lhes confiou, precisamos que Cristo cure a nos¬sa cegueira, que através da sua Palavra faça brilhar a Sua luz. «Ver a luz» é sinónimo de nascer (JOB 3,16). Os primeiros cristãos chamavam «iluminados» aos que tinham recebido o Baptismo; consideravam-nos recém-nascidos, «que viram a luz» na noite de Páscoa. A partir desse momento já não caminhavam como quem «caminha nas trevas e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos» (ljo 2,11).
I LECCIONÁRIO COMENTADO

Oração
(Colecta, XXX domingo do Tempo Comum)
Deus eterno e omnipotente, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade; e para merecermos alcançar o que prometeis, fazei-nos amar o que mandais.
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SÁBADO
PRIMEIRA LEITURA Is 30,19-21.23-26
À voz da tua súplica, o Senhor terá compaixão de ti.
Ler a Palavra
Um profeta que viveu depois da triste experiência do exílio conta como o Senhor conseguiu reconquistar o afecto do Seu povo e anuncia as maravilhas que Ele pretende realizar. São promessas de bem que esperam ainda o pleno cumprimento. Não eram reservadas só a Israel, eram a imagem do mundo feliz que o Senhor quer realizar.
Compreender a Palavra
Na leitura de hoje o profeta dirige-se ao povo que sofre por causa do seu pecado e está convencido de que Deus, ciumento e vingativo, o castiga. Não compreendeu ainda que o Senhor não castiga, porque o pecado não é uma maldade que deve ser punida, mas um erro que deve ser corrigido. Deus intervém sempre e só para recuperar do pecado e fazer desaparecer a dor que o acompanha.
O profeta começa o seu oráculo anunciando a salvação do Senhor: «Não chorarás mais» – promete Ele ao Seu povo – porque a dor que sentiste, ao afastar-te do teu Deus, te levará a clamar por Ele e Ele «logo te responderá».
Depois de se arrepender, Israel verá a sua terra tornar-se fértil: as chuvas serão abundantes, o pão substancioso, as sea¬ras férteis; até os montes e as colinas serão inundados por ca¬nais e torrentes de água.
É a terra com que o povo, chegado das estepes áridas do de¬serto, tinha sempre sonhado e é uma pálida imagem do mun¬
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do novo que o Senhor, com a Sua vinda, quer construir. Este mundo surgirá quando, acolhendo o apelo do profeta, os ho¬mens se converterem a Deus. Então «a sua glória habitará na nossa terra. Amor e fidelidade encontram-se, a Justiça e a Paz abraçam-se. A Fidelidade brotará da terra, e a justiça inclinar- -se-á do céu.» (SL 85,10b-12)
SALMO RESPONSORIAL SL 146,1 -6
Israel contemplou mais vezes Jerusalém, destruída por cau¬sa da insensatez dos seus habitantes, ressurgir dos escombros, e interpretou tudo isso como um sinal de que o Senhor não pode abandonar a cidade por Ele amada e que está sempre pronto a reedificá-la quando cai em ruínas.
O salmo é um cântico de louvor a Deus que «reconstruiu Jerusalém e reuniu os dispersos de Israel» que tinham sido de¬portados para o exílio.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO
Aleluia, aleluia.
O Senhor é o nosso legislador, o nosso juiz, o nosso rei:
Ele próprio vem salvar-nos.
Aleluia.
EVANGELHO MT 9,35-10,1.6-8
Ao ver as multidões, enheu-Se de compaixão.
Ler a Palavra
Pela boca do profeta Ezequiel, o Senhor prometeu, referin¬do-se aos exilados na Babilónia: «Retirarei as minhas ovelhas do meio dos povos e reuni-las-ei de todas as regiões, e fá-las-ei voltar à sua terra. Cuidarei delas como pastor, nos montes de
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Israel, nos vales e em todos os lugares habitados do país […]. Poderão repousar num bom redil e terão pastos abundantes sobre os montes de Israel.» (Ez 34,13-14) Realizando a antiga profecia/Jesus é o pastor autêntico que JHWH, movido de com¬paixão, enviou aos israelitas, «ovelhas sem pastor».
Compreender a Palavra
Como JHWH teve compaixão de Israel, assim Jesus a tem pelo Seu povo porque não vê ninguém que cuide dele: nem os chefes políticos, nem as autoridades religiosas. Todos se pre¬ocupam com os próprios interesses, com as suas vantagens, com a perspectiva de fazerem carreira. Pretendem privilégios, querem melhorar as suas vidas, e deixam de lado o povo que tem fome, que está doente, vive oprimido e é vítima de abusos.
Jesus é sensível às necessidades e às dores dos homens, e a compaixão que sente impele-0 a intervir, mas não só: escolhe discípulos aos quais comunica os seus poderes e envia-os ao mundo para que cuidem dos homens, rebanho amado por Deus.
Jesus ordena a esses discípulos que continuem a sua obra e confere-lhes a autoridade de expulsar os espíritos malignos e de curar os enfermos.
A recomendação final do texto – «Recebestes de graça, dai de graça» -• é o pedido do desapego completo de qualquer for¬ma de vantagens no desempenho da obra apostólica. O dis¬cípulo de Cristo não trabalha para obter vantagens pessoais, para enriquecer e nem sequer para conseguir um prémio me¬lhor no Paraíso. Oferece gratuitamente a sua disponibilidade, como fez o seu Mestre. A sua única recompensa será a alegria de ter servido e amado os irmãos com a generosidade que ca¬racterizou o ministério de Jesus.
80 I LECCIONÁRIO COMENTADO

DA PALAVRA PARA A VIDA
Os cristãos não receberam o poder de fazer prodígios, de curar milagrosamente as pessoas. Os demónios e as doenças são o símbolo de tudo o que se opõe à vida – física, psíquica, espiritual – do homem, são a expressão de todas as formas de morte com as quais, em todos os momentos, temos de nos confrontar.
A autoridade que Jesus confere é a força prodigiosa da sua Palavra capaz de debelar o mal e de criar um mundo novo. São Mateus refere uma estranha recomendação de Jesus aos discípulos: «Não sigais pelo caminho dos pagãos e não entreis nas cidades dos samaritanos. Ide primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel.» (MT 10,5-6) Parece uma cedência aos pre¬conceitos e aos exclusivismos cultivados pela maioria do Seu povo. Pelo contrário, é a expressão da estratégia de Deus. Para fazer chegar a salvação a todos os povos, Deus escolheu Israel, «o seu filho primogénito» (Ex 4,22), e constituiu-o no mundo como sinal dos Seus desvelos e das Suas atenções; quis que fosse um povo santo para manifestar a todos os povos a Sua santidade; fê-lo «luz para as nações para que a minha salvação chegue até aos confins Terra» (Is 49,6).
Hoje a comunidade cristã é o povo depositário das promes¬sas e da aliança entre Deus e a humanidade. A Igreja, chama¬da a santificar o mundo, deve antes de mais santificar-se a si mesma; encarregada de proclamar a liberdade, a igualdade, a paz, o respeito pela pessoa humana, deve viver no seu interior estes valores; destinada a ser cidade colocada sobre o mon¬te e lâmpada que ilumina a casa, precisa de ser a primeira a deixar-se iluminar pela Palavra de Deus.
Só se responder à voz do seu Pastor e se tornar autêntico reba¬nho fiel a Deus, a comunidade cristã será capaz de cumprir a missão que lhe foi confiada e conseguir curar as doenças que hoje afectam a humanidade: a fome, as guerras, a violência, os ódios, os fanatismos, as intolerâncias.
I SEMANA DO ADVENTO | 81

Oração
(Colecta, Missa para a evangelização dos povos)
Senhor, que na Vossa misericórdia infinita, quereis que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade, vede como é grande a Vossa messe e enviai-lhes operários, para que seja anunciado o Evangelho a toda a criatura e o Vosso povo, reunido pela palavra da vida e sustentado pela força dos sacramentos, siga o caminho da salvação e da caridade.
82 I LECCIONÁRIO COMENTADO

II DOMINGO – ANO A
PRIMEIRA LEITURA Is 11,1-10
Julgará os infelizes com justiça.
Ler a Palavra
O oráculo de Isaías é rico de referências que se relacionam com toda a tradição profética e messiânica. Podemos distin¬guir nele pelo menos quatro temáticas: a plenitude do Espírito do Senhor sobre o ramo saído do tronco de Jessé (w. 1-2). A sua tarefa prioritária será o de restabelecer a justiça, em de¬fesa dos pobres (w. 3-5); o efeito do seu governo será a paz (w. 6-9); os povos procurarão por isso o reino messiânico da raiz de Jessé (v. 10).
Compreender a Palavra
Quantas vezes Israel, na sua longa história, exprimiu a es¬pera de uma ordem messiânica, entre homens e no Universo, que tivesse Deus por origem e autor primeiro, e como seu «ins¬trumento» visível e histórico um seu eleito! A recordação do oráculo de Natã a David (2SM 7) foi fonte de múltiplas profe¬cias, como a de Isaías no texto litúrgico de hoje.
De entre as quatro secções temáticas da leitura de hoje, não se sabe qual a que melhor nos prepara para as festas natalícias! Acaso será a efusão singular do «Espírito do Senhor» ou o exer¬cício da justiça em defesa dos pobres? É precisamente esta últi¬ma acção messiânica que olha, com uma fervorosa invocação, para grande parte da Humanidade, mesmo dos nossos dias!
II DOMINGO DO ADVENTO | 83

possível sermos atingidos por uma «voz» que nos conduz às realidades mais profundas e alegres.
Mais profunda, se, às «vozes» dos profetas e à «voz» do pre¬cursor (primeira leitura e Evangelho) unirmos as nossas ex¬pectativas e as expectativas antigas daqueles que se sentiram e se sentem longe da pátria e da paz; se prolongarmos, com a nossa esperança, as esperanças desiludidas por realizações parciais, acreditando firmemente numa plenitude divisada, mas «não ainda» alcançada e, aparentemente, «demorada» {segunda leitura).
Alegria mais profunda, porque é fruto de «consolação», de sincero reconhecimento do passado e dos limites do presente, mas capaz de reconhecer que pessoas e povos, como erva e flores, murcham {primeira leitura), mas talvez por isso mes¬mo, capazes de ainda dar lugar a novos rebentos e novos fru¬tos quando, passado o sopro de ira, estivermos mais aptos a escutar essa voz que dura para sempre {salmo responsorial). Alegria mais profunda e jubilosa porque, despertada para a espera por «uma voz que clama no deserto», reconhecermos a presença de Deus não só na glória de um rei que regressa por nós, vencedor de batalhas maiores, mas também na ternura de um pastor que caminha ao passo das ovelhas mais fracas e leva nos braços as que ainda não sabem caminhar {primeira leitura). Alegria tanto mais profunda e jubilosa quanto mais refinada {segunda leitura) for pela diferença entre os tempos de Deus e os tempos do homem, entre a paciência de Deus e as impa- ciências do homem.
Oração
A lembrança da Vossa vinda
na fraqueza da nossa carne mortal,
nos ensine, Senhor Jesus, a caminhar para Vós,
na força do vosso Espírito,
para vermos Convosco o rosto do Pai.
I LECCIONÁRIO COMENTADO

II DOMINGO – ANO C3
PRIMEIRA LEITURA BR 5,1-9
Deus mostrará o teu esplendor.
Ler a Palavra
Este esplêndido texto de consolação pertence ao Livro de Baruc, secretário de Jeremias, deportado para o exílio da Babilónia depois da queda de Jerusalém. Nele se lê um texto profético apto para despertar as esperanças messiânicas. É a mesma cidade que espera o Messias, Jerusalém, que pronuncia palavras de exortação a si própria, a fim de reencontrar a força para esperar de novo no Senhor.
Compreender a Palavra
Os versículos litúrgicos constituem a segunda parte de um longo discurso profético escrito em forma poética (BR 4,5- -5,9). Nele as palavras de esperança multiplicam-se com a in¬tenção de induzir o «resto de Israel» (BR 4,5), disperso entre os gentios, a depor as vestes de luto e a revestir-se com as vestes da justiça. A causa da dispersão de Israel e da sua entrega aos estrangeiros foi, de facto, a negligência na observância da Lei de Deus e da Sua justiça (BR 4,13).
Agora o Senhor está pronto a reconduzir todos os deporta¬dos «em triunfo, como filhos de reis» (v. 6). Ressoam no pas¬
3 Rosanna Virgili dal Prà, leiga, biblista, professora e conferencista.
II DOMINGO DO ADVENTO | 93

so os textos da consolação do Primeiro, do Segundo (Is 40,5; 41,19; 42,16; 49,22; 52,1) e do Terceiro Isaías (Is 61,10) que celebram a Jerusalém do futuro como cidade da justiça, para a qual subirão todos os povos da terra.
SALMO RESPONSORIAL SL 125,1-6
A alegria marca este salmo que canta a bondade do Senhor, que reconduz para casa os prisioneiros de Sião, ou seja, os de¬portados, em países estrangeiros. Serve de moldura à alegria experimentada pelo prisioneiro Paulo (será a segunda leitura), devido ao motivo do amor fraterno demonstrado pelos fili- penses para com ele.
SEGUNDA LEITURA FL 1,4-6.8-11
Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo.
Ler a Palavra
O texto apresenta o exórdio da Carta aos Filipenses, onde Paulo, agradece ao Senhor por ter iniciado nos Seus interlocu¬tores a obra do Evangelho. Tal é a estima e o afecto do Apóstolo pelos cristãos de Filipos, que ele não pode conter a sua ternura e o seu amor para com eles; manifesta estes sentimentos sob a forma de uma oração ardente pelo crescimento dos filipenses na santidade.
Compreender a Palavra
Nos versículos 4-6 encontramos a menção da oração ju¬bilosa que Paulo pronuncia pelos filipenses, por causa do seu empenho pelo Evangelho. Um empenho muito apreciado pelo Apóstolo e que implica quer a actividade de colaboração na difusão do Evangelho, quer a participação no mistério da Sal¬vação, que o próprio Evangelho contém. Um envolvimento da comunidade de Filipos tão sincero e total que certamente o
94 I LECCIONÁRIO COMENTADO

Senhor levará a cumprimento concedendo-lhe a merecida ple¬nitude.
Nos versículos 8-11 Paulo exprime a doçura do seu amor especial para com esta Igreja, que ele sente próxima num mo¬mento de dor devido à sua prisão (v. 7). Paulo retribui essa solidariedade infundindo o seu coração na oração para que os seus irmãos cresçam na justiça e na caridade.
ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Lc 3,4.6
Aleluia, aleluia.
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas e toda a criatura verá a salvação de Deus.
Aleluia, aleluia.
EVANGELHO Lc 3,1-6
Toda a criatura verá a salvação de Deus.
Ler a Palavra
Estamos no início da secção que o Terceiro Evangelho de¬dica à pregação de João Baptista. Lucas, através de uma longa introdução em estilo historiográfico, quer sublinhar a influên¬cia do Baptista no decurso da sua História contemporânea. Os personagens citados são, de facto, os protagonistas da cena política universal: o Imperador Romano Tibério César, o go¬vernador Pôncio Pilatos, Herodes, Filipe e Lisânias, as auto-ridades religiosas judaicas Anás e Caifás. É precisamente no interior dos factos que condicionam a História «mundial» que Lucas coloca a «palavra» de João Baptista.
Compreender a Palavra
É muito importante, para um historiógrafo como Lucas o enquadramento espaciotemporal da pregação de João Baptis¬ta. A colocação temporal é introduzida segundo o modo clás¬
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sico dos historiadores romanos, calculada em referência aos anos de governo do imperador no cargo: o «décimo quinto ano de Tibério César» (Lc 3,1) corresponde a Agosto/Setem¬bro de 28/29 d. C.
Quanto à colocação espacial, a narração está ambientada no deserto, lugar que amiúde Lucas associa a João Baptista (Lc 1,80; 7,24). Tem um valor histórico, mas também simbóli¬co: o deserto como lugar bíblico por excelência, ícone do êxo¬do de Israel da escravidão do Egipto para a Terra Prometida. Lucas distingue claramente o Baptismo de João Baptista do Baptismo cristão (Lc 3,16; ACT 18,24-19,5), mas ao mesmo tempo associa-os, porque tudo o que João cumpre inaugura a missão de Jesus. João é aquele que prepara o caminho a Jesus.
Portanto a obra do precursor inaugura um tempo de alegria e de cânticos: é o que é antecipado por Baruc na primeira lei¬tura, ao convidar Jerusalém a deixar as vestes de luto porque «Deus conduzirá Israel na alegria, à luz da sua glória, com a misericórdia e a justiça». É o que celebra o salmo 125 ao ante¬cipar a memória de um regresso feliz dos exilados.
DA PALAVRA PARA A VIDA
A figura e a pregação de João Baptista (Evangelho) colocam- -nos perante a missão da profecia. Como João Baptista sabia «escutar» a expectativa do seu povo, que vivia num deserto simbólico, isto é, num lugar árido, privado de fontes de vida, assim o crente deve sentir a sede e a fome do mundo, deve co¬nhecer o «deserto» no qual o homem moderno vive ou sobre¬vive. Um deserto feito, nas sociedades ocidentais, de palavras e coisas vazias, superficiais, de imagens sem espessura nem substância. Nessa aridez o cristão deve descobrir poços novos e cada vez mais profundos de água.
Na esteira do profeta Baruc (primeira leitura), que soube en¬contrar as palavras de esperança para um povo já deprimi¬do e cansado de acreditar, para uma Jerusalém já vestida de
96 I LECCIONÁRIO COMENTADO

luto, também o cristão é chamado a escavar espaços de futu¬ro, perspectivas de justiça e de paz debaixo da crosta dura do egoísmo e da violência, que muito frequentemente envolvem o mundo no deserto da barbárie e da resignação. Nesta tare¬fa pode deixar-se guiar pelo exemplo dos cristãos da Igreja de Filipos, ardentemente empenhados na missão evangélica (,segunda leitura). Para isso unamo-nos ao Apóstolo Paulo e rezemos ao Senhor inspirando-nos nas palavras da Carta aos Filipenses (FL 1,9-11).
Oração
Fazei, Senhor, que a nossa caridade
se enriqueça cada vez mais do conhecimento
e de todo o género de discernimento,
para que possamos distinguir sempre o que é melhor
e sermos íntegros e irrepreensíveis para o dia de Cristo,
cheios daqueles frutos de justiça
que se obtêm por meio de Jesus Cristo,
para glória e louvor de Deus.
II DOMINGO DO ADVENTO | 97

Roteiro homiletico

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura

Monição: Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia que é fiel às suas promessas e vai enviar ao seu Povo um «rebento» da família de David. A sua missão será concretizar esse mundo sonhado de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância, serão os frutos da acção do Messias.

Jeremias 33, 14-16

Eis o que diz o Senhor: 14«Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá: 15Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra. 16Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança. Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».

O profeta Jeremias, em face de ruína do seu povo e da destruição da cidade de Jerusalém pelas tropas de Nabucodonosor no ano 587, lança um grito de esperança, apelando para as antigas promessas divinas, como a célebre profecia de Natã (2 Sam 7) e a das bênçãos de Jacob (Gn 49, 10). O texto é extraído da parte final do chamado «Livro da Consolação» de Jeremias (Jer 30, 1 – 33, 26) e pensa-se que a sua redacção corresponde a esta época do fim do reinado de Sedecias. A verdade é que a organização dos oráculos que constam desta vasta e complexa obra não obedece a critérios cronológicos, mas temáticos. Lembrar que já antes, no ano 597, Nabucodonosor tinha conquistado e submetido a tributo Jerusalém e levado cativos homens mais notáveis juntamente com o jovem monarca Yoyaquin, filho de Yoyaquim, tendo deixado no trono o seu tio Sedecias, como rei vassalo.

15 «Um rebento». Metáfora clássica com que os profetas designam o Messias, «descendente» de David (cf. Is 4, 2; 11, 1; Jer 23, 5; Zac 3, 8).

16 «Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’». O nome indica a vocação da futura Jerusalém (a Igreja), um povo justificado por Deus, chamado a participar da sua santidade (cf. Is 1, 26).

Como curiosidade, diga-se que este texto não aparece na versão grega dos LXX, que, por esta razão, parece transmitir um texto mais puro, isto é, sem repetições; a leitura de hoje é um duplicado de Jer 23, 5-6.

Salmo Responsorial

 Sl 24 (25), 4bc-5ab.8-9.10.14 (R.1b)

Monição: No início deste Advento, aguardamos a vinda do Salvador, para quem elevemos as nossas almas.

Refrão:         PARA VÓS, SENHOR, ELEVO A MINHA ALMA.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,

ensinai-me as vossas veredas.

Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,

porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e recto,

ensina o caminho aos pecadores.

Orienta os humildes na justiça

e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade

para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.

O Senhor trata com familiaridade os que O temem

e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

Segunda Leitura

Monição: A segunda leitura convida-nos a não nos instalarmos na mediocridade e no comodismo, mas a esperar numa atitude activa a vinda do Senhor. É fundamental, nessa atitude, a vivência do amor: é ele o centro do nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial.

Tessalonicenses 3, 12-4, 2

Irmãos: 12O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco. 13O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos. 1Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais. 2Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.

A leitura contém uma bênção (final do cap. 3) e um pedido ou apelo (início do cap. 4), com a mesma ideia de fundo: a de «crescer» (ou exceder-se, v. 12) e «progredir» (vv. 1 e 10), no «proceder» (à letra, no «caminhar») «para agradar a Deus». De facto, a vida cristã é um caminho em que nunca se acaba de atingir a perfeição, e tem de se lutar sem descanso para chegar à meta (cf. Filp 3, 12-15), que corresponde à «vinda de Jesus, com todos os santos». O tempo do Advento encerra um apelo para que todos nos preparemos para esta segunda vinda de Jesus (a parusia).

A vida cristã também é encarada por S. Lucas, o Evangelista deste Ano C, como um «caminho» (cf. Act 9, 2; 18, 25.26; 19, 9.23; 22, 4; 24, 14.22). Notar como na parte mais característica do III Evangelho (Lc 9, 51 – 19, 27), S. Lucas apresenta Jesus a caminho de Jerusalém, seguido dos seus discípulos e convidando outros a segui-l’O pelo caminho da renúncia (cf. Lc 9, 57-62).

Aclamação ao Evangelho          

  Sl 84, 8

Monição: O Evangelho apresenta-nos Jesus, o Messias filho de David, a anunciar a libertação a todos os que se sentem prisioneiros. É preciso, no entanto, reconhecê-l’O, saber identificar os seus apelos e ter a coragem de construir, com Ele, a justiça e a paz.

ALELUIA

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia  e dai-nos a vossa salvação.

Evangelho

São Lucas 21, 25-28.34-36

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 25«Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. 26Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. 27Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. 28Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. 34Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida, 35e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele sobrevirá sobre todos os que habitam a terra inteira. 36Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para terdes a força de vos livrar de tudo o que vai acontecer e poderdes estar firmes na presença do Filho do homem».

A leitura é uma selecção de versículos do chamado «discurso escatológico» de Lucas, em que se entrelaçam três realidades distintas, que temos dificuldade em destrinçar: a destruição de Jerusalém, o fim dos tempos e a segunda vinda de Cristo. Esta dificuldade de interpretação torna-se maior em virtude da linguagem simbólica usada, própria dos profetas e do género apocalíptico, e pelo facto de o fim de Jerusalém aparecer como uma imagem do fim do mundo; por outro lado, nem Jesus nem os Evangelistas pretendem com estas palavras satisfazer a curiosidade humana acerca de quando e de como vai ser o fim deste mundo efémero, pois o que se tem em vista é uma exortação a superar as dificuldades e perseguições que ameaçam os fiéis e a permanecer firmes na fé e vigilantes até ao fim: «vigiai e orai em todo o tempo» (v. 36). Este discurso é também um grito de esperança para todos os cristãos sujeitos a sofrimentos de toda a espécie: «erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima» (v. 28).

25-26 A comoção do «universo» – descrita em S. Marcos com mais realismo e com citações literais do Antigo Testamento – não aparece como um anúncio ou sinal prévio da vinda do Filho do Homem, mas forma parte da própria parusia: o próprio cosmos, e não apenas a humanidade, estremecerá de pavor perante a tremenda majestade do supremo Juiz, que surgirá com todo o seu poder e glória. Há aqui uma referência clara ao Juízo final, universal e público, verdade de fé que professamos no Credo. Jesus descreve-nos este acontecimento com o mesmo colorido do «Dia de Yahwéh», o dia da justa retribuição definitiva, anunciado pelos Profetas (Is 34, 4; 13, 10; cf. Ez 32, 7-8; Joel 2, 10; 4, 15-16; etc). As «forças celestes» são as forças que mantêm os astros nas suas órbitas, ou, por uma metonímia, os próprios astros. Estas imagens grandiosas e aterradoras, pertencentes ao estilo apocalíptico, prestam-se a encarecer a singular seriedade dos acontecimentos anunciados, bem como a suma dignidade do Juiz, Senhor do Universo. O Catecismo da Igreja Católica fala do Juízo final como sendo a palavra definitiva do Senhor sobre toda a história, que «revelará como a justiça de Deus triunfa de todas as injustiças cometidas pelas suas criaturas e como o seu amor é mais forte do que a morte» (n.º 1040).

27 «O Filho do Homem vir numa nuvem». Não se trata de uma vinda do tipo espiritual, místico ou moral, mas duma vinda com poder e majestade, para o Juízo final (como disse, corresponde a um artigo da fé professada no «Credo»). A nuvem é uma imagem cheia de grandiosidade, própria do estilo apocalíptico, que contém uma clara referência a Daniel 7, 13; é a partir desta passagem profética que Jesus adopta o título (talvez a partir da figura de linguagem chamada asteísmo), ao mesmo tempo glorioso e humilde, de Filho do Homem (cf. Bento XVI, Jesus de Nazaré, pp. 398-413). A nuvem, que ao mesmo tempo tem a propriedade de revelar e de esconder, acompanha frequentemente as teofanias (Gn 9, 13s; Jz 5, 4s; Job 38, 1; Ez 1, 4.28; Mc 9, 7) e algumas vezes aparece como o carro de Yahwéh (ls 19,1; Salm 10, 3).

Sugestões para a homilia

Um novo ano litúrgico

Haverá alguém que nos possa dar a paz?

Abrir o coração à esperança

Um novo ano litúrgico

1. Iniciamos hoje um novo litúrgico – o Ano C – onde predomina a leitura do Evangelho segundo S. Lucas. E todo o ano litúrgico começa sempre com o tempo do Advento, quatro semanas de preparação para essa grande festa, esse dia jubiloso do Natal, o nascimento do Deus-Menino.

O Advento prepara-nos, de facto, para o encontro com Aquele que já veio e há-de vir novamente no final dos tempos. É dessa última vinda que nos fala o texto evangélico.

Haverá alguém que nos possa dar a paz?

2. Perante as expressões dramáticas do Evangelho de hoje, pode-se pensar que Jesus esteja a dar algumas informações acerca do fim do mundo. É assim que o texto foi muitas vezes interpretado.

Mas se o objectivo de Jesus era meter medo, então não teve sucesso, até porque o anúncio do fim do mundo atemoriza cada vez menos. Contudo, Jesus não pretende assustar, mas obter exactamente o contrário. Ele quer libertar do medo, suscitar alegria, infundir esperança. Não quer ameaçar cataclismos, mas anuncia um acontecimento feliz.

As imagens apocalípticas usadas por Jesus não se referem a explosões de astros, a grandes catástrofes, mas falam do que acontece nos dias de hoje. É no nosso mundo que se torna impossível viver: cometem-se abusos e injustiças, existem ódios, violências, guerras, condições desumanas, a própria natureza é destruída pela exploração sem medida dos seus recursos, e até mesmo os ritmos dos tempos e das estações deixaram de ser regulares.

E isto aplica-se à nossa vida pessoal. Quantas pessoas vemos que caminham «curvadas», oprimidas pela dor, encolhidas pelo medo. Não têm a força para erguer a cabeça porque perderam toda a esperança: a esposa abandonada pelo marido, os pais desiludidos pelas escolhas dos filhos, o trabalhador arruinado pela inveja dos colegas, as pessoas vítimas do ódio e da violência…

Quantas vezes medos, desilusões, remorsos, experiências infelizes tornam-nos incapazes de sorrir. Será ainda possível recuperar a confiança em nós próprios e nos outros? Haverá ainda alguém que nos possa dar de novo a serenidade, a confiança e a paz?

Abrir o coração à esperança

3. Não espanta, portanto, que angustiadas, as pessoas perguntam-se: o que irá acontecer? Onde acabaremos? Está a humanidade a caminhar em direcção a uma inevitável catástrofe?

Não – garante Jesus – e é esta a mensagem central do trecho: a humanidade caminha em direcção a uma nova criação. E por isso onde se vislumbram sinais da desordem provocada pelo pecado, aí podemos esperar a vinda do Filho do homem com grande poder e glória.

Por isso Jesus convida a abrir o coração à esperança: o mundo dominado pela injustiça, pela maldade, pelo egoísmo chegou ao fim e já surgiu um mundo novo e maravilhoso.

Este mundo novo nasce no próprio instante em que se permite a Deus que realize o seu Advento na nossa vida. Este mundo novo começa quando abrimos, quando escancaramos as portas dos nossos corações a Jesus que vem. Este mundo novo nasce quando reconhecemos Cristo no outro e nos  dispomos a partilhar e a acolher os que se encontram em dificuldade, dando prioridade a todos os que Jesus privilegiou.

É, pois, o caminho da caridade a via-mestra para ir ao encontro do Senhor que há-de vir, para saborear já nesta terra o mundo novo e maravilhoso que o Senhor hoje nos oferece.

Fala o Santo Padre

[…] No Advento a liturgia repete-nos com frequência e garante-nos, quase que a vencer a nossa natural desconfiança, que Deus «vem»: vem para estar connosco, em qualquer situação; vem para habitar no meio de nós, para viver connosco e em nós; vem preencher as distâncias que nos dividem e nos separam; vem para nos reconciliar com Ele e entre nós. Vem à história da humanidade, bater à porta de cada homem e mulher de boa vontade, para dar aos indivíduos, às famílias e aos povos o dom da fraternidade, da concórdia e da paz. Por isso, o Advento é por excelência o tempo da esperança, no qual os crentes em Cristo são convidados a permanecer em expectativa vigilante e laboriosa, alimentada pela oração e pelo compromisso efectivo do amor. Que o aproximar-se do Natal de Cristo encha os corações de todos os cristãos de alegria, de serenidade e de paz!

Para viver de maneira mais autêntica e frutuosa este período de Advento, a liturgia exorta-nos a olhar para Maria Santíssima, e a encaminharmo-nos idealmente com ela para a Gruta de Belém. Quando Deus bateu à porta da sua jovem vida, ela recebeu-o com fé e com amor. Daqui a alguns dias contemplá-la-emos no mistério luminoso da sua Imaculada Conceição. Deixemo-nos atrair pela sua beleza, reflexo da glória divina, para que «o Deus que há-de vir» encontre em todos um coração bondoso e aberto, que Ele possa encher com os seus dons.

Bento XVI, Vaticano, 3 de Dezembro de 2006

LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Aceitai, Senhor, estes dons que recebemos da vossa bondade e fazei que os sagrados mistérios que celebramos no tempo presente sejam para nós penhor de salvação eterna. Por Nosso Senhor.

Prefácio do Advento I: p. 453 [586-698]

SANTO

Monição da Comunhão

O Cristo cujo nascimento iremos celebrar no Natal, já está entre nós na Sagrada Comunhão.

Salmo 84, 13

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: O Senhor nos dará todos os bens e a nossa terra produzirá o seu fruto.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Fazei frutificar em nós, Senhor, os mistérios que celebramos, pelos quais, durante a nossa vida na terra, nos ensinais a amar os bens do Céu e a viver para os valores eternos. Por Nosso Senhor.

RITOS FINAIS

Monição final

Na segunda leitura, Paulo lança-nos um forte apelo: «Irmãos, o Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos». Ao longo da próxima semana, procuremos ir ao encontro de alguém que já não tem força para esperar: esperar um trabalho, esperar uma saúde melhor, esperar uma reconciliação… Que lhe vamos dizer? O Advento é o tempo propício para ajudar a erguer-se de novo, o tempo de voltar a dar gosto à vida que germina.

HOMILIAS FERIAIS

TEMPO DO ADVENTO

1ª SEMANA

2ª Feira, 3-XII: S. André: Seguir o Messias e falar dele a outros.

Rom 10, 9-18 / Mt 4, 18-22

(Jesus) viu dois irmãos, Simão, que é chamado Pedro e seu irmão André.

André foi um dos discípulos de João Baptista. Quando ouviu falar do Messias, apresentou a Jesus o seu irmão Pedro. E foram ambos chamados para seguir o Senhor (Ev). Segundo a Tradição pregou o Evangelho na Grécia e morreu crucificado.

Neste começo do Advento estamos igualmente a ouvir falar do Messias. Como André, não deixemos de escutar o chamamento do Senhor para que o sigamos mais de perto. E também procurar transmitir esta mesma notícia a familiares e amigos: «A voz deles propagou-se por toda a terra, e as suas palavras, até aos confins do mundo» (Leit).

3ª Feira, 4-XII: A actuação do Espírito Santo.

Is 11, 1-10 / Lc 10, 21-24

Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor: espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza.

O profeta Isaías anuncia a actuação do Espírito Santo no Messias esperado (Leit). E S. Lucas mostra já realizada essa actuação: «Jesus estremeceu de alegria pela acção do Espírito Santo» (Ev).

Esta plenitude do Espírito Santo há-de ser também comunicada a todo o povo messiânico (CIC, 1287). Ele também actuou em Nossa Senhora, daí nascendo o Filho de Deus. O Espírito Santo, Senhor que dá a vida, quer igualmente formar em nós a imagem de Cristo, quer restituir ao homem a ‘semelhança divina’ (CIC, 720).

4ª Feira, 5-XII: O banquete eucarístico e o banquete da vida eterna.

Is 25, 6-10 / Mt 15, 29-37

O Senhor do Universo há-de preparar, para todos os povos, no monte Sião, um banquete de pratos suculentos, um banquete com excelentes vinhos.

Há no mundo uma grande ‘fome de Deus’ e o Messias prepara um grande banquete de pratos suculentos (Leit). E Jesus até materialmente mata a fome a uma grande multidão: «todos comeram e ficaram saciados» (Ev).

Este milagre prefigura a superabundância do pão eucarístico (CIC, 1335) e também o banquete da vida eterna (Oração). Peçamos, como Jesus nos ensinou: «o pão-nosso de cada dia nos dai hoje»; preparemos bem cada celebração eucarística, em que participarmos, através muitas comunhões espirituais.

5ª Feira,6-XII: A nossa vida apoiada em Cristo.

Is 26, 1-6 / Mt 7.21, 24-27

Confiai sempre no Senhor, que o Senhor é uma rocha eterna.

O Messias é apresentado como uma rocha (Leit). E todos somos convidados a edificar a nossa vida sobre a rocha, e não sobre a areia (Ev).

Edificamos a nossa vida apoiados em Cristo quando ouvimos as suas palavras: conselhos sobre os nossos problemas de cada dia, referentes ao trabalho, à família, à construção de uma sociedade mais justa. E, depois, quando as procuramos levar à prática: podemos empenhar-nos cada dia um pouco mais para que a nossa vida esteja mais de acordo com os ensinamentos do Senhor.

6ª Feira, 7-XII: Abrir os olhos à Luz divina.

Is 29, 17-24 / Mt 9, 27-31

Nesse dia, os surdos ouvirão a palavra do livro divino; libertos da escuridão e das trevas, os olhos dos cegos hão-de ver.

O profeta anuncia a realização de grandes prodígios com a vinda do Messias (Leit). E os dois cegos do Evangelho recuperam a visão e reconhecem em Jesus o filho de David messiânico (Ev).

Precisamos estar muito atentos às palavras do Senhor desde o seu nascimento. Abramos os olhos à Luz divina, que se desprende de Cristo. Vejamos as coisas como Deus as vê (a dor, o sofrimento, as contrariedades). Descubramos a presença do Senhor na Eucaristia, nos que nos rodeiam, no trabalho e nas demais ocupações.

Sábado, 8-XII: Como obter mais frutos na nossa vida.

Is 30, 19-21. 23-26 / Mt 9, 35 -10, 1. 6-8

O Senhor dará a chuva para a semente que tiveres lançado à terra, e o pão que a terra produzir será farto e nutritivo.

De acordo com as palavras do profeta, o Messias exercerá a sua misericórdia e haverá uma grande fertilidade (Leit). Jesus manifesta essa misericórdia curando as doenças e proclamando a Boa Nova aos que andavam como ovelhas sem pastor (Ev).

Jesus pede-nos que continuemos a sua missão. Ensinemos os outros a abandonarem a sua vida estéril, cómoda; mostremos-lhes o caminho da felicidade. Acompanhemos o nosso trabalho de evangelização com a oração: «pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara» (Ev).

11 28 DOMINGO I DO ADVENTO

Introdução ao Espírito da Celebração  

Escute a gração dos textos. Clique

                ADVENTO: “Jesus Cristo ontem, hoje e sempre!

            Leitor 1: O Advento, é   um tempo que nos abre   para o encontro com o Senhor que vem nos acontecimentos da vida, particularmente, no momento celebrativo, comemorando o Senhor que veio e fazendo-nos dar um passo à frente ao encontro do Senhor que virá glorioso, quando seu Reino estiver plenamente estabelecido entre nós.

                Leitor 2 :  Ele vem ao nosso encontro no presente e no futuro, como veio no passado. Ele é caminheiro fiel na grande peregrinação que fazemos rumo à casa do Pai. Ele é o Emanuel, o Deus connosco com quem descobrimos sempre de novo quem somos, o que queremos e para onde vamos.

Introdução à Primeira Leitura

Leitor 1: Na primeira leitura, pela boca do profeta Jeremias, o Deus da aliança anuncia

Leitor 2 – Sou fiel às minhas   promessas
Leitor 1  – Vou   enviar ao meu   Povo um “rebento” da família de David.  Ele terá a missão de   concretizar um mundo novo
Todos –   Um mundo   de justiça e de paz: fecundidade, bem-estar, vida em abundância

LEITURA I            Jer          33, 14-16                                            «Farei germinar para David um rebento de justiça»

Leitura do Livro de Jeremias (Celeste)

14 Eis o que diz o Senhor:
«Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá:

15 Naqueles dias, naquele tempo, farei germinar para David um rebento de justiça que exercerá o direito e a justiça na terra.

16Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança.
Este é o nome que chamarão à cidade: ‘O Senhor é a nossa justiça’».

Palavra do Senhor.

Introdução ao Salmo  

Leitor 1 : O tema principal deste Salmo é “o caminho do Senhor” que o orante pede para poder conhecer   enquanto confessa com fé a sua bondade e retidão

SALMO RESPONSORIAL   (Cecília)      Salmo  24 (25), 4bc-5ab.8-9.10.14

(R1b)

Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e reto, ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos.
O Senhor trata com familiaridade os que O temem e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

Introdução Segunda   Leitura

Narrador: Na segunda leitura S. Paulo   convida os tessalonicenses outrora e nós hoje   a progredir na santidade a comportar-se como “devem(os) proceder para agradar a Deus” (1 Tess 4,1) ou seja , a “crescer e abundar no amor mútuo para com todos”(1 Tess 3,12) A perspectiva de uma “vinda” do Senhor não deve ser para o cristão , fonte de medo ou de sujeição cega, pelo contrário deve ser de uma relação mais forte com o Senhor
O tempo que é colocado à nossa disposição , com todas as suas provações , tem um único fim: Fazer crescer e abundar na caridade  uns para comos outros (1 Ts3,12), isto é tornar os nossos corações consagrados ao amor

LEITURA II                                                                                                           1  Tes    3, 12    4, 2

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses        )Paula Trindade)

Irmãos:

3.12 O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco.

13O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos.

4.1Finalmente, irmãos, eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus, e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais.

2Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.

Introdução ao Evangelho  

Leitor   A vinda do Senhor, é, de novo, proclamada nesta leitura. E com que solenidade! E com que exigências! Mas, no fundo, será esse o momento supremo da nossa libertação, porque o Senhor, que vem, vem como Salvador. O Advento é o tempo particularmente consagrado a viver nesta expectativa


EVANGELHO

Lc 21, 25-28.34-36

«A vossa libertação está próxima»

* Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas (Ana Maria Touças)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

25«Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.

26Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.

27 Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória.

28Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.

34 Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e 35 esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra.

Portanto, vigiai e orai em todo o tempo,

para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer

e comparecer diante do Filho do homem».

Palavra da salvação.

Oração

Todos: Ó Deus, fazei que reconheçamos na evolução dos acontecimentos terrenos a vossa presença de Pai, que vela sobre a vida de todos os Vossos filhos; ó Espírito Santo, sede para nós o Mestre que nos guia no caminho ; Ó Senhor, conduzi os nossos corações  no caminho da esperança na experiência do Vosso amor que salva

11 16 23 30 Grupos Biblicos ADVENTO Preparação das Reuniões

T E M P O D O A D V E N T O

coroa do advento



DOMINGO I DO ADVENTO

LEITURA I                                                                                                                       Jer 33, 14-16

«Farei germinar para David um rebento de justiça»

Leitura do Livro de Jeremias

Eis o que diz o Senhor:

«Dias virão, em que cumprirei a promessa que fiz à casa de Israel e à casa de Judá:

Naqueles dias, naquele tempo,

farei germinar para David um rebento de justiça

que exercerá o direito e a justiça na terra.

Naqueles dias, o reino de Judá será salvo e Jerusalém viverá em segurança.

Este é o nome que chamarão à cidade:

‘O Senhor é a nossa justiça’».

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL                                                            Salmo  24 (25), 4bc-5ab.8-9.10.14

(R1b)

Refrão: Para Vós, Senhor, elevo a minha alma.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas veredas.

Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu Salvador.

O Senhor é bom e recto, ensina o caminho aos pecadores.

Orienta os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Os caminhos do Senhor são misericórdia e fidelidade para os que guardam a sua aliança e os seus preceitos. O Senhor trata com familiaridade os que O temem e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

LEITURA II                                                                                                              1  Tes    3, 12    4, 2

«O Senhor confirme os vossos corações no dia de Cristo»

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo aos Tessalonicenses

Irmãos:

O Senhor vos faça crescer e abundar na caridade uns para com os outros e para com todos, tal como nós a temos tido para convosco.

O Senhor confirme os vossos corações numa santidade irrepreensível, diante de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de Jesus, nosso Senhor, com todos os santos.

Finalmente, irmãos,

eis o que vos pedimos e recomendamos no Senhor Jesus: recebestes de nós instruções

sobre o modo como deveis proceder para agradar a Deus,

e assim estais procedendo;

mas deveis progredir ainda mais.

Conheceis bem as normas que vos demos da parte do Senhor Jesus.

ALELUIA

Salmo 84, 8

Repete-se

Refrão: Aleluia.

Refrão

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação.    

EVANGELHO

Lc 21, 25-28.34-36

«A vossa libertação está próxima»

* Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,

disse Jesus aos seus discípulos:

«Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar.

Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas.

Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória.

Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.

Tende cuidado convosco,

não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra.

Portanto, vigiai e orai em todo o tempo,

para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer

e comparecer diante do Filho do homem».

DOMINGO II DO ADVENTO

LEITURA I                                                                                                                             Bar  5, 1-9

«Deus mostrará o teu esplendor»

Leitura do Livro de Baruc

Jerusalém, deixa a tua veste de luto e aflição e reveste para sempre a beleza da glória que vem de Deus. Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e coloca sobre a cabeça o diadema da glória do Eterno.

Deus vai mostrar o teu esplendor a toda a criatura que há debaixo do céu;

Deus te dará para sempre este nome:

«Paz da justiça e glória da piedade».

Levanta-te, Jerusalém,

sobe ao alto e olha para o Oriente:

vê os teus filhos reunidos desde o Poente ao Nascente,

por ordem do Deus Santo,

felizes por Deus Se ter lembrado deles.

Tinham-te deixado, caminhando a pé, levados pelos inimigos; mas agora é Deus que os reconduz a ti, trazidos em triunfo, como filhos de reis.

Deus decidiu abater todos os altos montes e as colinas seculares e encher os vales, para se aplanar a terra, a fim de que Israel possa caminhar em segurança, na glória de Deus.

Também os bosques e todas as árvores aromáticas darão sombra a Israel, por ordem de Deus, porque Deus conduzirá Israel na alegria, à luz da sua glória,

com a misericórdia e a justiça que d’Ele procedem.

SALMO RESPONSORIAL                                                       Salmo 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6

(R.3)

Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor: por isso exultamos de alegria.

Ou: O Senhor fez maravilhas em favor do seu povo.

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião, parecia-nos viver um sonho.

Da nossa boca brotavam expressões de alegria e de nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:

«O Senhor fez por eles grandes coisas».

Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor, estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos, como as torrentes do deserto.

Os que semeiam em lágrimas recolhem com alegria.

A

A ida, vão a chorar, levando as sementes; à volta, vêm a cantar, trazendo os molhos de espigas.

LEITURA II                                                                                                                    Filip          1, 4-6.8-11

«Puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses Irmãos:

Em todas as minhas orações,

peço sempre com alegria por todos vós,

recordando-me da parte que tomastes na causa do Evangelho,

desde o primeiro dia até ao presente.

Tenho plena confiança

de que Aquele que começou em vós tão boa obra há-de levá-la a bom termo, até ao dia de Cristo Jesus.

Deus é testemunha

de que vos amo a todos no coração de Cristo Jesus.

Por isso Lhe peço que a vossa caridade

cresça cada vez mais em ciência e discernimento,

para que possais distinguir o que é melhor

e vos torneis puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo,

na plenitude dos frutos de justiça

que se obtêm por Jesus Cristo,

para louvor e glória de Deus.

Palavra do Senhor.

ALELUIA                                                                                                                                    Lc 3, 4.6

Refrão: Aleluia.            Repete-se

Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas, e toda a criatura verá a salvação de Deus. Refrão

EVANGELHO                                                                                                                         Lc  3, 1-6

«Toda a criatura verá a salvação de Deus»

* Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia,

Herodes tetrarca da Galileia,

seu irmão Filipe tetrarca da região da Itureia e Traconítide e Lisânias tetrarca de Abilene, no pontificado de Anás e Caifás, foi dirigida a palavra de Deus a João, filho de Zacarias, no deserto.

E ele percorreu toda a zona do rio Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados,

como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías:

«Uma voz clama no deserto:

‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas; e toda a criatura verá a salvação de Deus’».

Palavra da salvação.

DOMINGO III DO ADVENTO

LEITURA I                                                                                                                       Sof  3, 14-18a

«O Senhor exulta de alegria por tua causa»

Leitura da Profecia de Sofonias

Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel.

Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém.

O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos.

O Senhor, rei de Israel, está no meio de ti, e já não temerás nenhum mal.

Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém:

«Não temas, Sião,

não desfaleçam as tuas mãos.

O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador.

Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa».

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL                                                                         Is      12, 2-3.4bcd.5-6 (R. 6)

Refrão: Exultai de alegria,

porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

Ou: Povo do Senhor, exulta e canta de alegria.

Deus é o meu Salvador, tenho confiança e nada temo.

O Senhor é a minha força e o meu louvor.

Ele é a minha salvação.

Tirareis água com alegria das fontes da salvação. Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome; anunciai aos povos a grandeza das suas obras, proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas, anunciai-as em toda a terra.

Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

LEITURA II                                                                                                                          Filip  4, 4-7

«O Senhor está próximo»

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses Irmãos:

Alegrai-vos sempre no Senhor.

Novamente vos digo: alegrai-vos.

Seja de todos conhecida a vossa bondade.

O Senhor está próximo.

Não vos inquieteis com coisa alguma; mas em todas as circunstâncias, apresentai os vossos pedidos diante de Deus, com orações, súplicas e acções de graças.

E a paz de Deus, que está acima de toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus.

Palavra do Senhor.

ALELUIA                                                                                                          Is 61, 1 (cf. Lc 4, 18)

Refrão: Aleluia. Repete-se

O Espírito do Senhor está sobre mim:

enviou-me a anunciar a Boa Nova aos pobres. Refrão

EVANGELHO                                                                                                                        Lc     3, 10-18

«Que devemos fazer?»

* Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naquele tempo,

as multidões perguntavam a João Baptista:

«Que devemos fazer?».

Ele respondia-lhes:

«Quem tiver duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma; e quem tiver mantimentos faça o mesmo».

Vieram também alguns publicanos para serem baptizados e disseram:

«Mestre, que devemos fazer?».

João respondeu-lhes:

«Não exijais nada além do que vos foi prescrito». Perguntavam-lhe também os soldados:

«E nós, que devemos fazer?».

Ele respondeu-lhes:

«Não pratiqueis violência com ninguém nem denuncieis injustamente; e contentai-vos com o vosso soldo».

Como o povo estava na expectativa e todos pensavam em seus corações se João não seria o Messias, ele tomou a palavra e disse a todos:

«Eu baptizo-vos com água,

mas está a chegar quem é mais forte do que eu,

e eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias.

Ele baptizar-vos-á com o Espírito Santo e com o fogo.

Tem na mão a pá para limpar a sua eira e recolherá o trigo no seu celeiro;

a palha, porém, queimá-la-á num fogo que não se apaga».

Assim, com estas e muitas outras exortações,

João anunciava ao povo a Boa Nova».

Palavra da salvação.

DOMINGO IV DO ADVENTO

Miq 5, 1-4a

LEITURA I

«De ti sairá Aquele que há-de reinar sobre Israel»

Leitura da Profecia de Miqueias

Eis o que diz o Senhor:

«De ti, Belém-Efratá,

pequena entre as cidades de Judá,

de ti sairá aquele que há-de reinar sobre Israel.

As suas origens remontam aos tempos de outrora, aos dias mais antigos.

Por isso Deus os abandonará, até à altura em que der à luz aquela que há-de ser mãe.

Então voltará para os filhos de Israel o resto dos seus irmãos.

Ele se levantará para apascentar o seu rebanho

pelo poder do Senhor,

pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus.

Viver-se-á em segurança,

porque ele será exaltado até aos confins da terra.

Ele será a paz».

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL                                                         Salmo  79     (80), 2ac.3b.15-16.18-19

(R.4)

Refrão: Senhor, nosso Deus, fazei-nos voltar,

mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos.

Ou: Mostrai-nos, Senhor, o vosso rosto, e seremos salvos.

Pastor de Israel, escutai,

Vós estais sobre os Querubins, aparecei.

Despertai o vosso poder e vinde em nosso auxílio.

Deus dos Exércitos, vinde de novo, olhai dos céus e vede, visitai esta vinha; protegei a cepa que a vossa mão direita plantou, o rebento que fortalecestes para Vós.

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes, sobre o filho do homem que para Vós criastes.

Nunca mais nos apartaremos de Vós, fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome.

LEITURA II                                                                                                                     Hebr  10, 5-10

«Eu venho para fazer a vossa vontade»

Leitura da Epístola aos Hebreus Irmãos:

Ao entrar no mundo, Cristo disse:

«Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo.

Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado.

Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui;

no livro sagrado está escrito a meu respeito:

Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’».

Primeiro disse: «Não quiseste sacrifícios nem oblações, não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado».

E no entanto, eles são oferecidos segundo a Lei.

Depois acrescenta: «Eis-Me aqui:

Eu venho para fazer a tua vontade».

Assim aboliu o primeiro culto para estabelecer o segundo.

É em virtude dessa vontade que nós fomos santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita de uma vez para sempre.

Palavra do Senhor.

ALELUIA                                                                                                                                 Mt 1, 38

Refrão: Aleluia. Repete-se Eis a escrava do Senhor:

faça-se em mim segundo a vossa palavra.            Refrão

EVANGELHO                                                                                                                     Lc 1, 39-45

«Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?»

* Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naqueles dias,

Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá.

Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.

Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio.

Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz:

«Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.

Donde me é dado

que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?

Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio.

Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».

Palavra da salvação.

11/16 Grupos bíblicos – Preparação da Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo

Gravação dos textos e comentários

Solenidade de Cristo Rei do Universo

Domingo XXXIV e último

Solenidade

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO REI DO UNIVERSO

LEITURA I                                                                                         Dan 7, 13-14

«O seu poder é eterno»

Leitura da Profecia de Daniel

Contemplava eu as visões da noite,

quando, sobre as nuvens do céu,

veio alguém semelhante a um filho do homem.

Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença.

Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos e nações O serviram.

O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino não será destruído.

Palavra do Senhor.

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SALMO RESPONSORIAL                                     Salmo 92 (93), lab.lc-2.5 (R. la)

Refrão: O Senhor é rei num trono de luz.

Firmou o universo, que não vacilará.

É firme o vosso trono desde sempre,

Vós existis desde toda a eternidade.

Os vossos testemunhos são dignos de toda a f< a santidade habita na vossa casa por todo o sempre.

Salmo 92

LEITURA II

«O Príncipe dos reis da terra fez de nós um reino de sacerdotes para Deus»

Leitura do Apocalipse

Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra Aquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Am Ei-1’0 que vem entre as nuvens, e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespi e por sua causa hão-de lamentar-se todas as tribos da t Sim. Amen.

«Eu sou o Alfa e o Omega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há-de vir, o Senhor do Universo».

Palavra do Senhor.

ALELUIA

EVANGELHO                                                                                    Jo 18, 33Ò-37

«É como dizes: sou Rei»

* Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus:

«Tu és o Rei dos judeus?»

Jesus respondeu-lhe:

«É por ti que o dizes,

ou foram outros que to disseram de Mim?»

Disse-Lhe Pilatos:

«Porventura eu sou judeu?

O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim, Que fizeste?»

Jesus respondeu:

«O meu reino não é deste mundo.

Se o meu reino fosse deste mundo,

os meus guardas lutariam

para que Eu não fosse entregue aos judeus.

Mas o meu reino não é daqui».

Disse-Lhe Pilatos:

«Então, Tu és Rei?»

Jesus respondeu-lhe:

«É como dizes: sou Rei.

Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.

Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz».

Palavra da salvação.

INFORMAÇÕES ÚTEIS PARA O GRUPO

Escala de Leitores do Grupo Bíblico

XXlX Domingo do Tempo Comum

Anabela Canário

Paula Bento

Cidália

Padre Abílio

XXX Domingo do Tempo Comum

Ana Maria Touças

Cecília

Carolina

Mariana

XXXl Domingo do TempoComum

Filomena

Ana Paula Trindade

 Ana Maria Touças

Anabela Canário

XXXll Domingo do Tempo Comum

A partir daqui faz o domingo e grava o seguinte.

Cidália

Carolina

Cecília

Fernando

 XXXlll Domingo do Tempo Comum e

XXXlV Domingo Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Anabela Canário

Mariana

Maria Fernanda Alves

Maria Teresa

XXXlV Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

l Domingo do Advento  (AnoC)

Celeste

Cecília

 Paula Trindade

Ana Maria Touças

ll e lll Domingo do Advento

Manuela Brilhante

Filomena

Carolina

Cidália

lll e lV Domingo do Advento

Fernando

Maria Fernanda

Mariana

Cecília

Sagrada Família de Jesus, Maria e José e

Domingo da Epifania do Senhor

Ana Maria Touças

Celeste

Manuela Paixão

Anabela Canário

Domingo do Baptismo do Senhor e

ll Domingo do Tempo Comum

Cidália

Filomena

Maria Teresa

Manuela Brilhante

lll e lV Domingo do Tempo Comum

Maria Fernanda

Manuela Paixão

Carolina

Ana Paula Bento

1121 Domingo XXXIV do tempo Comum Dia de Cristo Rei

Leitura (Daniel 7,13-14)

Leitura da profecia de Daniel.

7 13 “Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.

14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído”.

Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 92/93

Deus é rei e vestiu-se de majestade, glória ao Senhor!


Deus é rei e vestiu-se  de majestade,
revestiu-se de poder e de esplendor!
Vós firmastes o universo inabalável,

vós firmastes vosso trono desde a origem,
desde sempre, ó Senhor, vós existis!

Verdadeiros são os vossos testemunhos,

refulge a santidade em vossa casa

pelos séculos dos séculos, Senhor!

Leitura (Apocalipse 1,5-8)

Leitura do livro do Apocalipse.

1 5 Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue

6 e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.

7 Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo aqueles que o traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as raças da terra. Sim. Amém.

8 “Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “aquele que é, que era e que vem, o Dominador”.

Palavra do Senhor.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

Naquele tempo: 18 33 Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: “És tu o rei dos judeus?”

34 Jesus respondeu: “Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?”

35 Disse Pilatos: “Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?”

36 Respondeu Jesus: “O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo”.

37 Perguntou-lhe então Pilatos: “És, portanto, rei?” Respondeu Jesus: “Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz”.

Palavra da Salvação.

Preparar a Reflexão
Para crescer na intimidade com a sua Palavra

(Escrever numa folha a reflexão) Leitura; Meditação; Oração; Contemplação


Dia de Cristo Rei

Lectio divina:

1 – Leitura

O que fala o texto? É necessário está atento aos detalhes: o ambiente, o desenrolar dos acontecimentos, os personagens do texto, quais são os diálogos, a reação das pessoas; procurando perceber os seus sentimentos, as questões mais interessantes, as palavras e trechos que chamam mais atenção. Esse passo é o que exige maior esforço da nossa parte.

2 – Meditação

O que diz o texto de forma pessoal para mim? Este é o momento de se colocar diante da Palavra. É hora de “ruminar”, saborear a Palavra de Deus. Na meditação vamos questionando, confrontando a passagem com a nossa vida, por meio do Espírito Santo.

3 – Oração

O que o texto me faz responder ao Senhor? A oração nasce como fruto da meditação. Os sentimentos nos levam a dar uma resposta a Deus. Através do Espírito Santo, nos é suscitado o louvor, a súplica, a oração penitencial, a oferta.

4 – Contemplação

O que a Palavra faz em mim? É o próprio Deus que age em nossas vidas. É permitir a ação de Deus que recebe a nossa oração e nos leva ao Seu coração. Na contemplação nós somos impelidos a ser como Cristo.

Que o próprio Deus nos conceda a graça de a cada novo dia crescermos na intimidade com a Sua palavra.

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         
Preparar a Reflexão

Tomar consciência da realeza de Jesus concretizada   de acordo com uma lógica própria, a lógica de Deus.(Ler o Evangelho) 

1ª Leitura (Daniel 7,13-14)

Deus vai intervir no mundo: elimina  a crueza, a ambição, a violência, a opressão (nos reinos humanos).
O “filho de homem”  devolve à história a sua dimensão de “humanidade”
Os  homens (que aceitarem)  são  livres e vivem  na paz e na tranquilidade.

 O  “filho de homem” é Cristo vitorioso um anúncio da realeza de Jesus.


Na segunda leitura, (Apocalipse 1,5-8)

 Jesus é  o princípio e o fim de todas as coisas, o “príncipe dos reis da terra”, Aquele que há-de vir “por entre as nuvens” cheio de poder, de glória e de majestade para instaurar um reino definitivo de felicidade, de vida e de paz.

O Evangelho  Jesus assume  a sua condição de rei diante de Pilatos. A realeza de Jesus não assenta sobre  esquemas de ambição, de poder, de autoridade, de violênciaA missão “real” de Jesus é dar “testemunho da verdade”; e concretiza-se no amor, no serviço, no perdão, na partilha, no dom da vida.

1107 Mc 12,38-44 Domingo XXXIII

Pode ser uma imagem de flor, árvore, ao ar livre e texto que diz "VICENTE «Esta pobre viúva deu mais do que todos os outros» Mc Mc12,38-44 12 38-44"

Paróquia de S.Vicente de Alcabideche

Ontem às 05:30  · «Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem?» Lc 16, 9-

15Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São LucasNaquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas, também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro». Os fariseus, que eram amigos de dinheiro, ouviam tudo isto e escarneciam de Jesus. Então Jesus disse-lhes: «Vós quereis passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações. O que vale muito para os homens nada vale aos olhos de Deus».

REFLEXÃO Enquanto peregrinos neste mundo, precisamos do dinheiro “injusto” para sobreviver. O dinheiro injusto compra as coisas passageiras, mas não serve para nos comprar o céu. Só Deus pode avaliar o modo como ganhamos esse dinheiro e como o usamos.Dependendo do modo como usamos o dinheiro “injusto” que ganhamos, ele poderá se converter em boas obras as quais se transformarão em riquezas que nos esperarão no céu. Nas nossas pequenas ações diárias nós já demonstramos amor ou desamor. Às vezes, nós pensamos que seremos julgados apenas pelas grandes “coisas” que fazemos, no entanto, para Deus não importa o que realizamos, mas, o caráter com que nós fazemos essas “coisas”. “O que é importante para os homens é detestável para Deus”, diz-nos Jesus. Desse modo, vejamos, se o que tem sido “tão importante” para nós, é abominável para Deus, porque ainda é tempo de conversão. A chave da nossa felicidade aqui na terra está na maneira como nos relacionamos uns com os outros, bem como na reciprocidade com que cultivamos o amor, mandamento maior da lei de Deus. Tudo o mais, os nossos bens materiais, são apenas instrumentos para desenvolver entre nós a vivência do amor.Perguntemos a nós mesmos : Como usamos o dinheiro que ganhamos? Com justiça, só para comprar as coisas do mundo? – Os bens adquiridos são para adquirir um tesouro no céu? – Investimos o dinheiro em coisas desnessárias? Investimos o dinheiro nos que precisam? Se o dinheiro é o primeiro na nossa vida, não somos discípulos de Cristo, que sendo rico se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza e proclamou bem-aventurados os pobres.

ORAÇÃO Senhor Jesus, que sendo rico vos fizestes pobre para nos enriquecer a todos com a tua pobreza, ajudai-nos a manter-nos na fidelidade quotidiana para que, servindo a Deus e não ao dinheiro, possamos confiar-vos o verdadeiro bem: o Reino.Canto de Meditação Jesus sendo rico fez-se pobre https://www.eelmoh-dictof.com/…/Cristoricofez-sepobre.mp3Pe Abílio Nunes, SDB

15Mira Cristina M, Bruno Andrade e 13 outras pessoas3 comentáriosGostoComentarPartilhar

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  • José PereiraQUEM VOS CONFIARÁO VERDADEIRO BEM … Ver mais1
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Ver mais 2 comentáriosParóquia de S.Vicente de Alcabideche5 de novembro às 22:50  · Na comunidade das irmãs Concepcionistas Franciscanas Estoril aqui na Paróquia de S.Vicente de Alcabideche

1106 Lc16,9-15 Sábado da XXXII

Pode ser uma imagem de texto que diz "PARÓQUIA PARÓQUIADES.VICENTE DE VICENTE DEALCABIDECHE quem vOS confiará o verdadeiro bem? Lc16,9-15 9-15 16, CASA"

«Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem?» Lc 16, 9-15

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas, também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro». Os fariseus, que eram amigos de dinheiro, ouviam tudo isto e escarneciam de Jesus. Então Jesus disse-lhes: «Vós quereis passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações. O que vale muito para os homens nada vale aos olhos de Deus».

REFLEXÃO
Enquanto peregrinos neste mundo, precisamos do dinheiro “injusto” para sobreviver. O dinheiro injusto compra as coisas passageiras, mas não serve para nos comprar o céu. Só Deus pode avaliar o modo como ganhamos esse dinheiro e como o usamos.
Dependendo do modo como usamos o dinheiro “injusto” que ganhamos, ele poderá se converter em boas obras as quais se transformarão em riquezas que nos esperarão no céu.
Nas nossas pequenas ações diárias nós já demonstramos amor ou desamor. Às vezes, nós pensamos que seremos julgados apenas pelas grandes “coisas” que fazemos, no entanto, para Deus não importa o que realizamos, mas, o caráter com que nós fazemos essas “coisas”. “O que é importante para os homens é detestável para Deus”, diz-nos Jesus. Desse modo, vejamos, se o que tem sido “tão importante” para nós, é abominável para Deus, porque ainda é tempo de conversão.
A chave da nossa felicidade aqui na terra está na maneira como nos relacionamos uns com os outros, bem como na reciprocidade com que cultivamos o amor, mandamento maior da lei de Deus. Tudo o mais, os nossos bens materiais, são apenas instrumentos para desenvolver entre nós a vivência do amor.
Perguntemos a nós mesmos : Como usamos o dinheiro que ganhamos? Com justiça, só para comprar as coisas do mundo? – Os bens adquiridos são para adquirir um tesouro no céu? – Investimos o dinheiro em coisas desnessárias? Investimos o dinheiro nos que precisam? Se o dinheiro é o primeiro na nossa vida, não somos discípulos de Cristo, que sendo rico se fez pobre para nos enriquecer com a sua pobreza e proclamou bem-aventurados os pobres.

ORAÇÃO
Senhor Jesus, que sendo rico vos fizestes pobre para nos enriquecer a todos com a tua pobreza, ajudai-nos a manter-nos na fidelidade quotidiana para que, servindo a Deus e não ao dinheiro, possamos confiar-vos o verdadeiro bem: o Reino.

Canto de Meditação
Jesus sendo rico fez-se pobre
https://www.eelmoh-dictof.com/wp-content/uploads/2021/10/Cristoricofez-sepobre.mp3

Pe Abílio Nunes, SDBMais relevantesEmilia Silva Louro, Jorge Ferreira, Maria Reis e 12 outras pessoas gostam disto.

Comentários
Maria Sergio

Maria Sergio Glória a vós Senhor 🙏Gerir14 h

Matilde Brilhante Fonseca

Matilde Brilhante Fonseca Glória a vós Senhor 🙏Gerir6 h

José Pereira

José Pereira QUEM VOS CONFIARÁ

O VERDADEIRO BEM …Ver maisGerir11 h  · Editado

1115 1122 XXXIII Semana

Dia 15 de Novembro – Segunda-feira

XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde – Ofício do Dia)

Antífona de Entrada

Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).

Oração do dia

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (1 Macabeus 1,10-15.41-43.54-57.62-64)

Leitura do primeiro livro dos Macabeus.
10Puseram todos o diadema depois de sua morte, e, após eles, seus filhos durante muitos anos; e males em quantidade multiplicaram-se sobre a terra.
11Desses reis originou-se uma raiz de pecado: Antíoco Epífanes, filho do rei Antíoco, que havia estado em Roma, como refém, e que reinou no ano cento e trinta e sete do reino dos gregos.
12Nessa época saíram também de Israel uns filhos perversos que seduziram a muitos outros, dizendo: “Vamos e façamos alianças com os povos que nos cercam, porque, desde que nós nos separamos deles, caímos em infortúnios sem conta”.
13Semelhante linguagem pareceu-lhes boa,
14e houve entre o povo quem se apressasse a ir ter com o rei, o qual concedeu a licença de adotarem os costumes pagãos.
15Edificaram em Jerusalém um ginásio como os gentios, dissimularam os sinais da circuncisão, afastaram-se da aliança com Deus, para se unirem aos estrangeiros e venderam-se ao pecado.
41Então o rei Antíoco publicou para todo o reino um edito, prescrevendo que todos os povos formassem um único povo e
42que abandonassem suas leis particulares. Todos os gentios se conformaram com essa ordem do rei, e
43muitos de Israel adotaram a sua religião, sacrificando aos ídolos e violando o sábado.
54No dia quinze do mês de Casleu, do ano cento e quarenta e cinco, edificaram a abominação da desolação por sobre o altar e construíram altares em todas as cidades circunvizinhas de Judá.
55Ofereciam sacrifícios diante das portas das casas e nas praças públicas,
56rasgavam e queimavam todos os livros da lei que achavam;
57em toda parte, todo aquele em poder do qual se achava um livro do testamento, ou todo aquele que mostrasse gosto pela lei, morreria por ordem do rei.
62Numerosos foram os israelitas que tomaram a firme resolução de não comer nada que fosse impuro, e preferiram a morte antes que se manchar com alimentos;
63não quiseram violar a santa lei e foram trucidados.
64Caiu assim sobre Israel uma imensa cólera.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 118/119

Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa aliança!

Apodera-se de mim a indignação,
vendo que os ímpios abandonam vossa lei.

Mesmo que os ímpios me amarem com seus laços,
nem assim hei de esquecer a vossa lei.

Libertai-me da opressão e da calúnia,
para que eu possa observar vossos preceitos!

Meus opressores se aproximam com maldade;
como estão longe, ó Senhor, de vossa lei!

como estão longe de salvar-se os pecadores,
pois não procuram, ó Senhor, vossa vontade!

Quando vejo os renegados, sinto nojo,
porque foram infiéis à vossa lei.

Evangelho (Lucas 18,35-43)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

18 35Ao aproximar-se Jesus de Jericó, estava um cego sentado à beira do caminho, pedindo esmolas.
36Ouvindo o ruído da multidão que passava, perguntou o que havia.
37Responderam-lhe: “É Jesus de Nazaré, que passa”.
38Ele então exclamou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!”
39Os que vinham na frente repreendiam-no rudemente para que se calasse. Mas ele gritava ainda mais forte: “Filho de Davi, tem piedade de mim!”
40Jesus parou e mandou que lho trouxessem. Chegando ele perto, perguntou-lhe:
41“Que queres que te faça?” Respondeu ele: “Senhor, que eu veja”.
42Jesus lhe disse: “Vê! Tua fé te salvou”.
43E imediatamente ficou vendo e seguia a Jesus, glorificando a Deus. Presenciando isto, todo o povo deu glória a Deus.
Palavra da Salvação.

 

Comentário ao Evangelho

O CEGO DE JERICÓ

O homem cego, sentado à beira do caminho para Jericó, padecia de cegueira física, não, porém, de cegueira espiritual. Seu interesse em saber quem estava passando era mais que simples curiosidade. Deu mostras de intuir estar passando exatamente a pessoa com quem queria se encontrar: Jesus de Nazaré.

Por isso, quando lhe deram a notícia desejada, pôs-se a gritar freneticamente, sem se importar com quem o intimava a se calar. Quanto mais se esforçavam para reduzi-lo ao silêncio, tanto mais alto gritava. Afinal, não podia deixar escapar a chance, há tanto tempo esperada.

Mais uma vez, Jesus mostrou-se solidário com os pobres e os marginalizados dos quais o cego era um bom exemplo. Os gritos lancinantes chegaram não só aos seus ouvidos, mas principalmente ao seu coração. E se fez todo ouvido aos apelos do homem desejoso de cura.

O desejo do cego – ver – recebeu dupla resposta. Por um lado, o homem viu-se curado da deficiência física, tendo recuperado a visão. Por outro, abriram-se-lhe também os olhos da fé. Daí a constatação de Jesus: “A tua fé te salvou!” E como manifestação disto, o ex-cego tornou-se seguidor de Jesus, louvando a Deus pelas maravilhas operadas em seu favor. Levou, igualmente, a multidão a dar glória a Deus.

 


 

Oração

Pai, infunde em mim uma fé profunda como a do pobre cego, cujo desejo de ser curado por Jesus levou-o a se abrir para a verdadeira visão que leva à salvação.

 


O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.

Sobre as Oferendas

Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da Comunhão

Para mim só há um bem: é estar com Deus, é colocar o meu refúgio no Senhor (Sl 72,28).

Depois da Comunhão

Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue do vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta eucaristia, que ele mandou celebrar em sua memória, fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.

Dia 16 de Novembro – Terça-feira

XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde – Ofício do Dia)

Antífona de Entrada

Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).

Oração do dia

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (2 Macabeus 6,18-31)

Leitura do segundo livro dos Macabeus.
18Havia certo homem já de idade avançada e de bela aparência, Eleazar, que se sentava no primeiro lugar entre os doutores da lei. Queriam coagi-lo a comer carne de porco, abrindo-lhe a boca à força.
19Mas ele, cuspindo e preferindo morrer com honra a viver na infâmia,
20caminhou voluntariamente para o instrumento de tortura, como devem caminhar os que têm a coragem de rejeitar o que não é permitido comer por amor à vida.
21Ora, os encarregados desse ímpio banquete ritual, já desde muito tempo possuíam relações de amizade com Eleazar. Tomaram-no à parte e rogaram-lhe que fizesse trazer as carnes permitidas, que ele mesmo tivesse preparado, para comê-las como se fossem carnes do sacrifício, conforme ordenara o rei.
22Desse modo, ele seria preservado da morte, e granjearia sua benevolência em vista da antiga amizade.
23Mas Eleazar, tomando uma bela resolução, digna de sua idade, da autoridade que lhe conferia sua velhice, do prestígio que lhe outorgavam seus cabelos brancos, da vida íntegra conservada desde a infância, digna sobretudo das sagradas leis estabelecidas por Deus, preferiu ser conduzido à morte.
24“Não é próprio da nossa idade”, respondeu ele, “usar de tal fingimento, para não acontecer que muitos jovens suspeitem de que Eleazar, aos noventa anos, tenha passado aos costumes estrangeiros.
25Eles mesmos, após o meu gesto hipócrita, e por um pouco de vida, se deixariam arrastar por causa de mim, e isso seria para a minha velhice a desonra e a vergonha.
26E mesmo se eu me livrasse agora dos castigos dos homens, não poderia escapar, nem vivo nem morto, das mãos do Todo-poderoso.
27Sendo assim, se eu morrer agora corajosamente, mostrar-me-ei digno de minha velhice, e terei deixado aos jovens um nobre exemplo de zelo generoso, segundo o qual é preciso dar a vida pelas santas e veneráveis leis”.
28Ditas estas palavras, ele dirigiu-se ao suplício.
29Aqueles que o levavam transformaram em dureza a benevolência, que pouco antes haviam tido para com ele, julgando insensatas suas palavras.
30E quando ele estava prestes a morrer sob os golpes, exclamou entre suspiros: “O Senhor que possui a ciência santíssima o vê: podendo eu livrar-me da morte, sofro em meu corpo os tormentos cruéis dos açoites, mas os suporto com alma alegre porque é a ele que temo”.
31Dessa maneira passou à outra vida, deixando com sua morte não somente aos jovens, mas também a toda a sua gente, um exemplo de coragem e um memorial de virtude.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 3

É o Senhor quem me sustenta e me protege!
 
Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam;
quanta gente se levanta contra mim!
Muitos dizem, comentando a meu respeito:
“Ele não acha a salvação junto de Deus!”
 
Mas sois vós o meu escudo protetor,
a minha glória que levanta minha cabeça!
Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor,
do monte santo ele meu ouviu e respondeu.
 
Eu me deito e adormeço bem tranqüilo;
acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento.
Não terei medo de milhares que me cerquem
e, furiosos, se levantam contra mim.
Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!

Evangelho (Lucas 19,1-10)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.
Por amor, Deus enviou-nos o seu filho como vítima por nossas transgressões (1Jo 4,10).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

19 1Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade.
2Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos.
3Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura.
4Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali.
5Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa”.
6Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente.
7Vendo isto, todos murmuravam e diziam: “Ele vai hospedar-se em casa de um pecador”.
8Zaqueu, entretanto, de pé diante do Senhor, disse-lhe: “Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo”.
9Disse-lhe Jesus: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão”.
10Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.
Palavra da Salvação.

 

Comentário ao Evangelho

AS ETAPAS DA SALVAÇÃO
O encontro de Zaqueu com Jesus mostra como a conversão acontece em etapas. De certo modo, esta revela como a salvação acontece na vida de quem se torna discípulo do Reino.
O primeiro passo consiste no desejo de ver Jesus. No caso de Zaqueu, o Evangelho não esclarece os motivos deste anseio. Sabemos, apenas, ter sido tão forte que nada deteve o homem até vê-lo realizado.
O segundo passo exige a superação de todos os obstáculos. Para Zaqueu, um empecilho era sua baixa estatura. O problema foi resolvido: subiu numa árvore.
O terceiro passo comporta deixar-se amar por Jesus, sem restrições nem desconfiança, abrindo-lhe as portas do coração. Zaqueu desceu depressa da árvore, para receber Jesus em sua casa, com alegria.
O quarto passo é uma mudança radical de vida. Radical significa deixar de lado os esquemas e mentalidades antigos, para adequar-se às exigências do Reino. Isto não se faz com palavras ou com boas intenções, mas com gestos concretos. Zaqueu dispôs-se a dar metade de seus bens aos pobres e a ressarcir, quatro vezes mais, aquilo que havia roubado. Desta forma, ele provou que, realmente, a salvação tinha entrado em sua casa.


Oração
Espírito que gera conversão, toca o meu coração, abrindo-o para acolher a salvação e manifestá-la com gestos concretos de amor.


O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.

Sobre as Oferendas

Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da Comunhão

Para mim só há um bem: é estar com Deus, é colocar o meu refúgio no Senhor (Sl 72,28).

Depois da Comunhão

Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue do vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta eucaristia, que ele mandou celebrar em sua memória, fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.

Dia 17 de Novembro – Quarta-feira

SANTA ISABEL DA HUNGRIA ESPOSA E RELIGIOSA (Branco, Prefácio Comum ou dos Santos – Ofício da Memória)

Antífona de Entrada

Vinde, benditos de meu Pai, diz o Senhor: eu estava doente e me visitastes. Em verdade vos digo, tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos foi a mim que o fizestes (Mt 25, 34.36.40).

Oração do dia

Ó Deus, que destes a santa Isabel da Hungria reconhecer e venerar o Cristo nos pobres, concedei-nos, por sua intercessão, servir os pobres e aflitos com incansável caridade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (2 Macabeus 7,1.20-31)

Leitura do segundo livro dos Macabeus.
1Havia também sete irmãos que foram um dia presos com sua mãe, e que o rei por meio de golpes de azorrage e de nervos de boi, quis coagir a comerem a proibida carne de porco. 20Particularmente admirável e digna de elogios foi a mãe que viu perecer seus sete filhos no espaço de um só dia e o suportou com heroísmo, porque sua esperança repousava no Senhor.
21Ela exortava a cada um no seu idioma materno e, cheia de nobres sentimentos, com uma coragem varonil, ela realçava seu temperamento de mulher.
22“Ignoro”, dizia-lhes ela, “como crescestes em meu seio, porque não fui eu quem vos deu nem a alma, nem a vida, e nem fui eu mesma quem ajuntou vossos membros.
23Mas o criador do mundo, que formou o homem na sua origem e deu existência a todas as coisas, vos restituirá, em sua misericórdia, tanto o espírito como a vida, se agora fizerdes pouco caso de vós mesmos por amor às suas leis”.
24Receando, todavia, o desprezo e temendo o insulto, Antíoco solicitou em termos insistentes o mais jovem, que ainda restava, prometendo-lhe com juramento torná-lo rico e feliz, se abandonasse as tradições de seus antepassados, tratá-lo como amigo, e confiar-lhe cargos.
25Como o jovem não deu importância alguma, o rei mandou que a mãe se aproximasse e o exortasse com seus conselhos, para que o adolescente salvasse sua vida;
26como ele insistiu por muito tempo, ela consentiu em persuadir o filho.
27Inclinou-se sobre ele e, zombando do cruel tirano, disse-lhe na língua materna: “Meu filho, compadece-te de tua mãe, que te trouxe nove meses no seio, que te amamentou durante três anos, que te nutriu, te conduziu e te educou até esta idade.
28Eu te suplico, meu filho, contempla o céu e a terra; reflete bem: tudo o que vês, Deus criou do nada, assim como todos os homens.
29Não temas, pois, este algoz, mas sê digno de teus irmãos e aceita a morte, para que no dia da misericórdia eu te encontre no meio deles”.
30Logo que ela acabou de falar, o jovem disse: “Que estais a esperar? Não atenderei às ordens do rei; eu obedeço àquele que deu a lei a nossos pais por intermédio de Moisés.
31Mas tu, que és o inventor dessa perseguição contra os judeus, não escaparás à mão de Deus”.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 16/17

Ao despertar, me saciará vossa presença, ó Senhor!

Ó Senhor, ouvi a minha justa causa,
escutai-me e atende o meu clamor!
Inclinai o vosso ouvido à minha prece,
pois não existe falsidade nos meus lábios!

Os meus passos eu firmei na vossa estrada,
e por isso os meus pés não vacilaram.
eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis,
inclinai o vosso ouvido e escutai-me.

Protegei-me qual dos olhos a pupila
e guardai-me à proteção de vossas asas.
E verei, justificado, a vossa face,
e, ao despertar, me saciará vossa presença.

Evangelho (Lucas 19,11-28)

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure (Jo 15,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
19 11Como Jesus estava perto de Jerusalém, alguns se persuadiam de que o Reino de Deus se havia de manifestar brevemente; ele acrescentou esta parábola:
12Um homem ilustre foi para um país distante, a fim de ser investido da realeza e depois regressar.
13Chamou dez dos seus servos e deu-lhes dez minas, dizendo-lhes: Negociai até eu voltar.
14Mas os homens daquela região odiavam-no e enviaram atrás dele embaixadores, para protestarem: Não queremos que ele reine sobre nós.
15Quando, investido da dignidade real, voltou, mandou chamar os servos a quem confiara o dinheiro, a fim de saber quanto cada um tinha lucrado.
16Veio o primeiro: Senhor, a tua mina rendeu dez outras minas.
17Ele lhe disse: Muito bem, servo bom; porque foste fiel nas coisas pequenas, receberás o governo de dez cidades.
18Veio o segundo: Senhor, a tua mina rendeu cinco outras minas.
19Disse a este: Sê também tu governador de cinco cidades.
20Veio também o outro: Senhor, aqui tens a tua mina, que guardei embrulhada num lenço; 21pois tive medo de ti, por seres homem rigoroso, que tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste.
22Replicou-lhe ele: Servo mau, pelas tuas palavras te julgo. Sabias que sou rigoroso, que tiro o que não depositei e ceifo o que não semeei…
23Por que, pois, não puseste o meu dinheiro num banco? Na minha volta, eu o teria retirado com juros.
24E disse aos que estavam presentes: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas.
25Replicaram-lhe: Senhor, este já tem dez minas!…
26Eu vos declaro: a todo aquele que tiver, dar-se-lhe-á; mas, ao que não tiver, ser-lhe-á tirado até o que tem.
27Quanto aos que me odeiam, e que não me quiseram por rei, trazei-os e massacrai-os na minha presença.
28Depois destas palavras, Jesus os foi precedendo no caminho que sobe a Jerusalém.
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure (Jo 15,16).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
19 11Como Jesus estava perto de Jerusalém, alguns se persuadiam de que o Reino de Deus se havia de manifestar brevemente; ele acrescentou esta parábola:
12Um homem ilustre foi para um país distante, a fim de ser investido da realeza e depois regressar.
13Chamou dez dos seus servos e deu-lhes dez minas, dizendo-lhes: Negociai até eu voltar.
14Mas os homens daquela região odiavam-no e enviaram atrás dele embaixadores, para protestarem: Não queremos que ele reine sobre nós.
15Quando, investido da dignidade real, voltou, mandou chamar os servos a quem confiara o dinheiro, a fim de saber quanto cada um tinha lucrado.
16Veio o primeiro: Senhor, a tua mina rendeu dez outras minas.
17Ele lhe disse: Muito bem, servo bom; porque foste fiel nas coisas pequenas, receberás o governo de dez cidades.
18Veio o segundo: Senhor, a tua mina rendeu cinco outras minas.
19Disse a este: Sê também tu governador de cinco cidades.
20Veio também o outro: Senhor, aqui tens a tua mina, que guardei embrulhada num lenço; 21pois tive medo de ti, por seres homem rigoroso, que tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste.
22Replicou-lhe ele: Servo mau, pelas tuas palavras te julgo. Sabias que sou rigoroso, que tiro o que não depositei e ceifo o que não semeei…
23Por que, pois, não puseste o meu dinheiro num banco? Na minha volta, eu o teria retirado com juros.
24E disse aos que estavam presentes: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas.
25Replicaram-lhe: Senhor, este já tem dez minas!…
26Eu vos declaro: a todo aquele que tiver, dar-se-lhe-á; mas, ao que não tiver, ser-lhe-á tirado até o que tem.
27Quanto aos que me odeiam, e que não me quiseram por rei, trazei-os e massacrai-os na minha presença.
28Depois destas palavras, Jesus os foi precedendo no caminho que sobe a Jerusalém.
Palavra da Salvação.


 

Oração

Pai, faze de mim um discípulo fiel de Jesus a quem deverei prestar contas do bom uso dos dons que me concedeu. Que eu seja prudente no meu agir.

 


O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.

Sobre as Oferendas

Recebei, ó Pai, os dons do vosso povo, para que, recordando a imensa misericórdia do vosso filho, sejamos confirmados no amor a Deus e ao próximo, a exemplo dos vossos santos. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da Comunhão

Não há maior prova de amor que dar a vida pelos amigos (Jo 15,13).

Depois da Comunhão

Tendo participado com alegria do banquete da salvação, nós vos pedimos, ó Pai, que imitando a caridade de santa Isabel da Hungria, participemos com ela da vossa glória. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (SANTA ISABEL DA HUNGRIA)

Isabel da Hungria era princesa, foi rainha e se fez santa. Era a filha do rei André II, da Hungria, e da rainha Gertrudes, de Merano, atual território da Itália. Nasceu no ano de 1207, e naquele momento foi dada como esposa a Luís, príncipe da Turíngia, atual Alemanha. Desde os quatro anos viveu no castelo do futuro marido, onde foram educados juntos. O jovem príncipe Luís amava verdadeiramente Isabel, que se tornava cada dia mais bonita, amável e modesta. Ambos eram católicos fervorosos. Luís admirava a noiva, amável nas palavras e atitudes, que vivia em orações e era generosa em caridade com pobres e doentes. A mãe de Luís não gostava da devoção da sua futura nora, e tentou convencer o filho de desistir do casamento, alegando que Isabel seria uma rainha inadequada politicamente. A própria Corte a perseguia por causa de seu desapego e simplicidade cristã. Mas Luís foi categórico ao dizer preferir abdicar do trono a desistir de Isabel. Certamente, amava-a muito. No castelo de Wartenburg, quando atingiu a maioridade, foi corado rei e casou-se com Isabel, que se tornou rainha aos catorze anos de idade. Ela foi a única soberana que se recusou a usar a coroa, símbolo da realeza, durante a cerimônia realizada na Igreja. Alegou que, diante do nosso Rei coroado de espinhos, não poderia usar uma coroa tão preciosa. Foi assim que o então rei Luís IV acompanhou a seu desejo e tornou-se rei sem colocar a sua coroa, também, diante de Cristo. Foi um casamento feliz. Ele era sincero, paciente, inspirava confiança e era amado pelo povo. Nunca colocou obstáculos à vida de oração, penitência e caridade da rainha, sendo, ao contrário, seu incentivador. Em Marburg, Isabel construiu o Hospital de São Francisco de Assis para os pobres e doentes leprosos. Além de ajudar com seu dinheiro muitos asilos e orfanatos, os quais visitava com freqüência. Depois de seis anos, a rainha Isabel ficou viúva, com três filhos pequenos. O rei Luís IV, participando de uma cruzada, morreu antes de voltar para a Alemanha. A partir de então, as perseguições da Corte contra ela aumentaram. A tolerância quanto à sua caridade e dedicação religiosa acabou de vez. E o cunhado, para assumir o poder, expulsou-a do palácio junto com os três reais herdeiros ainda crianças. Isabel ingressou, então, na Ordem Terceira de São Francisco e dedicou-se à vida de religião e à assistência aos leprosos no hospital que ela própria havia construído. Quando os cruzados que acompanhavam seu marido retornaram à Alemanha, ficaram indignados ao constatar como a rainha viúva e os herdeiros haviam sido tratados. Conseguiram fazer a viúva rainha Isabel reassumir o trono, que depois entregou ao seu filho, na maioridade. Isabel da Hungria faleceu no dia 17 de novembro de 1231, com apenas vinte e quatro anos de idade, em Marburg, Alemanha. Quatro anos depois, em 1235, foi canonizada pelo papa Gregório IX. A Ordem Franciscana Secular venera-a como sua padroeira na festa celebrada no dia de sua morte.

 

Dia 18 de Novembro – Quinta-feira

XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde – Ofício do Dia)

Antífona de Entrada

Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).

Oração do dia

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (1 Macabeus 2,15-29)

Leitura do primeiro livro dos Macabeus.
15 Sobrevieram enviados do rei a Modin, para impor a apostasia e obrigar a sacrificar.
16 Muitos dos israelitas uniram-se a eles, mas Matatias e seus filhos permaneceram firmes.
17 Em resposta disseram-lhe os que vinham da parte do rei: “Possuis nesta cidade notável influência e consideração, teus irmãos e teus filhos te dão autoridade.
18 Vem, pois, como primeiro, executar a ordem do rei, como o fizeram todas as nações, os habitantes de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Serás contado, tu e teus filhos, entre os amigos do rei; a ti e aos teus filhos o rei vos honrará, cumulando-vos de prata, de ouro e de presentes”.
19 Matatias respondeu-lhes: “Ainda mesmo que todas as nações que se acham no reino do rei o escutassem, de modo que todos renegassem a fé de seus pais e aquiescessem às suas ordens,
20 eu, meus filhos e meus irmãos, perseveraremos na Aliança concluída por nossos antepassados.
21 Que Deus nos preserve de abandonar a lei e os mandamentos!
22 Não obedeceremos a essas ordens do rei e não nos desviaremos de nossa religião, nem para a direita, nem para a esquerda”.
23 Mal acabara de falar, eis que um judeu se adiantou para sacrificar no altar de Modin, à vista de todos, conforme as ordens do rei.
24 Viu-o Matatias e, no ardor de seu zelo, sentiu estremecerem-se suas entranhas. Num ímpeto de justa cólera arrojou-se e matou o homem no altar.
25 Matou ao mesmo tempo o oficial incumbido da ordem de sacrificar e demoliu o altar.
26 Com semelhante gesto mostrou ele seu amor pela lei, como agiu Finéias a respeito de Zamri, filho de Salum.
27 Em altos brados Matatias elevou a voz então na cidade: “Quem for fiel à lei e permanecer firme na Aliança, saia e siga-me”.
28 Assim, com seus filhos, fugiu em direção às montanhas, abandonando todos os seus bens na cidade.
29 Então, uma grande parte dos que procuravam a lei e a justiça, encaminhou-se para o deserto.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 49/50

A todos os que procedem retamente
eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


Falou o Senhor Deus, chamou a terra,
do sol nascente ao sol poente a convocou.
De Sião, beleza plena, Deus refulge.

“Reuni à minha frente os meus eleitos,
que selaram a aliança em sacrifícios!”
Testemunha o próprio céu seu julgamento,
porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.

Imola a Deus um sacrifício de louvor
e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo.
Invoca-me no dia da angústia,
e então te livrarei e hás de louvar-me.

Evangelho (Lucas 19,41-44)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.

Naquele tempo, 19 41 aproximando-se ainda mais, Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela, dizendo:
42 “Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz! Mas não, isso está oculto aos teus olhos.
43 Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados;
44 destruir-te-ão a ti e a teus filhos que estiverem dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não conheceste o tempo em que foste visitada”.
Palavra da Salvação.

 

Comentário ao Evangelho

A VISITA RECUSADA

O pranto de Jesus sobre Jerusalém expressava sua frustração diante de um povo fechado à sua pregação, e que relutava em converter-se diante de seus apelos. Embora Jesus tenha sido enviado pelo Pai como mensageiro de paz, tornou-se vítima do ódio e da perseguição dos destinatários de sua missão. Ele tinha à sua frente pessoas cegadas por um esquema mental tão rígido, a ponto de não abrirem espaço para a novidade do Reino que lhes era anunciado. Pensavam ter encontrado Deus, mas se recusavam a acolhê-lo na pessoa de seu enviado.

O mensageiro da paz transformou-se, então, em anunciador de castigos e desgraças. Num linguajar próprio dos antigos profetas, Jesus anunciou o futuro, sem meios termos. A infidelidade a Deus levaria o povo à ruína completa. Seu orgulho seria dobrado pela ação inclemente dos inimigos, que não teriam misericórdia. O povo escolhido de outrora não seria mais objeto do carinho divino.As palavras fortes de Jesus contra Jerusalém constituíam-se no seu último apelo profético à conversão. Nenhum prazer lhe causaria ver a cidade santa destruída e o povo massacrado. Entretanto, pelos rumos que as coisas estavam tomando, não havia dúvida quanto ao desfecho da situação. Não foi por falta de alerta que o castigo chegaria.

 


Oração
Senhor Jesus, tira a dureza do meu coração. Ela me impede de acolher tua palavra e de deixar-me converter.


(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês)

Sobre as Oferendas

Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da Comunhão

Para mim só há um bem: é estar com Deus, é colocar o meu refúgio no Senhor (Sl 72,28).

Depois da Comunhão

Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue do vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta eucaristia, que ele mandou celebrar em sua memória, fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.

 

Dia 19 de Novembro – Sexta-feira

SANTOS ROQUE, AFONSO E JOÃO PRESBÍTEROS E MÁRTIRES (Vermelho, Prefácio Comum dos Mártires – Ofício da Memória)

Antífona de Entrada

Por amor de Cristo, o sangue dos mártires foi derramado na terra. Por isso, sua recompensa é eterna.

Oração do dia

Senhor, que a vossa palavra cresça nas terras onde os vossos mártires a semearam e seja multiplicada em frutos de justiça e de paz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (1 Macabeus 4,36-37.52-59)

Leitura do segundo livro dos Macabeus.
36Judas e seus irmãos disseram então: “Eis que nossos inimigos estão aniquilados; subamos agora a purificar e consagrar de novo os lugares santos”.
37Reunido todo o exército, subiram à montanha de Sião.
52No dia vinte e cinco do nono mês, isto é, do mês de Casleu, do ano cento e quarenta e oito, eles se levantaram muito cedo,
53 e ofereceram um sacrifício legal sobre o novo altar dos holocautos, que haviam construído.
54Foi no mesmo dia e na mesma data em que os gentios o haviam profanado, que o altar foi de novo consagrado ao som de cânticos, das harpas, das liras e dos címbalos.
55Todo o povo se prostrou com o rosto em terra para adorar e bendizer no céu aquele que os havia conduzido ao triunfo.
56Prolongaram por oito dias a dedicação do altar, oferecendo com alegria holocaustos e sacrifícios de ações de graças e de louvores.
57Adornaram a fachada do templo com coroas de ouro e com pequenos escudos, consagraram as entradas do templo e os quartos, nos quais colocaram portas.
58Reinou uma alegria imensa entre o povo e o opróbrio das nações foi afastado.
59Foi estabelecido por Judas e seus irmãos, e por toda a assembléia de Israel que os dias da dedicação do altar seriam celebrados cada ano em sua data própria, durante oito dias, a partir do dia vinte e cinco do mês de Casleu, e isto com alegria e regozijo.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 1Cr 29

Queremos celebrar o vosso nome glorioso.

Bendito sejais vós, ó Senhor Deus,
Senhor Deus de Israel, o nosso pai,
desde sempre e por toda a eternidade!

A vós pertencem a grandeza e o poder,
toda a glória, esplendor e majestade,
pois tudo é vosso: o que há no céu e sobre a terra!

A vós, Senhor, também pertence a realeza,
pois sobre a terra, como rei, vos elevais!
Toda glória e riqueza vêm de vós!

Sois o Senhor e dominais o universo,
em vossa mão se encontra a força e o poder,
em vossa mão tudo se afirma e tudo cresce!

Evangelho (Lucas 19,45-48)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27).

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
19 45 Naquele tempo, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os mercadores.
46 Disse ele: “Está escrito: A minha casa é casa de oração! Mas vós a fizestes um covil de ladrões”.
47 Todos os dias ensinava no templo. Os príncipes dos sacerdotes, porém, os escribas e os chefes do povo procuravam tirar-lhe a vida.
48 Mas não sabiam como realizá-lo, porque todo o povo ficava suspenso de admiração, quando o ouvia falar.
Palavra da Salvação.

 

Comentário ao Evangelho

A CASA DE DEUS PROFANADA

Jesus não se conteve, quando se deparou com o estado em que se encontrava o templo de Jerusalém. Na mentalidade da época, o templo era o lugar escolhido por Deus para habitar no meio de seu povo. Era o espaço do encontro do Pai com seus filhos. Portanto, lugar da comunhão fraterna, da justiça, do respeito aos pobres e aos fracos, que são os preferidos de Deus.

Este ideal grandioso, porém, chocava-se com a realidade. O templo tornara-se um amplo mercado onde se fazia câmbio de dinheiro para facilitar a vida dos peregrinos estrangeiros e se comerciava os diversos tipos de animais usados para o sacrifício. Toda esta intensa atividade visava a ganância do lucro, dificilmente obtido por motivo de pura caridade. Assim, a injustiça e a exploração eram praticadas na própria casa de Deus. Os pobres e ingênuos peregrinos eram expoliados, sob os olhos do Pai. A boa-fé do povo transformava-o em joguete nas mãos de pessoas inescrupulosas. E tudo isso com a benévola anuência da classe sacerdotal, que tirava partido da situação.

A realidade do templo estava em aberta contradição com o ideal de Reino de Deus pregado por Jesus. Daí o furor que se apossou de seu coração e o gesto profético de expulsar os profanadores da casa de Deus, que devia ser espaço do amor.

 


 

Oração

Senhor Jesus, não permita que eu permaneça insensível, vendo a casa de Deus – o coração humano – ser profanado pela injustiça.

 


O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês.

Sobre as Oferendas

Com alegria, Senhor, nós vos oferecemos os frutos da terra, a fim de que, pelo sacrifício que vosso filho ofereceu por todos, nos concedais a bênção e a santidade. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da Comunhão

Fostes vós que permanecestes comigo nas minhas tribulações. E eu disponho do reino para vós, diz o Senhor. No meu reino comereis e bebereis à minha mesa (Lc 22,28ss).

Depois da Comunhão

Senhor, que os vossos fiéis vivam na fé e na caridade, pois repartem com os irmãos o pão da vida, e, até a vossa vinda, bebam o cálice da salvação. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (SANTOS ROQUE, AFONSO E JOÃO)

“Matastes a quem tanto vos amava. Matastes meu corpo, mas minha alma está no céu.” Contam os escritos que estas palavras foram ouvidas pelos índios que assassinaram o missionário jesuíta Roque Gonzalez e seus companheiros, padres Afonso Rodrigues e João de Castillo, em 1628. As palavras foram prodigiosamente proferidas pelo coração de padre Roque, ao ser transpassado por uma flecha, porque o fogo não tinha conseguido consumir. Os três padres eram jesuítas missionários na América do Sul, no tempo da colonização espanhola. Organizavam as missões e reduções implantadas pela Companhia de Jesus entre os índios guaranis do hoje chamado Cone Sul. O objetivo era catequizar os indígenas, ensinando-lhes os princípios cristãos, além de formar núcleos de resistência indígena contra a brutalidade que lhes era praticada pelos colonizadores europeus. Elas impediam que eles fossem escravizados, ao mesmo tempo que permitiam manter as suas culturas. Eram alfabetizados através da religião e aprendiam novas técnicas de sobrevivência e os conceitos morais e sociais da vida ocidental. Era um modo comunitário de vida em que todos trabalhavam e tudo era dividido entre todos. O grande sucesso fez que os colonizadores se unissem aos índios rebeldes, que invadiam e destruíam todas as missões e reduções, matando os ocupantes e pondo fim à rica e histórica experiência. Roque foi um sacerdote e missionário exemplar. Era paraguaio, filho de colonizadores espanhóis, nascido na capital, Assunção, em 1576. A família pertencia à nobreza espanhola, o pai era Bartolomeu Gonzales Vilaverde e a mãe era Maria de Santa Cruz, que o criaram na virtude e piedade. Aos quinze anos, decidiu entregar sua vida a serviço de Deus. Ingressou no seminário e, aos vinte e quatro anos de idade, foi ordenado sacerdote. Padre Roque quis trabalhar na formação espiritual dos índios que viviam do outro lado do rio Paraguai, nas fazendas dos colonizadores. O resultado foi tão frutífero que o bispo de Assunção o nomeou pároco da catedral e depois vigário-geral da diocese. Mas ele renunciou às nomeações para ingressar na Companhia de Jesus, onde vestiu o hábito de missionário jesuíta em 1609. Depois, passou toda a sua vida a serviço dos índios das regiões dos países do Paraguai, Argentina, Uruguai, Brasil e parte da Bolívia. Em 1611, chefiou por quatro anos a redução de Santo Inácio Guaçu. Em 1626, fundou quatro reduções: Candelária, Caaçapa-Mirim, Assunção do Juí e Caaró. Foi na Redução de Caaró, atualmente pertencente ao Brasil, que os martírios ocorreram, em 15 de novembro de 1628. Depois de celebrar a missa com os índios, padre Roque estava levantando um pequeno campanário na capela recém-construída, quando índios rebeldes, a mando do invejoso e feiticeiro Nheçu, atacaram aquela e a vizinha Redução de São Nicolau. Mataram todos e incendiaram tudo. Padre João de Castillo morreu naquela de São Nicolau, enquanto padre Afonso Rodrigues, que ficou na de Caaró, morreu junto com padre Roque Gonzales, esse último com a cabeça golpeada a machado de pedra. Dois dias depois, os índios rebeldes voltaram para saquear os escombros. Viram, então, que o corpo de padre Roque estava pouco queimado, então transpassaram seu coração com uma flecha. Foi aí que ocorreu o prodígio citado no início deste texto e mantido pela tradição. Eles foram beatificados pelo papa Pio XI em 1934 e canonizados pelo papa João Paulo II em 1988, em sua visita à capital do Paraguai. A festa de são Roque Gonzales ocorre no dia 17 de novembro.

Dia 20 de Novembro – Sábado

XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM (Verde – Ofício do Dia)

Antífona de Entrada

Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiverdes (Jr 29,11s.14).

Oração do dia

Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (1 Macabeus 6,1-13)

 

Salmo Responsorial 9A/9

 

Evangelho (Lucas 20,27-40)

 

Sobre as Oferendas

Concedei, Senhor nosso Deus, que a oferenda colocada sob o vosso olhar nos alcance a graça de vos servir e a recompensa de uma eternidade feliz. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da Comunhão

Em verdade eu vos digo, o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e vos será concedido, diz o Senhor (Mc 11,23s).

Depois da Comunhão

Tendo recebido em comunhão o Corpo e o Sangue do vosso Filho, concedei, ó Deus, possa esta eucaristia, que ele mandou celebrar em sua memória, fazer-nos crescer em caridade. Por Cristo, nosso Senhor.

 

Dia 21 de Novembro – Domingo

NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO (Branco, glória, creio, prefácio próprio – Ofício da solenidade)

Antífona de Entrada

O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A ele glória e poder através dos séculos (Ap 5,12; 1,6 (aqui seria 13))

Oração do dia

Deus eterno e todo-poderoso, que dispusestes restaurar todas as coisas no vosso amado Filho, rei do universo, fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à vossa majestade, vos glorifiquem eternamente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Daniel 7,13-14)

Leitura da profecia de Daniel.
13 “Olhando sempre a visão noturna, vi um ser, semelhante ao filho do homem, vir sobre as nuvens do céu: dirigiu-se para o lado do ancião, diante de quem foi conduzido.
14 A ele foram dados império, glória e realeza, e todos os povos, todas as nações e os povos de todas as línguas serviram-no. Seu domínio será eterno; nunca cessará e o seu reino jamais será destruído”.
Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial 92/93

Deus é rei e se vestiu de majestade,
glória ao Senhor!


Deus é rei e se vestiu de majestade,
revestiu-se de poder e de esplendor!

Vós firmastes o universo inabalável,
vós firmastes vosso trono desde a origem,
desde sempre, ó Senhor, vós existis!

Verdadeiros são os vossos testemunhos,
refulge a santidade em vossa casa
pelos séculos dos séculos, Senhor!

Leitura (Apocalipse 1,5-8)

Leitura do livro do Apocalipse.
Jesus Cristo, testemunha fiel, primogênito dentre os mortos e soberano dos reis da terra. Àquele que nos ama, que nos lavou de nossos pecados no seu sangue
e que fez de nós um reino de sacerdotes para Deus e seu Pai, glória e poder pelos séculos dos séculos! Amém.
Ei-lo que vem com as nuvens. Todos os olhos o verão, mesmo aqueles que o traspassaram. Por sua causa, hão de lamentar-se todas as raças da terra. Sim. Amém.
“Eu sou o Alfa e o Ômega”, diz o Senhor Deus, “aquele que é, que era e que vem, o Dominador”.
Palavra do Senhor.

Evangelho (João 18,33-37)

Aleluia, aleluia, aleluia.
É bendito aquele que vem vindo, que vem vindo em nome do Senhor; e o reino que vem seja bendito; ao que vem e a seu reino, o louvor! (Mc 11,9s)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.
Naquele tempo: 18 33 Pilatos entrou no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: “És tu o rei dos judeus?”
34 Jesus respondeu: “Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?”
35 Disse Pilatos: “Acaso sou eu judeu? A tua nação e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?”
36 Respondeu Jesus: “O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus súditos certamente teriam pelejado para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu Reino não é deste mundo”.
37 Perguntou-lhe então Pilatos: “És, portanto, rei?” Respondeu Jesus: “Sim, eu sou rei. É para dar testemunho da verdade que nasci e vim ao mundo. Todo o que é da verdade ouve a minha voz”.
Palavra da Salvação.

Comentário ao Evangelho

A REALEZA DE JESUS
A proclamação da realeza de Jesus deve ser entendida a partir do projeto de Reino anunciado por ele. Os modelos humanos não ajudam a compreender a condição de rei aplicada a Jesus. Seu reino não depende dos esquemas deste mundo, e sim, do querer do Pai.
Por ocasião da paixão de Jesus, as autoridades judaicas apresentaram-no como um subversivo, cujo ideal era tornar-se rei dos judeus, libertando o povo da opressão romana. Jesus, porém, recusou-se a se apresentar como um concorrente de Pilatos. O termo reino tinha, para ele, um significado muito diferente daquele que lhe davam os romanos. O reino de Jesus está sob o senhorio do Pai, que deseja ver todos os seus filhos viverem em comunhão. É um reino de verdade e de justiça, pois nele não se admite nenhuma espécie de marginalização ou opressão; tampouco, que se recorra ao dolo e à mentira para se prevalecer sobre os demais. 
No Reino de Deus, a autoridade é serviço. Quem é grande, se faz pequeno; para ser o primeiro, é necessário tornar-se o último. A violência e o ódio aí não têm lugar. Quem quer fazer parte desse Reino deve saber perdoar e estar sempre disposto a se reconciliar. 
Este é o Reino que Jesus veio implantar na história humana. Os adversários de Jesus estavam longe de poder compreendê-lo.


Oração 
Senhor Jesus, aceita-me como membro do Reino que vieste implantar na história humana, deixando que Deus seja o Senhor da minha vida.


O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado neste Portal a cada mês

Sobre as Oferendas

Oferecendo-vos estes dons que nos reconciliam convosco, nós vos pedimos, ó Deus, que o vosso próprio Filho conceda paz e união a todos os povos. Por Cristo, nosso Senhor.

Prefácio

(Cristo, Rei do Universo) PR: Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Com óleo de exultação, consagrastes sacerdote eterno e rei do universo vosso Filho único, Jesus Cristo, Senhor nosso. Ele, oferecendo-se na cruz, vítima pura e pacífica, realizou a redenção da humanidade. Submetendo ao poder de toda criatura, entregará à vossa infinita majestade um reino eterno e universal: reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino de justiça, do amor e da paz. Por essa razão, hoje e sempre, nós nos unimos aos anjos e arcanjos, aos querubins e serafins e toda a milícia celeste, cantando (dizendo) a uma só voz…

Antífona da Comunhão

O Senhor em seu trono reina para sempre. O Senhor abençoa o seu povo na paz (Sl 28,10s).

Depois da Comunhão

Alimentados pelo pão da imortalidade, nós vos pedimos, ó Deus, que, gloriando-nos de obedecer na terra aos mandamentos de Cristo, rei do universo, possamos viver com ele eternamente no reino dos céus. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (CRISTO REI)

A visão grandiosa de Cristo Senhor universal une-se a de Cristo crucificado e esta recorda a consideração de seu imenso amor: “Ama-nos, e nos libertou dos nossos pecados em virtude do seu Sangue” (ibidem, 5). Rei e Senhor outro caminho não escolheu, para purificar os homens do pecado, senão lavá-los com o próprio Sangue. Unicamente por este preço os introduziu no seu Reino, onde os admitiu não só como súditos, mas também como irmãos e co-herdeiros, como co-participantes de sua realeza, de sua dominação sobre todas as coisas. Assim, com ele, único Sacerdote, poderemos oferecer e consagrar a Deus toda a criação. “Fez de nós um reino de sacerdotes para Deus, seu Pai” (ibidem, 6). Até este ponto quis Cristo Senhor que participassem os homens de suas grandezas! O Evangelho (Jo 18,33b-37) também apresenta a realeza de Cristo em relação com sua Paixão e a contrapõe, ao mesmo tempo, às realezas terrenas. Tudo isto baseado no colóquio entre Jesus e Pilatos. Sempre se ocultara o Senhor às multidões, que em momentos de entusiasmo queriam proclamá-lo rei. Entretanto agora, que está para ser condenado à morte, confessa abertamente sua realeza. A pergunta de Pilatos: “Então és rei?”, responde: “Tu o dizes, eu sou Rei” (ibidem, 37). Antes, porém, declarara: “Meu Reino não é deste mundo” (ibidem, 36). A realeza de Cristo não está em função de domínio temporal algum, nem político! E, ao contrário, de domínio espiritual: consiste em anunciar a verdade, em conduzir os homens à suprema Verdade, libertando-os das trevas do erro e do pecado, “Para isto vim ao mundo – diz Jesus – para dar testemunho da verdade” (ibidem, 37). Jesus é a “Testemunha fiel” (2ª leitura) da verdade, isto é, do mistério de Deus e de seus desígnios de salvação do mundo. Veio revelá-los aos homens e testemunhá-los com o sacrifício da própria vida. Por isso, só quando está para abraçar a Cruz declara-se Rei. E, da Cruz, atrairá tudo a si (Jo 12,32). Impressionante é que, no Evangelho de João – o evangelista teólogo – esteja o tema da realeza de Cristo constantemente ligado ao da Paixão. E que, na realidade, é a Cruz o trono régio de Cristo. Da Cruz abre os braços para apertar a si todos os homens, da Cruz governa com seu amor. Para que reine sobre nós, temos de nos deixar atrair e vencer pelo seu amor.

 

1114  Mc 13, 24-32 Domingo do  XXXIII do tempo  Comum * Lectio Divina

1114  Mc 13, 24-32 Domingo do  XXXIII do tempo  Comum  Lectio Divina

 

Evangelho (Marcos 13,24-32)

Aleluia, aleluia, aleluia.
É preciso vigiar e ficar de prontidão; em que dia o Senhor há de vir, não sabeis, não! (Lc 21,36)


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.
Naquele tempo, 13 24 disse Jesus a seus discípulos: “Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol se escurecerá, a lua não dará o seu resplendor;
25 cairão os astros do céu e as forças que estão no céu serão abaladas.
26 Então verão o Filho do homem voltar sobre as nuvens com grande poder e glória.
27 Ele enviará os anjos, e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos, desde a extremidade da terra até a extremidade do céu.
28 Compreendei por uma comparação tirada da figueira. Quando os seus ramos vão ficando tenros e brotam as folhas, sabeis que está perto o verão.
29 Assim também quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está próximo, às portas.
30 Em verdade vos digo: não passará esta geração sem que tudo isto aconteça.
31 Passarão o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão.
32 A respeito, porém, daquele dia ou daquela hora, ninguém o sabe, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, mas somente o Pai”.
Palavra da Salvação.

REFLEXÃO

 

1114  Mc 13, 24-32 Domingo do  XXXIII do tempo  Comum 

 

Reflexão

 

MINHAS PALAVRAS NÃO PASSARÃO

 

O pensamento teológico da época expressava o fim dos tempos, a intervenção de Deus na história  através de abalos sísmicos e outros fenômenos terríveis,

 

Jesus não tinha intenção de incutir terror no coração dos discípulos e convertê-los em fanáticos anunciadores do fim do mundo. Desejava sim que eles permanecessem vigilantes, de maneira a estarem sempre preparados para o encontro com o Senhor.

 

Através da parábola da  da figueira explica melhor o objetivo da sua mensagem.  O agricultor atento sabe quando a árvore está para frutificar. Igualmente, o discípulo, quando discerne, sabe reconhecer quando se aproxima a vinda do Senhor, e tem consciência de estar preparado para recebê-lo.

 

A exortação de Jesus não tem um tempo limitado de validade. Seu valor é eterno, como eternas são todas as palavras de Jesus. Elas não passarão, embora tudo o mais perca seu valor. Assim, é absolutamente certa a vinda do Filho do Homem e a necessidade de manter-se vigilante e preparado para acolhê-lo.

 

 É, também, firme a palavra do Senhor que apresenta o amor como critério do juízo final, a recompensa para quem se mantiver fiel e a comunhão definitiva com o Pai, como destino último do cristão. Por conseguinte, o discípulo sensato deixa-se guiar pelas palavras de Jesus, de forma a evitar contratempos.

 

Jesus convida   os cristãos a viver a vida comprometidos com a realidade que os rodeia, e não  se deixar vencer pelas dificuldades que se apresentam para viver como cristãos.

Oração
Senhor Jesus, que eu me deixe guiar por tuas palavras, e me mantenha vigilante, na caridade, à tua espera.

ORAÇÃO VIDEO DE MEDITAÇÃO

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