Daily Archives: September 1, 2025

09 06 Lc 6, 1-5 Sábado «Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Alguns fariseus disseram «Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?». Respondeu-lhes Jesus: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus, tomou e comeu os pães da proposição, que só aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos companheiros». E acrescentou; «O Filho do homem é senhor do sábado».

Palavra da salvação..

Lectio divina sobre Lc 6, 1-5

1. Ler a Palavra

“Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas…” (Lc 6,1)..

O cenário é simples e quotidiano: um caminho no sábado, discípulos com fome, fariseus atentos às regras. Jesus responde recordando o exemplo de David e conclui com firmeza: “O Filho do Homem é Senhor do sábado” (Lc 6,5).

2. Compreender a Palavra

O sábado era sinal sagrado da Aliança: descanso, adoração, vida entregue a Deus (Ex 20,8-11). Porém, os fariseus transformaram-no em carga pesada. O gesto dos discípulos, tão humano e natural, foi lido como transgressão.

Jesus não despreza a Lei, mas vai à sua raiz: a vida e a dignidade da pessoa estão acima de qualquer norma. Ao citar David, mostra que a história de Israel já testemunhava a primazia da necessidade humana sobre o ritual. Aqui revela-se a identidade de Jesus: Ele é Senhor do sábado, isto é, da Lei, do tempo, da vida. Ele não anula, mas cumpre. O sábado deixa de ser limite para se tornar espaço de libertação.

3. Transformar em ação

A Palavra convida-nos a perguntar: que “sábados” construímos hoje? Muitas vezes, absolutizamos normas, tradições, rotinas ou até a nossa imagem, esquecendo o essencial: o amor de Deus e o cuidado com os irmãos.

Exemplo prático: numa paróquia, um homem em situação de pobreza pediu ajuda durante a missa. Alguns acharam “inadequado” interromper a liturgia. Mas uma comunidade que compreende Jesus sabe que a caridade é sempre prioridade. Como diz São Tiago: “A religião pura é visitar órfãos e viúvas nas suas tribulações” (Tg 1,27).

4. Da leitura à vida

Hoje, o convite é claro:

  • Colocar a vida acima da norma;
  • Celebrar o domingo como espaço de liberdade, não de obrigação;
  • Ser capaz de “interromper” rotinas para socorrer quem tem fome, material ou espiritual.

O sábado de Jesus é o descanso que nasce do amor e da misericórdia.


Oração

Senhor Jesus,
Tu que és Senhor do sábado, ensina-nos a viver o tempo como dom e não como peso.
Liberta-nos de rituais vazios, para que cada gesto seja expressão do amor.
Dá-nos olhos para ver a fome dos irmãos e mãos para repartir o pão da vida.
Ámen.


Mensagem aos leitores

O Evangelho não é uma regra fria, mas um caminho de vida. Jesus convida-nos a olhar para além das aparências e a fazer da fé um espaço de liberdade e misericórdia. Onde estiver um coração em necessidade, ali está o verdadeiro altar.


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09 06  . Lc 6, 1-5  Sabado«Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. Alguns fariseus disseram «Porque fazeis o que não é permitido ao sábado?». Respondeu-lhes Jesus: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus, tomou e comeu os pães da proposição, que só aos sacerdotes era permitido comer, e também os deu aos companheiros». E acrescentou; «O Filho do homem é senhor do sábado».

Palavra da salvação.

Lectio divina sobre Lc 6, 1-5

1. Ler a Palavra

“Passava Jesus através das searas num dia de sábado e os discípulos apanhavam e comiam as espigas…” (Lc 6,1).
O cenário é simples e quotidiano: um caminho no sábado, discípulos com fome, fariseus atentos às regras. Jesus responde recordando o exemplo de David e conclui com firmeza: “O Filho do Homem é Senhor do sábado” (Lc 6,5).

2. Compreender a Palavra

O sábado era sinal sagrado da Aliança: descanso, adoração, vida entregue a Deus (Ex 20,8-11). Porém, os fariseus transformaram-no em carga pesada. O gesto dos discípulos, tão humano e natural, foi lido como transgressão.
Jesus não despreza a Lei, mas vai à sua raiz: a vida e a dignidade da pessoa estão acima de qualquer norma. Ao citar David, mostra que a história de Israel já testemunhava a primazia da necessidade humana sobre o ritual.
Aqui revela-se a identidade de Jesus: Ele é Senhor do sábado, isto é, da Lei, do tempo, da vida. Ele não anula, mas cumpre. O sábado deixa de ser limite para se tornar espaço de libertação.

3. Transformar em ação

A Palavra convida-nos a perguntar: que “sábados” construímos hoje? Muitas vezes, absolutizamos normas, tradições, rotinas ou até a nossa imagem, esquecendo o essencial: o amor de Deus e o cuidado com os irmãos.
Exemplo prático: numa paróquia, um homem em situação de pobreza pediu ajuda durante a missa. Alguns acharam “inadequado” interromper a liturgia. Mas uma comunidade que compreende Jesus sabe que a caridade é sempre prioridade. Como diz São Tiago: “A religião pura é visitar órfãos e viúvas nas suas tribulações” (Tg 1,27).

4. Da leitura à vida

Hoje, o convite é claro:

  • Colocar a vida acima da norma;.

  • Celebrar o domingo como espaço de liberdade, não de obrigação;

  • Ser capaz de “interromper” rotinas para socorrer quem tem fome, material ou espiritual.
    O sábado de Jesus é o descanso que nasce do amor e da misericórdia..

Oração

Senhor Jesus,
Tu que és Senhor do sábado, ensina-nos a viver o tempo como dom e não como peso.
Liberta-nos de rituais vazios, para que cada gesto seja expressão do amor.
Dá-nos olhos para ver a fome dos irmãos e mãos para repartir o pão da vida.
Ámen..

Mensagem aos leitores

O Evangelho não é uma regra fria, mas um caminho de vida. Jesus convida-nos a olhar para além das aparências e a fazer da fé um espaço de liberdade e misericórdia. Onde estiver um coração em necessidade, ali está o verdadeiro altar.

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09 05 Lc 5, 33-39 Sexta «Dias virão em que o noivo lhes será tirado… Nesses dias jejuarão»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, os fariseus e os escribas disseram a Jesus: «Os discípulos de João Batistae os fariseus jejuam muit as vezes e recitam orações. Mas os teus discípulos comem e bebem». Jesus respondeu-lhes: «Quereis vós obrigar a jejuar os companheiros do noivo, enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo lhes será tirado; nesses dias jejuarão». Disse-lhes também esta parábola: «Ninguém corta um remendo de um vestido novo, para o deitar num vestido velho, porque não só rasga o vestido novo, como também o remendo não se ajustará ao velho. E ninguém deita vinho novo em odres velhos, porque o vinho novo acaba por romper os odres, derramar-se-á e os odres ficarão perdidos. Mas deve deitar-se vinho novo em odres novos. Quem beber do vinho velho não quer do novo, pois diz: ‘O velho é que é bom’».

Palavra da salvação.

Lectio Divina

1. Ler a Palavra

Os fariseus questionam Jesus porque os seus discípulos não jejuam, ao contrário dos discípulos de João e dos fariseus. Jesus responde com a imagem do noivo: enquanto Ele está presente, o tempo é de festa, não de jejum. Mas virão dias em que será tirado – uma referência à sua paixão e morte – e então haverá lugar para o jejum. Jesus completa a sua resposta com duas imagens: o remendo novo em pano velho e o vinho novo em odres velhos. O ensinamento é claro: a novidade que Ele traz não se pode encaixar nos esquemas velhos; é preciso um coração renovado.

2. Compreender a Palavra

Este Evangelho coloca-nos diante da grande novidade de Cristo. Ele não veio simplesmente reformar práticas antigas, mas inaugurou uma vida nova, um caminho de salvação. O jejum, sinal de penitência, tem o seu lugar, mas só faz sentido à luz da presença ou ausência do Noivo. «Dias virão em que o noivo lhes será tirado» (Lc 5, 35) anuncia a cruz, mas também a esperança: o jejum prepara o coração para a Páscoa. A parábola do vinho novo lembra-nos que o Evangelho não pode ser reduzido a um conjunto de normas, mas exige transformação interior. São Paulo dirá: «Se alguém está em Cristo é uma nova criatura: as coisas antigas passaram, tudo foi renovado» (2 Cor 5, 17).

3. Transformá-la em ação

A mensagem pede-nos discernimento. Há momentos de festa e há momentos de penitência. Saber distinguir o tempo de cada coisa é sinal de maturidade espiritual. Na vida cristã, não se trata de cumprir regras por hábito, mas de viver em comunhão com Cristo. Um caso prático: imaginemos alguém que vive uma fé de rotina – vai à missa, reza, mas sem entusiasmo. A palavra de hoje desafia essa pessoa a não remendar a fé velha com práticas externas, mas a deixar-se renovar pela amizade viva com Cristo. Talvez um tempo de jejum ou silêncio interior seja o caminho para reencontrar o “Noivo” que dá alegria.

4. Da leitura à vida

O Evangelho chama-nos a fazer escolhas: queremos vinho novo em odres novos? Isso significa abrir espaço para Deus transformar a nossa vida. Implica abandonar hábitos estéreis e deixar-nos guiar pelo Espírito.

Oração
Senhor Jesus, Noivo da Igreja, ensina-nos a viver no tempo certo: a alegrar-nos na Tua presença e a jejuar na Tua ausência. Renova o nosso coração para que sejamos odres novos, capazes de acolher o vinho novo do Teu Evangelho. Amém.

Mensagem aos leitores
Cristo é a novidade que transforma tudo. Não remendemos a vida com pequenas mudanças superficiais; abramos o coração a uma renovação profunda que só o Senhor pode dar.

04 Lc 5, 1-11 Quinta «Deixaram tudo e seguiram Jesus»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas…

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

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Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
Palavra da salvação.

.REFLEXÃO .

. **Ler a Palavra**.

    O Evangelho coloca-nos junto do lago de Genesaré, onde Jesus se aproxima de simples pescadores. A multidão aperta-se em redor de Jesus para ouvir a Palavra de Deus. Pedro, cansado da noite infrutífera, empresta a sua barca ao Mestre. Depois da pregação, Jesus pede-lhe algo aparentemente absurdo: lançar as redes de novo. A obediência transforma-se em milagre. A abundância do peixe revela a abundância da graça. Pedro, surpreendido, reconhece a sua pequenez: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador.» Jesus, porém, não se afasta. Pelo contrário, chama-o a um novo horizonte: «Doravante serás pescador de homens.».

Compreender a Palavra.

O episódio mostra a pedagogia de Jesus. Ele entra na vida quotidiana, no trabalho concreto, para se revelar como Senhor. A pesca milagrosa não é apenas um prodígio, mas um sinal: a missão da Igreja nasce do acolhimento da Palavra e da obediência confiante, mesmo quando tudo parece inútil.

Pedro encarna a nossa condição: frágil, pecador, mas chamado. O encontro com Cristo não anula a nossa fragilidade, mas transforma-a em missão. A reação de Pedro – sentir-se indigno – é resposta autêntica diante da santidade de Deus. Jesus, no entanto, não se detém na miséria humana: chama, confia e envia.

A barca é imagem da Igreja, que avança mar adentro sustentada pela presença de Cristo. As redes que se enchem são símbolo da fecundidade apostólica quando enraizada na Palavra. O abandono das redes por parte dos discípulos traduz a radicalidade do seguimento: deixar seguranças para acolher o novo de Deus..

**Da Palavra à Vida**.

Também nós temos noites vazias, redes sem fruto, esforços que parecem inúteis. É aí que Jesus entra, pedindo-nos confiança para lançar de novo as redes, não baseados em cálculos humanos, mas na Sua Palavra.

O chamamento de Jesus não acontece em momentos extraordinários, mas no quotidiano, nas margens do nosso “lago”, onde tantas vezes experimentamos cansaço e frustração. Ser discípulo significa permitir que Cristo conduza a barca da nossa vida.

Hoje, o mundo precisa de pescadores de homens: testemunhas que, com humildade e coragem, anunciem a alegria do Evangelho. Seguir Jesus implica deixar para trás aquilo que nos prende e caminhar com Ele numa confiança sem reservas. É um convite permanente a viver de modo simples e livre, colocando a Palavra no centro.

 

.Oração.

Senhor Jesus, entra também na barca da minha vida.

Nas minhas noites de desânimo e cansaço, vem Tu, com a tua luz.

Ensina-me a lançar as redes confiando apenas na tua Palavra.

Apesar da minha fraqueza, chama-me de novo ao teu seguimento.

Faz de mim, hoje e sempre, pescador de homens para o teu Reino.

Ámen.