11 10 «Os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz


«Os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz,
no trato com os seus semelhantes»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar’. O administrador disse consigo: ‘Que hei-de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho forças, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei-de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa’. Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. Ele respondeu: ‘Cem talhas de azeite’. O administrador disse-lhe: ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e escreve cinquenta’. A seguir disse a outro: ‘E tu quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma a tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes». 


Palavra da salvação.

A partir desta parábola, Jesus convida os seus discípulos a imitarem, para o bem, como “filhos da luz”, em ordem ao reino de Deus, a “esperteza” que o “administrador desonesto” usou, como “filho deste mundo”, para desviar em seu proveito os bens do seu senhor. Não é a desonestidade do administrador que está em causa, mas a sua esperteza e habilidade, que pode vir ajudar-nos a despertar do sono, da apatia e do egoísmo.

Aqui se fundamenta a reflexão de Jesus: Os filhos da luz, isto é, os bons, devem imitar a argúcia, astúcia e previsão que nos seus negó¬cios põem os filhos deste mundo, isto é, os maus (ou os filhos das trevas, nos escritos dos essénios de Qumrâm). Não é a corrupção e a falta de honradez que se apresenta como modelo, mas a sagacidade. Esta é a lição de fundo ou ensinamento global da parábola: um aviso para os filhos da luz, para os bons.

Contudo, é nossa missão testemunhar que se pode servir Deus e não os nossos interesses mesquinhos usando os bens materiais sem perder os eternos e tornando realidade o reinado de Deus no meio das ocupações e do trabalho, do amor e da família, da convivência cívica e da vida de cada dia.

Hoje Jesus assinala-nos outro caminho: Investir o dinheiro e os bens que tenhamos, poucos ou muitos, nos irmãos, especialmente nos pobres, colocando os nossos haveres no banco do amor e não no do egoísmo, porque só o primeiro rende para a vida eterna. 

Após  a reflexão sobre o Evangelho, podemos estabelecer uma relação com a vidad de São Leão Magno cuja memória a Igreja celebra hoje. 

São Leão Magno, foi  um exemplo de alguém que empregou suas habilidades em prol do reino de Deus. Nascido na Etrúria, atual Toscana, na Itália, foi um diligente diácono da Urbe e, posteriormente, assumiu a cátedra de Pedro em 440. Trabalhou incansavelmente pela integridade da fé, defendendo com fervor a unidade da Igreja e empenhando-se em evitar as incursões dos bárbaros ou mitigar seus efeitos. Por toda essa atividade extraordinária, mereceu o título de “Magno”. Faleceu junto a São Pedro, onde foi sepultado no ano de 461.

ORAÇÃO 

Senhor ensinai-nos a usar os bens perecíveis desta vida, investindo-os nos irmãos e ganhando amigos nas moradas eternas; assim não perderemos as imensas riquezas do teu Reino.