Hoje celebramos a festa de Cristo Rei, o soberano do universo. Diferente dos reis terrenos, Jesus governa com amor, justiça e misericórdia. L1 (Dn 7, 13-14): Filho do Homem.Sl 92 (93), 1ab. 1c-2. 5: Deus reina glorioso.L2 (Ap 1, 5-8): Príncipe dos reis.Ev (Jo 18, 33b-37): Reino da Verdade
As leituras iluminam a realeza de Cristo: o profeta Daniel revela o Filho do Homem recebendo um reino eterno;
o Salmo exalta a majestade de Deus, cuja soberania é imutável;
o Apocalipse apresenta Jesus como o Alfa e Ômega, que reina sobre a história;
e o Evangelho nos mostra que Seu Reino é de verdade e liberdade. Que nossos corações se abram à Sua presença, reconhecendo-O como Rei e pedindo perdão com humildade ao iniciarmos esta celebração.
PARTILHA
A Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, encerra o ano litúrgico com um convite a reconhecermos Cristo como o centro e o destino de nossas vidas. Este é um dia para meditar sobre a Sua realeza única, marcada pela entrega e pelo amor.
Cristo, o Rei anunciado nas Escrituras
A primeira leitura, do profeta Daniel (Dn 7, 13-14), apresenta a visão de “alguém semelhante a um filho de homem”, vindo sobre as nuvens e recebendo de Deus poder, glória e reino eterno. Este Filho do Homem é Jesus Cristo, que veio estabelecer um Reino que não passará. Esta imagem nos convida a reconhecer que Cristo não é apenas um rei distante, mas aquele que se aproxima da humanidade, compartilhando de nossa condição para nos conduzir à plenitude.
O Salmo 92 (93)
O Salmo 92 (93) complementa essa visão ao proclamar: “O Senhor é Rei, está revestido de majestade”. Sua realeza é eterna e imutável, firmada na santidade. Celebrar Cristo Rei é reafirmar a estabilidade de Seu Reino, que traz paz e justiça em meio à instabilidade do mundo.
Segunda Leitura
Na segunda leitura, de Apocalipse 1, 5-8, Cristo é exaltado como “a Testemunha fiel, o Primogênito dentre os mortos, o Soberano dos reis da terra”. Ele nos ama, libertou-nos pelo Seu sangue e fez de nós sacerdotes para o Seu Deus. Sua realeza não oprime; pelo contrário, redime e dá sentido à nossa vida. O trecho também aponta para a Sua vinda gloriosa: “Ele vem com as nuvens, e todos os olhos o verão”. É um chamado à vigilância e à esperança, pois o Reino de Cristo se manifesta plenamente na eternidade.
Evangelho de João (Jo 18, 33b-37 Por fim, no Evangelho de João (Jo 18, 33b-37), Jesus é interrogado por Pilatos sobre Sua condição de Rei. Sua resposta redefine a ideia de realeza: “O meu Reino não é deste mundo”. O Reino de Cristo não se baseia em poder humano, mas na verdade e na liberdade. Ele veio para dar testemunho da verdade, e todos os que são da verdade ouvem a Sua voz.
A Realeza de Cristo em Nossas Vidas Celebrar Cristo como Rei significa mais do que um ato litúrgico; é reconhecer Sua soberania em todos os aspectos de nossa vida. Ele é o Rei que guia, protege e transforma. Mas como podemos viver sob este reinado?
Submissão ao Rei do Amor
Cristo governa com amor, e Seu Reino é um convite à transformação do coração. Submeter-se a Ele implica renunciar ao pecado e permitir que Sua misericórdia nos renove. O ato penitencial no início da celebração nos ajuda a abrir o coração para esta renovação.
Construção do Reino de Justiça
O Reino de Cristo não é apenas para o futuro; ele começa aqui e agora, em cada gesto de amor, justiça e serviço. Somos chamados a ser embaixadores deste Reino, vivendo os valores do Evangelho em nossas famílias, comunidades e na sociedade.
Esperança no Reino Eterno
As leituras apontam para a glória final de Cristo e a plenitude de Seu Reino. Esta esperança nos sustenta diante das adversidades, recordando-nos que estamos a caminho da eternidade, onde Ele reinará plenamente.
Cristo Rei: Modelo de Serviço e Entrega
Ao contrário dos reis terrenos, que muitas vezes buscam poder e riqueza, Cristo nos dá o exemplo de um Rei servidor. Ele lava os pés dos discípulos, oferece a própria vida na cruz e nos ensina que “quem quiser ser o maior, seja o servo de todos” (Mc 10, 44). Sua coroa não é de ouro, mas de espinhos, e Seu trono é a cruz.
Conclusão
A festa de Cristo Rei nos convida a contemplar o mistério de Sua realeza e a renovar nosso compromisso de viver sob Seu senhorio. Que esta celebração inspire cada um de nós a reconhecer Cristo como Rei de nossas vidas, permitindo que Ele guie nossos pensamentos, palavras e ações.
Ao final da liturgia, que possamos sair fortalecidos, levando ao mundo o testemunho de que Cristo é o Rei dos Reis, o Senhor do Universo e o centro de nossa existência. Assim, caminharemos firmes em direção ao Seu Reino eterno, onde reinaremos com Ele na glória de Deus Pai. Amém.
AS LEITURAS
LEITURA I Dan 7, 13-14 «O seu poder é eterno»
O “Filho de homem” de que fala o profeta é a maneira de falar que Jesus depois adoptou, aplicando-a a Si mesmo. Este “Filho de homem” que recebe de Deus um reino eterno é Jesus, que, pela oblação de Si mesmo ao Pai na Cruz, mereceu a glória da ressurreição, e assim Se tornou o “Primogénito de entre os mortos”, Cabeça de toda a humanidade por Ele remida, Senhor de todo o Universo, sentado à direita do Pai.
Leitura da Profecia de Daniel Contemplava eu as visões da noite, quando, sobre as nuvens do céu, veio alguém semelhante a um filho do homem. Dirigiu-Se para o Ancião venerável e conduziram-no à sua presença. Foi-lhe entregue o poder, a honra e a realeza, e todos os povos, nações e línguas O serviram. O seu poder é eterno, não passará jamais, e o seu reino não será destruído. Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 92 (93), 1ab.1c-2.5 (R. 1a) Refrão: O Senhor é rei num trono de luz. Repete-se
O Senhor é rei, revestiu-Se de majestade, revestiu-Se e cingiu-Se de poder. Refrão
Firmou o universo, que não vacilará. É firme o vosso trono desde sempre, Vós existis desde toda a eternidade. Refrão
Os vossos testemunhos são dignos de toda a fé, a santidade habita na vossa casa por todo o sempre. Refrão
LEITURA II Ap 1, 5-8 «O Príncipe dos reis da terra fez de nós um reino de sacerdotes para Deus»
O Apocalipse de S. João, escrito em tempo de perseguição, proclama, para além da opressão e da morte infligida à Igreja, o triunfo pascal de Jesus, o Crucificado, mas agora Ressuscitado. Ele é Rei e Sacerdote diante de Deus. E os membros do seu povo, que é o seu Corpo místico, são, com Ele e n’Ele, reis e sacerdotes; são um povo real e sacerdotal; assim os fez o Batismo.
Leitura do Apocalipse Jesus Cristo é a Testemunha fiel, o Primogénito dos mortos, o Príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama e pelo seu sangue nos libertou do pecado e fez de nós um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, a Ele a glória e o poder pelos séculos dos séculos. Amen. Ei-l’O que vem entre as nuvens, e todos os olhos O verão, mesmo aqueles que O trespassaram; e por sua causa hão de lamentar-se todas as tribos da terra. Sim. Amen. «Eu sou o Alfa e o Ómega», diz o Senhor Deus, «Aquele que é, que era e que há de vir, o Senhor do Universo». Palavra do Senhor.
ALELUIA Mc 11, 9.10 Refrão: Aleluia. Repete-se Bendito o que vem em nome do Senhor, bendito o reino do nosso pai David. Refrão
EVANGELHO Jo 18, 33b-37 «É como dizes: sou Rei»
No tribunal judaico do Sinédrio, Jesus tinha aplicado a Si o título de “Filho do homem”, referido pelo profeta Daniel na primeira leitura. Agora, no tribunal romano diante de Pilatos, confirma o título de Rei, que os seus inimigos citam contra Ele como motivo de condenação. Mas, só os que são da verdade podem compreender o que diz a sua voz.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Naquele tempo, disse Pilatos a Jesus: «Tu és o Rei dos Judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura eu sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz». Palavra da salvação.
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