09 12 Sexta Lc 6, 39-42 Lc 6, 39-42 «Poderá um cego guiar outro cego?»

09 12 Sexta Lc 6, 39-42 Lc 6, 39-42 «Poderá um cego guiar outro cego?»

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09 12 Sexta Lc 6, 39-42 Lc 6, 39-42 «Poderá um cego guiar outro cego?»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas.

Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO .

I – Lectio Divina sobre Lucas 6, 39-42

 📖 Ler a Palavra

O Evangelho de Lucas 6, 39-42 apresenta-nos Jesus a dirigir-se aos seus discípulos com uma série de provérbios aparentemente desconexos, mas profundamente interligados. Ele começa por fazer uma pergunta: “Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão ambos no buraco?” Em seguida, afirma que “o discípulo não está acima do mestre”, mas que todo aquele que for bem formado será como o seu mestre. A cena culmina com a imagem vívida e quase humorística de alguém que observa um argueiro no olho do irmão, mas não vê a trave que está no seu próprio olho. Jesus questiona como such a pessoa pode oferecer-se para tirar o argueiro do olho do irmão sem primeiro remover a trave do seu próprio.

 💭 Compreender a Palavra

Este conjunto de ditos de Jesus é uma masterclass sobre **discipulado, autoconhecimento e humildade espiritual**. A metáfora dos **cegos** é uma severa advertência contra pretensos líderes espirituais que, não tendo eles mesmos a verdadeira visão da fé (sendo “cegos”), acabam por conduzir os seus seguidores para a ruína. A frase sobre o **discípulo e o mestre** é um aviso contra a arrogância: o objetivo do discípulo é tornar-se como o Mestre, Jesus, em humildade e amor, e não ultrapassá-Lo em presunção. Finalmente, a **trave e o argueiro** é uma crítica devastadora à hipocrisia e à tendência humana para a **autojustificação e a hipercritica aos outros**. O argueiro (falha pequena) no olho do outro é amplificado pela trave (falha grave) da própria cegueira moral e falta de autocrítica.

 🔄 Passar da Palavra à Vida

Este texto convida-nos a um exame de consciência profundo e prático:

1.  **Quem me guia e a quem guio?** Avalio com espírito crítico os guias espirituais que escolho: conduzem-me para mais perto de Cristo ou para as suas próprias ideias? E, se tenho a missão de guiar (como pai, mãe, catequista, líder), busco constantemente a luz de Cristo para não ser um “cego” a liderar?

2.  **Onde está o meu foco?** Tenho a tendência de ser um “inspetor de argueiros” alheios, sempre pronto a apontar os defeitos dos outros? Este texto é um chamamento urgente a dirigir primeiro o olhar para as minhas próprias falhas, a minha “trave” de orgulho, julgamento e incoerência.

3.  **Qual é o meu objetivo?** O discípulo bem formado torna-se como o Mestre. Aspiro a ter o mesmo olhar de misericórdia e verdade de Jesus, ou contento-me em apontar o dedo?

 

### 🙏 Oração

Senhor Jesus, Mestre e Guia, dai-me a luz da vossa graça para reconhecer as minhas próprias cegueiras. Ajudai-me a cuidar primeiro da trave do meu próprio orgulho e julgamento, para que, com humildade e amor, possa verdadeiramente servir os meus irmãos. Fazei de mim um discípulo bem formado à vossa imagem. Amém.

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