Daily Archives: June 9, 2022

06 19 Lc 9, 18-24 Domingo «És o Messias de Deus. O Filho do homem tem de sofrer muito»

06 19 Lc 9, 18-24 Domingo

EVANGELHO Lc 9, 18-24
«És o Messias de Deus.
O Filho do homem tem de sofrer muito»

S. Pedro, em nome de todos, reconhece e proclama a fé fundamental da Igreja: Jesus de Nazaré, o Filho do homem, é o Messias de Deus, o profeta anunciado desde os tempos antigos, o Ungido pelo Espírito Santo, o Enviado de Deus. É Ele que vem dar a vida pela salvação dos homens. Ele é, como na profecia da primeira leitura, Aquele que os homens trespassaram, mas cujo Coração aberto na Cruz é fonte de graça. Para ser seu discípulo, não há outro caminho senão o que Ele mesmo traçou.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?». Eles responderam: «Uns, dizem que és João Baptista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».
Palavra da salvação.

Liturgia – Ano C

Liturgia

06 18 Mt 6, 24-34 «Não vos inquieteis com o dia de amanhã»

EVANGELHO Mt 6, 24-34
«Não vos inquieteis com o dia de amanhã»

É-nos difícil estabelecer a articulação, calma e serena, entre a confiança em Deus e o trabalho humano. Somos facilmente levados a achar contradições onde haveríamos de encontrar antes continuidade e interpenetração. Deus está no trabalho do homem; o trabalho do homem também é acto de confiança em Deus. Tudo está no sentido que o coração lhe dá. Não vos inquieteis, pois; não percais a paz com a sofreguidão; não tenhais dois senhores; vivei em tudo para o único Senhor, “o Senhor”. Que princípio admirável para ajudar a solucionar tantos problemas humanos!

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há-de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura? E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’ Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».
Palavra da salvação.

06 17 Mt 6,19-23 Sexta Feira

06 17 Mt 6,19-23 Sexta Feira
18/06/2032

·
«Onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração» Mt 6, 19-23
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os destroem e os ladrões os assaltam e roubam. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não os destroem e os ladrões não os assaltam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração. A lâmpada do teu corpo são os olhos. Se o teu olhar for límpido, todo o teu corpo ficará iluminado. Mas se o teu olhar for mau, todo o teu corpo andará nas trevas. E se a luz que há em ti são trevas, como serão grandes essas trevas!».
Palavra da salvação.

Reflexão
O evangelho de hoje apresenta-nos um conjunto de sentenças de Jesus sobre a atitude do discípulo perante os bens e a riqueza, um comentário à bem-aventurança da pobreza.O nosso tesouro deve estar no céu. Lugar seguro longe dos ladrões “porque onde está o teu tesouro, aí está o teu coração”.
Os pobres em Cristo não amontoam nem escondem tesouros perecíveis, porque não cedem à ânsia de acumular bens perecíveis.
A segunda parte desta leitura fala da intenção na procura do verdadeiro tesouro. A pureza de intenções simbolizada na lâmpada do corpo leva o crente a submeter-se completamente à vontade de Deus fonte da verdadeira luz.
Os caminhos do Evangelho passam todos pelo coração do homem. A fé ensina a dar valor ao eterno e relativiza o passageiro. Os tesouros terrenos não devem dominar o coração humano O homem necessita de purificar o seu interior onde nasce a verdadeira luz para dar sentido a tudo o que o rodeia.
O homem actual, sabendo tanto e tendo tantas coisas, ainda não acordou para a verdadeira felicidade. Deve encontrar razões para viver e partilhar, pois a felicidade não pode estar fora de nós, nas coisas, mas há-de brotar de dentro.
Ao dizer-nos hoje: “Não amontoeis tesouros perecíveis”, Jesus convida-nos a viver em liberdade com o coração posto no tesouro secreto da verdadeira felicidade: amar a Deus sobre todas as coisas e os nossos irmãos como a nós mesmos.
Oração
Bendito sejas, Pai nosso, porque Jesus mostrou-nos o caminho da felicidade verdadeira.
Ajudai-nos, Senhor, a escolher ser pobres com Cristo, sem amontoar bens perecíveis.
Dá-nos olhar puro e rectidão de intenção para servir-te, vivendo na luz e no bem.

06 16 Lc 9, 11. 17-6. 16-18 -quinta Feira

06 16 Lc 9, 11. 17-6. 16-18 -quinta Feira

Missa
EVANGELHO Lc 9, 11b-17 «Comeram e ficaram saciados»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, estava Jesus a falar à multidão sobre o reino de Deus e a curar aqueles que necessitavam. O dia começava a declinar.

Então os Doze aproximaram-se e disseram-Lhe: «Manda embora a multidão para ir procurar pousada e alimento às aldeias e casais mais próximos, pois aqui estamos num local deserto». Disse-lhes Jesus: «Dai-lhes vós de comer». Mas eles responderam: «Não temos senão cinco pães e dois peixes… Só se formos nós mesmos comprar comida para todo este povo». Eram de facto uns cinco mil homens. Disse Jesus aos discípulos: «Mandai-os sentar por grupos de cinquenta». Assim fizeram e todos se sentaram. Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao Céu e pronunciou sobre eles a bênção. Depois partiu-os e deu-os aos discípulos, para eles os distribuírem pela multidão. Todos comeram e ficaram saciados; e ainda recolheram doze cestos dos pedaços que sobraram.
Palavra da salvação.

Corpo de Deus vem do latim Corpus Christi. É uma “festa de guarda”, com vários séculos, onde os católicos devem participar, indo à missa.
O Corpo de Deus é uma celebração católica que tem como fim celebrar o mistério da Eucaristia, o sacramento do corpo e do sangue de Jesus Cristo.
Em várias localidades do país realizam-se procissões e festas religiosas neste dia. As ruas são decoradas com flores e em algumas localidades são colocados tapetes florais no chão para a procissão passar.
O Dia do Corpo de Deus é um feriado nacional religioso que se celebra sempre a uma quinta-feira.
A data ocorre na segunda quinta-feira a seguir ao Domingo de Pentecostes e, portanto, celebra-se anualmente entre os 21 de maio e 24 de junho.
Enquanto o Pentecostes é celebrado 50 dias após a Páscoa, o Corpo de Deus é celebrado 60 dias depois.
Origem da celebração do Corpo de Deus
Desde o século XIII essa celebração acontece por ocasião das visões de uma freira belga. Na altura, Deus apareceu a ela e demonstrou seu desejo de comemorar a Eucaristia, o que inicialmente acontecia apenas na Bélgica.
Em 1264, o Milagre de Bolsena impulsionou a celebração do Corpo de Deus em todo o mundo.
Segundo se conta, um padre que não acreditava fielmente na transubstanciação – momento em que as partículas de farinha são transformadas no próprio corpo de Jesus – presenciou sangue a escorrer de uma hóstia, fato que comunicou ao Papa.
Origem da celebração do Corpo de Deus
Desde o século XIII essa celebração acontece por ocasião das visões de uma freira belga. Na altura, Deus apareceu a ela e demonstrou seu desejo de comemorar a Eucaristia, o que inicialmente acontecia apenas na Bélgica.
Em 1264, o Milagre de Bolsena impulsionou a celebração do Corpo de Deus em todo o mundo.
Segundo se conta, um padre que não acreditava fielmente na transubstanciação – momento em que as partículas de farinha são transformadas no próprio corpo de Jesus – presenciou sangue a escorrer de uma hóstia, fato que comunicou ao Papa.
Na sequência desse evento, a data foi instituída pelo Papa Urbano IV em 1264, sendo promulgada em 1317 no Concílio Geral de Viena.
Corpo de Cristo vem do latim Corpus Christi. Trata-se de uma “festa de guarda” com vários séculos, onde os católicos devem participar indo à missa.
O Corpo de Deus é uma celebração católica que tem como fim celebrar o mistério da Eucaristia, o sacramento em que os fiéis recebem o corpo e sangue de Jesus Cristo.
Tradição de Corpo de Deus em Portugal
Em várias localidades do país realizam-se procissões e festas religiosas neste dia. As ruas são decoradas com flores e em algumas localidades são colocados tapetes florais no chão para a procissão passar.
Neste dia é também comum a Igreja celebrar as primeiras comunhões e comunhões solenes de crianças e jovens.

REFLEXÃO

Acolhendo todos quantos a Ele acorrem, Jesus liberta os homens pela Sua palavra e alimenta-os, abundantemente, no deserto.
O milagre da multiplicação dos pães não é apenas um sinal do Seu amor. Ele tem uma relação tão estreita com a Eucaristia que é logo a seguir à sua descrição que João nos dá o discurso sobre o Pão da Vida (Jo. 6, 1-13).

O milagre da multiplicação dos pães é o anúncio e a preparação do Milagre Eucarístico, pelo qual o Senhor, através do sacerdócio ministerial, prefigurado no serviço dos discípulos encarregados de distribuir o pão, alimentará sobrenaturalmente, a humanidade.

O Evangelho Hoje proclamado e escutado (Lucas 9,11b-17) expõe diante de nós um dia da vida de Jesus. Reparemos que se situa imediatamente a seguir ao regresso dos Doze da sua primeira missão (Lucas 9,1-10a). Partem de junto de Jesus, por Ele enviados, e a Ele regressam. Prestemos agora atenção às notas fundamentais do seu diário deste dia: «Tendo acolhido as multidões, falava-lhes do Reino de Deus e sarava os que tinham necessidade de cura» (Lucas 9,11b). Por tópicos: Jesus acolhia toda a gente (1), explicava a todos o Reino de Deus (2), curava os necessitados (3).

Estes três pontos são todo o afazer de Jesus, todo o entretenimento de Jesus, que envolve as pessoas todas no manto da ternura de Deus. É de tal modo intenso e belo este afazer de Jesus, que nem Jesus nem as pessoas se apercebem de que o tempo passa e começa a cair a noite.

´´Apercebem-se os Doze, que intervêm e ditam a Jesus indicações, senão mesmo ordens, precisas: «Manda embora a multidão, para que as pessoas possam encontrar alojamento e comida nas aldeias e campos próximos» (Lucas 9,12).

A réplica de Jesus é estonteante: «Dai-lhes vós de comer!» (Lucas 9,13). Atordoados, respondem às apalpadelas. Primeiro esboço: «Só temos cinco pães e dois peixes», que é como quem diz, mal chegam para nós… Segundo esboço: «A menos que vamos nós mesmos comprar comida para eles…» (Lucas 9,14).
7. As indicações dos Doze nem sequer chegam a ser equacionadas por Jesus, o que significa que as considera completamente desajustadas. Jesus dá e faz ordens novas e surpreendentes, como faz sempre Deus (cf. Isaías 43,19): «Fazei-os reclinar à mesa (kataklínô) para comer» (Lucas 9,14).

Podemos imaginar o espanto que se terá apoderado daqueles Doze, que devem ter pensado mais ou menos isto: «mandá-los reclinar à mesa, neste lugar ermo, para comer! Mas para comer o quê?!».
8. Ação Eucarística de Jesus: «Tendo recebido os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos para o céu (gesto de oração), pronunciou a bênção, partiu-os e dava aos discípulos para servirem à multidão» (Lucas 9,16).

E diz-nos o narrador que todos comeram e foram saciados por Deus (verbo na passiva) (Lucas 9,17). É forçoso descobrir a interpretação que o narrador oferece deste extraordinário banquete servido «numa zona deserta» da Galileia. Salta à vista que os gestos que Jesus faz naquele entardecer são um claro decalque daqueles que fará um ou dois anos mais tarde no interior da sala do Cenáculo na última tarde da sua vida terrena.

Basta apenas acostar aqui o relato Eucarístico do Cenáculo: «Jesus recebeu o pão, deu graças, partiu-o e deu-o a eles» (Lucas 22,19a). O novo nesta Ceia do Cenáculo é o dizer de Jesus sobre o pão partido e a eles dado: «Isto é o meu corpo dado por vós. Fazei isto em memória de mim» (Lucas 22,19b). E sobre o vinho: «Este é o cálice da nova aliança no meu sangue, por vós derramado» (Lucas 22,20).
9. Prestemos atenção e reparemos bem que, aos olhos atónitos dos discípulos e dos nossos, Jesus não fez uma operação de multiplicação dos pães, mas de divisão e partilha dos pães! Só Jesus sabe de uma divisão fazer uma multiplicação! O milagre de Jesus, aquilo que suscita surpresa e maravilha, não consiste em aumentar a quantidade do pão e do peixe (que permanece a mesma), mas em abrir os olhos aos seus discípulos e a nós que, como cegos, só conhecemos e pensamos na lógica do vender e do comprar, e não chegamos a saborear a lógica da gratuidade, que é a do nosso Pai celeste que faz nascer o sol para os bons e para os maus, veste os lírios do campo, alimenta os passarinhos.

Entrar nesta lógica é acreditar na força do dom, e ir por este mundo consumista, partindo o pão e partilhando-o, com a clara consciência de que onde isto acontecer, não só se instaura o necessário para todos («todos comeram e foram saciados»), como se instaura também o «excesso», a superabundância da graça («os discípulos encheram doze cestos») (Lucas 9,17).
10. Jesus leva até ao fim a lógica nova do Evangelho, que é a medida sem medida do amor de Deus, que muda radicalmente a nossa maneira de pensar e de viver. Este é o lado subversivo do Evangelho. Não, Jesus não se contenta, nem quando nós nos propomos comprar pão para alimentar os outros. Para Jesus não é compreensível que uns tenham mais, outros menos e outros nada, e que esta situação se possa amenizar pontualmente. Dar tudo é a medida de Deus e a lógica do Evangelho. Por isso, Jesus diz: «Isto é o meu corpo dado por vós. Fazei isto em memória de mim» (Lucas 22,19b); «Este é o cálice da nova aliança no meu sangue, por vós derramado» (Lucas 22,20). Vida partida, repartida e dada por amor. Eis o inteiro programa de Jesus. Eis tudo o que devemos fazer, imitando-o.
11. E é isto que devemos aprender a fazer nesta Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, hoje particularmente unidos e reunidos à volta do Senhor Jesus Cristo. Sim, Hoje é Dia de a Igreja estar unida e reunida à volta do seu único Senhor, Jesus Cristo que por nós parte e reparte a sua vida.
Façamos uma pausa, um bocadinho de silêncio, para podermos saborear melhor esta maravilha: «Como é bom, como é belo, viverem unidos os irmãos» (Salmo 133,1)… Daqui a pouco, o Senhor da nossa vida presidirá e abençoará com a sua Presença, caminhando connosco, no meio de nós, as ruas da nossa cidade. O pálio (pallium) de Deus atravessará a nossa cidade. O pálio de Deus é o manto (pallium) de Deus, os braços carinhosos com que nos abraça e nos envolve, e nos pede para fazermos outro tanto, enchendo de graça e de esperança todos os nossos irmãos, sobretudo os mais sofridos e marginalizados.

Verdadeiramente, num mundo em crise como este em que vamos, parece que voltamos a viver, como dizia São Paulo aos Efésios, «sem esperança e sem Deus no mundo» (Efésios 2,12). Entenda-se: sem esperança, porque sem Deus no mundo, connosco, no meio de nós.
12. Jesus Cristo é Deus presente no nosso mundo e no nosso meio todos os dias. E o pálio é o manto, o abraço, com que nos acarinha e envolve. De pálio (pallium) vêm os cuidados paliativos, que não são apenas os cuidados médicos que são prestados aos nossos doentes terminais; são sobretudo a expressão de um amor maior, de um manto maior, que nos envolve e nos salva em todas as situações (Gianluigi Peruggia, L’abbraccio del mantello, Saronno, Monti, 2004).
Dá-nos, Senhor, um coração novo,
capaz de conjugar em cada dia
os verbos fundamentais da Eucaristia:
RECEBER, BENDIZER e AGRADECER,
PARTILHAR e DAR,
COMEMORAR, ANUNCIAR e ESPERAR.

Dá-nos, Senhor, um coração sensível e fraterno,
capaz de escutar
e de recomeçar.

Mantém-nos reunidos, Senhor,
à volta do pão e da palavra.
E ajuda-nos a discernir
os rumos a seguir
nos caminhos sinuosos deste tempo,
por Ti semeado e por Ti redimido.

Ensina-nos, Senhor,
a saber colher
o Teu amor
semeado e redentor,
única fonte de sentido
que temos para oferecer
a este mundo
de que és o único Salvador.

OLENIDADE DO CORPO DE DEUS, 20-06-19 (HOMÍLIA)
Celebramos a Festa do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Celebramos a memória do passado: de há dois mil anos; a memória da Última Ceia, aquela em que o Senhor Jesus disse que «não voltaria a beber do fruto da videira, até àquele dia em que havia de beber do vinho novo, no Reino de Deus» (Mt 26, 29). Memória da despedida, da partida. Memória da missão cumprida, e a cumprir-se, quase chegada ao fim, prestes a consumar-se na Cruz.
Celebramos a memória no tempo: das multidões de irmãos na fé que nos precederam no reconhecimento de Jesus Cristo presente na Eucaristia, entregue por nós, por nosso amor, no madeiro da Cruz; celebramos o cumprimento da vontade do Senhor que, ao longo do tempo, permanentemente recomenda à Igreja: «Fazei isto em memória de mim» (Lc 22, 19).
Celebramos a memória no presente: Cristo renova no presente a oferta da Sua vida na cruz. Ele renova este dom, este sacrifício, esta presença. No passado, «Cristo entrou de uma vez para sempre no Santuário celeste» (Heb 9, 12). No presente, convida-nos a entrar com Ele no Santuário levando-nos consigo para nos apresentar ao Pai. No Altar fitamos o olhar, o olhar da fé, e vemos o Senhor sacramentalmente presente no Pão e no Vinho, a elevar-se de novo ao Pai; a elevar-nos com Ele ao Pai. A elevar connosco o mundo, a humanidade. Ele apresenta e representa a humanidade nesta elevação para o Pai. Nós com Ele apresentamos ao Pai a humanidade; nós com Ele representamos a humanidade; nós com Ele o universo, neste anseio universal de regresso ao Criador. «Cristo derramou o seu próprio sangue e assim nos remiu para sempre» (Heb 9). O seu sangue derramado por nós redime-nos, hoje; lava-nos e purifica-nos dos nossos pecados. «Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo» (Jo 1, 36). «Porque comemos do mesmo pão, formamos um só corpo, no dizer do Apóstolo, conforme escutámos: «visto que há um só pão, nós que somos muitos, formamos um só corpo, porque participamos do mesmo pão» (1 Co 10, 17). Portanto, a eucaristia reconstrói o edifício que somos, restaura a Igreja, o corpo místico de Cristo. Assim a Eucaristia é acção (no) do presente; a Eucaristia é de hoje, e não apenas memória vaga ou longínqua do passado.
Celebramos, hoje, na Solenidade do Corpo de Deus: Cristo presente no seu Corpo e Sangue, multiplicado no tempo e no espaço desde aquela Última Ceia. Acerca deste pão multiplicado, o Pe. António Vieira deixou-nos a seguinte ilustração de linguagem onde se espelha o mistério da Sua presença real: «Assim como no cristal se vê por milagre manifesto da natureza o todo, sem ocupar mais que a parte; a divisão sem destruir a inteireza; e a multiplicação sem exceder a singularidade: assim na Hóstia com oculta e singular maravilha, o mesmo Corpo de Cristo é um, e infinitamente multiplicado, dividido, e sempre inteiro, e tão todo na parte, como no todo» (Sermão do SS Sacramento – 1645). Cristo feito nosso alimento para que tenhamos a vida: «Quem comer deste pão viverá eternamente» (Jo 6, 51). No milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus mata a fome à multidão faminta. No milagre da multiplicação do pão da Eucaristia, de que aquele é sinal e imagem, o Senhor ressuscitado, sacramentalmente presente, sacia do pão da vida eterna os nossos corações famintos de eternidade; o Senhor ressuscitado sacia os nossos corações sedentos do cálice da nova e eterna Aliança.
Renovemos a fé na Eucaristia: A fé de todos aqueles nossos irmãos que, ao longo do tempo, acreditaram na Eucaristia como verdade de fé e como acontecimento de comunhão e de encontro com o Ressuscitado. A fé dos Apóstolos que, no decorrer da Última Ceia, ouviram do Senhor Jesus as palavras «Tomai e comei, isto é o meu corpo…Tomai e bebei este é o meu Sangue» (Mt 26, 26-28) e comungaram o Seu Corpo. A fé dos Discípulos de Emaús que, no final da caminhada, reconheceram o Senhor ao partir do pão: «Foi, então, que se lhes abriu os olhos e O reconheceram» (Lc 24). A fé de Paulo que transmite a memória da Última Ceia do mesmo modo que a recebeu: «Eu próprio recebi do Senhor o que por minha vez vos transmiti» (1Co 11, 23). A fé das primeiras comunidades sintetizada na oração, no ensino dos Apóstolos, na comunhão fraterna e na Fracção do Pão (a Eucaristia) – (Act 2, 42 – 46). A fé de S. Justino que, no ano 155, explicando ao Imperador pagão, António Pio, o que fazem os cristãos, relata a estrutura da celebração da Eucaristia, concluindo: «Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem, a todos os que estão presentes, pão e vinho eucaristizados e também os levam aos ausentes» (S. Justino, Apologia 1, 65). A comunhão do pão da Eucaristia, segundo o mesmo S. Justino, exige, da parte do baptizado, que viva segundo os preceitos do Senhor. Diz ele: «Ninguém poderá participar nesta refeição se não recebeu o banho para a remissão dos pecados e o novo nascimento (Baptismo) e se não viver segundo os preceitos de Cristo» (S. Justino, Apologia 1, 66, 1-2). Em resumo, irmãos, façamos nossa a fé de Tomás de Aquino que fala da Eucaristia com palavras inigualáveis na riqueza de conteúdo e inexcedíveis na beleza de estilo: «Oh precioso e admirável banquete, salutar e cheio de toda a suavidade! Que há de mais precioso que este banquete? Já não é a carne de touros e cabritos que se nos oferece a comer, como na antiga lei, mas o próprio Cristo, verdadeiro Deus, que se nos dá em alimento. Que há de mais salutar e admirável que este sacramento? N’Ele se purificam os nossos pecados, aumentam as virtudes e se nutre a alma com a abundância dos dons espirituais» (Liturgia das Horas).
que é o Corpo de Deus?
1 de 7

É o nome que vulgarmente se dá à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, a qual é celebrada pela Igreja 60 dias depois da Páscoa, na quinta-feira que se segue à Solenidade da Santíssima Trindade.

A sua celebração pretende sublinhar o significado e a importância do sacramento da Eucaristia para a vida cristã.

06 15 Mt 6, 1-6. 16-18 Quarta feira . docx

E VANGELHO Mt 6, 1-6.16-18
«Teu Pai, que vê no que está oculto, te dará a recompensa»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus. Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente no que é oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».

Reflexão
O homem reto esforça-se por viver segundo a vontade de Deus cuidando constantemente do seu interior sem se preocupar com os aplausos dos outros . As leis humanas normalmente atingem o homem no seu comportamento exterior, a de Cristo desce ao mais intimo do próprio coração donde nasce o bem e o mal.
Jesus, novo Moisés veio ao mundo apresentar uma nova justiça : agradar a Deus através da esmola, a oração e o jejum abolindo a conduta publicitária dos hipócritas, e acreditar na recompensa do Senhor : Ele “vê no segredo”
Na nova religiosidade proposta por Cristo a intenção tem a primazia sobre a obra externa; o valor da nossa prática cristã é a rectidão, a sinceridade diante de Deus e a abertura ao próximo. Assim seremos testemunhas do evangelho e do seu reino e do verdadeiro culto a Deus em espírito e verdade.
A semente do Reino atua silenciosamente, mas a longo prazo mostra a sua eficácia transformando as estruturas e o coração do homem.
Somos hoje convidados a procurar a Deus sem aparências reluzentes, mas dando sempre atenção interior e entregando-se de alma e coração a buscar cumprir a sua vontade.
Ao receitarmos o Pai Nosso e dissermos com os lábios e com o coração: “Faça-se a vossa vontade”, estamos a seguir o seu exemplo. Porque “todo o que cumpre a vontade de meu Pai esse é meu irmão e minha irmã” (Mt 12,50).
Peçamos ao Senhor a graça de sermos cumpridores incondicionais da sua vontade servidores alegres do seu plano de salvação

ORAÇÃO
Deus nosso Pai, purificaI-nos com o vosso olhar de santidade infinita.Infundi em nós o vosso Espírito, vos procurar com sinceridade.Transformai-nos por dentro para sermos transparentes à vossa luz.

06 14 Mt 5, 43-48 Terça feira Amai os vossos inimigos

06 14 Mt 5, 43-48 Terça feira

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».

Reflexão

Jesus veio revolucionar a história ao criar uma nova relação com o crente : O homem não é um lobo para outro homem, ou o simples companheiro mas é meu irmão.. ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’ Antes o próximo para o Israelita significava no livro do Levítico (19,18) o parente e compatriota e inimigo era o pagão e o estranho. Jesus acaba com a tradição dos rabinos e vai mais além. “Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam e rezai pelos que vos perseguem e caluniam”
Ao dizer próximo Jesus refere-se a toda a pessoa sem distinção de raça, cor, país. ..Com Jesus e os seus seguidores , já não há senão irmãos, todos filhos do mesmo Pai, Deus (cf Lc 6,27ss).“Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celestial é perfeito”.
Visto à luz da sabedoria do mundo, esta norma de Jesus pode parecer um programa irrealizável Se bem que se torna difícil negar-se a si próprio como seres humanos – torna-se difícil esquecer – o importante é não guardar no coração sentimentos de ódio, rancor ou agressividade, e menos ainda, o prazer da vingança.
Perdoar, sim; amar efetivamente mas afetivamente só de verdadeiro santo . Jesus propõe-nos como ideal o seu exemplo Ele morreu perdoando aos seus inimigos, e muitos outros cristãos através da história seguiram os seus passos.: fazer o bem ao inimigo, rezar por ele, respeitá-lo sempre como pessoa e como irmão, filho também de Deus

Oração

Deus Pai bondoso, fazei-nos semelhantes a Vós para podermos revelar o vosso amor a todos.
Livrai-nos, Senhor, do amor calculista e interesseiro sermos capazes de dar a fundo perdido e sermos testemunhas do teu Reino.

06 13 Mt 5, 13-19 Santo António

06 13 Mt 5, 13-19 Santo António

EVANGELHO Mt 5, 13-19
«Vós sois o sal da terra. Vós sois a luz do mundo»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Vós sois o sal da terra.
Mas se ele perder a força, com que há de salgar-se?
Não serve para nada,
senão para ser lançado fora e pisado pelos homens.
Vós sois a luz do mundo.
Não se pode esconder uma cidade
situada sobre um monte;
nem se acende uma lâmpada
para a colocar debaixo do alqueire,
mas sobre o candelabro,
onde brilha para todos os que estão em casa.
Assim deve brilhar a vossa luz diante dos homens,
para que, vendo as vossas boas obras,
glorifiquem o vosso Pai que está nos Céus.
Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas;
não vim revogar, mas completar.
Em verdade vos digo:
Antes que passem o céu e a terra,
não passará da Lei a mais pequena letra
ou o mais pequeno sinal,
sem que tudo se cumpra.
Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos,
por mais pequenos que sejam,
e ensinar assim aos homens,
será o menor no reino dos Céus.
Mas aquele que os praticar e ensinar
será grande no reino dos Céus».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO

A Igreja celebra hoje a festa Santo António um santo português, nascido em Lisboa no século XII. Na sua peregrinação na terra, soube encontrar Deus e colocar-se ao Seu serviço. I. No seu baptismo foi-lhe dado o nome de Fernando, foi ordenado sacerdote e entrou na Ordem dos Frades Menores, tomando então o nome de António. Esteve com São Francisco de Assis, sendo que foi em Itália e em França que conseguiu converter a muitos pela sua pregação. Faleceu perto de Pádua, tendo recebido a graça da canonização pelo Papa Gregório IX, um ano após a sua morte.
A Liturgia escolheu Mt 5, 13-19 como reflexão da vida de Santo António . Santo António , verdadeiro discípulo de cristo , desempenhou uma missaão como queria Cristo: Ser sal e luz
Como o sal dá sabor aos alimentos e os preserva da corrupção Santo António deu sabor à vida levando os seus ouvintes a viver com alegria a sabedoria do Evangelho provocamdo admiração, confundiindo os hereges, convertendo os pecadores
. Atribuía tudo ao poder da oração. Vivendo permanentemente em comunhão com Deus, unicamente impelido pelo desejo de cumprir a sua vontade de Deus iluminou com a sua Palavra tantas almas sedentas de paz e felicidade
.Santo António alerta-nos para o essencial, para a amizade com Deus, fonte de todo o bem, da paz e da alegria, que nada nem ninguém nos pode jamais tirar. Meditando na sua vida, descobrimos as maravilhas da fidelidade de Deus, que segue com amor o caminho de quem procura o seu rosto, tornando-o participante dos seus dons e colaborador do seu projeto de vida sobre a humanidade.

Oração

Santo António, peço-vos pelos meus irmãos mais necessitados, pelos que sofrem e pelos oprimidos, pelos marginalizados e aqueles que, hoje, mais necessitam de vossa proteção. Fazei com que nos amemos todos como irmãos e que, no mundo, haja amor e não ódio. Ajudai-nos a viver a mensagem de Cristo. Na presença do Senhor Jesus, não cesseis de interceder a Ele, com Ele e por Ele a nosso favor diante do Pai. Amém.