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10 07 Terça Lc 1, 26-38 «Conceberás e darás à luz um Filho» Nossa Senhora do Rosário

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

Lectio Divina: Lucas 1, 26-38 – A Anunciação do Senhor

1. Leitura (Lectio): O que diz o texto?

O Evangelho de Lucas narra um momento crucial da história da salvação: a Anunciação. O Anjo Gabriel é enviado por Deus a Maria, uma virgem desposada com José, em Nazaré. Gabriel  saúda  a com palavras surpreendentes: “Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo.” Maria, perturbada, questiona o significado da saudação. O anjo a tranquiliza e anuncia que ela conceberá um filho, Jesus, que será grande, Filho do Altíssimo, e cujo reinado não terá fim. Maria, em sua pureza e humildade, pergunta “Como será isto, se eu não conheço homem?”. Gabriel explica que o Espírito Santo virá sobre ela, e o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. Como sinal e confirmação, ele revela que sua parenta Isabel também concebeu na velhice, pois “a Deus nada é impossível”. A resposta final de Maria é de total entrega e fé: “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.”

2. Meditação (Meditatio): O que o texto me diz?

Este texto é um convite profundo à confiança e à abertura ao plano de Deus. A saudação do anjo a Maria como “cheia de graça” revela uma predestinação divina e uma presença constante do Senhor em sua vida, antes mesmo da encarnação. Maria, apesar da perturbação inicial, não se fecha. Sua pergunta “Como será isto?” não é de incredulidade, mas de busca por compreensão, uma atitude que nos ensina a dialogar com Deus em nossas dúvidas. A resposta de Gabriel sobre o Espírito Santo e a força do Altíssimo é um lembrete de que o impossível para o homem é possível para Deus. A concepção de Jesus, sem intervenção humana, aponta para a novidade radical da ação divina. A prontidão de Maria em dizer “sim”, sua total disponibilidade como “escrava do Senhor”, é o exemplo máximo de fé e obediência. Ela se torna o portal através do qual a Salvação entra no mundo.

3. Oração (Oratio): O que o texto me faz dizer a Deus?

Senhor, como Maria, muitas vezes nos sentimos perturbados diante das tuas palavras e dos teus planos. Perdoa-nos por nossa falta de fé e por nossa dificuldade em nos entregar completamente. Concede-nos a graça de reconhecer a tua presença em nossas vidas, de nos abrirmos à ação do Espírito Santo e de dizermos um “sim” sincero aos teus convites. Ajuda-nos a confiar que, para Ti, nada é impossível. Que possamos, como Maria, ser humildes servidores do teu amor, permitindo que a tua vontade se realize em nós e através de nós. Que a nossa vida seja um eco do “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

4. Contemplação (Contemplatio): O que o texto me faz desejar?

Desejo ter a fé inabalável de Maria, a humildade de me reconhecer “escrava do Senhor” e a coragem de aceitar os desígnios divinos, mesmo quando não os compreendo totalmente. Desejo sentir a “força do Altíssimo” me cobrindo com sua sombra, transformando o impossível em possível em minha vida e na vida daqueles que me rodeiam. Desejo ser um instrumento dócil nas mãos de Deus, para que Ele possa manifestar a Sua glória e o Seu amor através de mim.


Mensagem aos Cristãos:

Caros irmãos e irmãs em Cristo, a Anunciação não é apenas um evento passado, mas um convite contínuo para cada um de nós. Assim como Maria, somos chamados a acolher a Palavra de Deus em nossos corações e a permitir que o Espírito Santo opere em nós. Em um mundo onde tantas vozes competem por nossa atenção, somos desafiados a escutar a voz de Deus, a superar nossos medos e dúvidas, e a responder com um “sim” confiante e generoso. Lembremo-nos de que “a Deus nada é impossível”. Que a fé e a humildade de Maria nos inspirem a ser verdadeiros portadores de Cristo para o mundo.


 

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10 01 The Photographer: St. Thérèse

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The Spirituality of St. Thérèse of Lisieux

The image represents the **spirituality of St. Thérèse of the Child Jesus** in a visual and poetic manner.

Here is a detailed description of the image:

### Main Setting

The image is set in an environment that looks like an **old, flowery garden or courtyard**, with leafy trees, stone arches in the background, and many **pink roses** scattered on the ground and climbing the structures. The light is soft, ethereal, and golden, creating an atmosphere of dream and holiness.

### The Photographer: St. Thérèse

In the center, kneeling and focused, is a nun who represents **St. Thérèse**. She is dressed in the Carmelite habit (browns and a white veil) and has a serene expression.

**The Camera and Tripod:** Thérèse is operating an **old bellows camera** mounted on a **tripod**. The camera’s lens emanates an intense golden light, as if it is capturing something divine or spiritual in nature, and not just earthly reality.

**The Act of Photographing:** The act of “photographing” symbolizes her **”Little Way”** and her determination to **”capture” (or live)** the reality of love and confidence in God. She has some papers or notes (perhaps representing her writings, such as “Story of a Soul”) on the ground beside her.

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### The Three Pillars of the “Little Way”

The light from the camera projects onto the background, highlighting **three luminous and vertical arches or pillars** that represent the central themes of her spirituality:

#### 1. God’s Maternal Love (Left)

In this pillar, we see the image of **Our Lady (Mary)**, with the Child Jesus in her arms, but more specifically, surrounded by a group of **small children**.

The symbolism is that of **motherhood and God’s care**, who loves us and treats us as His most defenseless and needy children.

#### 2. Confidence in God (Center)

This is the most central and dynamic pillar. It features a **staircase** that ascends toward the sky, enveloped by a **spiral of light, flowers, and a flow of life**.

At the top is the symbol of the **Holy Spirit in the form of a golden dove**, emitting rays of light. The staircase represents the spiritual ascent not through Herculean effort, but through **total confidence** and abandonment to God (the “Little Way” as an elevator, instead of a staircase).

#### 3. Humility – Being Little (Right)

In this pillar, we see a **rose tree or vine** that grows in an elegant spiral, but without a human figure at the top.

The roses are the classic symbol of Thérèse, and the way they bloom and curve represents the **simplicity, littleness, and humility** of one who does not seek great deeds, but only to be a “little flower” in Jesus’ garden.

10 01 Santa Teresinha fotógrafa

A imagem  representa a espiritualidade de Santa Teresinha do Menino Jesus de uma maneira visual e poética.

Aqui está uma descrição detalhada da imagem:

Cenário Principal

A imagem se passa em um ambiente que parece um jardim ou pátio antigo e florido, com árvores frondosas, arcos de pedra ao fundo e muitas rosas cor-de-rosa espalhadas pelo chão e subindo pelas estruturas. A luz é suave, etérea e dourada, criando uma atmosfera de sonho e santidade.

A Fotógrafa: Santa Teresinha

No centro, ajoelhada e focada, está uma freira que representa Santa Teresinha. Ela está vestida com o hábito carmelita (marrons e véu branco) e tem uma expressão serena.

  • A Câmera e o Tripé: Teresinha está operando uma câmera fotográfica antiga de fole montada em um tripé. A lente da câmera emana uma intensa luz dourada, como se estivesse capturando algo de natureza divina ou espiritual, e não apenas a realidade terrena.

  • O Ato de Fotografar: O ato de “fotografar” simboliza a sua “Pequena Via” e a sua determinação em “capturar” (ou viver) a realidade do amor e da confiança em Deus. Ela tem alguns papéis ou anotações (talvez representando seus escritos, como “História de uma Alma”) no chão ao seu lado.

Os Três Pilares da “Pequena Via”

A luz da câmera projeta-se sobre o fundo, destacando três arcos ou pilares luminosos e verticais que representam os temas centrais da sua espiritualidade:

1. Amor Materno de Deus (Esquerda)

  • Neste pilar, vemos a imagem de Nossa Senhora (Maria), com o Menino Jesus nos braços, mas mais especificamente, rodeada por um grupo de crianças pequenas.

  • O simbolismo é o da maternidade e do cuidado de Deus, que nos ama e nos trata como Seus filhos mais indefesos e necessitados.

2. Confiança em Deus (Centro)

  • Este é o pilar mais central e dinâmico. Ele apresenta uma escada que sobe em direção ao céu, envolvida por uma espiral de luz, flores e um fluxo de vida.

  • No topo, está o símbolo do Espírito Santo na forma de uma pomba dourada, emitindo raios de luz. A escada representa a subida espiritual não pelo esforço hercúleo, mas pela total confiança e abandono em Deus (a “Pequena Via” como um elevador, em vez de uma escada).

3. Humildade – Ser Pequenina (Direita)

  • Neste pilar, vemos uma árvore ou cipó de rosas que cresce em uma espiral elegante, mas sem uma figura humana no topo.

As rosas são o símbolo clássico de Teresinha, e a maneira como elas florescem e se curvam representa a simplicidade, a pequenez e a humildade de quem não busca grandes feitos, mas apenas ser uma “pequena flor” no jardim de Jesus.

10 05 Domingo Lc 17, 5-10  «Se tivésseis fé!»

10 05 Domingo Lc 17, 5-10  «Se tivésseis fé!»

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EVANGELHO Lc 17, 5-10
«Se tivésseis fé!»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé». O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela obedecer-vos-ia. Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: ‘Vem depressa sentar-te à mesa’? Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, até que eu tenha comido e bebido. Depois comerás e beberás tu’?. Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou? Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’.

Palavra da salvação.

REFLEXÃO …

### **Lectio Divina: Lucas 17, 5-10**.**1. Lectio (Leitura): O que diz o texto?**.

O Evangelho abre com um pedido sincero dos Apóstolos: “Aumenta a nossa fé”. Percebendo a dificuldade dos ensinamentos de Jesus (como o perdão incondicional mencionado nos versículos anteriores), sentem a necessidade de uma fé mais robusta. A resposta de Jesus é surpreendente em duas partes. Primeiro, usando uma imagem hiperbólica, afirma que não é a *quantidade* de fé que importa, mas a sua *qualidade* genuína. Um grão de mostarda, minúsculo, contém um potencial de vida imenso. Uma fé pura e verdadeira, mesmo que pequena, tem um poder transformador extraordinário, capaz de realizar o que parece humanamente impossível (como transplantar uma árvore para o mar)..

Na segunda parte, Jesus conta uma parábola sobre a relação entre um senhor e o seu servo. O senhor não trata o servo com base no cumprimento de ordens; espera que ele cumpra o seu dever e, só depois, cuide de si mesmo. A conclusão é desconcertante: “Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’”..

**2. Meditatio (Meditação): O que Deus me diz através do texto?**.

Jesus liga dois conceitos aparentemente desconectados: a fé prodigiosa e a humildade do servo. A chave é entender que a **verdadeira fé não gera orgulho, mas humildade**. A fé que move montanhas não é um poder mágico que o crente controla, mas uma confiança radical em Deus, que age *através* do crente. Quem tem essa fé genuína reconhece que o poder pertence a Deus, não a si mesmo..

A parábola do servo não é um retrato de Deus como um patrão severo, mas uma lição sobre a nossa posição diante d’Ele. Mesmo após cumprirmos todos os nossos deveres, não acumulamos créditos perante Deus. A salvação é um dom da graça, não um salário merecido. A expressão “servos inúteis” (no sentido de que não podemos “ser úteis” a Deus no sentido de O enriquecer) leva-nos a uma humildade essencial: tudo o que fazemos é uma resposta ao amor que primeiro recebemos. A fé, portanto, é a confiança que nos permite servir com abnegação, sem exigir recompensa, sabendo que simplesmente estamos a cumprir a nossa vocação..

**3. Oratio (Oração): O que eu digo a Deus a partir do texto?**.

Oração (O que o texto me leva a dizer a Deus?)

Senhor Jesus,Tu que nos alertaste sobre os perigos da riqueza e da indiferença,abre os nossos olhos para os Lázaros de hoje,que jazem às nossas portas, invisíveis aos nossos corações.Perdoa-nos a nossa cegueira, a nossa inação e o nosso egoísmo.Concede-nos a graça de usar os dons que nos confiaste para construir o teu Reino de justiça e amor.Que a tua Palavra nos mova à compaixão e à partilha,para que não construamos abismos entre nós e os nossos irmãos,mas pontes de solidariedade e esperança.Ámen.

**4. Contemplatio (Contemplação): Como integrar esta palavra na vida?**

Contemplamos o paradoxo do grão de mostarda. A verdadeira grandeza esconde-se na pequenez e na dependência. A vida de fé não é um troféu para exibir, mas uma semente que deve morrer à autorrealização para dar fruto. Contemplamos também a figura do servo que serve em silêncio, sem esperar elogios. É uma imagem de Jesus, que “não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45). A contemplação convida-nos a abraçar esta identidade de servos, encontrando a liberdade e a paz em fazer simplesmente “o que devíamos fazer” por amor.

**Mensagem para Cristãos Comprometidos:**

Irmãos, o pedido dos Apóstolos é também o nosso. Mas Jesus revela que o caminho para uma fé forte passa pela humildade. No nosso serviço à Igreja e ao mundo, quantas vezes esperamos reconhecimento ou ficamos desanimados quando o nosso trabalho parece não dar frutos visíveis? O Evangelho hoje liberta-nos dessa pressão. A nossa missão não é ser bem-sucedidos, mas ser fiéis. A fé que Jesus nos pede é uma confiança simples e corajosa n’Ele, que pode fazer maravilhas com a nossa pequenez oferecida. E depois de termos dado o nosso melhor, lembremo-nos: somos “servos inúteis”. Esta não é uma afirmação de desvalor, mas de verdade libertadora. Tudo é graça. Servimos por amor, porque fomos amados primeiro. Que esta humildade seja a base do nosso zelo apostólico.

10 04 Sábado  Lc 10, 17-24  «Alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos Céus»

10 04 Sábado  Lc 10, 17-24  «Alegrai-vos porque os vossos nomes estão escritos nos Céus»

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, os setenta e dois discípulos voltaram cheios de alegria, dizendo: «Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome». Jesus respondeu-lhes: «Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago. Dei-vos o poder de pisar serpentes e escorpiões e dominar toda a força do inimigo; nada poderá causar-vos dano. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos vos obedecem; alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu». Naquele momento, Jesus exultou de alegria pela ação do Espírito Santo e disse: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi entregue por meu Pai; e ninguém sabe o que é o Filho senão o Pai, nem o que é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar». Voltando-Se depois para os discípulos, disse-lhes: «Felizes os olhos que veem o que estais a ver, porque Eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».
Palavra da salvação…

REFLEXÃO..

**1. Lectio (Leitura): O que diz o texto?**

Os setenta e dois discípulos regressam da sua missão transbordantes de alegria pelos resultados obtidos: “Senhor, até os demónios nos obedeciam em teu nome”. Jesus confirma o poder que lhes deu sobre as forças do mal, mas corrige imediatamente o foco da sua alegria. A verdadeira causa de júbilo não deve ser o sucesso apostólico, o poder sobre os espíritos, mas sim uma realidade infinitamente mais profunda e estável: “alegrai-vos antes porque os vossos nomes estão escritos no Céu”. Segue-se um dos momentos mais íntimos do Evangelho: Jesus, “exultando de alegria pela ação do Espírito Santo”, eleva um hino de ação de graças ao Pai. Ele bendiz o Pai por ter revelado os mistérios do Reino não aos sábios e inteligentes segundo o mundo, mas aos “pequeninos”. Esta eleição divina é fruto da vontade benevolente do Pai. Jesus conclui afirmando a sua relação única com o Pai e a sua missão de O revelar, e declara bem-aventurados os discípulos por testemunharem o cumprimento das promessas que muitos profetas e reis desejaram ver.

**2. Meditatio (Meditação): O que Deus me diz através do texto?**

O coração deste texto é um **redirecionamento da alegria**. A alegria inicial dos discípulos é genuína, mas está centrada no êxito, no poder e no triunfo visível. Jesus não condena esta alegria, mas eleva-a, apontando para a sua fonte última: a identidade deles como filhos amados de Deus, cujo destino é a vida eterna. A salvação, o ser conhecido e amado por Deus, é um dom infinitamente maior do que qualquer sucesso ministerial. Esta alegria não depende das circunstâncias: permanece intacta no fracasso, na perseguição e na obscuridade.

A ação de graças de Jesus revela o critério de Deus, que inverte a lógica do mundo: a revelação é dada aos “pequeninos”, aos que têm o coração simples, humilde e dependente. Não é uma questão de capacidade intelectual, mas de abertura de coração. A verdadeira sabedoria é recebida como um dom, não conquistada como um troféu.

**3. Oratio (Oração): O que eu digo a Deus a partir do texto?**

Ó Pai, Senhor do Céu e da Terra,
nós Vos damos graças porque escondestes os vossos mistérios aos orgulhosos
e os revelastes aos corações humildes e simples.
A nossa tendência, como a dos primeiros discípulos,
é procurar a alegria nos sucessos, no reconhecimento e nas obras visíveis.
Jesus Cristo, Vosso Filho, corrige o nosso olhar:
ensinai-nos a encontrar a verdadeira e inabalável alegria
no simples e maravilhoso facto de sermos vossos filhos e filhas,
de termos os nossos nomes gravados no vosso Coração para sempre.
Que, como São Francisco, nos gloriemos apenas nas nossas fraquezas
e na vossa graça, que nos basta.
Fazei-nos pequeninos, para podermos receber a grandeza do vosso Amor.
Ámen.

**4. Contemplatio (Contemplação): Relacionando com São Francisco de Assis**

A vida de São Francisco de Assis (1182-1226) é uma encarnação perfeita deste evangelho. Quando os discípulos regressam cheios do poder de expulsar demónios, podemos pensar no Francisco inicial, cheio de entusiasmo e de uma certa exaltação heroica. Mas a sua verdadeira conversão foi um processo de se tornar um “pequenino” a quem o Pai se revela..

Francisco encontrou a sua alegria definitiva não nos sucessos (que foram muitos, com milhares a segui-lo), mas na **pobreza radical e no amor à Cruz**. A sua alegria transbordante, cantada no “Cântico das Criaturas”, brotava da certeza de ser um filho amado do Pai, irmão de Cristo pobre e crucificado. Ele, o *Poverello*, era um dos “pequeninos” que captou a revelação divina. A famosa cena do seu abraço ao leproso simboliza esta opção pelos “pequenos” e rejeitados, onde descobriu a verdadeira grandeza.

A sua mensagem central – a alegria perfeita – ecoa diretamente as palavras de Jesus: a verdadeira alegria não está em expulsar demónios ou converter reis, mas em suportar com paciência e amor as dificuldades, as humilhações e as incompreensões, identificando-se com a Paixão de Cristo. Para Francisco, ter o nome “escrito no Céu” significava amar e seguir a Jesus sem nada possuir, encontrando a paz na total confiança no Pai. A sua vida é um testemunho de que a maior missão é tornar-se, cada vez mais, um “pequenino” que se deixa revelar o amor do Pai pelo Filho.

**Mensagem para Cristãos Comprometidos:**

Irmãos, no nosso zelo apostólico, podemos cair na tentação de medir o valor do nosso serviço pelos resultados quantificáveis. Jesus, hoje, e Francisco de Assis, com a sua vida, lembram-nos que o coração da missão é a **conversão do nosso próprio coração** para a simplicidade e a humildade. A verdadeira fecundidade nasce não da nossa capacidade, mas da nossa docilidade ao Espírito. A nossa alegria mais profunda deve ser a de saber-nos amados e salvos por Deus, independentemente dos frutos que colhemos. Sejamos, pois, “pequeninos”: confiantes, alegres na provação, agradecidos pelo essencial. Assim, o nosso testemunho será autêntico e atraente, porque reflectirá não o nosso sucesso, mas a graça de Deus que age nos humildes.

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10 03 Sexta  Lc 10, 13-16 «Quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou»

1.

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas.

Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito tempo teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e sentando-se sobre a cinza. Assim, no dia do Juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás elevada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Quem vos escuta, escuta-Me a Mim; e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim. Mas quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou».

Palavra da salvação..

REFLEXÃO …

**1. Lectio (Leitura): O que diz o texto?**..

Jesus dirige um severo aviso a três cidades onde realizou a maior parte dos seus milagres e onde pregou intensamente: Corazim, Betsaida e Cafarnaum. Ele contrasta a sorte destas cidades, que testemunharam os Seus prodígios e, mesmo assim, não se converteram, com a de Tiro e Sidónia, cidades pagãs e proverbialmente ímpias. Jesus afirma que, se estes milagres tivessem sido realizados em Tiro e Sidónia, os seus habitantes teriam feito penitência há muito tempo. Por isso, no Dia do Juízo, o julgamento será mais tolerável para essas cidades pagãs do que para as cidades privilegiadas da Galileia. A Cafarnaum, que se sentia orgulhosa e elevada, é dito que descerá até ao inferno. O texto culmina com uma afirmação solene sobre a missão dos discípulos: a sua autoridade é a de Jesus mesmo. “Quem vos escuta, escuta-Me a Mim; e quem vos rejeita, rejeita-Me a Mim. Mas quem Me rejeita, rejeita Aquele que Me enviou”..

**2. Meditatio (Meditação): O que Deus me diz através do texto?**..

Este texto é profundamente desafiante. Ele fala da **gravidade da responsabilidade** que acompanha o **privilégio do conhecimento**. Corazim, Betsaida e Cafarnaum não eram cidades ignorantes ou distantes. Elas estavam na primeira fila da revelação. Viram, ouviram e testemunharam o poder do Reino de Deus em ação. A sua condenação não é por não terem tido acesso à verdade, mas por, tendo-a recebido, a terem negligenciado e rejeitado. O aviso de Jesus é um alerta contra a indiferença e a complacência espiritual, males particularmente perigosos para aqueles que cresceram na fé ou que têm fácil acesso a ela..
A mensagem final amplia esta responsabilidade para os mensageiros de Cristo de todos os tempos. A rejeição não é apenas uma ofensa pessoal ao missionário; é uma rejeição a Jesus Cristo e, em última instância, a Deus Pai. Isto confere uma dignidade imensa ao anúncio do Evangelho, mas também uma seriedade extrema à resposta que lhe é dada. Por outro lado, é um consolo para o evangelizador: quando a mensagem é rejeitada, a rejeição não é primordialmente a ele, mas a Quem o enviou. A missão está fundada numa cadeia de autoridade divina..

**3. Oratio (Oração): O que eu digo a Deus a partir do texto?**.
Senhor Jesus,…
Vós que chorastes sobre Jerusalém, ouvi a nossa oração…
Temos sido tão privilegiados como Corazim e Betsaida..
Conhecemos o vosso nome, ouvimos a vossa Palavra, recebemos os vossos sacramentos..
E, no entanto, quantas vezes a nossa vida permanece na indiferença e o nosso coração na tibieza?…
Livrai-nos da soberba de Cafarnaum, da tentação de pensar que a nossa fé é uma conquista nossa..
Despertai-nos, Senhor, da complacência!..
Que a grandeza da graça que recebemos não se torne em nossa maior condenação,..
mas sim o motivo de uma conversão mais profunda e de um testemunho mais ardente…
E quando formos enviados para anunciar-vos,.
dai-nos a humildade para sabermos que a mensagem é vossa,..
e a coragem para proclamar que, ao acolhê-la ou rejeitá-la,.
os corações se decidem por Vós e pelo Pai..
Ámen..
**4. Contemplatio (Contemplação): Como integrar esta palavra na vida?**.

Este texto convida a uma séria examinação de consciência. Onde estão as nossas “Corazims” e “Betsaidas”? São as áreas da nossa vida onde Deus agiu de forma visível, onde recebemos graças especiais, e que, no entanto, permanecem resistentes à conversão total? É a nossa comunidade cristã, que pode cair no comodismo por se considerar “salva” por tradição?..
Contemplamos a justiça e a misericórdia de Deus. A justiça respeita a nossa liberdade: não força a conversão, mesmo diante dos maiores milagres. A misericórdia adverte-nos solenemente das consequências da nossa recusa. A contemplação deste mistério deve levar-nos não ao medo paralisante, mas a uma gratidão responsável e a um zelo renovado.
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**Mensagem para Cristãos Comprometidos:**.
Irmãos, o lamento de Jesus sobre as cidades do lago é um alerta para todos nós, que somos tão agraciados. A familiaridade com a fé pode, paradoxalmente, tornar-nos surdos à sua urgência. O maior perigo não é a oposição externa, mas a indiferença interna. Não nos contentemos com uma fé de rotina. Cada Eucaristia, cada momento de oração, cada gesto de caridade é um milagre maior do que aqueles que Corazim viu, pois é o próprio Cristo que age em nós. A nossa responsabilidade é proporcional à nossa luz. Que o nosso testemunho seja tão claro e convicto que, ao encontrarem-nos, os outros saibam que estão a encontrar-se com um enviado de Cristo. E lembremo-nos: anunciamos Cristo, não a nós mesmos. A acolhida ou a rejeição pertencem a Ele..

 

 

 

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10 02 Quinta Lc 10, 1-12 «A vossa paz repousará sobre eles»

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’. Mas quando entrardes nalguma cidade e não vos receberem, saí à praça pública e dizei: ‘Até o pó da vossa cidade que se pegou aos nossos pés sacudimos para vós. No entanto, ficai sabendo: Está perto o reino de Deus’. Eu vos digo: Haverá mais tolerância, naquele dia, para Sodoma do que para essa cidade».

Palavra da salvação....

**Tema:** A missão na confiança: cordeiros no meio de lobos.

#### **1. Lectio (Leitura)**.

O Evangelho apresenta-nos o envio em missão de setenta e dois discípulos. Jesus é claro e direto na sua instrução. A missão é urgente (“a seara é grande”) e perigosa (“como cordeiros para o meio de lobos”). Por isso, o mandato é de radical despojamento: “Não leveis bolsa, nem alforge, nem sandálias”. A sua força não estará nos recursos materiais, mas na mensagem que carregam: a paz e a proximidade do Reino de Deus. A primeira palavra a ser proferida numa casa deve ser “Paz a esta casa”. A eficácia da missão depende da acolhida: onde houver “gente de paz”, a paz repousará; onde não houver, a paz voltará para os discípulos. Eles são portadores de uma realidade espiritual que transcende o sucesso ou fracasso aparente..

Celebrar hoje os Santos Anjos da Guarda à luz deste Evangelho é descobrir uma profunda sintonia. Os discípulos são enviados sem seguranças humanas, tal como nós, peregrinos na terra, caminhamos vulneráveis. A figura do Anjo da Guarda ilumina magnificamente esta condição de discípulo-missionário..

*   **Enviados dois a dois / O Anjo Companheiro:** Jesus envia os discípulos dois a dois. A missão é comunitária, partilhada. O Anjo da Guarda é esse companheiro invisível, esse “outro” que Deus nos dá para não caminharmos sós. Ele é o representante da comunidade celestial que nos acompanha na missão terrena..

*   **Cordeiros no meio de lobos / O Anjo Protetor:** A vulnerabilidade dos discípulos é extrema. Eles são cordeiros indefesos. O Anjo da Guarda é a manifestação da proteção divina para quem se faz vulnerável por amor ao Reino. Ele é o defensor que nos guarda dos “lobos” espirituais e dos perigos do caminho, assegurando que, mesmo na fragilidade, estamos sob o olhar de Deus..

*   **Sem bolsa, nem alforge / O Anjo Providência:** A proibição de levar recursos é um acto de fé na Providência. O Anjo da Guarda é o instrumento dessa mesma Providência. Tal como ele sustentou o profeta Elias no deserto (1 Reis 19, 5-8), ele nos guia para as “casas de paz”, para os lugares e pessoas onde Deus já preparou o nosso sustento. A sua presença lembra-nos que o verdadeiro tesouro da missão não é material..

*   **”Paz a esta casa” / O Anjo Mensageiro:** A missão essencial é levar a paz de Cristo. Os anjos são, por excelência, mensageiros de Deus (o próprio nome “anjo” significa “mensageiro”). O nosso Anjo da Guarda não só nos protege, mas também nos inspira as palavras certas, nos guia para os corações bem-dispostos e ajuda a fazer repousar a paz de Cristo sobre os que acolhem a Boa Nova..

#### **3. Oratio (Oração)**.

.Santos Anjos do Senhor, nossos guardiães e companheiros de caminhada,.nós Vos louvamos e agradecemos pela vossa presença silenciosa e fiel..nós também somos enviados…
Diante da nossa fragilidade ..de “cordeiros no meio de lobos”,…
fortalecei a nossa confiança, lembrai-nos que não estamos sós….

Sede a nossa fortaleza nas tentações e o nosso escudo nos perigos….
Ajudai-nos a viver o despojamento da bolsa e do alforge,..
para que, livres do peso da autossuficiência,….
aprendamos a depender apenas da Providência do Pai….
Guiai os nossos passos para as “casas de paz”,..
para que a saudação que levamos – “Paz a esta casa” –.
seja acolhida e faça repousar sobre os homens a bênção de Deus…
E se formos rejeitados, acompanhai-nos na humildade de sacudir o pó dos pés,.
guardando a vossa paz nos nossos corações…..
Amém.

 

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10 01 Quarta Lc 9, 57-62 «Seguir-Te-ei para onde quer que fores».

~..

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos iam a caminho de Jerusalém, quando alguém Lhe disse: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores». Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm as suas tocas e as aves do céu os seus ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça». Depois disse a outro: «Segue-Me». Ele respondeu: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar meu pai». Disse-lhe Jesus: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus». Disse-Lhe ainda outro: «Seguir-Te-ei, Senhor; mas deixa-me ir primeiro despedir-me da minha família». Jesus respondeu-lhe: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus».

Palavra da salvação….

REFLEXÃO ..

#### **1. Lectio (Leitura)**.

O Evangelho de hoje apresenta-nos três encontros breves, mas de uma densidade extraordinária, no caminho de Jesus para Jerusalém. Três personagens expressam, de formas diferentes, o desejo de seguir Jesus, e três respostas de Jesus delineiam o perfil radical do verdadeiro discípulo..

O primeiro é um entusiasta, que se oferece voluntariamente: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores». A resposta de Jesus não é um convite, mas um aviso sobre a pobreza e o despojamento total que O caracterizam: «O Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça»..

O segundo é chamamento  diretamente por Jesus: «Segue-Me». Este pede um adiamento para cumprir um dever sagrado e fundamental na cultura judaica: sepultar o seu pai. A resposta de Jesus é chocante: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu, vai anunciar o reino de Deus»..

O terceiro, como o primeiro, toma a iniciativa, mas coloca uma condição: despedir-se da família. Jesus responde com uma imagem agrícola decisiva: «Quem tiver lançado as mãos ao arado e olhar para trás não serve para o reino de Deus». O seguimento exige um coração indiviso, sem nostalgias que impeçam o avanço..

#### **2. Meditatio (Meditação)**.

Estas palavras de Jesus soam duras aos nossos ouvidos. Parecem desafiar os laços familiares e a prudência humana. No entanto, o seu objetivo não é ser cruel, mas revelar a prioridade absoluta do Reino. Jesus não está a condenar os afetos, mas a alertar para que nada – nem mesmo as coisas mais legítimas – se coloque à frente do compromisso com Deus..

Ao meditar neste texto, podemos ver o seu reflexo na vida e missão de **Santa Teresa do Menino Jesus**. Teresa não partiu para terras longínquas como missionária, mas viveu com radicalidade esta lógica do “tudo ou nada” na clausura de um Carmelo..

*   **”Não tem onde reclinar a cabeça”**: Teresa abraçou a pobreza espiritual e material. A sua “pequena via” é o caminho da confiança total, daquele que não possui nada a não ser o amor de Deus. Ela compreendeu que a verdadeira segurança não está em ter um “ninho”, mas em abandonar-se nos braços do Pai..

*   **”Deixa que os mortos sepultem os seus mortos”**: Esta palavra pode ser ligada ao profundo corte que Teresa fez ao entrar no Carmelo com apenas 15 anos, deixando para trás o seu “paizinho”, São Luís Martin, a quem amava profundamente. Foi um acto de obediência radical à chamada de Deus, que pedia a sua vida por inteiro, *agora*. Ela entendeu que anunciar o Reino – no seu caso, através da oração e do sacrifício escondido – era mais urgente..

*   **”Não olhar para trás”**: A vida de Teresa é um exemplo de perseverança sem retorno. Mesmo nos momentos de secura espiritual e da “noite da fé”, ela nunca olhou para trás com arrependimento. Manteve as mãos no arado, avançando com fé simples, certa de que o amor de Deus era a sua força. A sua missão de ser o “amor no coração da Igreja” exigia um coração totalmente focado em Jesus…

#### **3. Oratio (Oração)**.

Senhor Jesus, que no caminho para Jerusalém nos chamas a seguir-Te sem condições,..dá-nos a graça de compreender a radicalidade do Teu amor…..Perante o entusiasmo fácil, ensina-nos a Tua pobreza voluntária,a confiar apenas em Vós, como Santa Teresa, que encontrou na pequenez e no abandono a sua fortaleza….Perante o adiamento, mesmo por motivos justos, dá-nos um coração disponível e pronto,.apaz de responder ao “agora” da Tua chamada, colocando o anúncio do Teu Reino acima de tudo…….

Perante a tentação de olhar para trás, de viver dividido entre o Teu chamamento e as seguranças do passado,…dá-nos a determinação de quem põe a mão no arado e não olha para trás,onvencido de que só em Ti encontramos a vida em plenitude.Faz.da nossa vida um “sim” total e irrevogável, como o de Maria e o de Teresa.Amém.

.#### **4. Contemplatio (Contemplação) e Actio (Ação)**…

**Mensagem para Cristãos Comprometidos:**..

A radicalidade do Evangelho de hoje não é um convite ao heroísmo impossível, mas à **fidelidade criativa no quotidiano**. Santa Teresa mostrou que este “caminho radical” está ao alcance de todos, não através de grandes feitos, mas através do amor nas pequenas coisas. Para nós, cristãos comprometidos, isto significa:…
**Despojamento:** Avaliar onde colocamos a nossa segurança (trabalho, conta bancária, reputação) e aprender a desprender-nos, confiando na Providência.
**Prioridade:** Ter a coragem de “deixar enterrar os mortos”, ou seja, de não adiar a nossa resposta a Deus por causa de compromissos, hábitos ou medos que, no fundo, já não têm vida.
**Foco:** “Não olhar para trás”. Não nos deixarmos paralisar pelos nossos erros passados ou pela nostalgia de um tempo que já não existe. O Reino está à frente, e a nossa missão é avançar.
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O seguimento de Jesus é uma aventura de liberdade total, que exige o coração por inteiro. Santa Teresa, a “Doutora da Pequena Via”, é a prova de que um “sim” total, dado no quotidiano, pode incendiar o mundo.

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09 30 Lc 9, 51-56 «Tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém»

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Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém e mandou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem. Mas aquela gente não O quis receber, porque ia a caminho de Jerusalém. Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram a Jesus: «Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu que os destrua?». Mas Jesus voltou-Se e repreendeu-os. E seguiram para outra povoação.

Palavra da salvação….

REFLEXÃO.

O Evangelho apresenta um momento crucial: “Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, Ele tomou a decisão de Se dirigir a Jerusalém”. Esta “decisão” é um ponto de viragem. Jesus sabe o que O espera – a Paixão – e, com determinação livre e soberana, orienta o seu rosto e os seus passos para o cumprimento da missão. Envia mensageiros à frente, mas estes encontram a hostilidade dos samaritanos, que se recusam a recebê-Lo por causa da sua destinação (Jerusalém era o centro religioso rival). A reação imediata dos discípulos Tiago e João, os “filhos do trovão”, é de indignação violenta: pedem para invocar fogo do céu sobre os indesejáveis. Jesus, porém, “voltou-Se e repreendeu-os”. A resposta de Jesus não é de condenação, mas de misericórdia e de continuação da missão: “E seguiram para outra povoação”..

**2. Meditatio (Meditação): O que Deus me diz através do texto?**.4

Aqui contemplamos duas faces da missão: a **firmeza decidida** de Jesus e a sua **misericórdia sem limites**. A “decisão” de Jesus fala-nos de um propósito claro, de uma vida orientada para um fim último, que dá sentido a tudo o resto. Não é uma caminhada cega, mas consciente e sacrificial. Em contraste, a reação dos discípulos revela a tentação perene de querer impor a verdade pela força, de eliminar quem nos rejeita ou pensa diferente. A repreensão de Jesus é um corretivo essencial para qualquer forma de fundamentalismo ou zelo intolerante. A missão cristã não é uma conquista pelo poder, mas um testemunho oferecido com amor, mesmo quando rejeitado. A resposta ao fracasso não é a vingança, mas a paciência de procurar outro lugar, outro coração onde a semente possa frutificar..

.**3. Oratio (Oração): O que eu digo a Deus a partir do texto?**

Senhor Jesus, que tendes o vosso rosto firmemente orientado para a vontade do Pai,
dai-nos a vossa determinação para prosseguir na nossa missão,
mesmo quando a cruz se desenha no horizonte.
Quando a incompreensão, a hostilidade ou o simples desinteresse
nos fecharem as portas, preservai o nosso coração da amargura e do desejo de represália.
Repreendei em nós o espírito de intolerância que se disfarça de zelo pela vossa causa.
Ensinai-nos a vossa misericórdia, que não destrói os que rejeitam,
mas segue em frente, paciente, à procura de uma nova povoação, de um novo coração aberto à paz.
Que a nossa vida, como a vossa, seja um “sim” decidido e amoroso ao projeto do Pai.
Ámen.

**4. Contemplatio (Contemplação): Relacionando com a vida e missão de São Jerónimo**

A vida de São Jerónimo (c. 347-420), presbítero e Doutor da Igreja, espelha de forma admirável este evangelho. Jerónimo também **“tomou a decisão”** de uma forma radical: deixou uma vida confortável em Roma para se retirar no deserto e, depois, em Belém, dedicando-se com uma tenacidade incansável ao estudo das Sagradas Escrituras. A sua ida para Belém foi o seu “caminho para Jerusalém” – uma vida voltada para a meta de tornar a Palavra de Deus acessível e compreensível para o seu tempo, através da tradução para o latim (a Vulgata). Este trabalho foi a sua paixão, envolvendo enorme sacrifício, solidão e críticas.

Quanto ao episódio dos samaritanos, Jerónimo era conhecido pelo seu carácter irascível e polémico. Ele próprio era, por vezes, um “filho do trovão”, lançando fogo retórico contra os seus opositores teológicos. No entanto, a sua grande obra – a tradução da Bíblia – não era um instrumento de condenação, mas de **misericórdia e acolhimento**. O seu objetivo final não era destruir os ignorantes, mas dar-lhes a Palavra na sua própria língua. Aos poucos, a própria Palavra que ele tão diligentemente estudava foi moldando o seu zelo, convertendo-o de uma erudição arrogante para um amor mais profundo por Cristo. A sua missão foi, como a de Jesus, seguir em frente, apesar das oposições, focada no essencial: tornar Cristo conhecido através da Sua Palavra.

**5. Actio (Ação): Mensagem para Cristãos Comprometidos**

Irmãos, comprometidos na vinha do Senhor, o evangelho de hoje recorda-nos que a nossa missão deve ser marcada por duas realidades: **determinação e misericórdia**. A exemplo de Jesus e de gigantes como São Jerónimo, sejamos claros e corajosos no nosso propósito de seguir Cristo e de O anunciar. No entanto, quando encontrarmos resistência, quando as portas se fecharem, não cedamos à tentação do desânimo ou do julgamento severo. A nossa força não está no poder de destruir os que discordam, mas na paciência criativa de quem, repreendido por Cristo, aprende a simplesmente “seguir para outra povoação”, confiando de que a semente da Palavra, lançada com amor, há de frutificar no tempo de Deus. Que o estudo assíduo e amoroso da Bíblia, à maneira de Jerónimo, seja a lâmpada que ilumina os nossos passos.

c.

09 29 Segunda Jo 1, 47-51 «Vereis o Céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem»

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo,
Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse:
«Eis um verdadeiro israelita,
em quem não há fingimento».
Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?».
Jesus respondeu-lhe:
«Antes que Filipe te chamasse,
Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira».
Disse-lhe Natanael:
«Mestre, Tu és o Filho de Deus,
Tu és o Rei de Israel!».
Jesus respondeu:
«Porque te disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas.
Verás coisas maiores do que estas».
E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo:
Vereis o Céu aberto
e os Anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do homem».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO

Hoje celebramos a festa dos Santos Anjos da Guarda Santos Miguel, Gabriel e Rafael, arcanjos.Os santos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael são celebrados neste dia da dedicação da basílica de são Miguel, edificada na Via Salária, às portas da cidade de Roma. Os três arcanjos têm missões singulares, sugeridas pelos seus nomes: Miguel («Quem como Deus»?) é o príncipe dos anjos, o anjo dos supremos combates, o melhor guia do cristão na hora da viagem para a eternidade, o protetor da Igreja de Deus (Ap. 12-19); Gabriel («Deus é a minha força») é o mensageiro da Encarnação (Dn. 9, 21-22), o enviado das grandes embaixadas divinas, o Patrono das telecomunicações; Rafael («Medicina de Deus») é conselheiro, companheiro de viagem, defensor e médico. Honrando os anjos, cuja existência é testemunhada pela Sagrada Escritura, nós exaltamos o poder de Deus, Criador do mundo visível e invisível. A Igreja peregrina sobre a terra, especialmente na liturgia eucarística, é associada às multidões dos anjos, que, na Jerusalém celeste, cantam a glória de Deus.

#### **1. Lectio (Leitura)**

O Evangelho apresenta-nos o encontro entre Jesus e Natanael. Jesus vê para além das aparências e elogia a sinceridade de coração de Natanael: «Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento». Surpreendido, Natanael pergunta como Jesus o pode conhecer. A resposta – «Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira» – toca o íntimo do seu ser, revelando um conhecimento divino e pessoal. Esta perceção leva Natanael a fazer uma profissão de fé ardente: «Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel!». Jesus, então, promete uma revelação ainda maior: «Em verdade, em verdade vos digo: Vereis o Céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem».

A nota histórica recorda-nos que hoje celebramos os três Arcanjos, cujos nomes e missões específicas manifestam a ação de Deus: Miguel (“Quem como Deus?”), o defensor; Gabriel (“Deus é a minha força”), o mensageiro; e Rafael (“Medicina de Deus”), o curador e companheiro de viagem.

#### **2. Meditatio (Meditação)**

A promessa de Jesus a Natanael é deslumbrante: «Vereis o Céu aberto». A Incarnação de Jesus é a grande abertura do Céu, o restabelecimento da comunicação entre Deus e a humanidade. E nesse “Céu aberto”, os anjos são os servidores ativos dessa comunicação, “subindo e descendo” sobre o Filho do Homem. Eles não são figuras distantes, mas agentes da Providência divina, que conectam a glória celestial com as nossas realidades terrenas.

Celebrando os Arcanjos, somos convidados a meditar no seu papel ativo na nossa vida, tal como na de Natanael:

*   **Miguel** lembra-nos que o combate espiritual é real. Ele luta contra o mal e defende a Igreja. A sua intercessão é um bastião para nós nas batalhas contra o pecado e a desesperança.

*   **Gabriel**, o portador do “Sim” de Maria, inspira-nos a estar atentos à Palavra de Deus. Ele é o patrono de quem anuncia a Boa Nova, lembrando-nos que somos chamados a ser mensageiros da Verdade num mundo com tantos ruídos.

*   **Rafael**, companheiro de viagem de Tobias, revela que Deus cuida dos detalhes da nossa jornada. Ele é o guia dos viajantes, o consolador nos momentos de solidão e o intercessor pela cura integral – do corpo e da alma.

A festa de hoje é uma celebração da certeza de que o Céu não está fechado. Através de Cristo, estamos em comunhão com este mundo invisível, mas realíssimo, onde os anjos são nossos companheiros, protetores e guias.

#### **3. Oratio (Oração)**

Senhor Jesus, que prometestes a Natanael ver o Céu aberto, abri hoje os nossos corações para acolher a presença silenciosa e fiel dos vossos santos Anjos.

Por intercessão de **São Miguel**, concedei-nos a coragem para combater o bom combate da fé,
e a fortaleza para resistir às seduções do maligno.
Que ele nos defenda nas tentações e nos conduza em segurança à Vossa presença eterna.Por intercessão de **São Gabriel**, fortalecei em nós o dom da escuta,para que, como Maria, saibamos acolher a Vossa Palavra e levá-la ao mundo com coragem e fidelidade.
Por intercessão de **São Rafael**, acompanhai os nossos passos nas viagens da vida,curando as nossas feridas mais profundas e guiando-nos sempre para o encontro convosco,a verdadeira e definitiva Medicina de Deus.Amém.

#### **4. Contemplatio (Contemplação) e Actio (Ação)**

**Mensagem para Cristãos Comprometidos:

**Irmãos, a festa dos Arcanjos não é um simples recordar de figuras bíblicas. É um convite vibrante a *viver com a consciência do Céu aberto*. No meio dos nossos compromissos, cansaços e apostolados, Jesus recorda-nos que não estamos sozinhos. A Igreja militante une-se à Igreja triunfante, numa sinfonia de louvor e serviço. Sejamos, pois, como Natanael, “sem fingimento”, para que Deus possa agir em nós e através de nós. E, imitando a missão dos Arcanjos, sejamos também nós, nas nossas comunidades, **defensores da verdade (como Miguel), anunciadores da esperança (como Gabriel) e instrumentos de cura e reconciliação (como Rafael)**.

 

 

09 28 Domingo Lc 16, 19-31 «Recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado»

 

 

EVANGELHO Lc 16, 19-31

«Recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males.Agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava saciar-se do que caía da mesa do rico, mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, ou daí para junto de nós, não poderia fazê-lo’. O rico insistiu: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

Lectio Divina: Lucas 16, 19-31 – «Recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado»

Leitura (O que diz o texto?)

Este Evangelho apresenta a parábola do homem rico e Lázaro. O homem rico vestia-se luxuosamente e banqueteava-se esplendidamente todos os dias, ignorando completamente Lázaro, um pobre coberto de chagas que jazia à sua porta, desejando as migalhas que caíam da sua mesa. Até os cães vinham lamber as suas chagas. Ambos morrem. Lázaro é levado pelos Anjos para junto de Abraão, enquanto o rico, na mansão dos mortos, em tormentos, vê Lázaro ao lado de Abraão. Ele pede a Abraão que envie Lázaro para o refrescar, mas Abraão recusa, explicando que cada um recebeu o que lhe era devido em vida e que há um grande abismo entre eles. O rico então pede que Lázaro seja enviado à casa de seu pai para avisar os seus cinco irmãos, mas Abraão responde que eles têm Moisés e os Profetas para os ouvir, e que nem mesmo a ressurreição de um morto os convenceria se não dessem ouvidos à Lei.

Meditação (O que o texto me diz? Como se relaciona com a vida cristã comprometida?)

Esta parábola é um poderoso convite à reflexão sobre o uso dos bens materiais e a responsabilidade social do cristão. O homem rico não é condenado por ser rico, mas pela sua indiferença e omissão diante do sofrimento de Lázaro. Ele vivia num luxo ostensivo, com a miséria à sua porta, e não a via. A sua cegueira espiritual impediu-o de praticar a caridade e de reconhecer a dignidade do próximo.

Para os cristãos comprometidos, esta passagem ressoa como um alerta e um chamamento  à ação. O “abismo” entre o rico e Lázaro não é apenas uma realidade pós-morte, mas pode ser construído em vida pela falta de empatia e pela acumulação egoísta de bens. Ser cristão comprometido significa ir além da fé teórica e traduzi-la em obras de caridade concretas. Significa reconhecer que os bens que possuímos são dons de Deus e devem ser partilhados, especialmente com os mais necessitados. A parábola desafia-nos a questionar as nossas próprias prioridades, a nossa sensibilidade ao sofrimento alheio e a nossa disposição para agir. A “mansão dos mortos” e os “tormentos” podem ser interpretados como as consequências de uma vida vivida sem amor e sem atenção ao Reino de Deus, que se manifesta na justiça e na caridade.

Oração (O que o texto me leva a dizer a Deus?)

Senhor Jesus,
Tu que nos alertaste sobre os perigos da riqueza e da indiferença,
abre os nossos olhos para os Lázaros de hoje,
que jazem às nossas portas, invisíveis aos nossos corações.
Perdoa-nos a nossa cegueira, a nossa inação e o nosso egoísmo.
Concede-nos a graça de usar os dons que nos confiaste para construir o teu Reino de justiça e amor.
Que a tua Palavra nos mova à compaixão e à partilha,para que não construamos abismos entre nós e os nossos irmãos,
mas pontes de solidariedade e esperança.Ámen.

Contemplação (O que o texto me leva a ver e a viver?)

Este evangelho leva-nos a contemplar a realidade da desigualdade e da injustiça no mundo. Convida-nos a ver Jesus no rosto de cada pobre e sofredor. A contemplação da indiferença do rico e do sofrimento de Lázaro deve gerar em nós um profundo desconforto e um desejo de transformação. Leva-nos a viver uma fé mais autêntica, onde a caridade não é uma opção, mas uma exigência  de ser discípulo . Devemos viver com a consciência de que o nosso destino eterno está intrinsecamente ligado à forma como vivemos o nosso amor ao próximo.

Ação (Que compromisso assumo a partir do texto?)

Comprometo-me a estar mais atento às necessidades dos que me rodeiam, especialmente os mais vulneráveis. Procurarei ser mais generoso com os meus bens, tempo e talentos, partilhando o que tenho com aqueles que menos possuem. Refletirei sobre as minhas prioridades e buscarei viver de forma mais desapegada, colocando o Reino de Deus e a caridade ao próximo no centro da minha existência, evitando a tentação da indiferença e do egoísmo.—

Mensagem apelativa aos cristãos comprometidos:

Queridos irmãos e irmãs em Cristo, cristãos comprometidos com o Reino de Deus!O Evangelho do homem rico e Lázaro é um espelho que nos confronta com a urgência da nossa fé. Não podemos ser cristãos de “púrpura e linho fino” enquanto “Lázaros” jazem às nossas portas, famintos e cobertos de chagas. A nossa fé não pode ser apenas uma crença intelectual ou um conjunto de ritos; ela precisa ser viva, atuante, encarnada na realidade do mundo.
Jesus nos chama a um compromisso radical com a justiça social e a caridade. Ele lembra nos que o uso dos nossos bens, do nosso tempo, dos nossos talentos, tem implicações eternas. Não podemos ignorar o sofrimento, não podemos fechar os olhos à miséria, não podemos construir abismos de indiferença. Que esta parábola nos sacuda da nossa complacência e nos inspire a ser pontes de esperança, mãos estendidas, vozes que clamam por justiça. Que a nossa vida seja um testemunho vibrante de que o amor de Deus se manifesta na nossa capacidade de amar e servir o próximo, especialmente os mais esquecidos.–

09 27 Sábado Lc 9, 43b-45 «O Filho do homem vai ser entregue.Eles tinham medo de O interrogar sobre tal assunto»

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, estavam todos admirados com tudo o que Jesus fazia. Então Ele disse aos discípulos: «Escutai bem o que vou dizer-vos. O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens». Eles, porém, não compreendiam aquelas palavras; eram misteriosas para eles e não as entendiam. Mas tinham medo de O interrogar sobre tal assunto

Palavra da salvação.

Reflexão 

Lectio Divina: Lucas 9, 43b-45 – «O Filho do homem vai ser entregue. Eles tinham medo de O interrogar sobre tal assunto»

Leitura (O que diz o texto?)

Neste breve trecho do Evangelho de Lucas, Jesus, após realizar muitos milagres que deixaram todos admirados, faz um anúncio solene e perturbador aos seus discípulos: «Escutai bem o que vou dizer-vos. O Filho do homem vai ser entregue às mãos dos homens». A reação dos discípulos é de incompreensão e medo. As palavras de Jesus eram misteriosas para eles, e o receio impedia-os de Lhe perguntar sobre o assunto. Eles estavam focados na glória e no poder de Jesus, e a ideia de sofrimento e entrega era algo que não conseguiam assimilar ou confrontar.

Meditação (O que o texto me diz? Como se relaciona com S. Vicente de Paulo?)

A Palavra de Jesus sobre a Sua entrega é um convite à reflexão sobre a natureza do discipulado. Os discípulos, presos às suas expectativas de um Messias glorioso, não conseguiam entender o caminho da cruz. O medo de interrogar Jesus revela uma resistência em aceitar uma verdade desconfortável.

A memória de São Vicente de Paulo ilumina este evangelho de forma profunda. Vicente, um homem que inicialmente buscou a sua própria ascensão social e eclesiástica, foi transformado pelo encontro com a pobreza e o sofrimento. Ele não teve medo de “interrogar” a realidade da miséria humana e, ao fazê-lo, descobriu o verdadeiro rosto de Cristo nos mais necessitados. A sua vida é um testemunho de entrega total, não às mãos dos homens para a condenação, mas às mãos dos homens para o serviço e a caridade, seguindo o exemplo do Filho do Homem. Ele compreendeu que a verdadeira glória reside na humilde entrega e no serviço aos “pequenos”. Onde os discípulos tiveram medo, São Vicente de Paulo encontrou coragem para se entregar.

  1. Oração (O que o texto me leva a dizer a Deus?)

Senhor Jesus,
Tu que te entregaste por amor à humanidade,
dá-nos a graça de compreender o mistério da tua entrega,
mesmo quando nos confronta e nos assusta.
Que, a exemplo de São Vicente de Paulo,
não tenhamos medo de nos interrogar sobre o teu caminho de serviço e de cruz.
Abre os nossos corações e mentes para acolher a tua Palavra,
e transforma o nosso medo em coragem para te seguir,
especialmente no serviço aos mais vulneráveis.Ámen.

Contemplação (O que o texto me leva a ver e a viver?)

Este evangelho convida-nos a contemplar a humildade de Jesus e a sua aceitação do sofrimento como parte do plano divino. Leva-nos a questionar as nossas próprias resistências e medos diante das dificuldades e dos desafios da fé. A contemplação de São Vicente de Paulo, que superou os seus próprios receios e se entregou totalmente à caridade, inspira-nos a uma vida de serviço e de amor concreto.

  1. Ação (Que compromisso assumo a partir do texto?)

Comprometo-me a refletir sobre as minhas próprias resistências em aceitar as “entregas” e os desafios que a vida cristã me apresenta. Procurarei imitar São Vicente de Paulo na sua coragem de servir os mais necessitados, vendo neles o próprio Cristo, e de me entregar com humildade e generosidade, sem medo de questionar e de agir.—–Mensagem apelativa aos cristãos comprometidos:

09 26 Sexta-feira Lc 9, 18-22 «És o Messias de Deus. O Filho do homem tem de sofrer muito»

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?». Eles responderam: «Uns, João Batista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia».
Palavra da salvação.

 REFLEXÃO

O Evangelho de Lucas apresenta-nos um momento de profunda intimidade e revelação. Jesus retira-se para orar, acompanhado apenas pelos seus discípulos. Este cenário de solitude e oração é o pano de fundo para uma pergunta crucial que ressoa através dos tempos: “Quem dizem as multidões que Eu sou?”. Os discípulos relatam as perceções populares: Jesus é visto como João Batista, Elias ou um dos antigos profetas ressuscitado. São figuras grandiosas, mas do passado. Jesus, então, dirige a pergunta ao coração daqueles que O seguem mais de perto: “E vós, quem dizeis que Eu sou?”. Pedro, como porta-voz do grupo, profere uma confissão de fé revolucionária: “És o Messias de Deus”. Esta verdade, porém, é imediatamente seguida por um anúncio solene e perturbador: o Messias não será um libertador político triunfante, mas “o Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado… tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia”.

#### **2. Meditatio (Meditação)**

Este texto convida-nos a meditar sobre duas realidades profundas: a identidade de Jesus e o significado do seu messianismo.

**A Pergunta que Ressoa no Silêncio:** A cena inicia-se com Jesus em oração. Toda a revelação profunda brota do silêncio e da comunhão com o Pai. A pergunta de Jesus não é feita para obter informação, mas para provocar um encontro pessoal. As respostas das “multidões” refletem uma visão limitada, que O coloca numa linhagem venerável, mas O confina ao passado. Quantas vezes nós também temos uma imagem de Jesus confortável, domesticada, moldada pelas opiniões correntes, mas distante da sua verdadeira identidade?

**A Confissão no Coração da Fé:** A pergunta decisiva é “E vós?”. É a pergunta dirigida a cada discípulo, a cada um de nós. Pedro responde com uma inspiração que vem do Alto: “És o Messias de Deus”. É o momento do reconhecimento, o clímax da fé. No entanto, a compreensão de Pedro sobre o que significa “Messias” ainda está incompleta. Ele, como qualquer judeu da época, esperava um rei glorioso.

**O Escândalo da Cruz:** Imediatamente, Jesus redefine radicalmente o conceito de messianismo. A glória do Messias passa pela humilhação da Cruz. Os verbos são fortes e inevitáveis: “tem de sofrer”, “ser rejeitado”, “ser morto”. Este “tem de” (em grego, *dei*) indica uma necessidade divina, um plano de salvação que passa pelo caminho do sofrimento e do amor até ao extremo. A ressurreição é a promessa, mas o caminho para a glória é a paixão. Jesus não veio para eliminar o sofrimento do mundo, mas para o redimir, entrando nele plenamente. Esta é a pedra de tropeço, o escândalo que ainda hoje desafia a nossa fé. Acreditamos num Deus que salva através da fraqueza, do serviço e do dom da vida.

Meditemos: Quem é Jesus para mim? Uma figura distante e imponente, ou o Messias sofredor que me convida a segui-Lo no caminho da entrega? Estou disposto a aceitar que o caminho para a vida plena passa, de alguma forma, pela minha própria “pequena cruz”, pela rejeição do egoísmo e pelo serviço humilde?

#### **3. Oratio (Oração)**

Senhor Jesus,
Tu que te retiraste para orar em solidão
ensina-nos a encontrar no silêncio
a verdade sobre quem Tu és.
Ajuda-nos a escutar a Tua pergunta
que ecoa no mais profundo do nosso ser:
“E tu, quem dizes que Eu sou?”
Dá-nos a coragem de Pedro
para proclamar com a nossa vida:
“És o Messias, o Filho de Deus vivo”.

Mas não nos deixes ficar por uma fé de glória fácil.
Abre o nosso coração ao mistério da Tua Cruz.
Ajuda-nos a compreender que o amor
é sempre um dom de si mesmo,
e que a verdadeira vida se alcança
quando a perdemos por Ti.
Que a Tua paixão nos dê força
para abraçar as nossas pequenas cruzes diárias,
e a Tua ressurreição nos encha de esperança invencível.
Ámen.

#### **4. Contemplatio (Contemplação)**

Contemplamos o rosto de Jesus. Não o rosto de um rei poderoso num trono, mas o rosto do Servo sofredor, sereno na sua decisão de amar até ao fim. Contemplamos o seu olhar, que se dirige a Pedro e a cada um de nós, cheio de verdade e compaixão, perguntando-nos sobre a nossa fé. Deixemos que este mistério de um Deus que sofre por amor habite em nós em silêncio. É um mistério que não se explica, mas se acolhe. Contemplemos a união indissociável entre a Cruz e a Ressurreição, como duas faces da mesma moeda do amor divino.

#### **5. Actio (Ação)**

Esta Palavra impele-nos a duas ações concretas:
1.  **Fazer a nós mesmos a pergunta decisiva:** Reservar um momento de silêncio hoje para responder, com sinceridade, a Jesus: “Para mim, quem és Tu?”. A resposta não será apenas com palavras, mas com a orientação da nossa vida.
2.  **Aceitar o mistério da Cruz no quotidiano:** Identificar uma situação de dificuldade, cansaço ou renúncia que hoje se apresente. Em vez de a rejeitar com amargura, tentar vivê-la com um sentido novo, unindo-a ao sofrimento redentor de Cristo, como um pequeno modo de participar no seu amor salvífico.

### **Mensagem**

A verdadeira identidade de Cristo só se revela plenamente no mistério da Cruz. Acreditar n’Ele não é esperar um caminho isento de sofrimento, mas confiar que mesmo na dor e na aparente derrota, o amor de Deus está a operar a nossa salvação. A glória está do outro lado da entrega.

 

 

09 23 Tuesday Saint Padre Pio andLc 8, 19-21 «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática»

Saint Padre Pio 

Here’s a detailed overview of the YouTube video “September 23 – The MIRACULOUS Life of Saint Padre Pio” [http://www.youtube.com/watch?v=ItdOwVma9-A], organised by topics with timestamps for your convenience:

Introduction to Padre Pio

  • A Mysterious and Extraordinary Figure: Padre Pio of Pietrelcina, born Francesco Forgione, was a Capuchin friar in the 20th century, known for bearing the stigmata and dedicating his life to God and others. [00:00]

  • Source of Inspiration: His life, filled with miracles, deep spirituality, and love for the vulnerable, continues to inspire millions, teaching surrender to God and service to neighbours. [00:25]

Chapter 1: The Early Years of Francesco Forgione

  • Birth and Family: Francesco Forgione was born on 25th May 1887 in Pietrelcina, Italy, to a devout Catholic peasant family. [00:53]

  • Early Spirituality: From a young age, Francesco showed a strong inclination towards prayer, often withdrawing to quiet corners to speak with God. [01:36]

  • Education and Love for Saints: He received his education in Pietrelcina, showing a keen intellect and a particular fondness for the lives of saints, especially St. Francis of Assisi, inspiring his dream of a Franciscan life. [02:18]

  • Family Sacrifice: His father, Gratzio Forgione, immigrated to America to earn money for Francesco’s ecclesiastical studies, a sign of God preparing his future mission. [02:59]

  • Adolescence and Spiritual Growth: Francesco’s teenage years were marked by continuous spiritual growth, balancing farmwork with long periods of prayer and meditation in the hills. [03:43]

Chapter 2: The Divine Calling and Entry into the Convent

  • Clear Calling: In 1903, at 16, Francesco clearly felt a divine calling to dedicate his life to God, deepened by encounters with Capuchin friars. [04:25]

  • Inner Struggle and Peace: He experienced an inner struggle between his calling and attachment to family, but divine grace led to deep peace in his decision. [05:10]

  • Entering the Convent: On 6th January 1903, he entered the Moronei convent, beginning his path to sainthood and embracing the Franciscan ideals of poverty, chastity, and obedience. [05:46]

  • Adaptation and Maturity: His early months in the convent were a period of intense spiritual purification and adaptation to Franciscan life, showing extraordinary capacity and generosity. [06:39]

  • Receiving the Habit: On 22nd January 1903, Francesco officially received the Franciscan habit, taking the name Friar Pio of Pietrelcina, marking a new identity consecrated to God. [07:17]

Chapter 3: Priestly Studies and Early Mystical Experiences

  • Exemplary Student: During his priestly formation, Friar Pio was an exemplary student, rigorously studying philosophy and theology with faith and devotion. [08:11]

  • Mystical Manifestations: He began to experience extraordinary mystical phenomena, including ecstasies during prayer and intense contemplation of divine mysteries. [09:15]

  • Intensification of Experiences: These intensified during Holy Mass and Eucharistic adoration, with his face becoming transfigured and luminous, revealing his union with God. [10:03]

  • Prudent Spiritual Formation: His spiritual directors recognised a genuine mystical vocation, guiding him to accept graces with humility and maintain obedience. [10:45]

  • Devotion to Christ’s Passion: Friar Pio developed a profound devotion to Christ’s passion, meditating on His sufferings and practicing rigorous asceticism. [11:31]

Chapter 4: Priestly Ordination and the First Years of Ministry

  • Priestly Ordination: On 10th August 1910, Friar Pio was ordained a priest in Benevento Cathedral, experiencing a particular outpouring of the Holy Spirit. [12:28]

  • Delicate Health and Isolation: His early ministry was marked by delicate health, leading to long periods in Pietrelcina, which providentially deepened his prayer life. [13:30]

  • Centrality of Holy Mass: The celebration of Holy Mass became the absolute centre of his existence, with profound ecstasies and a transfigured face during consecration. [14:16]

  • Extraordinary Phenomena: He began experiencing apparitions of Jesus, the Blessed Virgin, saints, and his guardian angel, interpreted as signs of divine favour. [15:08]

  • Filial Relationship with Mary: His years in Pietrelcina fostered a deep filial relationship with the Blessed Virgin Mary, expressed through constant recitation of the Holy Rosary. [16:03]

Chapter 5: Arrival in San Giovanni Rotondo

  • Assignment to San Giovanni Rotondo: In September 1916, Padre Pio was assigned to the Santa Maria delle Grazie convent in San Giovanni Rotondo, which became the setting for his mission. [16:46]

  • Transformation of the Village: This secluded village was destined to become a major pilgrimage centre in the Catholic world. [17:23]

  • Convent Life: The modest Capuchin convent offered an ideal atmosphere of seclusion and silence for his mystical vocation to flourish. [17:49]

  • Winning Hearts: Initially met with curiosity, Padre Pio’s simplicity, charity, and deep spirituality soon won the hearts of the local people. [18:38]

  • Daily Routine and Spiritual Intensity: He maintained a rhythm of life involving early morning prayer, daily Mass, long hours of confession, and Eucharistic adoration, revealing extraordinary spiritual intensity. [19:36]

  • Growing Fame: His reputation for holiness, fuelled by testimonies of healings and mystical gifts, attracted prestigious religious and lay figures, spreading his fame globally. [20:26]

Chapter 6: The Stigmata: The Miracle that Moved the World

  • Imprinting of the Stigmata: On 20th September 1918, Padre Pio received the visible stigmata of Christ’s passion on his hands, feet, and side while praying before a crucifix. [21:24]

  • A Desired but Heavy Cross: This extraordinary gift, a fulfilment of his desire to participate in Christ’s sufferings, also brought constant physical pain and misunderstandings. [22:19]

  • Unique Characteristics: The stigmata were symmetrical, always open and bleeding without infection, and the side wound emanated blood and water, baffling doctors. [23:21]

  • World Pilgrimage Destination: News spread rapidly, transforming San Giovanni Rotondo into a destination for thousands of faithful seeking to venerate the stigmata and attend his Masses. [24:19]

  • Miracles and Healings: The stigmata were associated with numerous miracles and miraculous healings, further confirming their divine origin. [25:04]

Chapter 7: The Mystical Gifts: Bilocation, Prophecy, and Reading of Souls

  • Numerous Charisms: Padre Pio was gifted with various extraordinary charisms, unequivocally demonstrating divine favour. [25:55]

  • Bilocation: He experienced bilocation, appearing in distant places to hundreds of people while physically present in the convent, especially during times of need. [26:15]

  • Gift of Prophecy: Padre Pio frequently revealed future events to people, particularly during confession, guiding them on their spiritual path. [27:47]

  • Reading of Souls: He possessed the supernatural ability to instantly know the inner state of people, even before they spoke, often revealing forgotten or concealed sins during confession. [28:50]

  • Prudence and Humility: These mystical gifts were always exercised with the utmost prudence and humility, solely for God’s glory and the spiritual well-being of souls. [29:46]

Chapter 8: The Holy Confessor: The Conversion of Thousands of Souls

  • Central to Ministry: The sacrament of confession was the most important and fruitful aspect of Padre Pio’s pastoral activity, dedicating over 50 years to it. [30:45]

  • Tribunal of Mercy: His confessional became a “tribunal of mercy” where thousands found forgiveness, peace, and strength for holiness. [31:02]

  • Supernatural Discernment: He didn’t just listen passively but knew by divine inspiration forgotten or concealed sins, offering tailored advice and penances. [31:40]

  • Transformative Experiences: Confessions with Padre Pio often led to spectacular conversions and radical changes in life, making sinners feel Christ’s infinite love. [32:39]

  • Severity and Sweetness: His confessional style balanced inflexibility with unrepentant sinners and tenderness with contrite souls, guiding each towards Christian perfection. [33:27]

  • School of Christian Virtues: The confessional also served as a school where he formed generations of faithful, teaching them the interior life and promoting specific virtues. [34:13]

  • Worldwide Influence: His spiritual influence extended globally through the confessional and epistolary correspondence, spreading a message of conversion and holiness. [35:09]

Chapter 9: Works of Charity: The House for the Relief of Suffering

  • The Dream of a Hospital: Driven by love for the vulnerable, Padre Pio undertook the grand project of building the “Casa Sollievo della Sofferenza” (House for the Relief of Suffering) hospital. [35:55]

  • Genesis of the Project: Witnessing immense suffering and inadequate healthcare, he conceived a facility offering high-quality medical and spiritual care, especially to the poor. [36:56]

  • A Miracle of Providence: The hospital’s creation was a miracle, overcoming huge economic and technical hurdles, with Padre Pio personally overseeing every aspect. [37:32]

  • Inauguration and Excellence: Opened on 5th May 1956, the hospital became a centre of medical excellence, renowned for its atmosphere of faith and Christian charity. [38:24]

  • Pastoral Visits: Padre Pio visited the wards daily, bringing blessings and comfort to patients, encouraging staff to view their profession as a vocation. [39:19]

  • Spiritual Transformation: The hospital was conceived not just for physical healing but as a place where suffering could be transfigured by Christ’s light into purification and sanctification. [39:47]

Chapter 10: Persecutions and Tests of Faith

  • Periods of Trial: Padre Pio’s extraordinary life was marked by intense trials, including meticulous ecclesiastical investigations, restrictions, and suspicions of fraud. [40:14]

  • Severe Investigations: During the 1920s and 1930s, Vatican bodies sent commissions to examine his life, with contradictory results alternating between authenticity and suspicion. [41:11]

  • Severe Restrictions: From 1923 to 1933, he faced severe restrictions, celebrating Mass privately and limited in hearing confessions. [42:15]

  • Heroic Obedience: He accepted these painful measures with heroic obedience and profound humility, never protesting. [42:45]

  • Slander and Defamation: He suffered from slander, including accusations of self-inflicting stigmata or exploiting popularity, which he faced with prayer and penance. [43:03]

  • Overcoming Trials and Recognition: After World War II, objective investigations recognised the authenticity of his mystical phenomena. Pontifical recognition came from Popes John XXIII and Paul VI. [43:54]

Chapter 11: The Final Years and the Passing to Heaven

  • Continued Growth in Holiness: His final years were characterised by continuous growth in holiness and an intensification of his mystical union with God. [45:01]

  • Intense Pastoral Activity: Despite physical weakening, he maintained intense pastoral activity until the end, celebrating Mass, hearing confessions, and guiding pilgrims. [45:19]

  • Longing for Heaven: A longing for heaven became evident, though it did not diminish his apostolic zeal. [45:57]

  • Passing to Heaven: Padre Pio passed away in the early hours of 23rd September 1968, after celebrating morning Mass and spending hours in confession. [46:44]

  • Serenity in Death: He faced death with serenity, reciting the names of Jesus and Mary, with his face transfigured at the moment of passing. [47:18]

  • Disappearance of Stigmata: A significant detail was the complete disappearance of the stigmata that had marked his body for 50 years. [48:18]

  • Worldwide Veneration: News of his death spread globally, leading to a spontaneous movement of popular veneration and immense funeral crowds. [48:26]

  • Incorruptibility: His body remained extraordinarily incorruptible, a further sign of divine favour. [49:03]

Chapter 12: A Prayer to St. Padre Pio

    • Intercessory Prayer: The video concludes with a prayer to St. Padre Pio, asking for his intercession for grace, growth in love for Christ, and help in living a holy life. [49:22]

    • Guidance on Prayer and Sacraments: It asks for guidance in prayer, Eucharistic adoration, bearing crosses, frequent and sincere confession, and devotion to the Blessed Virgin Mary and the Rosary. [50:00]

    • Protection for the Sick and a Holy Death: The prayer concludes by seeking his intercession for the sick, the dying, and for the grace of a holy death. [51:54]

September

s

  • A HISTÓRIA DE SÃO PIO DE PIETRELCINA

Momentos chaves de história de São Pio

  • Lugar de Grandes Milagres e a Construção da Igreja [00:00]: O vídeo começa no local onde São Pio realizou grandes milagres e onde a igreja foi construída, um lugar onde ele celebrou missas por 10 anos, mesmo sob condições de neve.
  • São Pio e os Estigmas de Cristo [00:45]: A narrativa descreve São Pio como um homem que celebrava missa com uma luva em uma mão e os estigmas de Cristo na outra, mostrando uma luva que foi trazida ao local, confirmando a devoção de São Pio.

  • Nascimento e Votos Franciscanos [01:56]: Francisco, nome de batismo de São Pio, nasceu em 25 de maio de 1887 em Pietrelcina. Ele recebeu o nome Pio ao fazer os votos nos franciscanos, um costume que simboliza a morte do “homem velho” e o nascimento de um “homem novo”.

  • Ordenação e Retorno à Família por Doença [02:43]: São Pio foi ordenado em 1910, mas adoeceu e retornou a Pietrelcina, ficando com sua família até 1916.

  • A “Terra Prometida” e a Doença [03:06]: Em 1916, devido à doença, ele foi para San Giovanni Rotondo, um lugar com ar mais puro que amenizava seus problemas pulmonares. Sua doença o impediu de ser transferido, o que o vídeo interpreta como a “mão de Deus”.

  • Fundação do Hospital e Inveja da Igreja [04:07]: Em 1956, São Pio fundou um hospital, o que gerou inveja dentro da igreja, pois eles acreditavam que ele tinha muito dinheiro em um período de crise em Roma.

  • Perseguições e Devoção à Oração [05:05]: As perseguições começaram. Apesar disso, ele rezava missas, atendia confissões por 18 horas e rezava em média 30 terços por dia. Ele dizia que “nos livros procuramos Deus, na oração nós encontramos Deus” [05:46].

  • As Cinco Chagas de Cristo [06:20]: Foi no coro do convento, enquanto rezava, que ele recebeu as cinco chagas de Cristo, que permaneceram com ele por 50 anos e que o Vaticano o instruiu a cobrir.

  • Obediência e Humildade Diante das Restrições [06:55]: São Pio obedeceu às ordens para não mostrar as mãos e depois para diminuir o tempo da missa [07:13]. Ele também obedeceu quando foi proibido de celebrar missa em público [07:25] e de atender confissões [07:41], demonstrando humildade e obediência.

  • Apóstolo das Santas Chagas e Intercessor [08:24]: O vídeo o descreve como o “Apóstolo da confissão” e, principalmente, como o “Apóstolo das santas Chagas de Jesus”, intercessor da obra evangelizar e um homem de Maria e da Eucaristia.

  • Morte e Corpo Incorrupto [09:06]: São Pio morreu aos 81 anos. Seu corpo foi colocado em uma cripta, e ao ser exumado, estava intacto e está exposto.

Profecia sobre João Paulo II [09:32]: O vídeo relata que São Pio previu a ascensão de um “Polaco” (um homem polonês, no caso, João Paulo II) que falaria com ele, e que este mesmo “Polaco” o faria Beato em 1999 e Santo em 2002.

09 25 Quinta Lc 9, 7-9 «A João mandei-o eu decapitar. Mas quem é este homem, de quem oiço tais coisas?.

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu dizer tudo o que Jesus fazia e andava perplexo, porque alguns diziam: «É João Batistaque ressuscitou dos mortos». Outros diziam: «E Elias que reapareceu». E outros diziam ainda: «É um dos antigos profetas que ressuscitou». Mas Herodes disse: «A João mandei-o eu decapitar. Mas quem é este homem, de quem oiço dizer tais coisas?». E procurava ver Jesus.

Palavra da salvação..

REFLEXÃO …..

Leitura (Lectio)

A passagem do Evangelho de Lucas (9, 7-9) nos apresenta o tetrarca Herodes, uma figura de poder e autoridade, mas que se encontra profundamente perplexo. Ele ouve falar de Jesus, de Seus feitos e de Seu ensinamento, e a sua mente, limitada pela sua própria experiência e culpa, tenta enquadrar este novo fenómeno em algo que já conhece. As pessoas ao seu redor sugerem diversas identidades: João Batista que ressuscitou, Elias, ou um dos antigos profetas…A sua “A João mandei-o eu decapitar. Mas quem é este homem, de quem oiço dizer tais coisas?”, revela não apenas curiosidade, mas uma profunda perturbação. Há uma sombra do passado que o assombra: a morte de João Batista, um ato de violência do qual ele é o responsável. A sua própria consciência o atormenta. Ele procura ver Jesus, mas essa busca não parece ser movida pela fé, mas sim por uma necessidade de desvendar um mistério que abala o seu mundo e a sua autoridade. A sua visão é puramente humana e não consegue entender a divindade de Jesus..

Meditação (Meditatio)

Esta passagem nos convida a meditar sobre a nossa própria visão de Jesus. Assim como Herodes, somos muitas vezes tentados a encaixar Cristo nas nossas próprias categorias e experiências. Tentamos limitar a Sua identidade àquilo que já conhecemos, seja como um grande mestre, um líder social ou um profeta. A meditação nos desafia a ir além dessa visão puramente humana..

A perplexidade de Herodes ecoa a nossa própria dificuldade em aceitar a grandiosidade e a singularidade de Jesus. A Sua identidade não se encaixa nas nossas expectativas. Ele é mais do que um profeta, mais do que um rei. Ele é o Filho de Deus, o Salvador. A sua vida, morte e ressurreição são um mistério que só pode ser compreendido pela luz da fé. O medo e a culpa de Herodes servem como um lembrete de como o nosso passado e as nossas ações podem obscurecer a nossa capacidade de ver a verdade. O pecado e a escuridão interior nos impedem de reconhecer a luz de Cristo..

Oração (Oratio)

Senhor, a tua Palavra nos confronta com a perplexidade de Herodes. Olhamos para a nossa própria vida e reconhecemos a nossa incapacidade de Te compreender plenamente com a nossa mente limitada. Tantas vezes tentamos Te encaixar nos nossos padrões e nas nossas expectativas. Perdoa-nos, Senhor, por vezes nos contentarmos com uma imagem superficial de Ti..

Pedimos-Te, Pai, que a tua graça ilumine o nosso coração e a nossa mente. Que nos liberte dos fardos do nosso passado e das sombras das nossas culpas, para que possamos ver-Te com clareza. Dissipa a nossa perplexidade e abre os nossos olhos para a Tua verdadeira identidade: Tu és o Filho de Deus, o Salvador do mundo. Concede-nos a graça de não apenas procurar-Te, como Herodes, mas de encontrar-Te e de abraçar-Te com fé. Que a nossa busca seja uma busca de amor e não de simples curiosidade, para que a nossa vida possa ser transformada pelo Teu amor e pela Tua luz. Amen..

Contemplação (Contemplatio)

Agora, silencia-te por um momento. Fecha os olhos e coloca-te na cena. Herodes, com o seu poder e a sua corte, está inquieto e perturbado. Ouve os rumores sobre Jesus. Sente a sua perplexidade e a sua curiosidade, mas também a sua incapacidade de ir além do seu próprio mundo. E agora, tu, no teu coração, pergunta-te: “Quem é Jesus para mim?”. Não com a mente, mas com a alma. Deixa que a resposta venha no silêncio e na paz. Contempla a luz de Jesus que dissipa a escuridão da tua própria vida..

Mensagem e Imagem

Mensagem apelativa: Não te contentes com uma imagem superficial de Jesus. A tua mente pode estar cheia de curiosidade, como a de Herodes, mas o teu coração anseia por algo mais. Permite que a luz da fé ilumine a tua alma, e reconhece-O não apenas como um homem notável, mas como o próprio Filho de Deus, Aquele que te pode libertar da tua perplexidade e do teu passado..

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