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09 14  Domingos Jo 3, 13-17 «O Filho do homem será exaltado»

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: …«Ninguém zsubiu ao Céu senão Aquele que desceu do Céu: o Filho do homem…Assim como Moisés elevou a serpente no deserto,também o Filho do homem será elevado,para que todo aquele que acredita
tenha n’Ele a vida eterna.Deus amou tanto o mundoque entregou o seu Filho Unigénito,para que todo o homem que acredita n’Elenão pereça para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele»…

REFLEXÃO 

 I – Lectio Divina sobre João 3, 13-17

 

 📖 Ler a Palavra

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O Evangelho de João 3, 13-17 apresenta-nos um diálogo entre Jesus e Nicodemos, onde Jesus revela o profundo significado da sua missão. Ele declara: “Ninguém subiu ao Céu, a não ser Aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem. Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do Homem deve ser elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna.” Jesus culmina com a afirmação mais conhecida da Escritura: “Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o que n’Ele acredita não se perca, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.”

 

 💭 Compreender a Palavra

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Este texto é um dos pilares da teologia cristã. Jesus estabelece um paralelo entre o seu próprio levantamento na Cruz e a serpente de bronze elevada por Moisés no deserto (referência à Primeira Leitura). A serpente era um antídoto contra o veneno da serpente; da mesma forma, **Cristo na Cruz torna-se o antídoto contra o veneno do pecado e da morte**. A Cruz não é um acidente trágico, mas uma **”exaltação”** – é o momento da glorificação de Jesus e da revelação máxima do amor de Deus. O verbo “elevar” (*hypsóō*) em João tem um duplo sentido: elevação física na Cruz e elevação gloriosa na Ressurreição e Ascensão. O versículo 16 é o resumo de todo o Evangelho: a iniciativa do amor divino, gratuito e universal, que tem como único objetivo a **salvação** e a **vida eterna**, e não a condenação.

 

 🔄 Passar da Palavra à Vida

 

Este mistério interpela-nos profundamente:

1.  **Onde coloco a minha esperança?** Como os israelitas no deserto, sou tentado a murmurar contra Deus nas dificuldades. Este texto convida-me a olhar para a Cruz, a reconhecer nela o remédio oferecido por Deus para a minha salvação, e a confiar.

2.  **Compreendo o verdadeiro amor de Deus?** Muitas vezes reduzimos Deus a um juiz severo. Este Evangelho força-nos a redefinir o nosso conceito de amor: o amor de Deus é um acto de doação radical, sem condições, que se entrega para nos salvar.

3.  **Sou um canal de salvação ou de condenação?** Se Deus não quis condenar, mas salvar, a minha vida e as minhas palavras devem reflectir esta mesma misericórdia para com os outros.

 

 🙏 Oração

Pai de amor infinito, que nos destes o vosso Filho como sinal de salvação, fazei que, exaltando a Santa Cruz, reconheçamos o poder da vossa redenção. Que a contemplação deste mistério de amor nos encha de esperança e nos torne testemunhas da vossa misericórdia para com todos. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

 ✉️ Mensagem Apelativa

A Cruz não é um fim, mas o caminho para a vida. Nela, Deus diz ao mundo: “Eu amo-te até ao fim.” Olha para ela e vive! 

 

09 13 Sábado Lc 6, 43-49 Lc 6, 43-49 «Porque Me chamais ‘Senhor! Senhor!’,

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore conhece-se pelo seu fruto: não se colhem figos dos espinheiros, nem se apanham uvas das sarças. O homem bom, do bom tesouro do seu coração tira o bem; e o homem mau, da sua maldade tira o mal; pois a boca fala do que transborda do coração. Porque Me chamais ‘Senhor! Senhor!’, mas não fazeis o que vos digo? Vou mostrar-vos a quem se assemelha todo aquele que vem ter comigo, ouve as minhas palavras e as põe em prática. É semelhante a um homem, que, para construir a casa, escavou, aprofundou e assentou os alicerces sobre a rocha. Quando veio uma cheia, a torrente irrompeu contra aquela casa, mas não a pôde abalar, porque estava bem construída. Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as põe em prática é semelhante a um homem que construiu a casa sobre a terra, sem alicerces. A torrente irrompeu contra aquela casa, que imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína»…

REFLEXÃO .

I – Lectio Divina sobre Lucas 6, 43-49.

📖 Ler a Palavra

O Evangelho de Lucas 6, 43-49 encerra o Sermão da Planície com duas metáforas poderosas sobre a autenticidade e a solidez da vida discipular. Primeiro, Jesus declara: “Não há árvore boa que dê mau fruto, nem árvore má que dê bom fruto. Cada árvore se reconhece pelo seu fruto.” Ilustra que não se colhem figos dos espinheiros, nem uvas das silvas, afirmando que “a boca fala do que está cheio o coração”. Em seguida, apresenta a parábola dos dois homens construtores: um que cavou fundo e alicerçou a casa na rocha, e outro que a construiu sobre a terra, sem alicerce. Quando a inundação veio, a casa na rocha permaneceu de pé, enquanto a outra ruiu completamente..

💭 Compreender a Palavra

Jesus convida os discípulos a uma **verificação da qualidade espiritual** baseada nos resultados. A metáfora da **árvore e dos frutos** não é sobre salvação por obras, mas sobre **evidência visível de uma realidade interior**. O “fruto” são as ações, as palavras e as atitudes que brotam do “coração”, o centro das decisões e dos afetos. Uma vida transformada por Cristo produzirá naturalmente frutos de amor, alegria e paz (cf. Gal 5,22). A segunda metáfora, da **casa sobre a rocha**, fala da **obediência prática** como fundamento de uma vida que resiste às crises. Não basta ouvir as palavras de Jesus; é preciso “pô-las em prática”. A rocha é a própria pessoa de Cristo e a solidez da sua doutrina. As “inundações” representam as tribulações, tentações e julgamentos que todos enfrentam.

Da  Palavra à Vida.

Este texto interpela-nos de forma directa e prática:

1.  **Que frutos dou?** As minhas ações, o meu modo de falar e as minhas reações sob pressão revelam um coração cheio de que? De irritação, julgamento e medo, ou de paciência, bondade e confiança em Deus?

2.  **Onde está o meu alicerce?** Onde estou a construir a minha segurança? No sucesso profissional, na opinião dos outros, na conta bancária? Ou estou a cavar fundo, a alicerçar a minha existência na Palavra de Jesus, mesmo quando é desafiante colocá-la em prática?

3.  **Prática vs. Teoria:** Avalio a minha vida espiritual não pelo que sei, mas pelo que vivo. A minha fé sobrevive ao primeiro vento contrário, ou desaba ao primeiro sinal de crise?.

🙏 Oração

Senhor Jesus, vós sois a árvore da vida e a rocha firme. Purificai o nosso coração para que possamos produzir frutos que permaneçam. Dai-nos a sabedoria de ouvir a vossa Palavra e a coragem de a pôr em prática, para que a nossa casa se mantenha de pé em todo o tempo de provação. Amém..

 ✉️ Mensagem Apelativa

A tua vida é o fruto do que guardas no coração. Constrói-a sobre a rocha da Palavra de Deus, e nenhuma tempestade a derrubará.

09 12 Sexta Lc 6, 39-42 Lc 6, 39-42 «Poderá um cego guiar outro cego?»

09 12 Sexta Lc 6, 39-42 Lc 6, 39-42 «Poderá um cego guiar outro cego?»

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09 12 Sexta Lc 6, 39-42 Lc 6, 39-42 «Poderá um cego guiar outro cego?»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas.

Naquele tempo, disse Jesus aos discípulos a seguinte parábola: «Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão os dois nalguma cova? O discípulo não é superior ao mestre, mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre. Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, se tu não vês a trave que está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO .

I – Lectio Divina sobre Lucas 6, 39-42

 📖 Ler a Palavra

O Evangelho de Lucas 6, 39-42 apresenta-nos Jesus a dirigir-se aos seus discípulos com uma série de provérbios aparentemente desconexos, mas profundamente interligados. Ele começa por fazer uma pergunta: “Poderá um cego guiar outro cego? Não cairão ambos no buraco?” Em seguida, afirma que “o discípulo não está acima do mestre”, mas que todo aquele que for bem formado será como o seu mestre. A cena culmina com a imagem vívida e quase humorística de alguém que observa um argueiro no olho do irmão, mas não vê a trave que está no seu próprio olho. Jesus questiona como such a pessoa pode oferecer-se para tirar o argueiro do olho do irmão sem primeiro remover a trave do seu próprio.

 💭 Compreender a Palavra

Este conjunto de ditos de Jesus é uma masterclass sobre **discipulado, autoconhecimento e humildade espiritual**. A metáfora dos **cegos** é uma severa advertência contra pretensos líderes espirituais que, não tendo eles mesmos a verdadeira visão da fé (sendo “cegos”), acabam por conduzir os seus seguidores para a ruína. A frase sobre o **discípulo e o mestre** é um aviso contra a arrogância: o objetivo do discípulo é tornar-se como o Mestre, Jesus, em humildade e amor, e não ultrapassá-Lo em presunção. Finalmente, a **trave e o argueiro** é uma crítica devastadora à hipocrisia e à tendência humana para a **autojustificação e a hipercritica aos outros**. O argueiro (falha pequena) no olho do outro é amplificado pela trave (falha grave) da própria cegueira moral e falta de autocrítica.

 🔄 Passar da Palavra à Vida

Este texto convida-nos a um exame de consciência profundo e prático:

1.  **Quem me guia e a quem guio?** Avalio com espírito crítico os guias espirituais que escolho: conduzem-me para mais perto de Cristo ou para as suas próprias ideias? E, se tenho a missão de guiar (como pai, mãe, catequista, líder), busco constantemente a luz de Cristo para não ser um “cego” a liderar?

2.  **Onde está o meu foco?** Tenho a tendência de ser um “inspetor de argueiros” alheios, sempre pronto a apontar os defeitos dos outros? Este texto é um chamamento urgente a dirigir primeiro o olhar para as minhas próprias falhas, a minha “trave” de orgulho, julgamento e incoerência.

3.  **Qual é o meu objetivo?** O discípulo bem formado torna-se como o Mestre. Aspiro a ter o mesmo olhar de misericórdia e verdade de Jesus, ou contento-me em apontar o dedo?

 

### 🙏 Oração

Senhor Jesus, Mestre e Guia, dai-me a luz da vossa graça para reconhecer as minhas próprias cegueiras. Ajudai-me a cuidar primeiro da trave do meu próprio orgulho e julgamento, para que, com humildade e amor, possa verdadeiramente servir os meus irmãos. Fazei de mim um discípulo bem formado à vossa imagem. Amém.

09 11 Quinta Lc 6, 27-38 «Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso».

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus falou aos seus discípulos, dizendo: «Digo-vos a vós que Me escutais: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam. Abençoai os que vos amaldiçoam, orai por aqueles que vos injuriam. A quem te bater numa face, apresenta-lhe também a outra; e a quem te levar a capa, deixa-lhe também a túnica. Dá a todo aquele que te pedir e ao que levar o que é teu, não o reclames. Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também. Se amais aqueles que vos amam, que agradecimento mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. Se fazeis bem aos que vos fazem bem, que agradecimento mereceis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestais àqueles de quem esperais receber, que agradecimento mereceis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, a fim de receberem outro tanto. Vós, porém, amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca. Então será grande a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, que é bom até para os ingratos e os maus. Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis e não sereis julgados. Não condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e dar-se-vos-á: deitar-vos-ão no regaço uma boa medida, calcada, sacudida, a transbordar. A medida que usardes com os outros será usada também convosco».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO

I – Lectio Divina sobre Lucas 6, 27-38

 📖 Ler a Palavra

O Evangelho de Lucas 6, 27-38 contém um dos ensinamentos mais radicais de Jesus: o mandamento do amor aos inimigos. Ele dirige-Se aos seus discípulos dizendo: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, bendizei os que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam.” Jesus ilustra este princípio com exemplos concretos: oferecer a outra face a quem nos bate, dar a túnica a quem nos tira o manto, dar a quem nos pede e não reclamar de quem nos tira o que é nosso. A regra de ouro é resumida: “Como quereis que os homens vos façam, fazei-lho vós também.” Jesus questiona qual é o mérito em amar apenas quem nos ama, convidando os seus seguidores a terem um amor que exceda o dos pecadores. A exortação culmina com o convite à misericórdia imitando a do Pai, que é “bondoso até para com os ingratos e maus”. A conclusão é uma promessa: “Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e ser-vos-á dado.”

 

 💭 Compreender a Palavra

Este texto é o coração da ética cristã e representa uma ruptura completa com a lógica do mundo. A lei de Talião (“olho por olho, dente por dente”) é substituída pela **lógica do dom e do perdão**. Jesus não pede uma resignação passiva à violência, mas uma **resistência ativa através do amor** que quebra a corrente da vingança. O convite a “oferecer a outra face” não é um convite ao masoquismo, mas um acto de coragem que desarma o agressor ao recusar responder com a mesma moeda. O fundamento teológico deste mandamento é a **imitação de Deus** (“Sede misericordiosos, como também o vosso Pai é misericordioso”). O agir do cristão é motivado pela própria natureza de Deus, cujo amor é universal e indiscriminado. A medida do nosso dar e perdoar determinará a medida da graça que receberemos.

 

 🔄 Passar da Palavra à Vida

Este ensinamento desafia-nos no mais íntimo do nosso ser:

1.  **Quem é o meu “inimigo”?** Pode ser um colega de trabalho, um familiar, alguém que me feriu. Este texto obriga-me a identificá-lo e a olhar para ele não com ódio, mas com a perspectiva do amor de Deus.

2.  **Quebrar o ciclo do mal:** A resposta natural à ofensa é a vingança. Jesus propõe um caminho revolucionário: responder ao mal com um bem inesperado, quebrando assim a espiral de violência.

3.  **A medida do coração:** “Com a medida com que medirdes, sereis medidos.” Esta frase questiona a minha generosidade e a minha capacidade de perdoar. Sou mesquinho ou abundante em dar amor, perdão e ajuda?

 

 🙏 Oração

Pai misericordioso, que perdoais sem medida e amais até os ingratos, dai-nos um coração grande à imagem do Vosso. Ajudai-nos a amar o que é difícil, a perdoar o que magoa e a dar sem esperar recompensa. Que a nossa vida seja um reflexo da vossa bondade radical para com todos. Por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

 

 ✉️ Mensagem Apelativa

A verdadeira força não está em revidar, mas em amar. Quebra hoje o ciclo do mal com um gesto de bondade inesperada. É a revolução do amor de Cristo. 

 

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