Here is an image for the passage from Luke 7:11-17:
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09 16 Terça-feira Lc 7, 11-17 «Jovem, Eu te digo: levanta-te» «Jovem, Eu te digo: levanta-te»
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EVANGELHO Lc 7, 11-17
«Jovem, Eu te digo: levanta-te»
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.
Palavra da salvação..
Lectio Divina: Lucas 7, 11-17
1. Lectio (Ler)
O texto descreve o encontro de Jesus com uma multidão à porta da cidade de Naim. Uma procissão de morte (um funeral) cruza-se com a procissão da Vida (Jesus e seus seguidores). Aos olhos da sociedade, a história daquela viúva terminara: sem marido, sem filho, sem futuro e sem sustento. Jesus, movido por profunda compaixão (“compadeceu-Se dela”), interrompe o curso natural dos acontecimentos. Ele toca no caixão (um gesto que, pela lei, O tornaria impuro) e ordena com autoridade divina: “Jovem, Eu te ordeno: levanta-te”. A vida é restaurada instantaneamente. O filho é devolvido à mãe. O milagre leva a multidão ao temor reverente e ao reconhecimento de que Deus visita o seu povo através de um “grande profeta”.
2. Meditatio (Compreender/Meditar)
Este milagre é mais do que um ato de bondade; é uma revelação poderosa da identidade de Jesus. Ele não é apenas um profeta como Elias ou Eliseu, que também ressuscitaram mortos; Ele é o próprio Deus a visitar o seu povo. A sua palavra é criadora e vivificante. O seu toque não é contaminado pela morte, mas purifica-a e vence-a.
Este episódio é um sinal antecipado da Sua própria ressurreição e uma promessa para nós: em Cristo, a morte não tem a última palavra. Ele vê a nossa dor, compadece-Se da nossa desolação e aproxima-Se para nos restaurar. Ele quer tocar nas situações que estão “mortas” nas nossas vidas – a esperança, a fé, um relacionamento, uma vocação – e ordenar-lhes que vivam.
Santos Cornélio e Cipriano: Modelos de Fé que Ressuscita
Neste contexto, os santos que hoje celebramos, o Papa Cornélio e o Bispo Cipriano, são modelos perfeitos de como a palavra de Cristo “levanta-te” age na Igreja.
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Cipriano, bispo de Cartago, era um brilhante retórico pagão. A sua conversão foi uma verdadeira ressurreição espiritual. Cristo tocou no seu coração “morto” para a fé e ordenou: “levanta-te”. Ele levantou-se para se tornar um dos maiores Padres da Igreja Latina, um pastor sábio e um escritor luminoso.
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Cornélio, eleito Papa num tempo de perseguição feroz, enfrentou o cisma dos que se opunham ao perdão dos que tinham fraquejado na fé (os “lapsos”). A sua luta foi para que a Igreja, como mãe, fosse um lugar de misericórdia e reconciliação, devolvendo à vida espiritual os que estavam espiritualmente mortos pelo pecado e pelo desânimo.
Ambos, no final, ouviram outra ordem de Cristo: a do martírio. Deram a vida física para dar testemunho da Vida eterna que lhes tinha sido dada. Eles compreenderam que a compaixão de Jesus não elimina a cruz, mas dá-nos a força para a abraçar, sabendo que ela é a porta para a ressurreição definitiva.
3. Oratio (Rezar)
Senhor Jesus Cristo, que na cidade de Naim Vos compadecestes da viúva e lhe devolveste o filho, ressuscitando-o,
nós Vos pedimos: visitai hoje o Vosso povo.
Tocai com a Vossa mão poderosa tudo o que está morto em nós:
a esperança que definhou, a fé que arrefeceu, a caridade que se apagou.
Dizei à nossa alma abatida: “Levanta-te e caminha”.
Pelos méritos dos Vossos mártires, Santos Cornélio e Cipriano,
dai à Vossa Igreja a coragem da fé e a audácia da caridade.
Que ela seja, como Vós, mãe compassiva que restaura e reconcilia,
e que nunca tema dar a vida pela Verdade.
Fazei-nos instrumentos da Vossa compaixão,
para que saibamos parar ao encontro dos que choram
e levar a consolação que só Vós podeis dar.
Vós que sois a Ressurreição e a Vida, vivei e reina para sempre.
Ámen.
4. Contemplatio (Contemplar/Gerar uma imagem)
Contemplai Jesus, não como uma figura distante, mas no meio da multidão. O seu olhar não está na câmara, não está na plateia. Está fixo na dor daquela mãe. Ele vê-a. Ele a vê a ela. Contemplai a Sua mão estendida, tocando não um caixão, mas a própria morte – e a morte recua. Contemplai o jovem sentado, esfregando os olhos, confuso, mas vivo, e o abraço silencioso e estupefato entre mãe e filho. É esse o poder e a compaixão de Deus que se dirige a cada um de nós hoje.
5. Actio (Agir/Mensagem Apelativa)
A mensagem de hoje é clara: Não chores. Levanta-te. Cristo cruza-Se hoje no teu caminho. Ele vê a tua dor e a tua desolação. Qual é a “morte” que carregas hoje? O desânimo, o pecado, uma perda, uma solidão? Deixa que Ele toque nela. Obra concreta: Hoje, inspirado pela compaixão de Jesus, procura consolar alguém que está a sofrer. Uma palavra, um gesto, uma simples mensagem pode ser o toque de Cristo a devolver a esperança a um coração. Sê, como Cornélio e Cipriano, um instrumento de ressurreição.