12 03 .Quarta Mc 16, 15-20 «Foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus»

 

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Jesus apareceu aos onze Apóstolos e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados». E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

Palavra da salvação.

REFLEXÃO .

O Evangelho de Marcos 16, 15-20 apresenta-nos a solene despedida de Jesus e a missão confiada aos discípulos: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura”. É a expansão universal da salvação, a urgência de levar a Boa Nova aos confins da terra. O texto culmina com a Ascensão, não como um abandono, mas como o início de uma nova presença cooperante: “o Senhor cooperava com eles”. O sinal dessa presença são os milagres, sinais que rompem as barreiras da incredulidade e do sofrimento. A citação sobre São Francisco Xavier, “angustiado por não poder realizar o seu sonho”, coloca-nos diante de um coração que fez desta passagem o programa da sua vida. A angústia do Apóstolo nasce de um amor tão grande pela Palavra que não suporta vê-la enclausurada. O Advento, tempo de espera e de anúncio, ilumina-se com esta dupla chama: a do mandato de Cristo e a do ardor do missionário.

**2. MEDITATIO (Meditação)**

Medito sobre este “ide” que ecoa no silêncio do Advento. A Igreja espera o Senhor que vem, mas não numa espera passiva. É uma espera missionária, impaciente, como a de Xavier. A sua “carta patética” é um grito que atravessa os séculos e interpela a nossa comodidade. Quantas “multidões incontáveis” hoje ignoram, não por falta de meios, mas por falta de anunciadores? O Advento convida-nos a escutar este apelo no nosso coração: onde está a minha “Índia” pessoal? Onde posso levar, com as minhas palavras e gestos, a notícia alegre de que o Salvador está próximo? Francisco Xavier entendeu que a fé não é um tesouro para guardar, mas um fogo para espalhar. A sua angústia é santa; é a dor de quem vê a Palavra como semente urgente, incapaz de ficar parada. Medito também na promessa final: “o Senhor cooperava com eles”. Não estamos sozinhos na missão. A força do Alto, prometida no Advento e dada no Pentecostes, acompanha-nos.

**3. ORATIO (Oração)**

Senhor Jesus, que no mistério do Advento nos preparais para a vossa vinda, e que na vossa Ascensão nos confiastes a missão de ir a todos os povos:
Inflamai em nós o mesmo fogo sagrado que consumiu o coração de São Francisco Xavier.
Tirai-nos da letargia confortável e da glória passageira.
Que a vossa Palavra, semente de eternidade, nos cause uma santa angústia diante de quem ainda não Vos conhece.
Fazei dos nossos lábios anunciadores da vossa salvação, das nossas mãos instrumentos de cura e das nossas vidas um sinal credível do vosso amor.
E como prometestes, sede Vós mesmo a nossa força. Cooperai connosco, confirmai a nossa frágil palavra, para que, guiados pelo exemplo do Apóstolo das Índias, possamos também nós ser construtores do vosso Reino, que vem. Nós Vos pedimos, ó Cristo, que viveis e reinais com o Pador e o Espírito Santo, para sempre. Amém.

**4. CONTEMPLATIO (Contemplação)**

Contemplo, em silêncio, a figura de São Francisco Xavier. Vejo-o numa praia da Ásia, de olhar perdido no horizonte, angustiado pelas terras ainda por alcançar, mas com o crucifixo apertado ao peito. Contemplo a mão de Deus, invisível mas presente, que o guiava e confirmava a sua pregação. Deixo que este ícone de zelo apostólico me interrogue e me mobilize no meu quotidiano. O Advento é este horizonte aberto à esperança e à missão.

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