08 03 Lc 12, 13-21 Domingo «O que preparaste, para quem será?»

Cena simbólica dividida em duas metades: À esquerda: um homem vestido ricamente, de costas, a contemplar grandes celeiros cheios de trigo e bens, mas com um olhar vazio, isolado no seu mundo material. O céu ao fundo começa a escurecer. À direita: uma figura luminosa de Jesus, rodeado por pessoas simples, partilhando o pão com os pobres, com rostos serenos e corações abertos. O céu é claro e aberto, irradiando luz.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?». Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E disse-lhes esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele pensou consigo: ‘Que hei de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita? Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’. Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».

Palavra da salvação.

REFLEXÃ0

Lectio – Escuta da Palavra

O Evangelho de hoje (Lc 12, 13-21) insere-se num contexto em que Jesus se dirige a multidões, ensinando com autoridade sobre os caminhos do Reino. Um homem pede a Jesus que intervenha num litígio familiar relacionado com heranças — algo comum na sociedade judaica, onde a partilha dos bens familiares podia gerar conflitos entre irmãos. Mas Jesus recusa esse papel de juiz e conduz os ouvintes a um nível mais profundo: a relação com os bens materiais e o verdadeiro sentido da vida. Ele denuncia a avareza, o desejo insaciável de possuir, e conta uma parábola que mostra a ilusão da segurança nos bens acumulados. O rico pensa apenas em si, no seu conforto, e esquece Deus e os outros. Morre sem estar preparado para o encontro com o Senhor.

Oratio – Resposta em oração

Senhor Jesus, alertas-me para não confiar nas riquezas, nem fazer delas o centro da minha vida. Mostra-me que a vida verdadeira está em ser rico aos olhos de Deus, não em acumular bens terrenos. Dá-me um coração desapegado e generoso, atento às necessidades dos outros. Que a minha alma não adormeça na ilusão do conforto, mas esteja desperta para a Tua vontade e para o amor ao próximo.

Contemplatio – Silêncio adorante
Contemplo a figura do homem rico: rodeado de abundância, mas sozinho, fechado nos seus planos. Contemplo também a voz de Deus que o desperta da ilusão: “Insensato!”. É um convite a viver com sabedoria e a dar prioridade ao que é eterno. No silêncio, deixo ressoar em mim esta pergunta: “O que preparaste, para quem será?”.

Mensagem:
A vida não depende do que temos, mas do amor que damos e da comunhão que vivemos com Deus e com os irmãos. Ser rico aos olhos de Deus é viver com generosidade, sabedoria e fé.

Frase apelativa:
Não guardes tesouros nos celeiros da terra; abre o coração ao céu.

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