10 19 Domingo  Lc 18, 1-8 «Deus fará justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam»

10 19 Domingo  Lc 18, 1-8 «Deus fará justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam»

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!… E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?».

Palavra da salvação.

Reflexão 

.– A necessidade de pedir (Lc 18, 1-8)

A parábola da viúva insistente é uma das mais belas lições de perseverança na oração. Jesus conta-a para nos ensinar “a necessidade de orar sempre, sem desanimar”. A imagem é simples: uma viúva, frágil e sem poder, enfrenta um juiz corrupto e insensível. Não tem recursos, mas tem uma força interior — a insistência. Essa força nasce da necessidade. O seu pedido repete-se até se tornar impossível ignorá-lo.

Jesus quer que reconheçamos nesta viúva o retrato do crente: fraco aos olhos do mundo, mas poderoso quando confia em Deus. A oração constante não é um acto de teimosia humana, mas um exercício de fé. Quem reza perseverantemente reconhece que precisa de Deus e espera d’Ele o que o mundo não pode dar. O contrário da oração é a autossuficiência, a ilusão de bastar-se a si mesmo.

O juiz iníquo acaba por ceder, não por compaixão, mas por cansaço. E Jesus pergunta: se até um juiz injusto acaba por atender a um pedido insistente, quanto mais Deus, que é justo e misericordioso, escutará os seus filhos! A demora de Deus não é indiferença, é pedagogia: ensina-nos a confiar, amadurecer e purificar o desejo.

No fim, Jesus lança uma pergunta que nos toca profundamente: “Quando voltar o Filho do Homem, encontrará fé sobre a terra?” A fé e a oração estão intimamente ligadas — quem deixa de rezar, enfraquece na fé; quem persevera na oração, mantém viva a chama da confiança.

Orar sempre é permanecer diante de Deus com o coração aberto, mesmo quando parece que Ele se cala. A fé autêntica não desiste. A necessidade de pedir não é sinal de fraqueza, mas de amor — é reconhecer que só Deus pode dar sentido e justiça à nossa vida.


 

Oração

Senhor, ensina-me a rezar com confiança e perseverança.
Dá-me a humildade de reconhecer que preciso de Ti em tudo.
Fortalece a minha fé quando o silêncio parece longo
e faz-me esperar com esperança, certo de que a tua justiça não falha.
Amém.

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