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07 30  Mt 13, 44-46  Quarta «Vendeu tudo quanto possuía para comprar aquele campo»

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Sugestão de imagem Um campo verde e vasto com um brilho intenso a emergir do solo, sinal de um tesouro escondido. Ao lado, uma mão aberta segura uma pérola luminosa. Ao fundo, um homem caminha com decisão, deixando tudo para trás.

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EVANGELHO Mt 13, 44-46

«Vendeu tudo quanto possuía para comprar aquele campo»..

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O reino dos Céus é semelhante a um tesouro escondido num campo. O homem que o encontrou tornou a escondê-lo e ficou tão contente que foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo. O reino dos Céus é semelhante a um negociante que procura pérolas preciosas. Ao encontrar uma de grande valor, foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola».

Palavra da salvação.

Lectio – Leitura da Palavra (Mt 13, 44-46)

Neste trecho do Evangelho, Jesus oferece-nos duas imagens fortes e belas para descrever o Reino dos Céus: um tesouro escondido num campo e uma pérola preciosa. Em ambos os casos, há descoberta, encanto, decisão e entrega total. Quem encontra o Reino reconhece imediatamente o seu valor e age com determinação: vende tudo o que tem para o adquirir. A alegria da descoberta transforma radicalmente a vida do homem e do negociante.


Meditatio – Meditação pessoal

Estas parábolas levam-me a perguntar: o que considero o verdadeiro tesouro da minha vida? Tenho eu procurado o Reino de Deus com o mesmo entusiasmo de quem descobre uma riqueza incalculável? O Evangelho fala de uma decisão radical: vender tudo. Isto não significa renunciar a tudo de forma literal, mas priorizar, reorganizar os valores, colocar Deus no centro. Sou capaz de deixar o que me prende, para me entregar ao que realmente salva e preenche?


Oratio – Oração breve
Senhor, mostra-me o verdadeiro valor do teu Reino. Dá-me coragem para renunciar ao que é passageiro e abraçar o que é eterno. Que eu te procure com sinceridade, te descubra com alegria e te escolha com todo o meu coração…


Contemplatio – Permanecer na Palavra.

«Vendeu tudo quanto possuía para comprar aquele campo.»
Fica nesta frase… Repete-a lentamente.
Que “campo” me está hoje a ser revelado? Que “pérola” ainda hesito em escolher?
Escuta o silêncio onde Deus fala…


Texto-síntese com perguntas

O Reino de Deus é dom que se revela e tesouro que se descobre.
A alegria do encontro convida à entrega total.

  • Qual é o meu verdadeiro tesouro?
  • Que lugar ocupa Deus na minha escala de valores?
  • Tenho coragem de deixar tudo para ganhar o Reino?

Palavra apelativa final

Descobre. Alegra-te. Entrega-te. O Reino vale tudo, porque te dá tudo.


 

07 29 Lc 10, 38-42 Terça «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas»

.Sugestão de imagens para acompanhar a meditação Jesus em casa de Marta e Maria – imagem clássica com Maria aos pés de Jesus e Marta a servir ao fundo. Um coração dividido e um coração recolhido – ilustração simbólica do conflito interior entre serviço e escuta. Uma cadeira vazia diante da Palavra – espaço de silêncio e contemplação. Luz suave sobre um livro aberto (Bíblia) – presença da Palavra como fonte de paz. Um caminho com sinalizações “Agir” e “Escutar” – escolha d

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EVANGELHO Lc 10, 38-42
«Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo,
Jesus entrou em certa povoação
e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa.
Ela tinha uma irmã chamada Maria,
que, sentada aos pés de Jesus,
ouvia a sua palavra.
Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço.
Interveio então e disse:
«Senhor, não Te importas
que minha irmã me deixe sozinha a servir?
Diz-lhe que venha ajudar-me».
O Senhor respondeu-lhe:
«Marta, Marta,
andas inquieta e preocupada com muitas coisas,
quando uma só é necessária.
Maria escolheu a melhor parte,
que não lhe será tirada».

Palavra da salvação.
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Leitura da Palavra (Lectio)

Jesus entra na casa de Marta e Maria. Marta acolhe-O com o serviço, Maria com a escuta. Marta, inquieta e sobrecarregada, pede a intervenção do Senhor. Jesus responde com ternura: «Marta, Marta, andas inquieta com muitas coisas… Maria escolheu a melhor parte».
Este episódio revela o equilíbrio entre acção e contemplação, entre o fazer e o ser.


Meditação pessoal (Meditatio)

Qual é o meu lugar na história: identifico-me mais com Marta ou com Maria?
Tenho dado espaço ao silêncio, à escuta da Palavra, à presença gratuita diante do Senhor?
Será que a minha vida está demasiado absorvida por preocupações, mesmo boas, mas que me impedem de reconhecer o essencial?


Oração breve (Oratio)

Senhor Jesus, ensina-me a parar, a escutar-Te com atenção e amor.
Que eu não me perca em mil tarefas, esquecendo a Tua presença viva.
Dá-me um coração como o de Maria, que Te escolhe acima de tudo, e como o de Marta, que Te serve com generosidade. Amen.


Contemplação (Contemplatio)

Permanece nesta palavra: «Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada»..

Repete-a em silêncio no coração. Deixa que a presença de Jesus se torne o centro do teu dia. Não corras. Fica com Ele.


Texto-síntese com perguntas

Jesus não rejeita o serviço de Marta, mas convida a redescobrir a prioridade da escuta.
O amor verdadeiro sabe agir e sabe parar.
Maria ensina-nos a escolher “a melhor parte”: a presença de Deus, a Palavra viva, o repouso interior que tudo ilumina.

  • Que “preocupações” ocupam o meu coração hoje?
  • Tenho dado tempo ao essencial, ou deixo-me consumir pelo acessório?
  • Que espaço dou à Palavra de Deus no meu dia?

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07 28 Mt 13, 31-35 «O grão de mostarda torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos» Segunda-feira da semana XVII

 

..Uma pequena semente na palma da mão, com uma árvore enorme ao fundo. Ou então: um pedaço de fermento a ser envolvido numa grande massa de pão. Estas imagens ilustram a mensagem de transformação silenciosa e eficaz do Reino.

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, Jesus disse ainda à multidão a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as hortaliças e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos». Disse-lhes outra parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado». Tudo isto disse Jesus em parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta, que disse: «Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo».

Palavra da salvação.

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REFLEXÃO.


📖 Lectio – Leitura da Palavra

Jesus fala em parábolas à multidão, revelando o mistério do Reino de Deus através de imagens simples e quotidianas:

  • O grão de mostarda, pequenino, cresce e torna-se uma grande árvore.

  • O fermento, em pequena quantidade, faz levedar toda a massa.

Estas imagens falam da lógica de Deus: começa com o pouco e alcança o muito. O Reino cresce em silêncio, por dentro, com força que vem do Alto.


🤔 Meditatio – Meditação pessoal

Estas parábolas desafiam-nos a olhar para a nossa própria vida de fé:

  • O que é que Deus semeou em mim e ainda parece pequeno, invisível?

  • Deixo que o fermento do Evangelho transforme a “massa” da minha vida, dos meus pensamentos, da minha relação com os outros?

  • Acredito na força da paciência, do escondido, do pequeno?


🙏 Oratio – Oração breve

Senhor Jesus,
dá-me a graça de confiar no pequeno que vem de Ti.
Faz crescer em mim a semente da fé
e transforma-me por dentro com o fermento do Teu amor.
Que eu seja sinal do Teu Reino, discreto mas vivo,
no meio do mundo. Ámen.


👁 Contemplatio – Permanecer na Palavra

Fica em silêncio.
Repete no coração:
«O Reino dos Céus pode comparar-se ao fermento…»
Permite que esta Palavra te habite.
Deixa que se torne vida em ti.


📌 Texto-síntese com perguntas

O Reino de Deus não se impõe, cresce.
É como semente pequena e fermento escondido.
A sua força está na discrição e na transformação silenciosa.
Perguntas para interiorização:

  • Sou impaciente com o processo de crescimento da fé?

  • Sei valorizar os pequenos gestos de bem?

  • Que tipo de “fermento” estou a ser na minha comunidade, na minha família?


📣 Palavra apelativa final

Crê no poder do pouco que vem de Deus.
Planta com esperança. Age com amor.
E o Reino crescerá!

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07 31 Lc 14, 1.7-14 «Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado»

Imagem Sugerida:
Uma mesa de banquete simples, mas farta, com pessoas de todas as idades e condições sociais sentadas lado a lado, sorrindo e partilhando o alimento, com Jesus ao centro, servindo a todos com um olhar amoroso.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». Jesus disse ainda a quem O tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.

Palavra da salvação.

Este texto da carta aos Hebreus e do Evangelho de Lucas oferece-nos uma profunda reflexão sobre a nossa relação com Deus e com o próximo.

Leitura da Palavra

Em Hebreus 12, 18-19. 22-24a, somos confrontados com a diferença entre a antiga aliança, marcada pelo temor e pela inacessibilidade do Monte Sinai, e a nova aliança. Agora, não nos aproximamos de um monte que arde em fogo, mas sim do Monte Sião, da Jerusalém celeste, de milhares de anjos em festa, da assembleia dos primogénitos e de Deus, o juiz de todos. Chegamos a Jesus, mediador de uma nova aliança, cujo sangue fala mais eloquentemente que o de Abel.

O Evangelho de Lucas 14, 1. 7-14, apresenta Jesus num banquete, observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Ele ensina uma parábola sobre a humildade: quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado. Jesus aconselha a convidar para os banquetes não os amigos ou ricos que podem retribuir, mas sim os pobres, aleijados, coxos e cegos, pois a recompensa virá de Deus na ressurreição dos justos.

Meditação Pessoal

A leitura de Hebreus convida-nos a refletir sobre a graça da nova aliança. Não estamos sob o jugo do medo, mas numa relação de proximidade e confiança com Deus através de Jesus. A Jerusalém celeste é a nossa verdadeira pátria, e somos chamados a viver como cidadãos desse reino, onde a alegria e a comunhão prevalecem.

Lucas, por sua vez, desafia-nos à humildade radical e ao amor desinteressado. Quantas vezes procuramos o reconhecimento, a admiração, os “primeiros lugares” na vida? Jesus inverte a lógica do mundo: a verdadeira grandeza está em servir, em dar sem esperar recompensa, em acolher os marginalizados. A generosidade para com aqueles que nada podem retribuir é o verdadeiro sinal do discipulado.

Oração Breve

Senhor, agradecemos pela nova aliança em Jesus, que nos aproxima de Ti sem medo. Dá-nos a graça da humildade para servir os mais pobres e necessitados, sem buscar o nosso próprio engrandecimento. Que o nosso coração se alegre em dar, assim como o Teu se alegra em perdoar e amar. Amém.

Contemplação – Permanecer na Palavra

Permaneço na imagem de Jesus que nos convida para um banquete diferente, onde os últimos são os primeiros. Sinto o chamado a despir-me de qualquer pretensão e a abraçar a alegria de servir sem reservas. A verdadeira festa está na comunhão com Deus e com aqueles que o mundo esquece.

Texto-síntese com perguntas

A nova aliança em Cristo não é de temor, mas de proximidade a Deus. A verdadeira grandeza está na humildade e no serviço desinteressado aos que nada podem retribuir.

  • Como a sua vida reflete a diferença entre a antiga e a nova aliança?
  • Quais “primeiros lugares” você tem procurado na sua vida?
  • A quem você tem convidado para o “seu banquete” da vida?

Palavra apelativa final:

Serviço.

Imagem Sugerida:

Uma mesa de banquete simples, mas farta, com pessoas de todas as idades e condições sociais sentadas lado a lado, sorrindo e partilhando o alimento, com Jesus ao centro, servindo a todos com um olhar amoroso.

08 24 Domingo XXI do Tempo Comum – 24 de Agosto de 2025,

Sugestão de imagem
🖼️ Uma multidão diversa a aproximar-se de uma porta estreita iluminada, que dá acesso a uma mesa grande e luminosa onde reina a alegria e a comunhão.
(Símbolo do esforço pessoal e da universalidade do Reino.)


Lectio – Leitura da Palavra

Jesus, a caminho de Jerusalém, responde a uma pergunta curiosa: «São poucos os que se salvam?» Ele não responde com estatísticas, mas com um apelo: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita.» O Reino de Deus é um dom universal, aberto a todos — virão do Oriente e do Ocidente — mas exige resposta pessoal, conversão, compromisso. A familiaridade externa com Jesus — comer com Ele, ouvi-l’O — não substitui uma vida coerente com a Sua Palavra.


Meditatio – Meditação pessoal

Este Evangelho leva-me a fazer um exame de consciência. Estou apenas próximo de Jesus por hábito, tradição, ou vivo mesmo de acordo com a Sua vontade? A porta estreita não é uma metáfora de exclusão, mas de exigência: implica renúncia ao egoísmo, fidelidade no pequeno, perseverança no caminho.

A imagem da porta que se fecha lembra-me que há um tempo para responder — e que ele não é infinito. É hoje que devo escolher. É agora que devo esforçar-me.

A promessa final enche-me de esperança: virão de todos os cantos da terra. A salvação não está limitada por raça, cultura ou história — mas por uma única condição: acolher a Palavra com verdade e viver segundo ela.


Oratio – Oração breve

Senhor, ensina-me a entrar pela porta estreita com humildade, paciência e fé. Que eu não me contente com aparências, mas viva em coerência com o Teu Evangelho. Dá-me a coragem de caminhar para Ti todos os dias. Amen.


Contemplatio – Permanecer na Palavra

«Esforçai-vos por entrar pela porta estreita.» (Lc 13,24)
Deixo-me habitar por esta Palavra. É nela que encontro sentido e direcção.


Texto-síntese com perguntas

Sou discípulo de Jesus só de nome ou de coração? A minha vida está a corresponder ao convite de Deus? Que obstáculos preciso de vencer para entrar pela porta estreita?


Palavra apelativa final

“A porta é estreita, mas o coração de Deus é largo: entra quem ama com verdade.”


 

 

08 17 Domingo XX do Tempo Comum –

Sugestão de imagem Um coração em chamas a brilhar no meio da escuridão, com silhuetas humanas a avançar entre sombras — umas atraídas pela luz, outras a virar-lhe as costas.

Lectio – Leitura da Palavra

As leituras deste domingo colocam-nos diante da exigência da fidelidade ao Evangelho, mesmo quando ela nos custa. Jeremias é lançado numa cisterna por anunciar a verdade de Deus. Jesus declara no Evangelho que veio trazer fogo à terra, não paz fácil, mas divisão — aquela que acontece quando uns acolhem a Palavra e outros a rejeitam. A carta aos Hebreus convida-nos a correr com perseverança, mantendo os olhos fixos em Jesus, que sofreu a cruz por amor.


Meditatio – Meditação pessoal

Jeremias, sozinho e perseguido, representa todos os que não têm medo de proclamar a verdade, mesmo quando ela incomoda. Jesus retoma essa coragem profética, revelando que a Sua missão implica confrontos: o fogo que Ele quer acender é o do Espírito, da verdade, da escolha radical pelo Reino.

Quantas vezes preferimos uma paz aparente, evitando conflitos em nome da “boa convivência”, quando, na verdade, estamos a fugir da coerência? O seguimento de Jesus pode dividir famílias, amizades, comunidades — não por vontade de conflito, mas porque a verdade exige posicionamento.


Oratio – Oração breve

Senhor Jesus, que vieste lançar fogo sobre a terra, acende em mim o ardor da Tua verdade. Dá-me coragem para Te seguir mesmo quando isso me custa, e sabedoria para viver com paz interior no meio das divisões. Amen.


Contemplatio – Permanecer na Palavra

“Fixemos os olhos em Jesus, autor e consumador da fé” (Heb 12,2).
Permaneço em silêncio com esta Palavra. Nela encontro a luz para caminhar, mesmo quando o mundo à minha volta vacila.

Texto-síntese com perguntas

A Palavra de Deus hoje desafia-nos: estou disposto a pagar o preço da fidelidade ao Evangelho? Tenho fugido de situações que exigem coragem profética? O fogo de Cristo ainda arde em mim?


Palavra apelativa final

“Não fujas do fogo: é aí que Deus purifica, transforma e revela os corações.”


Sugestão de imagem

🖼️ Um coração em chamas a brilhar no meio da escuridão, com silhuetas humanas a avançar entre sombras — umas atraídas pela luz, outras a virar-lhe as costas.
(Representa o fogo de Cristo que ilumina, divide e transforma.)

 

08 10 Lc 12 32-48 “Onde estiver o vosso tesouro aí estará também o vosso coração “

 

08 10 Lc 12 32-48 “Onde estiver o vosso tesouro aí estará também o vosso coração “Sugere uma imagem Uma lâmpada a óleo acesa, com a chama brilhante, colocada numa janela escura, simbolizando a prontidão e a luz que dissipa a escuridão da espera.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não temas, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o reino. Vendei o que possuís e dai-o em esmola. Fazei bolsas que não envelheçam, um tesouro inesgotável nos Céus, onde o ladrão não chega nem a traça rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará o vosso coração. Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor ao voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada, felizes serão se assim os encontrar. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem». Disse Pedro a Jesus: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?». O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’, e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito ações que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».

Palavra da salvação.

Leitura da Palavra (Lectio)

O Evangelho de Lucas 12, 32-48, intitulado «Estai vós também preparados», convida-nos a uma vigilância contínua, uma atitude que ecoa o espírito pascal. Jesus começa por tranquilizar o “pequenino rebanho”, garantindo-lhes o Reino do Pai. Esta promessa é acompanhada de exortações práticas: desprendimento material (“vendei o que possuís e dai-o em esmola”) e a acumulação de tesouros celestiais, onde o coração verdadeiramente se encontra. A parábola do senhor que regressa do casamento ilustra a importância de estar sempre alerta e vigilante, com “rins cingidos e lâmpadas acesas”. A felicidade é prometida aos servos encontrados em prontidão. Jesus estende o aviso a todos, comparando a sua vinda inesperada à chegada de um ladrão.

A questão de Pedro leva Jesus a aprofundar a parábola, distinguindo entre o administrador fiel e prudente e o infiel. A quem é confiado muito, muito será exigido. O administrador fiel é aquele que cumpre a sua missão, distribuindo “a sua ração de trigo” no tempo certo, enquanto o infiel, que se entrega à ociosidade e à opressão, será severamente punido. A parábola culmina com a ideia de que a responsabilidade é proporcional ao conhecimento e aos dons recebidos: quem conhece a vontade do senhor e não a cumpre, receberá mais castigo.

Meditação Pessoal (Meditatio)

Este texto de Lucas ressoa profundamente em mim, evocando uma sensação de urgência e propósito. A ideia de “não temer” é um bálsamo, especialmente quando confrontado com as incertezas da vida. A exortação ao desprendimento material e à busca por “tesouros inesgotáveis nos Céus” desafia-me a reavaliar as minhas prioridades. Onde está o meu coração? Será que as minhas ações refletem um investimento no que é eterno?

A imagem dos “rins cingidos e lâmpadas acesas” é poderosa. Ela não sugere uma espera passiva, mas uma vigilância ativa e preparada. Sinto-me chamado a estar em constante estado de prontidão, não por medo, mas por um desejo de acolher o Senhor em qualquer momento. A parábola do administrador fiel e prudente confronta-me com a minha própria administração dos dons e talentos que me foram confiados. Estou a usá-los para servir os outros e para o bem do Reino, ou estou a cair na tentação da complacência e do egoísmo? A responsabilidade acrescida para quem muito recebeu é um alerta solene.

Oração Breve (Oratio)

Senhor, concedei-me a graça de viver com os rins cingidos e a lâmpada acesa. Que o meu coração esteja verdadeiramente onde está o meu tesouro em Ti. Ajudai-me a ser um administrador fiel e prudente dos dons que me concedestes, para que, na vossa vinda, me encontreis vigilante e ocupado em fazer a vossa vontade. Amém.

Permanecer na Palavra (Contemplatio)

Permaneço na imagem do servo vigilante, com a lâmpada acesa, à espera do seu senhor. Esta não é uma espera ansiosa, mas uma espera cheia de esperança e propósito, fundamentada na certeza do amor do Pai que nos dá o Reino. A vigilância é um estado de espírito, uma atitude de vida.

Texto-síntese com perguntas

O Evangelho de Lucas 12, 32-48 nos convida a uma vigilância ativa e um desprendimento material para acumular tesouros no Céu. Onde está o nosso tesouro, lá estará o nosso coração. Somos chamados a ser como servos vigilantes que esperam o seu senhor, e a sermos administradores fiéis e prudentes dos dons que nos foram confiados, pois a quem muito foi dado, muito será exigido.

  • Estou verdadeiramente preparado para a vinda do Senhor em qualquer momento da minha vida?
  • As minhas prioridades refletem um investimento em tesouros celestiais ou terrenos?
  • Como estou a administrar os dons e talentos que Deus me deu para servir o Seu Reino?

Palavra apelativa final

VIGIA!

 

08 03 Lc 12, 13-21 Domingo “insensatos. Esta noite vão exigir que entregues a alma”

Celeiros vazios com um coração luminoso ao centro – Representa o contraste entre o vazio dos bens acumulados e a plenitude de um coração voltado para Deus. – O coração brilhante evoca a riqueza interior e espiritual, única que permanece.

EVANGELHO Lc 12, 13-21
«O que preparaste, para quem será?»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?». Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E disse-lhes esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele pensou consigo: ‘Que hei de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita? Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’. Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».

Palavra da salvação.

Lectio divina sobre Lc 12, 13-21 – «O que preparaste, para quem será?»


Lectio – Leitura da Palavra

Jesus é interpelado por alguém que pretende resolver um conflito de herança. No entanto, em vez de assumir o papel de juiz, Jesus dirige-se à multidão com um ensinamento essencial: a vida não depende da abundância dos bens.
Conta então a parábola de um homem rico que, diante de uma grande colheita, só pensa em si mesmo, nos seus celeiros e no seu conforto. Esquece-se de Deus, dos outros e da fragilidade da vida. Mas Deus interrompe o seu monólogo interior com uma pergunta desconcertante:
«Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?»


Meditatio – Meditação pessoal

Este Evangelho desafia-nos a rever o sentido que damos aos bens materiais.
Será que vivemos apegados ao que temos, acumulando como se a vida estivesse nas nossas mãos?
O rico da parábola não é condenado pela sua riqueza, mas pela ilusão de segurança e pela ausência de relação com Deus e com os outros.
Vivemos numa sociedade marcada pela lógica do “ter”. Jesus convida-nos a deslocar o foco para o “ser”:
👉 Ser ricos aos olhos de Deus, isto é, generosos, desprendidos, conscientes de que tudo é dom.


Oratio – Oração breve

Senhor,
liberta-me da ilusão de que a vida se constrói com bens acumulados.
Dá-me um coração simples, desprendido e atento às verdadeiras riquezas:
a fé, a caridade, a partilha e a comunhão Contigo.
Faz-me viver cada dia como dom,
e prepara-me para Te entregar a alma com confiança e gratidão.
Ámen.


Contemplatio – Permanecer na Palavra

Permanece nesta pergunta de Deus:
«O que preparaste, para quem será?»
Deixa que ela ilumine as tuas escolhas, os teus projectos e o modo como usas os teus dons.


Texto-síntese com perguntas

  • Onde coloco a minha segurança: em Deus ou nos bens?
  • O que estou a construir com a minha vida?
  • O que tenho serve apenas para mim ou para o bem dos outros?

Palavra apelativa final

Sê rico aos olhos de Deus: partilha o que és e o que tens com generosidade e confiança.


 

07 27 17-23 Domingo “Quanto mais o Pai Celeste dará o E. Santo aqules que lho pedirem

Uma porta entreaberta com luz a irradiar do interior – Em primeiro plano, vê-se uma mão prestes a bater na porta. – No fundo, a luz que sai da porta representa a presença amorosa de Deus, pronta a acolher. – Um caminho de pedras conduz até à porta, sugerindo o percurso da oração persistente.

EVANGELHO Lc 11, 1-13

«Pedi e dar-se-vos-á»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Batistaensinou também os seus discípulos». Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’». Disse-lhes ainda: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’. Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados e não posso levantar-me para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa. Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á. Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente? E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».
Palavra da salvação.

Lectio divina sobre Lc 11, 1-13 – «Pedi e dar-se-vos-á»

Lectio – Leitura da Palavra

Neste Evangelho, Jesus reza. E da sua oração nasce o desejo dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar». Jesus responde ensinando a oração do Pai-Nosso, e segue com três imagens fortes: o amigo persistente, o pai que dá bons dons ao filho, e a promessa do Espírito Santo. Estas palavras revelam um Deus próximo, atento e generoso, que se comove com a nossa persistência e confiança.

Meditatio – Meditação pessoal

Este texto convida-nos a rever a nossa própria relação com Deus. Como é a minha oração?
Será um simples pedido ocasional, ou um diálogo confiante com o Pai?
Jesus não nos ensina apenas palavras, mas uma atitude: rezar com fé, confiança e perseverança.
A insistência não é teimosia, mas sinal de amor que não desiste. O Pai conhece as nossas necessidades, mas deseja que o procuremos com coração sincero.

Além disso, a promessa do Espírito Santo é o dom maior. Não se trata apenas de receber o que pedimos, mas de sermos transformados interiormente por aquilo que Deus nos quer dar — e muitas vezes não coincide com o que imaginamos.


Oratio – Oração breve

Senhor Jesus,
ensina-me a rezar com confiança e simplicidade,
como quem fala com um Pai cheio de amor.
Dá-me um coração que não desista de procurar,
um espírito que confie na tua bondade,
e a humildade de aceitar o que verdadeiramente preciso.
Dá-me, acima de tudo, o teu Espírito Santo.
Ámen.


Contemplatio – Permanecer na Palavra

Permanece nesta certeza: o Pai ouve-te, ama-te e responde com amor verdadeiro.
Deixa ecoar no teu coração:
«Quem pede recebe; quem procura encontra; a quem bate, abrir-se-á».
Confia. Espera. Persevera. Deus não falha.


Texto-síntese com perguntas para interiorização

  • Como é a minha oração: confiante ou apressada?
  • Procuro o dom do Espírito Santo ou apenas soluções imediatas?
  • Estou disposto a rezar com insistência, mesmo quando tudo parece fechado?

Palavra apelativa final

Reza com confiança: Deus escuta sempre o coração que bate à Sua porta.

 

07 26 Mt 13, 16-17 «Muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes»

 

Imagine um casal idoso, com rostos serenos e mãos entrelaçadas, olhando para o horizonte com um brilho de esperança nos olhos. Ao fundo, um sol nascente ilumina uma paisagem de oliveiras, simbolizando a paz, a longevidade e a promessa de um novo dia. O sol pode ser interpretado como o prenúncio da vinda do Messias, a luz que dissipa as trevas da espera.

EVANGELHO Mt 13, 16-17
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Felizes os vossos olhos porque veem
e os vossos ouvidos porque ouvem!
Em verdade vos digo: muitos profetas e justos
desejaram ver o que vós vedes e não viram
e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».

Palavra da salvação.

Leitura (Lectio)

O texto que nos é proposto hoje, de Mateus 13, 16-17, apresenta-nos Jesus a proclamar a bem-aventurança dos Seus discípulos. Ele diz: «Felizes os vossos olhos porque veem e os vossos ouvidos porque ouvem! Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».

Esta passagem convida-nos a uma profunda reflexão sobre a graça da revelação. Jesus destaca a singularidade da experiência dos Seus discípulos, que têm o privilégio de ver e ouvir diretamente a manifestação do Reino de Deus em Sua pessoa e ensinamentos. Ele sublinha que esta é uma realidade ansiosamente aguardada por gerações de profetas e justos do Antigo Testamento, que viveram na expectativa e na esperança, mas não tiveram a oportunidade de presenciar o cumprimento das promessas divinas como os discípulos. A bem-aventurança não é por mérito próprio dos discípulos, mas sim um dom divino que lhes foi concedido.


Meditação (Meditatio)

Ao meditar sobre este Evangelho, somos levados a considerar a profundidade do desejo dos profetas e justos. Eles viveram na fé, muitas vezes em tempos de prova e escuridão, confiando na Palavra de Deus que lhes era dada, mas sem a plenitude da revelação que os discípulos de Jesus agora experimentam.

Aqui podemos traçar um paralelo com Joaquim e Ana, os pais de Maria. Eles são figuras veteranas, representantes dessa geração de justos que, embora não sendo profetas no sentido formal, viveram uma vida de retidão e profunda fé. A Tradição da Igreja apresenta-os como um casal idoso, pios e que desejaram ardentemente a vinda do Messias, tal como os profetas e justos.

Joaquim e Ana, apesar da sua avançada idade e da dor da esterilidade, mantiveram uma fé inabalável na providência divina. O seu desejo mais profundo não era apenas ter um filho, mas sim ver o cumprimento das promessas de salvação para o seu povo. Eles, à sua maneira, foram aqueles que “desejaram ver o que vós vedes e não viram”. A sua vida foi uma preparação silenciosa e uma espera paciente pela aurora da salvação.

Deus, na Sua infinita bondade, respondeu à sua fé e perseverança. Através deles, veio ao mundo Maria, a Mãe do Salvador, a Cheia de Graça que traria o próprio Cristo. Assim, Joaquim e Ana, embora não tenham visto Jesus em carne e osso, tiveram o seu desejo mais profundo realizado na pessoa de sua Filha, que se tornou a porta pela qual a plenitude da revelação entrou no mundo. A sua alegria e a sua bem-aventurança residem no facto de terem contribuído, pela sua santidade e fé, para a vinda daquele que “os olhos dos discípulos veem e os seus ouvidos ouvem”. Eles foram instrumentos preciosos na história da salvação, preparando o caminho para a vinda do Reino.


Oração (Oratio)

Senhor Jesus,Agradecemos pelos Teus ensinamentos e pela luz da Tua Palavra. Nós Te pedimos a graça de ter olhos que veem e ouvidos que ouvem,para que possamos reconhecer a Tua presença em nossas vidas e a riqueza do Teu Reino que se manifesta a cada dia.Com Joaquim e Ana, aprendemos a lição da perseverança na fé,mesmo quando os nossos desejos mais profundos parecem tardar.mesmo quando os nossos desejos mais profundos parecem tardar.e que a Tua bem-aventurança nos acompanhe  sempre.Abre os nossos corações para a Tua revelação, para que não sejamos cegos nem surdos à Tua voz que nos chama.Que a nossa vida seja um Ámen. contínuo “sim” à Tua graça,

Contemplação (Contemplatio)

Permita que esta verdade penetre no seu coração: a presença de Deus em nossas vidas é um dom inestimável. Somos convidados a uma vigilância atenta, para não deixarmos passar as manifestações da graça divina. Contemple a figura de Joaquim e Ana, a sua paciência, a sua fé, a sua esperança que não esmoreceu. Veja como a perseverança na oração e na retidão de vida pode preparar o terreno para as maiores bênçãos de Deus. Pense em como o “ver” e o “ouvir” de hoje são, para nós, o acesso à Palavra e aos Sacramentos, onde Jesus se nos revela continuamente.

Ação (Actio)

Que esta reflexão o inspire aaprofundar a sua escuta da Palavra de Deus e a sua participação na vida sacramental. Procure momentos de silêncio para ouvir a voz do Senhor. Aja com a mesma perseverança na fé de Joaquim e Ana, confiando que Deus opera em todas as circunstâncias da sua vida. Compartilhe a alegria da sua fé com aqueles que o rodeiam, testemunhando o que os seus olhos veem e os seus ouvidos ouvem do amor de Deus.


Mensagem

Que a bem-aventurança proclamada por Jesus neste Evangelho ressoe em nossos corações. Somos privilegiados por viver no tempo da plenitude da graça, onde a Palavra de Deus nos é plenamente revelada.

Olhemos para a vida de São Joaquim e Sant’Ana, os pais da Virgem Maria. Eles são um exemplo luminoso de fé paciente e esperança inabalável. As suas vidas, tecidas de oração e retidão, preparam o caminho para a maior das bênçãos: a vinda da Salvação através da sua Filha. Eles nos ensinam que a espera em Deus nunca é em vão, e que mesmo nas provações, a fidelidade é recompensada.

Que este Evangelho e a vida destes santos veteranos nos inspirem a abrir os nossos olhos e ouvidos para a presença constante de Deus em nosso quotidiano. Que possamos reconhecer os sinais da Sua graça e a voz que nos chama a uma vida de amor e serviço.


 

 

 

07 25 Mt 20, 20-28 Sexta O meu Cálice haveis de bebe-lo

07 25 Mt 20, 20-28 Sexta O meu Cálice haveis de bebe lo São Tiago com o bordão de peregrino, caminhando com o olhar firme no horizonte, segurando um cálice dourado resplandecente de luz. Ao fundo, o caminho de Santiago a perder-se no pôr-do-sol, com a cruz de Cristo desenhada nas nuvens.

EVANGELHO Mt 20, 20-28
«Bebereis do meu cálice»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
a mãe dos filhos de Zebedeu
aproximou-se de Jesus com os filhos
e prostrou-se para Lhe fazer um pedido.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres?».
Ela disse-Lhe:
«Ordena que estes meus dois filhos
se sentem no teu reino
um à tua direita e outro à tua esquerda».
Jesus respondeu:
«Não sabeis o que estais a pedir.
Podeis beber o cálice que Eu hei de beber?».
Eles disseram: «Podemos».
Então Jesus declarou-lhes:
«Bebereis do meu cálice.
Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda
não pertence a Mim concedê-lo;
é para aqueles a quem meu Pai o designou».
Os outros dez, que tinham escutado,
indignaram-se com os dois irmãos.
Mas Jesus chamou-os e disse-lhes:
«Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas
e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder.
Não deve ser assim entre vós.
Quem entre vós quiser tornar-se grande
seja vosso servo
e quem entre vós quiser ser o primeiro
seja vosso escravo.
Será como o filho do homem,
que não veio para ser servido, mas para servir
e dar a vida pela redenção dos homens».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO .

«Bebereis do meu cálice»

Na contemplação deste Evangelho, resplandece a figura de São Tiago, irmão de João, filho de Zebedeu, um dos primeiros a ser chamado por Jesus. A sua mãe aproxima-se de Jesus com um pedido ambicioso, mas sincero: quer para os seus filhos um lugar de honra no Reino. Jesus, porém, mostra que a glória no Reino de Deus não se mede por cadeiras de prestígio, mas pela disposição de beber o cálice da entrega, da dor, da fidelidade.

São Tiago, com João, responde prontamente: “Podemos.” E de facto, não foi uma resposta leviana. Mais tarde, Tiago será o primeiro dos Apóstolos a derramar o sangue pelo nome de Jesus (cf. Act 12,2), testemunhando até ao fim que compreendeu o verdadeiro caminho do discipulado: o da cruz.

No coração desta lectio, a voz de Cristo ressoa firme: “Quem quiser ser grande, seja vosso servo.” Jesus inverte a lógica do mundo: a autoridade no Reino manifesta-se na humildade do serviço. São Tiago aprendeu esta lição. Não pela ambição da mãe, mas pelo caminhar com Cristo, pela escuta atenta, pelo olhar que viu a glória no Tabor e a angústia no Getsémani.

Hoje, celebrando São Tiago, somos convidados a segui-lo nesse caminho: beber o cálice, deixar-nos purificar pela obediência, e viver a nossa vocação cristã ao serviço dos irmãos, na Igreja e no mundo..

ORAÇÃO

Senhor Jesus,
que vieste não para ser servido, mas para servir,
ensina-me a beber do teu cálice com coragem e amor.
Como São Tiago, dá-me um coração disponível,
pronto a seguir-Te na alegria e na dor,
na luz do Tabor e na noite do Getsémani.

Purifica os meus desejos, Senhor,
afasta de mim a ambição de grandeza
e faz-me crescer na humildade do serviço.
Que eu aprenda contigo a ser servo de todos,
a dar a vida pelos irmãos,
a viver com fidelidade o caminho da cruz.

Que o teu exemplo me transforme por dentro
e me ajude a ser sinal do teu Reino
no meio do mundo, na simplicidade,
na escuta e na entrega.
Ámen.

Mensagem

Irmão e irmã em Cristo,
Como São Tiago, sê peregrino da fé. Não busques lugares de destaque, mas entrega total. Aceita o cálice de Cristo: o cálice do amor que serve, do perdão que renuncia ao orgulho, da vida oferecida pelo bem dos outros.
Na tua fraqueza, Deus fará nascer frutos de eternidade.
Caminha. Não estás só. Cristo vai contigo.

07 23 Jo 15, 1-8 Quarta «Quem permanece em Mim e Eu nele dá fruto abundante»

.EVANGELHO Jo 15, 1-8

.Imagem sugerida: Uma videira robusta ao centro, com ramos carregados de uvas maduras, iluminados por uma luz dourada que desce do céu. Num dos ramos, discretamente, a figura de Santa Brígida em oração, com um livro aberto (a Palavra), unida à videira por um brilho espiritual que simboliza a seiva da graça. Ao fundo, vê-se o contorno de um mapa da Europa esbatido, como terra regada pela fé.

«Quem permanece em Mim e Eu nele dá fruto abundante»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor.
Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto
e limpa todo aquele que dá fruto,
para que dê ainda mais fruto.
Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei…

Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós.
Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo,
se não permanecer na videira,
assim também vós, se não permanecerdes em Mim.
Eu sou a videira, vós sois os ramos.
Se alguém permanece em Mim e Eu nele,
esse dá muito fruto,
porque sem Mim nada podeis fazer.
Se alguém não permanece em Mim,
será lançado fora, como o ramo, e secará.
Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem.
Se permanecerdes em Mim
e as minhas palavras permanecerem em vós,
pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido.
A glória de meu Pai é que deis muito fruto.
Então vos tornareis meus discípulos».

Palavra da salvação…

REFLEXÃO .

.1. Lectio – O que diz o texto?

Jesus apresenta-Se como a videira verdadeira. O Pai é o agricultor que cuida, poda, limpa. Os discípulos são os ramos. Só há vida e fruto quando há união íntima com Cristo. Fora d’Ele, tudo seca. Permanecer em Jesus é condição para dar fruto. É também a chave para o verdadeiro discipulado: estar unido, deixar-se limpar pela Palavra, confiar na acção do Pai..

2. Meditatio – O que me diz a mim?

Santa Brígida da Suécia viveu enraizada nesta videira divina. Mística, esposa, mãe e fundadora, entregou-se totalmente a Cristo. A sua vida foi fecunda, não por obras humanas, mas porque permaneceu n’Ele. Brígida escutava a Palavra, meditava, deixava-se transformar. Os frutos do seu amor a Cristo alargaram-se à família, à vida monástica e à renovação espiritual da Europa. Também nós, no meio de tantas secas espirituais do nosso continente, somos chamados a esta união vital com Jesus. Permanecer não é um ato passivo: é viver Nele, escutá-Lo, deixar que Ele habite em nós..

3. Oratio – O que digo a Deus?

Senhor Jesus, videira da vida, faz de mim um ramo vivo em Ti. Purifica-me com a Tua dá-me a graça de viver unido ao Teu coração.  ,
Como Santa Brígida, quero escutar, acolher e dar fruto que permaneça. Faz da minha vida um cântico de louvor ao Pai. Amém..

4. Contemplatio – O que me transforma?

Contemplo o ramo que, unido à videira, floresce e dá fruto. Em Jesus, tudo é possível. Fora d’Ele, tudo murcha. Deixo-me conduzir pela seiva da sua graça, aceitando as podas do Pai que me tornam mais livre, mais fecundo, mais fiel..

Mensagem .

Caros irmãos ..

na festa de Santa Brígida, a Europa é convidada a recordar as suas raízes cristãs. Como racmos na videira, somos chamados a permanecer em Cristo, a escutar a sua Palavra, a deixar-nos renovar por Ele. Santa Brígida mostrou que é possível dar frutos abundantes mesmo em tempos difíceis, se estivermos unidos a Jesus. Hoje, sê também tu um ramo vivo. A tua fé pode regenerar a Europa, a tua oração pode reacender a esperança, a tua vida pode ser testemunho de amor fecundo. Permanece n’Ele e Ele permanecerá em ti.

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07 22 .João 20, 1.11-18 «Mulher, porque choras? A quem procuras?» (Jo 20,13.15)

Uma representação suave de Maria Madalena no jardim, com o rosto ainda húmido de lágrimas, virada para Jesus que a chama. Em fundo, o sepulcro vazio. Um raio de luz ilumina discretamente a cena, sinal da presença nova do Ressuscitado, que transforma o luto em missão.

Evangelho: João 20, 1.11-18
Versículo-chave: «Mulher, porque choras? A quem procuras?» (Jo 20,13.15)


1. Lectio – O que diz o texto?

No amanhecer do primeiro dia da semana, Maria Madalena dirige-se ao sepulcro. Encontra a pedra removida e entra em profunda tristeza. O seu coração está mergulhado no luto. Dois anjos perguntam-lhe: «Mulher, porque choras?». Pouco depois, é o próprio Jesus quem repete a pergunta: «Mulher, porque choras? A quem procuras?». Mas é só quando Ele a chama pelo nome – «Maria!» – que ela O reconhece: «Rabuni!», Mestre. Jesus confia-lhe então a missão de anunciar aos discípulos que Ele está vivo. Maria Madalena torna-se a apóstola dos apóstolos.


2. Meditatio – O que me diz a mim?

Também nós choramos, muitas vezes sem percebermos que o Senhor ressuscitado está mesmo ao nosso lado. Maria Madalena representa todos os que procuram Jesus com sinceridade, mesmo na dor, mesmo sem o ver. A pergunta de Jesus ecoa hoje em nós: «A quem procuras?» Procuramos um Deus ausente ou temos coragem de reconhecer o Ressuscitado nas situações inesperadas? A fé começa quando nos deixamos tocar pelo seu olhar e pela sua voz, quando O escutamos a chamar-nos pelo nome, como fez com Maria.


3. Oratio – O que digo a Deus?

Senhor Jesus,
procuro-Te tantas vezes no vazio, sem ver que estás tão perto.
Chama-me pelo nome, como fizeste com Maria.
Faz-me reconhecer-Te, mesmo quando Te escondes por detrás das lágrimas.
Dá-me a alegria de proclamar: “Vi o Senhor!”.
Amém.


4. Contemplatio – O que me transforma?

Contemplo o jardim da ressurreição. Um lugar de lágrimas que se torna lugar de encontro. Um sepulcro vazio que se transforma em santuário de vida. Uma mulher que, amando até ao fim, se torna testemunha do início de tudo. Deixo-me transformar por esta presença que me conhece e me chama pelo nome.


5. Actio – O que me compromete?

Hoje, quero procurar Jesus com o coração sincero, como Maria. Quero estar atento às Suas discretas presenças: na Eucaristia, nos irmãos, nos pequenos sinais do quotidiano. E, quando O encontrar, não O reter para mim, mas anunciá-Lo com alegria.


Mensagem 

Caros irmãos e irmãs,
no coração de cada um há perguntas que choram em silêncio. A pergunta de Jesus – «A quem procuras?» – é um convite ao encontro pessoal com o Ressuscitado. Como Maria Madalena, não te deixes prender pela dor ou pela ausência. O Senhor chama-te pelo nome, conhece o teu coração e envia-te como testemunha viva do Seu amor. Não tenhas medo de anunciar: “Vi o Senhor!”. Hoje, sê tu também um sinal da ressurreição no mundo.


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07 24 Mt 13, 10-17 “A vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus”

.Uma mão a abrir lentamente uma concha, revelando uma pérola escondida no interior. Esta imagem simboliza a revelação dos mistérios do Reino — preciosos, ocultos à vista superficial, mas revelados àqueles que se aproximam com fé e humildade.

Evangelho de Quinta-feira – “A vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus”.

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EVANGELHO Mt 13, 10-17  «A vós é dado conhecer os mistérios do reino dos Céus,mas a eles não»…

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Porque lhes falas em parábolas?». Jesus respondeu: «Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos Céus, mas a eles não. Pois àquele que tem dar-se-á e terá em abundância; mas àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. É por isso que lhes falo em parábolas, porque veem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender. Neles se cumpre a profecia de Isaías que diz: ‘Ouvindo ouvireis, mas sem compreender; olhando olhareis, mas sem ver. Porque o coração deste povo tornou-se duro: endureceram os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para não acontecer que, vendo com os olhos e ouvindo com os ouvidos e compreendendo com o coração, se convertam e Eu os cure’. Quanto a vós, felizes os vossos olhos porque veem e os vossos ouvidos porque ouvem! Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».

Palavra da salvação.

1. Lectio – O que diz o texto?

Jesus explica aos discípulos por que fala ao povo em parábolas. Afirma que a eles, os discípulos, é concedido conhecer os mistérios do Reino, enquanto a outros não. As parábolas escondem o mistério aos que têm o coração endurecido, os ouvidos surdos e os olhos fechados. Cita o profeta Isaías: o povo ouve, mas não compreende; vê, mas não entende. Jesus conclui elogiando os discípulos: “Felizes os vossos olhos porque veem, e os vossos ouvidos porque ouvem”.


2. Meditatio – O que me diz a mim?

Este texto convida-me a examinar o meu próprio modo de escutar. Tenho ouvido o Evangelho como quem escuta com o coração? Ou simplesmente ouço palavras, mas não deixo que penetrem na vida? Jesus revela que há um dom especial para quem se aproxima d’Ele com humildade e desejo de compreender. O mistério do Reino não se impõe com evidência, mas propõe-se a quem se abre com fé. Ser discípulo é graça e responsabilidade: ver, ouvir, compreender… e deixar-se transformar.


3. Oratio – O que digo a Deus?

Senhor Jesus,
Obrigado por me chamares a conhecer os mistérios do Teu Reino.
Abre os meus ouvidos à Tua Palavra,
purifica os meus olhos para ver a Tua presença no mundo
e amolece o meu coração para que compreenda e me converta.
Dá-me um espírito humilde e atento,
que saiba acolher com gratidão
aquilo que muitos desejaram ver e ouvir,
mas não puderam.
Ámen.


4. Contemplatio – O que me transforma?

Hoje, contemplo Jesus que fala ao coração.
Vejo os discípulos à volta d’Ele, não como curiosos,
mas como aprendizes atentos, sedentos da verdade.
Desejo estar ali, como um deles,
a escutar as parábolas e a pedir:
“Senhor, explica-nos o sentido”.


5. Actio – O que me compromete?

Hoje quero escutar Jesus com mais atenção.
Ler a Palavra com reverência,
como quem escuta um segredo precioso.
E acolher a graça de ver e ouvir
com os olhos e os ouvidos da fé.


Mensagem 

Caros amigos 
O Evangelho de hoje é um convite a valorizar a graça de conhecer os mistérios do Reino. Muitos no passado desejaram ver o que vemos e ouvir o que ouvimos, mas não lhes foi dado. A nós foi-nos confiado esse dom: escutar a Palavra, compreendê-la no coração e deixar que ela nos transforme.

Não é por mérito nosso, mas por graça que nos foi revelado o coração do Evangelho. Não endureçamos o ouvido, nem fechemos os olhos. Sejamos discípulos atentos, humildes e disponíveis. A Palavra de Deus quer fazer morada em nós. Que cada leitura da Escritura seja um momento de encontro com o Senhor que fala em parábolas para nos conduzir ao mistério..

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07 21 Mt 12, 38-42 Segunda – Jesus condena a incredulidade dos seus conterrâneos 

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Sugestão de imagem 📷 Uma cruz simples iluminada pela luz do amanhecer, meio escondida numa paisagem natural (ex: entre árvores ou numa encosta), simbolizando o sinal silencioso e profundo de Cristo ressuscitado.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: «Mestre, queremos ver um sinal da tua parte». Mas Jesus respondeu-lhes: «Esta geração perversa e infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no seio da terra. No dia do Juízo, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão de condená-la, porque fizeram penitência quando Jonas pregou; e aqui está quem é maior do que Jonas. No dia do Juízo, a rainha do Sul erguer-se-á com esta geração e há de condená-la, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão».

Palavra da salvação..

1. Lectio – O que diz o texto?

Alguns escribas e fariseus pedem a Jesus um sinal. Mas Jesus recusa, afirmando que não será dado outro sinal além do do profeta Jonas. Jonas foi sinal para os ninivitas, assim como o Filho do Homem será sinal para esta geração. Jesus lembra que os ninivitas fizeram penitência e a rainha do Sul percorreu grande distância para ouvir a sabedoria de Salomão. Contudo, aqui está alguém maior que Jonas e Salomão.

2. Meditatio – O que me diz a mim?

Sou confrontado com uma pergunta: o que procuro quando me aproximo de Jesus? Sinais e garantias, ou uma verdadeira escuta da Sua Palavra? Os fariseus queriam algo espetacular; Jesus oferece-se como sinal escondido — na cruz e na ressurreição. O verdadeiro sinal é o próprio Jesus, que fala ao coração com verdade, não com espectáculo. A fé nasce da escuta, não da curiosidade.

3. Oratio – O que digo a Deus?

Senhor,
ensina-me a reconhecer-Te nos pequenos sinais da vida.
Livra-me da sede de milagres e faz crescer em mim
a confiança no Teu modo de agir,
tão discreto quanto poderoso.
Que eu saiba escutar-Te com coração sincero
e acolher-Te com a fé dos ninivitas
e a sabedoria da rainha do Sul.
Ámen.

4. Contemplatio – O que me transforma?

Permaneço diante de Jesus, sinal escondido e silencioso,
presente na Palavra, na Eucaristia, no próximo.
Contemplo-O como o verdadeiro sinal do Pai:
três dias no seio da terra,
ressuscitado por amor,
para me conduzir à conversão.

5. Actio – O que me compromete?

Hoje, quero confiar mais nos sinais discretos da presença de Deus:
um gesto de bondade, uma palavra de consolo,
um silêncio que escuta.
Não pedirei sinais extraordinários.
Pedirei olhos de fé.

Mensagem 

Caros amigos
O Evangelho de hoje interpela-nos: estamos atentos aos verdadeiros sinais de Deus ou deixamo-nos distrair por expectativas vazias? Jesus recorda-nos que o maior sinal já nos foi dado — Ele próprio, morto e ressuscitado.

A nossa missão cristã, feita de gestos simples e fiéis, é sinal vivo dessa presença. Como Jonas foi sinal para Nínive, também nós somos chamados a ser presença que convida à conversão e à esperança.

Que não falte em nós a fé que reconhece Jesus nos sinais escondidos da vida quotidiana, sobretudo nos mais pobres, frágeis e esquecidos.

Reflexão final

A fé não precisa de provas.
Precisa de escuta, humildade e coração aberto.
Jesus é o sinal: basta contemplá-Lo e seguir os seus passos.