Author Archives: Nuno Alves

04 24  Jo 20, 19-31 domingo II

«Oito dias depois, veio Jesus…»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

Palavra da salvação.

Reflexão

   O Evangelista S. João apresenta-nos inicialmente uma comunidade de gente receosa e de portas fechadas, para depois descrever a alegria do encontro festivo com o Ressuscitado. O medo, e a insegurança deram lugar à alegria e felicidade.

     ”Mostrando as mãos e lado trespassado,(versículo 20a), Jesus revela a sua “identidade, sopra sobre eles o seu Espírito tornando-os homens novos a viverem uma vida nova que os leva a serem testemunhas credíveis da nova Lei do Amor.

    A segunda parte (dos versículos 24 a 31) constitui uma catequese sobre a experiência da fé em Jesus vivo e ressuscitado no meio da comunidade dos que acreditam, o lugar onde se manifesta e irradia o amor de Jesus.

    Tomé representa aqueles que vivem fechados em si próprios (está fora/ausente) e que não faz caso do testemunho nem da comunidade nem percebe os sinais de vida nova que nela se manifestam. Em lugar de se integrar e participar da mesma experiência, pretende obter uma demonstração particular de Deus.

    No entanto, Tomé faz a experiência de Cristo vivo no interior da comunidade pois no “dia do Senhor”, volta a estar com a sua comunidade.

    Com a Ressurreição, começou um novo modo de existência para Jesus Cristo. A nossa FÉ torna possível vê-lo como ressuscitado nos sacramentos e na vida da Sua Igreja. Aqueles, porém, que creem no Filho de Deus, sem O ver, sem O tocar, sem discutir, serão tão felizes como aqueles que foram testemunhas oculares da Sua glória de Ressuscitado.

Oração

   Nós te damos graças, Senhor, porque enviaste-nos o vosso Filho para iluminar a humanidade com o projeto do mundo novo do amor.

  Queremos viver unidos como irmãos de Jesus numa comunidade de Fé à escuta da Palavra, comunidade de amor e de Vida, comunidade eucarística e de oração, comunidade missionária de portas abertas ao mundo.

23 de abril     Sábado

04 23  Mc 16, 9-15  Sábado depois da Páscoa «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho»

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

    Jesus ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu em primeiro lugar a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. Ela foi anunciar aos que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e pranto. Eles, porém, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram. Depois disto, manifestou-Se com aspeto diferente a dois deles que iam a caminho do campo. E eles correram a anunciar aos outros, mas também não lhes deram crédito. Mais tarde apareceu aos Onze, quando eles estavam sentados à mesa, e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de coração, porque não acreditaram naqueles que O tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura».
Palavra da salvação.

 

Reflexão

 

Jesus ressuscitado apareceu a Madalena, a pecadora e fez dela a primeira anunciadora da notícia da Ressurreição; apareceu aos discípulos de Emaús e finalmente apareceu aos onze discípulos enviando-os a levar o evangelho a todas as criaturas «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura».!

          Como a Igreja nos ensina, a evangelização é tarefa de todos os fiéis, que são chamados, pelo batismo, a ser discípulos missionários de Jesus Cristo. A missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã, não se limitando a um programa ou projeto. É o compartilhar da experiência e do acontecimento do encontro pessoal com Jesus Cristo, por Ele se apaixonando, em corajoso e alegre testemunho a todas as pessoas, tornando visível o Amor misericordioso do Pai, especialmente com os pobres e pecadores.

     A alegria de sua ressurreição é, para nós, uma tarefa indispensável. O mandato de Jesus aos discípulos deve também ressoar nos nossos ouvidos, nós também somos seus discípulos. É preciso ir aonde   há tristezas, onde a alegria do ressuscitado não se fez ser sentida, nem os cantos de glória, puderam ser ouvidos. É preciso ir aonde há dor, aonde a única esperança é o aproximar-se do fim dos dias, é a morte. É preciso fazer-se ouvir. É preciso anunciar a todos esses, que a morte foi destruída e a vida saiu vitoriosa. O autor da vida, ferido na cruz, deu-nos vida, por sua morte.

 

Peçamos a coragem de anunciar o seu Evangelho, o que consiste fundamentalmente em anunciar o seu mistério pascal.

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Oração

 

Deus nosso Pai, queremos ser testemunhas do evangelho e demonstrar com a nossa vida que o amor é possível, Vence com a vossa graça os nossos medos e cobardias. Faz que reconheçamos Jesus, e ficaremos assombrados por aquilo que o seu Espírito pode realizar por nós.

 

 

 

 

04 22  Jo 21, 1-14 6ª feira de Páscoa

«Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho,
fazendo o mesmo com o peixe»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus manifestou-Se novamente aos discípulos junto ao Mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galileia. Também estavam presentes os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes então Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. Então o discípulo predilecto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam distantes apenas uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Logo que saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes. E, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar: «Quem és Tu?»: bem sabiam que era o Senhor. Então Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus Se manifestou aos discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Palavra da salvação.

Reflexão

 

  1. João através de linguagem simbólica apresenta-nos uma parábola sobre a missão da nova comunidade: libertar todos os homens (“os peixes”) que vivem mergulhados no mar do sofrimento. Esta libertação só é possível com a presença de Cristo. A pesca feita durante a noite significa a ausência de Jesus . O resultado da acção dos discípulos (de noite, sem Jesus) é um fracasso rotundo (“sem Mim, nada podeis fazer” – Jo 15,5).A chegada da manhã (da luz) coincide com a presença de Jesus (Ele é a luz do mundo) Jesus dá-lhes indicações, eles obedecem com docilidade e as redes enchem-se de peixes. A pesca abundante, como outros factos semelhantes do Evangelho, evoca a abundância de vida de que o mistério da Páscoa de Jesus é fonte e origem.

 

        O êxito da missão não se deve ao esforço humano, mas sim à presença viva e à Palavra do Senhor ressuscitado. Os pães com que Jesus acolhe os discípulos em terra são um sinal do amor, e de Jesus pela sua comunidade em missão no mundo

        Esta leitura convida-nos a constatar a centralidade de Cristo, vivo e ressuscitado, na missão que nos foi confiada. O êxito da missão cristã não depende do esforço humano, mas da presença viva do Senhor Jesus. Quando o cansaço, o sofrimento, o desânimo tomarem posse de nós, Ele lá estará, dando-nos o alimento que nos fortalece.

         É necessário ter consciência da sua constante presença, amorosa e vivificadora ao nosso lado e celebrá-la na Eucaristia e transformada na proclamação da Boa Nova acolhida que dá sentido e esperança para os irmãos.

Abramo-nos a Deus , encontremo-nos com Ele na Palavra que Ele nos dá no seu Evangelho

 

Oração

 

Vem, Divino Espírito, enchei-nos com a vossa Sabedoria. Vem divino Espírito Santo, enchei-nos com a vossa vida para que possamos permanecer firmes na Fé e sermos testemunhas credíveis do vosso amor. Cantemos todos Senhor vela por mim…

 

 

04 21 Lc 24, 35-48 Quinta Feira da Páscoa

 

«Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia»

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas 

 

Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão. Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes Jesus: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?» Deram-Lhe uma posta de peixe assado, que Ele tomou e começou a comer diante deles. Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’». Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de todas estas coisas». 

 

Palavra da salvação. 

 

 

Reflexão 

             Após se ter revelado a Maria Madalena e aos dois discípulos, Jesus aparece ao grupo para lhes tirar as dúvidas e os fortalece na Fé perante as iminentes perseguições, o cansaço dos membros já quase esquecidos da mensagem vitoriosa da Páscoa. “…Jesus apareceu no meio deles e disse-lhes : “A paz esteja convosco!” 

 

            Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. Parece ser lógico o medo. Tinham-no visto sofrer, morrer e ser sepultado somente umas horas antes, se bem que as suficientes para o desmoronar de toda a ilusão e esperança messiânicas perante fracasso tão evidente. Portanto, deve tratar-se de um fantasma, pensam eles, de uma alucinação coletiva,  

               Prova-lhes a Sua autêntica Ressurreição mostra-lhes as mãos, o peito e os pés rasgados querendo significar que era ele mesmo que tinham conhecido Estas palavras significam que Jesus está vivo, que a morte não o venceu. 

              Diante do escândalo da cruz era necessário que Ele provasse ser tudo conforme às Escrituras. Os caminhos de Deus consistem, como afirmava Paulo, em mostrar sua sabedoria e fortaleza no que é loucura e fraqueza para os homens (1 Cor 1, 25). 

 

O núcleo central do anúncio apostólico é a pessoa histórica de Jesus, o Messias; A sua morte e ressurreição; o testemunho apostólico da ressurreição deu-nos   a Paz através do suplício da Cruz A  paz que Ele nos trouxe foi conquistada justamente na Cruz. O Seu sofrimento e a Sua entrega foram por Amor, por Paixão.  

E em todo o mundo após a Consagração, na celebração Eucaristica, dizemos: Anunciamos Senhor a vossa Ressurreição, vinde Senhor.

 

ORAÇÃO 

Deus Pai, dai-nos o vosso Espírito que nos faça testemunhas corajosas da vossa salvação e do vosso amor de Pai diante dos homens, para que, familiarmente, construamos a vossa Igreja como lar de futuro e de esperança para o mundo. Amen. 

 

04 20 Lc 24, 13-35   Quarta Feira da oitava da Páscoa

EVANGELHO Lc 24, 13-35

Quarta  «Reconheceram-n’O ao partir o pão»  
 .  
 
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas  
Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?» Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias». E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de seguir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconhe¬¬ceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.  
Palavra da salvação. 

 

Reflexão 

 

           Neste relato aparecem dois discípulos que no caminho de Jerusalém para Emaús descobrem lenta e progressivamente Jesus Ressuscitado que se revela através da Escritura, da Eucaristia e da Comunidade

            A leitura cristológica da Escritura foi o caminho iniciado por Jesus para os fazer crescer na Fé “E começando por Moisés e seguindo pelos profetas, explicou-lhes o que se referia a Ele em toda a Escritura” 

               Sentindo o coração a arder de alegria interior convidam o estranho a pernoitar com eles em Emaús. Aí Jesus dá-se a conhecer na fração do pão. E, sentado à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e deu-lho. Abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-no. Mas ele desapareceu”.

               “Levantaram-se naquele momento e voltaram a Jerusalém, onde encontraram reunidos os onze e seus companheiros”.  Mas tinham aprendido uma lição fundamental, extensiva a todos os cristãos: Cristo ressuscitado continua presente entre eles, no meio da comunidade, de uma maneira nova e certa, pela fé que nasce da sua palavra e do seu pão.

                    Reunidos à comunidade de Jerusalém celebram a alegria da descoberta partilhando a sua experiência pessoal do Senhor ressuscitado. O seu testemunho de fé faz eco na comunidade, que repete em coro: “É verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão. E eles contaram o que se tinha passado no caminho e como o tinham reconhecido no partir do pão”. 

                   Esta encantadora narração reproduz a estrutura da celebração da Eucaristia: Jesus no meio dos seus; a palavra das Escrituras; Moisés (a Lei) e os Profetas ; a explicação (homilia) que desvenda o sentido das mesmas Escrituras; por fim, a “Fracção do pão”, a celebração da Eucaristia… 

 

Oração  

 

Senhor, abri os olhos do espírito para que vos possamos procurar e reconhecer como Deus da nossa Vida. Obrigado, Senhor, porque nos permitis reconhecer-vos na vossa palavra, na Eucaristia e nos irmãos. 

 

04 19  Jo 20, 11-18 Terça Feira  da semana santa  «Vi o Senhor e disse-me…»

04 19  Jo 20, 11-18 Terça Feira  da semana santa  «Vi o Senhor e disse-me…»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Maria Madalena estava a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus. Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?» Ela respondeu- lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram». Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?» Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar». Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.

Palavra da salvação.

Reflexão  

     “ Porque choras”? “Quem procuras?” Perguntam os anjos a Maria Madalena. Ao escutar o seu nome “Maria” encontra o Senhor, reconhece-o e adora.-o . O seu coração enche-se de alegria e corre a anunciar a divina noticia E para sempre, pela sua boca, continuará a ouvir-se a grande Boa Nova: “Vi o Senhor ressuscitado”. Assim o proclama aqui hoje a  assembleia dos seus discípulos.

        Jesus pergunta-nos também hoje: Quem procuras? . Nem sempre sabemos o que procuramos mas Ele sabe. Sabe que tenho sede de realização, de liberdade, de felicidade sede de Deus. É a Ele que procuro Tal encontro acontece quando tomo consciência da minha identidade e do que sou para Ele. . O encontro é necessário e acontece quando eu entro em mim e tomo total consciência do que sou e, sobretudo, do que sou para ele. Nesse momento deixo de derramar lágrimas , a minha vida torna-se divina e passo a ser boa notícia, para todos sinto-me -participante de uma grande missão : testemunhar o Amor dEle aos meus irmãos

    “Mestre” é a ti que eu procuro no labirinto da minha vida . Sem saber onde procurar e como procurar, surges como uma luz que tudo transforma Quando oiço o meu nome pronunciado pela tua voz divina, sei que tudo valeu a pena e nada foi em vão porque para te encontrar os esforços nunca são demais. Sem Ti não sou nada, guarda-me Senhor

    Hoje vou sentir a presença do Senhor e alegrar-me porque pertenço a Ele, faço parte da sua Igreja

Oração

Senhor Jesus, dai-nos a graça de podermos exclamar como Maria Madalena: «Vi o Senhor!» e podermos ser missionários da Boa Novas. Faz-nos compreender, cada vez mais, a absoluta necessidade de Vós , para mos testemunhas credíveis do teu Amor.

 

 

04 18 Mt 28, 8-15 Segunda Feira

EVANGELHO Mt 28, 8-15
«Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia»

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 28, 8-15

Naquele tempo, 8Elas afastaram-se prontamente do túmulo com certo receio, mas ao mesmo tempo com alegria, e correram a dar a boa nova aos discípulos. 9Nesse momento, Jesus apresentou-se diante delas e disse-lhes: Salve! Aproximaram-se elas e, prostradas diante dele, beijaram-lhe os pés. 10Disse-lhes Jesus: Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que eles me verão. 11Enquanto elas voltavam, alguns homens da guarda já estavam na cidade para anunciar o acontecimento aos príncipes dos sacerdotes. 12Reuniram-se estes em conselho com os anciãos. Deram aos soldados uma importante soma de dinheiro, ordenando-lhes: 13Vós direis que seus discípulos vieram retirá-lo à noite, enquanto dormíeis. 14Se o governador vier a sabê-lo, nós o acalmaremos e vos tiraremos de dificuldades. 15Os soldados receberam o dinheiro e seguiram suas instruções. E esta versão é ainda hoje espalhada entre os judeus.

 

REFLEXÃO

 

Na atmosfera da alegria pascal, a liturgia conduz-nos ao sepulcro onde, como nos conta São Mateus, Maria de Magdala e a outra Maria, conduzidas pelo amor que tinham por Jesus, tinham ido visitar o seu túmulo

As mulheres ouviram o anúncio do anjo: “Jesus, o crucificado, não está aqui: ressuscitou…. Não tenhais medo: ide comunicar aos meus irmãos que vão para a Galileia; ali me verão”.

 

A ordem de Jesus para que vão anunciar o encontro d’Ele com os discípulos, a que Ele chama «meus irmãos», faz sobressair a nova relação entre Deus e os homens inaugurada pela ressurreição.

 

A segunda parte deste Evangelho   explica ironicamente como os chefes religiosos do povo ficam constrangidos perante a notícia do túmulo vazio e o modo como tentam desmentir o acontecimento da ressurreição.

 

O “sinal” mais evidente de que o Senhor ressuscitou não é o desaparecimento do corpo mas a alegria que invade os discípulos, antes tristes e temerosos com tudo o acontecido …depois vivem a noticia no seu intimo, entram em comunhão de vida com Deus, e vivendo uma nova fraternidade na Igreja dão ao mundo um novo testemunho de Cristo vivo a dar-nos vida.

A ressurreição de Cristo constitui o ponto mais alto e a explicação de toda a história humana e da vida e morte do homem. No coração da fé e do testemunho cristão está o anúncio da ressurreição de Jesus: «Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e também é vazia a fé que tendes.» (ICOR 15,14)

 

 

ORAÇÃO

 

         Senhor nosso Deus que, pelo Batismo, aumentais continuamente a vossa Igreja com novos filhos, concedei-lhes a graça de serem fiéis na vida ao sacramento que pela fé receberam.