Batizados em Cristo

Vós que fostes baptizados em Cristo,
estais revestidos da luz. Aleluia. Aleluia!

1. A toda a hora bendirei o Senhor,
o seu louvor estará sempre na minha boca.

2. A minha alma gloria-se no Senhor:
ouçam e alegrem-se os humildes.

3. Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes,
o vosso rosto não se cobrirá de vergonha.

4. Os olhos do Senhor estão voltados para os justos,
e os ouvidos atentos aos seus rogos.

4º Rei Mago

O Quarto Rei Mago

Uma história de Henry Van Dyke

Vocês sabem a história dos três reis magos que viajaram do Oriente para Belém para adorar a Jesus e lhe ofertar as dádivas de ouro, incenso e mirra.

Vou-lhes contar a história do quarto rei mago que também viu a estrela e resolveu segui-la e do seu grande desejo de adorar o Rei Menino e lhe oferecer as suas prendas.

Ele morava nas montanhas da Pérsia e o seu nome era Artaban. Era um médico, alto, moreno, de olhos bem escuros: a fisionomia de um sonhador, a mente de um sábio. Um homem de coração manso e espírito indominável.

Era um homem de posses. A sua moradia era rodeada de jardins bem tratados com árvores de frutas e flores exóticas. Suas vestes eram de seda fina e o seu manto da mais pura lã. Era seguidor de Zoroastro e numa noite se reuniu em conselho com nove membros da mesma seita. Eram todos sábios!

Artaban lhes falou sobre a nova estrela que vira e o seu desejo de segui-la. Disse-lhes:

“- Como seguidores de Zoroastro aprendemos que os homens vão ver nos céus, em tempo apontado pelo Eterno, a luz de uma nova estrela e nesse dia, nascerá um grande profeta e Ele dará aos homens a vida eterna, incorruptível e imortal, e os mortos viverão outra vez! Ele será o Messias, o Rei de Israel.

E continuou:

“- Os meus três amigos Gaspar, Melchior, Baltazar e eu, vimos a grande luz brilhante de uma nova estrela á vários dias e vamos sair juntos para Jerusalém para ver e adorar o Prometido, o Rei de Israel. Vendi a minha casa e tudo o que possuo e comprei estas jóias: uma safira, um rubi e uma pérola para oferecer como tributo ao Rei. Convido-os para virem comigo nesta peregrinação para juntos adorarmos o rei!”

Mas um véu de dúvida cobriu as faces de seus amigos:

“- Artaban! Isso é um sonho em vão. Nenhum rei vai nascer de Israel! Quem acredita nisso é um sonhador!”

E um a um, todos o deixaram.

“- Adeus amigo!”

Artaban pesquisando os céus viu de novo a estrela.

“- É o sinal!” Disse ele. “- O Rei vai chegar e eu vou encontrá-lo.”

Artaban preparou o seu melhor cavalo, chamado Vasda, e de madrugada saiu ás pressas, pois, para encontrar no dia marcado com Gaspar, Melchior e Baltazar, que já estavam a caminho, ele precisava cavalgar noite e dia. Já estava escurecendo e ainda faltavam mais ou menos três horas de viagem para chegar ao sítio de encontro e ele precisava estar lá antes de meia noite ou os três magos não poderiam demorar mais à sua espera!

“- Mas, o que é isto?”

Na estrada, perto de umas palmeiras, o seu cavalo Vasda, pressentindo alguma coisa desconhecida, parou resfolegando, junto a um objeto escuro perto da última palmeira.

Artaban desmontou. A luz das estrelas revelou a forma de um homem caído na estrada. Um pobre hebreu entre os muitos que moravam por perto. A sua pele estava seca e amarela e o frio da morte já o envolvia. Artaban depois de examiná-lo, deu-o por morto e voltou-se com um coração triste pois nada podia fazer pelo pobre homem.

“- Mas o que foi isto?”

“- Que devo fazer? Se me demorar, os meus amigos procederão sem mim. Preciso seguir a estrela! Não posso perder a oportunidade de ver o Príncipe da Paz só para parar e dar um pouco de água a um pobre hebreu nas garras da morte!”

“- Deus da Verdade e da Pureza, dirige-me no teu caminho santo, o caminho da sabedoria que só tu conheces!”

E Artaban carregou o hebreu para a sombra de uma palmeira e tratou-o por muitos dias até que êle se recuperou.

“- Quem és tu?” perguntou ele ao mago.

“- Sou Artaban e vou a Jerusalém à procura daquele que vai nascer: O Príncipe da Paz e Salvador de todos os homens. Não posso me demorar mais, mas aqui está o restante do que tenho: pão, vinho, e ervas curativas.”

O hebreu erguendo as mãos aos céus lhe disse:

“- Que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó o abençoe; nada tenho para lhe pagar, mas ouça-me: Os nossos profetas dizem que o Messias deve nascer, não em Jerusalém mas em Belém de Judá.”

Assim, já era muito mais de meia noite e vários dias mais tarde quando Artaban montou de novo o seu cavalo Vasda e num galope rápido prosseguiu ao encontro de seus amigos.

Aos primeiros raios do sol, checou ao lugar do encontro. Mas… onde estavam os três magos? Artaban desmontou e ansioso, estudou todo o horizonte. Nem sinal da caravana de camelos dos seus amigos! Então entre uma pilha de pedras achou um pergaminho e a mensagem:

“- Não pudemos esperar mais, vamos ao encontro do Rei de Israel. Siga-nos através do deserto.”

Artaban sentou-se e cobriu a cabeça em desespero!

“- Como posso atravessar o deserto sem ter o que comer e com um cavalo cansado? Tenho mesmo que regressar à Babilónia, vender a minha safira e comprar camelos e provisões para a viagem. Só Deus, o misericordioso, sabe se vou encontrar o Rei de Israel ou não, porque me demorei tanto ao mostrar caridade,”

Artaban continuou a via pelo deserto e finalmente chegou em Belém, levando o seu rubi e a sua pérola para oferecer ao Rei. Mas as ruas da pequena vila. pareciam desertas. Pela porta aberta de uma casinha pobre, Artaban ouviu a voz de uma mulher cantando suavemente. Entrou e encontrou uma jovem mãe acalentando o seu bebé.

Três dias passados Ela lhe falou sobre os três magos que estiveram na vila a que disseram terem sido guiados por uma estrela ao lugar onde José de Nazaré, sua esposa Maria, e o seu bebé Jesus estavam hospedados. Eles trouxeram prendas de ouro, incenso e mirra para o menino. Depois, desapareceram tão rapidamente quanto apareceram. E a família de Nazaré também saiu à noite, em segredo, talvez para o Egito.

O bebê nos seus braços olhou para o rosto de Artaban e sorriu estendendo os braçinhos para ele.

“Não poderia essa criança, ser o Príncipe Prometido? Mas não! Aquele que procuro já não está aqui e eu preciso encontrá-lo no Egito!”

A Jovem mãe colocou o bebê no leito e preparou um almoço para o estranho hospede que veio à sua casa. Subitamente, ouviu-se uma grande comoção nas ruas: gritos de dor, o chorar de mulheres, tocar de trombetas e o clamor:

“- Soldados! os soldados de Herodes estão matando as nossas crianças!”

A jovem mãe, branca de terror escondeu-se no canto mais escuro da casa, cobrindo o filho com o seu manto para que ele não acordasse e chorasse.

Mas Artaban colocou-se em frente à porta da casa impedindo a entrada dos soldados. Um capitão aproximou-se para afastá-lo. A face de Artaban estava calma como se estivesse observando as estrelas. Fitou o soldado um instante e lhe disse:

“- Estou sozinho aqui, esperando para dar esta jóia ao prudente capitão que vai me deixar em paz.”

E mostrou o rubi brilhando na palma da sua mão como uma grande gota de sangue.

Os olhos do capitão brilharam com o desejo de possuir tal jóia!

“- Marchem, Avante!” Gritou aos seus soldados. “- Não há criança aqui!”

E Artaban olhando os céus orou:

“- Deus da Verdade, perdoa o meu pecado! Eu disse uma coisa que não era, para salvar uma criança. E duas das minhas dádivas já se foram. Dei aos homens o que havia reservado para Deus. Poderei ainda ser digno de ver a face do Rei?”

E Artaban prosseguiu na sua procura entre as pirâmides do Egito, em Heliopólis, na nova Babilónia às margens do Nilo… Numa humilde casa em Alexandria, Artaban procurou o conselho de um velho rabi que lhe falou das profecias e do sofrimento do Messias prometido e receitado pelos homens.

“- E lembre-se, meu filho: o Rei que procuras não o vais encontrar num palácio ou entre os ricos e poderosos. Isto eu sei: os que O procuram devem fazê-lo entre os pobres e os humildes, os que sofrem e são oprimidos.”

E Artaban passou por lugares onde a fome era grande. Fez a sua morada em cidades onde os doentes morriam na miséria. Visitou os oprimidos nas prisões subterrâneas, os escravos nos mercados de escravos…

Em toda a população de um mundo cheio de angústia ele não achou ninguém para adorar, mas muitos para ajudar! Ele alimentou os que tinham fome, cuidou dos doentes, e confortou os prisioneiros… E os anos passaram… 33 anos.

E os cabelos de Artaban já não eram pretos, eram brancos como a neve nas montanhas. Velho, cansado e pronto para morrer era ainda um peregrino à procura do Rei de Israel e agora em Jerusalém onde havia estado muitas vezes na esperança de achar a família de Belém.

Os filhos de Israel estavam agora na cidade santa para a festa da Páscoa do Senhor e havia uma agitação e excitamento singular. Vendo um grupo de pessoas da sua terra, Artaban lhes perguntou o que se passava e para onde o povo se dirigia.

“- Para o Gólgota!” lhe responderam, “- …pois não ouviste? Dois ladrões vão ser crucificados e com eles, um homem chamado Jesus de Nazaré, que dizem, fez coisas maravilhosas entre o povo. Mas os sacerdotes exigiram a Sua morte, porque disse ser o Filho de Deus. Pilatos O condenou a ser crucificado porque disseram ser Ele o Rei dos Judeus.”

“Os caminhos de Deus são mais estranhos do que o pensamento dos homens,” pensou Artaban. “Agora é o tempo de oferecer a minha pérola para livrar da morte o meu Rei!”

Ao seguir a multidão em direção ao portal de Damasco, um grupo de soldados apareceu arrastando uma jovem rapariga com vestes rasgadas e o rosto cheio de terror.

Ao ver o mago, a jovem reconheceu-o como da sua própria terra e libertando se dos guardas atirou-se aos pés de Artaban:

“- Tenha piedade!…”, ela implorou,…”e pelo Deus da pureza, salva-me! Meu pai era mercador na Pérsia mas faleceu e agora vão me vender como escrava para pagar seus débitos! Salva-me!”

Artaban tremeu. Era o velho conflito da sua alma entre a fé, a esperança e o impulso do amor. Duas vezes as dádivas consagradas foram dadas para a humanidade. E agora? Uma coisa ele sabia:

“- Salvar essa jovem indefesa era um gesto de amor. E não é o amor a luz da alma?”

Ele tirou a pérola de junto ao seu coração. Nunca ela pareceu tão luminosa! Colocou-a na mão da moça:

“- Este é o teu pagamento, o último dos tesouros que guardei para o Rei!”

Enquanto ele falava uma escuridão profunda envolveu a terra que tremeu consultivamente! Casas caíram, os soldados fugiram mas Artaban e a moça protegeram-se de baixo do telhado sobre as muralhas do Pretório.

“- O que tenho a temer,” pensou ele,” …e para quê viver? Não há mais esperança de encontrar o Rei, a procura terminou, eu falhei.”

Mas mesmo esse pensamento lhe trouxe paz pois sabia que viveu de dia a dia da melhor maneira que soube. Se tivesse que viver de novo a sua vida não poderia ser de outra maneira.

Mais um tremor de terra e uma telha desprendeu-se do telhado e feriu o velho mago na cabeça. Repousou no chão e deitou a cabeça nos ombros da jovem com o sangue a escorrer do ferimento.

Ao debruçar-se sobre ele, ela ouviu uma voz suave, como música vindo da distancia. Os lábios de Artaban moveram-se como em resposta e ela escutou o que o velho mago disse na sua própria língua:

“- Não meu Senhor! Quando te vi com fome e te dei de comer? ou com sede e te dei de beber? ou quando te vi enfermo ou na prisão e fui te ver?

Por 33 anos eu te procurei, mas nunca vi a tua face, nem te servi, meu Rei!”

E uma voz suave veio, mas desta vez dos céus. A jovem também compreendeu as palavras.

“- Em verdade, em verdade vos digo que quando o fizeste a um destes meus irmãos a mim o fizeste!”

Uma alegria radiante iluminou a face calma de Artaban.

Um suspiro longo e aliviado saiu de seus lábios.

A viagem para ele havia terminado.

O quarto mago, Artaban, compreendeu que havia encontrado o seu Rei durante toda a sua vida!

Colab: Ir.’. Weber Varrasquim, 33º

Dezembro / 2.003

12 28 Santos Inocentes mártires

 

reflexáo

EVANGELHO Mt 2, 13-18
«Herodes mandou matar todos os meninos de Belém»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Depois de os Magos partirem,
o Anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe:
«Levanta-te, toma contigo o Menino e sua Mãe
e foge para o Egipto;
fica lá até que eu te diga,
pois Herodes vai procurar o Menino para O matar».
José levantou-se de noite,
tomou consigo o Menino e sua Mãe e partiu para o Egipto
e ficou lá até à morte de Herodes,
para se cumprir o que o Senhor anunciara pelo profeta:
«Do Egipto chamei o meu filho».
Quando Herodes percebeu que fora iludido pelos Magos,
encheu-se de grande furor
e mandou matar em Belém e no seu território
todos os meninos de dois anos ou menos,
conforme o tempo que os Magos lhe tinham indicado.
Cumpriu-se então o que o profeta Jeremias anunciara, ao dizer:
«Ouviu-se uma voz em Ramá, lamentos e gemidos sem fim:
Raquel chora seus filhos
e não quer ser consolada, porque eles já não existem».


Palavra da salvação.

 

REFLEXÃO

Deus envia os Seus mensageiros para advertir àqueles que fazem a Sua vontade. Até o Filho de Deus foi vítima da maquinação do mal quando, por meio de Herodes, tentou destruir Plano de Deus a favor dos homens mas não o conseguiu pois, o anjo do Senhor apareceu a José ordenando que fugisse para o Egito.

Acreditando no sonho, ele partiu para uma viagem de muitos quilômetros, no deserto do Sinai, tirando o Deus humanado das garras de um sanguinário. A empreitada da fuga foi dolorosa. A temperatura no deserto, à noite, chega a zero grau e durante o dia a cinquenta graus positivos. A Sagrada Família seguiu por um caminho que nem José conhecia, mas sabia que devia, por cautela, desviar dos caminhos por onde circulavam os judeus, egípcios e romanos. Havia ainda o risco de encontrar ladrões e feras do deserto, até chegarem às terras do Egito, onde se viram salvos.

Ali esteve a família até a morte de Herodes. As crianças de Belém sofreram as consequências da cólera do rei que mandou matar todas as que tivessem de dois anos para baixo.

 

Nos nossos dias também o poder do mal impera na humanidade. Só conseguem salvar-se aqueles e aquelas que sintonizando com Deus, obedecem à Sua Palavra e acreditam verdadeiramente em Jesus.

 

Quantos jovens com a vida desfeita, quantas famílias desunidas: o mal continua a imperar. Somos vítimas da fome e da guerra, da miséria. No entanto, nunca poderemos desanimar pois o anjo do Senhor está perto e na hora precisa, também ele nos dirá: “Levanta-te e vai para o Egito”. Isto é liberta-te do mal, encontra-te contigo e com Deus e depois regressa liberto para libertares os teus irmãos.

 

ORAÇÃO

 

Senhor Jesus dai-nos um coração simples e puro para discernirmos o verdadeiro caminho que conduz a Vós.

Senhor Jesus sê o defensor da nossa humanidade que massacra tantos inocentes, crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres;

Senhor Jesus tem compaixão dos milhões de homens e mulheres que, ainda nos nossos dias, têm que abandonar as suas terras, os seus países, para escaparam às diferentes formas de perseguição, às guerras, aos massacres, aos genocídios.

 

228 Mt 2, 13-18.docx Santos Inocentes mártires

1Pontos a tratar nesta narrativa

Mt 2, 13-18

Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e disse-lhe: “Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu lhe diga, pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.

Então ele levantou-se , tomou o menino e sua mãe durante a noite, e partiu para o Egito,

onde ficou até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”.

Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos.

Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias:

“Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem”.

REFLEXÃO

MT    2,13-18

                   Deus   envia os Seus mensageiros para advertir àqueles que fazem a Sua vontade. Até o Filho de Deus foi vítima da maquinação do mal   quando, por meio de Herodes, tentou  destruir  Plano de Deus a favor dos homens  mas não o conseguiu pois , o anjo do Senhor apareceu a José ordenando que fugisse para o Egito .

                    Acreditando no sonho, ele partiu para uma viagem de muitos quilômetros, no deserto do Sinai, tirando o Deus humanado das garras de um sanguinário. A empreitada da fuga foi dolorosa. A temperatura no deserto, à noite, chega a zero grau e durante o dia a cinquenta graus positivos. A Sagrada Família seguiu por um caminho que nem José conhecia, mas sabia que devia, por cautela, desviar dos caminhos por onde circulavam os judeus, egípcios e romanos. Havia ainda o risco de encontrar ladrões e feras do deserto, até chegarem às terras do Egito, onde se viram salvos.

         Ali esteve a família   até a morte de Herodes. As  crianças de Belém sofreram as consequências da cólera do rei que mandou matar todas as que tivessem de dois anos para baixo.

                  Nos  nossos dias também o poder do mal impera na humanidade .  Só conseguem salvar-se aqueles e aquelas que  sintonizando com Deus, obedecem à Sua Palavra e acreditam verdadeiramente em Jesus
                  Quantos jovens com a vida desfeita , quantas famílias desunidas : o mal continua a imperar. Somos vítimas da fome e da guerra, da miséria.                    No entanto, nunca poderemos desanimar  pois o anjo do Senhor está perto e na hora precisa, também ele nos dirá: “Levanta-te e vai para o Egito” Isto é liberta-te do mal , encontra-te contigo e com Deus e depois regressa liberto para libertares os teus irmãos.

 Oração

          Senhor Jesus dai-nos um coração simples e puro para discernirmos o verdadeiro caminho que conduz a Vós.
         Senhor Jesus sê o defensor da nossa humanidade que massacra tantos inocentes, crianças, jovens, adultos e idosos, homens e mulheres ;

         Senhor Jesus   tem compaixão dos milhões de homens e mulheres que, ainda nos nossos dias, têm que abandonar as suas terras, os seus países, para escaparam às diferentes formas de perseguição, às guerras, aos massacres, aos genocídios.

Vídeo Meditação

Os santos inocentes

0102 Mt 2,1-12 Epifania do Senhor

LEITURA II Ef 3, 2-3a.5-6
Os gentios recebem a mesma herança prometida

O universalismo de Isaías era um pouco limitado; os estrangeiros não estavam em posição de igualdade com os filhos de Israel. S. Paulo, descrevendo o plano salvífico de Deus, proclama que todos os homens são chamados, igualmente, a ser herdeiros da Promessa.
Como consequência deste chamamento universal para a Fé, toda a separação, toda a discriminação, introduzidas na humanidade por culturas e civilizações, desaparecem. Todos são chamados a formar o verdadeiro Israel e a constituir um só Corpo – o Corpo Místico de Cristo – restabelecendo-se assim o plano primitivo de Deus acerca da humanidade, que era um projecto de unidade e amor.

EVANGELHO Mt 2, 1-12
«Viemos do Oriente adorar o Rei»

Frente ao mistério do Nascimento de Jesus, S. Mateus procura, sobretudo, contemplá-Lo à Luz do primeiro encontro do mundo pagão com o Salvador, de que os magos são as primícias e os representantes. Sublinhando, de modo expressivo, a universalidade da Mensagem cristã, dirigida a todos os homens, mesmo àqueles que, segundo as concepções estreitas do Judaísmo, viviam fora da Geografia e da História da Salvação, o evangelista mostra como na visita dos Magos, se realizam as profecias do A. T.
Não deixa também de o impressionar, em contraste com o orgulho e cegueira de Herodes e dos sábios de Israel, a boa vontade dos Magos, que, atentos aos sinais dos Tempos, se dispõem a correr a aventura da Fé.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho.
Palavra da salvação.

0101 Lc 2,16-21 Santa Maria Mãe de Deus

 

EVANGELHO Lc 2, 16-21

«Encontraram Maria, José e o Menino.

E, depois de oito dias, deram-Lhe o nome de Jesus»

De todos aqueles que virão a ser adoptados em Cristo como filhos de Deus, os pastores são os primeiros a receberem a Boa Notícia da Salvação. É, porém, junto de Maria, Sua Mãe, a primeira crente, a totalmente disponível a Deus, que encontram o Salvador e, n’Ele, se encontram com Deus. A intervenção discreta de Maria ajudou-os, na verdade, a descobrir o verdadeiro rosto de Seu Filho.

«A Virgem Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a eternidade, simultaneamente com a Encarnação do Verbo, por disposição da divina providência foi na terra a nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa cooperadora e a escrava humilde do Senhor – Cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa Mãe na ordem da graça» (LG., 61).

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, os pastores dirigiram-se apressadamente para Belém e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura. Quando O viram, começaram a contar o que lhes tinham anunciado sobre aquele Menino. E todos os que ouviam admiravam-se do que os pastores diziam. Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração. Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado. Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno.

Palavra da salvação.

1231 Jo 1, 1-18 Sexta da oitava do Natal

EVANGELHO Jo 1, 1-18

«O Verbo fez-Se carne»

Começamos hoje a ler o Evangelho de S. João de forma contínua, e, para tal, repetimos hoje a leitura da missa do Dia de Natal. É o hino com que abre o Evangelho sacramental de S. João. Tudo nele é revelação e aprofundamento do mistério do Verbo feito carne.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. Apareceu um homem enviado por Deus, chamado João. Veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Estava no mundo e o mundo, que foi feito por Ele, não O conheceu. Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho d’Ele, exclamando: «Era deste que eu dizia: ‘O que vem depois de mim passou à minha frente, porque existia antes de mim’». Na verdade, foi da sua plenitude que todos nós recebemos graça sobre graça. Porque, se a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer.

Palavra da salvação.

1230 Lc 2, 36-40 Quinta da oitava do Natal

EVANGELHO Lc 2, 36-40
«Falava acerca do Menino
a todos os que esperavam a libertação de Israel»


Ao lado de Simeão estava Ana, a profetiza, aquela que reconheceu também Jesus e d’Ele falava a todos os que encontrava. Falava-lhes d’Ele como o libertador de Jerusalém. Ultrapassaria ela a situação política desse tempo? Jerusalém estava dominada por estrangeiros! A nossa fé leva-nos hoje ainda mais longe: Jesus é o Salvador de todos os homens, para além dos condicionalismos temporais e terrenos de cada um.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Quando os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no templo uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enc¬hendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.
Palavra da salvação.


1229 Lc 2, 22-35 Quarta

EVANGELHO Lc 2, 22-35
«Luz para se revelar às nações»


O primeiro acontecimento do Novo Testamento, que já se orientava para o nascimento de Jesus, a anunciação a Zacarias (dia 19), situava-se no templo: no templo terminam hoje os episódios da infância do Senhor, com o encontro de Jesus e de Simeão. Simeão, como já Zacarias o tinha feito, proclama o Senhor como luz, porque Ele vem como Luz de Deus para iluminar os homens, os libertar das trevas e os transferir para a Luz do Reino de Deus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor, como está escrito na Lei do Senhor: «Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor», e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor. Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele. O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor; e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito, Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando: «Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo, porque os meus olhos viram a vossa salvação, que pusestes ao alcance de todos os povos: luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo». O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia. Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: «Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição; – e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».
Palavra da salvação.

1228 Mt 2, 13-18.docx Santos Inocentes mártires

Mt 2, 13-18

Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e disse-lhe: “Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu lhe diga, pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo”.

Então ele levantou-se , tomou o menino e sua mãe durante a noite, e partiu para o Egito,

onde ficou até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”.

Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos.

Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias:

“Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação; é Raquel que chora por seus filhos e recusa ser consolada, porque já não existem”.

REFLEXÃO

EVANGELHO MT       2,13-18

Herodes mandou matar todos os meninos de Belém.

Duas citações marcam esta passagem evangélica :  a primeira refere-se à fuga para o Egipto de José com a sua família (Os 11,1);

a segunda, ao morticínio dos meninos com menos de dois anos por ordem de Herodes. Ambas as citações subdividem facilmente o trecho em duas partes: MT 2,13-15 e MT 2,16-18, conquanto os dois episódios estejam estreitamente ligados.

Num estilo à maneira de midrash, São Mateus apresenta dois episódios da vida de Jesus à luz das predições proféticas, valendo-se da capacidade interpretativa típica desse método, que consegue compreender um acontecimento novo na luz de quanto já foi experimentado no passado.

As profecias e os fac¬tos parecem muito diferentes e pode tornar-se difícil de ver aquilo que os une.

A primeira citação é de uma grandiosidade que parece pouco adequada a um pequeno episódio da infância de Jesus. No texto de Oseias (Os 11,1-6) de onde foi extraída a citação, fala-se de todo o povo de Israel e é recordada a história inicial como um episódio de um amor menosprezado, num contexto de condenação judicial.

O facto de ter salvo Israel da escra¬vidão do Egipto, ou de o ter feito sair dessa terra estrangeira, equivale à obra de «criação» do povo eleito, caracterizada por intervenções divinas prodigiosas. E no entanto, este método de leitura vê o cumprimento do texto, com a relativa epopeia nele evocada, na permanência temporária em terra estrangeira e no sucessivo regresso à pátria, de um menino, obrigado a fugir precipitadamente.

O pranto de Raquel também relembra o grande momento em que as tribos do Norte foram deportadas para a Assíria, e na terra dos antepassados ficou apenas a mãe de José e de Benjamim, que chora pelos deportados. Sepultada, segundo a tradição, no território de Belém, Raquel revive agora a sua an¬gústia devido ao massacre dos filhos do seu povo.

Pequenos episódios e grandes acontecimentos. Ou então, o fio vermelho que une vidas privadas a um desígnio muito mais amplo e significativo. Podem ser duas pistas para actua¬lizar a Palavra de hoje. A primeira reacção perante as leituras de hoje nasce da apresentação de uma crueldade insensata da parte de quem, revestido de poder e com o medo de perdê-lo, não hesita em praticar acções maldosas e contraproducentes.

Um segunda pergunta é: porque é que a Igreja e a liturgia consideram mártires e comités Christi os pequenos e igna¬ros meninos de Belém, que parece estarem envolvidos num acontecimento maior do que eles? Para encontrarmos uma resposta, é preciso ter presente que os primeiros capítulos do Evangelho de São Mateus pretendem apresentar Cristo como o novo Moisés, que tem o direito de discutir a Lei e de a levar a cumprimento.

Por isso, o autor escolhe essas tradições da infância de Jesus que permitem estabelecer um paralelo entre Cristo e Moi¬sés. O nascimento de ambos coincide com um morticínio de meninos hebreus (Ex 1,15-2,10; MT 2,13-18), ambos vão para o Egipto (Ex 3,10; MT 2,13-14), ambos realizam a pala¬vra «do Egipto chamei o meu filho». (Os 11,1; Ex 12,37-42;

MT 2,15) A narração de São Mateus não colocaportanto o acento no morticínio propriamente dito, mas antes sobre a voca¬ção do novo Moisés, esmiuçada desde os acontecimentos da infância.

O coração tem razões que a mente não consegue entender, dizia Pascal falando do homem. A história tem dimensões que transcendem pessoalmente os indivíduos e os envolvem para lá da sua compreensão pessoal. As relíquias dos «Santos Inocentes» estão espalhadas por muitas igrejas, tanto orien¬tais como ocidentais. Parece, e é, um absurdo histórico. Mas as muitas crianças que morrem e são desfrutadas, na crónica humana podem ser recordadas como motivo literário ou de¬magógico para provocar uma compaixão humana genérica. Confrontadas com Cristo, numa ambientação no desenvol¬vimento progressivo do desígnio de Deus, têm uma ligação misteriosa com quem também tomou sobre si estes aspectos. Indo buscar citações do Antigo Testamento para narrar e ex-plicar, inclusive, pequenos factos da vida de Cristo, insere-se na compreensão da Sagrada Escritura inspirada como uma palavra aberta a ulteriores realizações. Inclusive na vida actual da Igreja e das vicissitudes humanas. Inclusive nas experiên¬cias profundas do nosso espírito.

Oração

(Oração sobre as oblatas, Missa do dia)

Aceitai, Senhor, os dons dos Vossos fiéis; pois quereis que os Vossos mistérios sejam fonte de salvação mesmo para aqueles que não podem conhecer-Vos, dai-nos um coração simples e puro para os celebrarmos com fé.

EVANGELHO MT       2,13-18

Herodes mandou matar todos os meninos de Belém.

DIAS FERIAIS DO NATAL | 271

Ler a Palavra

Como nos outros trechos dos primeiros capítulos do Evan¬gelho de São Mateus, a narração desenrola-se em redor de uma citação bíblica, cujo cumprimento se vê no facto recorda¬do. Aqui as citações são duas: a primeira refere-se à fuga para o Egipto de José com a sua família (Os 11,1); a segunda, ao morticínio dos meninos com menos de dois anos por ordem de Herodes. Ambas as citações subdividem facilmente o tre¬cho em duas partes: MT 2,13-15 e MT 2,16-18, conquanto os dois episódios estejam estreitamente ligados.

Compreender a Palavra

Num estilo à maneira de midrash, São Mateus apresenta dois episódios da vida de Jesus à luz das predições proféticas, valendo-se da capacidade interpretativa típica desse método, que consegue compreender um acontecimento novo na luz de quanto já foi experimentado no passado. As profecias e os fac¬tos parecem muito diferentes e pode tornar-se difícil de ver aquilo que os une.

A primeira citação é de uma grandiosidade que parece pouco adequada a um pequeno episódio da infância de Jesus. No texto de Oseias (Os 11,1-6) de onde foi extraída a citação, fala-se de todo o povo de Israel e é recordada a história inicial como um episódio de um amor menosprezado, num contexto de condenação judicial. O facto de ter salvo Israel da escra¬vidão do Egipto, ou de o ter feito sair dessa terra estrangeira, equivale à obra de «criação» do povo eleito, caracterizada por intervenções divinas prodigiosas. E no entanto, este método de leitura vê o cumprimento do texto, com a relativa epopeia nele evocada, na permanência temporária em terra estrangeira e no sucessivo regresso à pátria, de um menino, obrigado a fugir precipitadamente.

272 I LECCIONÁRIO COMENTADO

O pranto de Raquel também relembra o grande momento em que as tribos do Norte foram deportadas para a Assíria, e na terra dos antepassados ficou apenas a mãe de José e de Benjamim, que chora pelos deportados. Sepultada, segundo a tradição, no território de Belém, Raquel revive agora a sua an¬gústia devido ao massacre dos filhos do seu povo.

DA PALAVRA PARA A VIDA

Pequenos episódios e grandes acontecimentos. Ou então, o fio vermelho que une vidas privadas a um desígnio muito mais amplo e significativo. Podem ser duas pistas para actua¬lizar a Palavra de hoje. A primeira reacção perante as leituras de hoje nasce da apresentação de uma crueldade insensata da parte de quem, revestido de poder e com o medo de perdê-lo, não hesita em praticar acções maldosas e contraproducentes.

Um segunda pergunta é: porque é que a Igreja e a liturgia consideram mártires e comités Christi os pequenos e igna¬ros meninos de Belém, que parece estarem envolvidos num acontecimento maior do que eles? Para encontrarmos uma resposta, é preciso ter presente que os primeiros capítulos do Evangelho de São Mateus pretendem apresentar Cristo como o novo Moisés, que tem o direito de discutir a Lei e de a levar a cumprimento.

Por isso, o autor escolhe essas tradições da infância de Jesus que permitem estabelecer um paralelo entre Cristo e Moi¬sés. O nascimento de ambos coincide com um morticínio de meninos hebreus (Ex 1,15-2,10; MT 2,13-18), ambos vão para o Egipto (Ex 3,10; MT 2,13-14), ambos realizam a pala¬vra «do Egipto chamei o meu filho». (Os 11,1; Ex 12,37-42;

MT 2,15) A narração de São Mateus não colocaportanto o acento no morticínio propriamente dito, mas antes sobre a voca¬ção do novo Moisés, esmiuçada desde os acontecimentos da infância.

O coração tem razões que a mente não consegue entender, dizia Pascal falando do homem. A história tem dimensões que transcendem pessoalmente os indivíduos e os envolvem

DIAS FERIAIS DO NATAL | 273

para lá da sua compreensão pessoal. As relíquias dos «Santos Inocentes» estão espalhadas por muitas igrejas, tanto orien¬tais como ocidentais. Parece, e é, um absurdo histórico. Mas as muitas crianças que morrem e são desfrutadas, na crónica humana podem ser recordadas como motivo literário ou de¬magógico para provocar uma compaixão humana genérica. Confrontadas com Cristo, numa ambientação no desenvol¬vimento progressivo do desígnio de Deus, têm uma ligação misteriosa com quem também tomou sobre si estes aspectos. Indo buscar citações do Antigo Testamento para narrar e ex-plicar, inclusive, pequenos factos da vida de Cristo, insere-se na compreensão da Sagrada Escritura inspirada como uma palavra aberta a ulteriores realizações. Inclusive na vida actual da Igreja e das vicissitudes humanas. Inclusive nas experiên¬cias profundas do nosso espírito.

Oração

(Oração sobre as oblatas, Missa do dia)

Aceitai, Senhor, os dons dos Vossos fiéis; pois quereis que os Vossos mistérios sejam fonte de salvação mesmo para aqueles que não podem conhecer-Vos, dai-nos um coração simples e puro para os celebrarmos com fé.

274 I LECCIONARIO COMENTADO

REFLEXÃO

Oração

Ó   Deus, que na mensagem do Apóstolo João nos revelastes os mistérios do vosso Verbo, concedei-nos a graça de compreendermos e amarmos as maravilhas que Ele nos fez conhecer.

Video de Meditação

1227 OITAVA DO NATAL S. JOÃO EVANGELISTA

«O outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».

Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.

Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro:  viu e acreditou.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predileto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».

Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro.

Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro:  viu e acreditou.

REFLEXÃO

                Neste dia do tempo de Natal celebramos a festa litúrgica do apóstolo e evangelista S. João.  João era “o discípulo amado” do Senhor que, juntamente com seu irmão Tiago o Maior e Pedro, foi testemunha da glória da transfiguração de Jesus e da sua agonia em Getsémani. Na última ceia reclinou a sua cabeça sobre o peito de Jesus, e este comunicou-lhe a traição de Judas. Esteve presente no Calvário, ao pé da cruz onde Jesus morria, e da sua boca recebeu Maria como segunda mãe, com quem depois viveu em Éfeso, segundo a tradição. João Batista deixou o seu testemunho vivo  nas várias cartas , no  Apocalipse e no  quarto Evangelho.


                O  Evangelho   comunica-nos hoje através de três personagens Madalena, Pedro e João o  acontecimento mais surpreendente de todos os tempos: Ele, Jesus de Nazaré, está  vivo. Madalena comunica aos apóstolos o mistério do sepulcro vazio   Isto  basta para fazer desencadear as reações de João e de Pedro.

                 João «viu e acreditou», ao contrário de Pedro e dos primeiros espectadores do túmulo vazio que não tinham compreendido as Escrituras, segundo as quais Jesus devia ressuscitar dos mortos (Jo 20,9).

                A experiência de fé de João conduz-nos a um  conhecimento profundo de Cristo. Ele mesmo exprime nestes termos a finalidade do testemunho escrito: «Para que acrediteis que Jesus é o Messias o Filho de Deus. E para que, acreditando, tenhais a vida em seu Nome» (Jo 20,31).

                No   contexto litúrgico da festa de hoje, convém fixarmo- nos na finalidade a que o autor se propõe ao escrever a sua primeira Carta: «Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa.» (1 Jo 1,4)

Oração

Ó   Deus, que na mensagem do Apóstolo João nos revelastes os mistérios do vosso Verbo, concedei-nos a graça de compreendermos e amarmos as maravilhas que Ele nos fez conhecer.

Video de Meditação

Deus é Amor o resumo de todo o testemunho de S. João

Se me amais guardai os meus mandamentos” João 14

12 22   Lc 1, 46-56 Quarta feira da Quarta Semana do Advento 


EVANGELHO Lc 1, 46-56
«O Todo-poderoso fez em mim maravilhas»


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Maria disse: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.

Palavra da salvação…

 

REFLEXÃO

            O Magnificat celebra a graça da libertação que Deus concedeu a  Israel, pobre, humilhado, desprezado pelos povos  vizinhos. Maria neste canto encarna a libertação do seu povo do qual ela é a protagonista virgem que dá à luz o Salvador.

            Foi  agraciada com a honra de participar do ato mais sublime de Deus em favor de sua criação e mesmo sem entender, obedece.

            O criador mostra a preferência por aqueles que se reconhecem pequenos, como o fez Maria, que em vários momentos demonstra a sua servidão como principal traço de sua personalidade; uma servidão obediente diante dos mistérios de Deus

            «Dispersou os soberbos.» que  não querem ver realizado o Reino de Deus; «Derrubou os poderosos de seus tronos.» os  auto suficientes ; «Exalta os humildes.» Faz surgir um mundo novo   mudança radical do coração de todos, é o mundo novo em que já não existem os dominadores; «Aos famintos encheu de bens.» Onde a proposta de sociedade querida por Deus é acolhida, haverá pão em abundância. Toda a fome será saciada.

   «Aos ricos despediu de mãos vazias.» Não é uma ameaça de condenação ao Inferno nem promessa de justas reivindicações sociais, mas anúncio de salvação: Deus fará desaparecer da terra   quem acumula bens para si, explora o irmão e lhe rouba o alimento.

   «Acolheu a Israel, seu servo», não porque o mereceu, e sim pelos sentimentos maternos que o Senhor sente pelo Seu povo necessitado.

       Maria, pequena e humilde, parte da grandeza de Deus e, apesar dos seus problemas, permanece na alegria, porque em tudo confia no Senhor.
             Lembra-nos que Deus sempre pode fazer maravilhas, se permanecermos abertos a Ele e aos irmãos”. Reconheçamos as graças que ao longo da vida recebamos  e digamos como Nossa Senhora: O Senhor fez em mim maravilhas…

ORAÇÃO

Infundi, Senhor, a Vossa graça

em nossas almas, para que nós,

que pela Anunciação do anjo

conhecemos a encarnação de Cristo Vosso Filho,

pela Sua Paixão e morte na Cruz

alcancemos a glória da ressurreição.

VIDEO DE MEDITAÇÃO

A minha alma glorifica ao Senhor