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Uma vela acesa diante da escuridão, símbolo de João Baptista como luz profética que ilumina, mesmo quando o mundo tenta apagá-la.

EVANGELHO Mc 6, 17-29
«Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Baptista»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo,
o rei Herodes mandara prender João
e algemá-lo no cárcere,
por causa de Herodíades, a mulher do seu irmão Filipe,
que ele tinha tomado por esposa.
João dizia a Herodes:
«Não podes ter contigo a mulher do teu irmão».
Herodíades odiava João Baptista
e queria dar-lhe a morte, mas não podia,
porque Herodes respeitava João,
sabendo que era justo e santo,
e por isso o protegia.
Quando o ouvia, ficava perturbado,
mas escutava-o com prazer.
Entretanto, chegou um dia oportuno,
quando Herodes, no seu aniversário natalício,
ofereceu um banquete aos grandes da corte,
aos oficiais e às principais personalidades da Galileia.
Entrou então a filha de Herodíades,
que dançou e agradou a Herodes e aos convidados.
O rei disse à jovem:
«Pede-me o que desejares e eu to darei».
E fez este juramento:
«Dar-te-ei o que me pedires,
ainda que seja a metade do meu reino».
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei de pedir?».
A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Baptista».
Ela voltou apressadamente à presença do rei
e fez-lhe este pedido:
«Quero que me dês sem demora, num prato,
a cabeça de João Baptista».
O rei ficou consternado,
mas por causa do juramento e dos convidados,
não quis recusar o pedido.
E mandou imediatamente um guarda,
com ordem de trazer a cabeça de João.
O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João
e trouxe-a num prato.
A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe.
Quando os discípulos de João souberam a notícia,
foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura.
Palavra da salvação.

Lectio – Comentário ao Evangelho (Mc 6, 17-29)

1. Leitura
O texto apresenta-nos o martírio de João Baptista, profeta da verdade, que denuncia o pecado de Herodes e de Herodíades. A sua voz incomoda, porque não se cala diante da injustiça. Herodes, frágil e dividido entre o respeito pelo profeta e a pressão dos convidados, cede ao capricho da filha de Herodíades. O banquete de poder e vaidade acaba transformado em cena de morte.

2. Meditação
João Baptista é testemunha da verdade até ao sangue. Prefere perder a vida do que perder a fidelidade a Deus. O seu destino recorda-nos o de Cristo, o verdadeiro Cordeiro imolado. A cobardia de Herodes é também espelho das nossas hesitações: quantas vezes escutamos a Palavra com agrado, mas, diante da pressão do ambiente ou do medo de perder prestígio, silenciamos a voz da consciência. O Evangelho confronta-nos: sou capaz de permanecer firme na verdade, mesmo quando isso me custa?

3. Oração
Senhor, dá-me a coragem de João Baptista,
que não teve medo de proclamar a verdade.
Livra-me das cadeias do medo,
da tentação de agradar aos homens em vez de a Ti.
Que a minha vida seja testemunho fiel do Evangelho,
mesmo nas pequenas escolhas do dia-a-dia.
Sustenta a tua Igreja na fidelidade,
para que nunca falte a voz profética
que denuncia o mal e anuncia a esperança.
Ámen.

4. Contemplação
Fico em silêncio diante de João Baptista, o precursor. Vejo a sua cabeça oferecida num prato, sinal da violência do mundo, mas também da vitória da verdade que não se cala. Contemplo Cristo, que nele já se revela como a Verdade que o mundo não pode vencer.

5. Acção
Hoje proponho-me ser fiel à verdade em situações concretas, mesmo quando me possa custar incompreensões. Procurarei não ceder a pressões que me afastem da Palavra de Deus.


 

08 24 DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM

 

 

Uma grande mesa festiva preparada ao ar livre, onde homens e mulheres de diferentes povos e culturas se sentam juntos, com uma porta estreita ao fundo iluminada por luz divina, simbolizando a entrada no Reino de Deus.

LEITURA I Is 66, 18-21
«De todas as nações hão de reconduzir os vossos irmãos»

O desígnio de Deus é que todos os homens se salvem. De “todas as nações” e de “todas as línguas”, o Senhor quer reconduzir a humanidade como oferenda à sua glória, e assim realizar a vocação última de todos os homens: viverem eternamente na casa do Pai comum, graças ao chamamento que a todos fez por meio de Jesus Cristo.

Leitura do Livro de Isaías
Eis o que diz o Senhor: «Eu virei reunir todas as nações e todas as línguas, para que venham contemplar a minha glória. Eu lhes darei um sinal e de entre eles enviarei sobreviventes às nações: a Társis, a Fut, a Lud, a Mosoc, a Rós, a Tubal e a Javã, às ilhas remotas que não ouviram falar de Mim nem contemplaram ainda a minha glória, para que anunciem a minha glória entre as nações. De todas as nações, como oferenda ao Senhor, eles hão de reconduzir todos os vossos irmãos, em cavalos, em carros, em liteiras, em mulas e em dromedários, até ao meu santo monte, em Jerusalém – diz o Senhor – como os filhos de Israel trazem a sua oblação em vaso puro ao templo do Senhor. Também escolherei alguns deles para sacerdotes e levitas».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2 (R. Mc 16, 15)
Refrão: Ide por todo o mundo,
anunciai a boa nova. Repete-se

Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos. Refrão

É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre. Refrão

LEITURA II Hebr 12, 5-7.11-13
«O Senhor corrige aquele que ama»

A palavra que foi dirigida aos nossos irmãos do passado em tempo de perseguição para os encorajar na provação, vem sempre a propósito também para nós para nos ensinar a ver com olhos de fé as muitas provações da vida e a entendê-las no seu sentido positivo, que é sempre desígnio de amor de Deus sobre nós.

Leitura da Epístola aos Hebreus
Irmãos: Já esquecestes a exortação que vos é dirigida, como a filhos que sois: «Meu filho, não desprezes a correcção do Senhor, nem desanimes quando Ele te repreende; porque o Senhor corrige aquele que ama e castiga aquele que reconhece como filho». É para vossa correcção que sofreis. Deus trata-vos como filhos. Qual é o filho a quem o pai não corrige? Nenhuma correcção, quando se recebe, é considerada como motivo de alegria, mas de tristeza. Mais tarde, porém, dá àqueles que assim foram exercitados um fruto de paz e de justiça. Por isso, levantai as vossas mãos fatigadas e os vossos joelhos vacilantes e dirigi os vossos passos por caminhos direitos, para que o coxo não se extravie, mas antes seja curado.
Palavra do Senhor.

ALELUIA Jo 14, 6
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor:
ninguém vai ao Pai senão por Mim. Refrão

EVANGELHO Lc 13, 22-30
«hão de vir do Oriente e do Ocidente
e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus»

Jesus diz-nos que todos os homens são chamados à salvação e a viverem com Deus; mas que este desígnio de Deus tem de ser acolhido por cada um, que terá, por isso, de se esforçar por passar pela porta estreita, não vá, por negligência, ficar de fora da sala do banquete do reino de Deus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus dirigia-Se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava. Alguém Lhe perguntou: «Senhor, são poucos os que se salvam?». Ele respondeu: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Hão de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos».
Palavra da salvação.

Reflexão

As leituras oferecem-nos um fio condutor: o desígnio universal de Deus, que chama todos os povos à salvação. Isaías anuncia que, de todas as nações, Deus reunirá os seus filhos, tornando-os oferenda viva e escolhendo até estrangeiros como sacerdotes e servidores do Seu Reino. O salmo reforça este horizonte universal: o Senhor deve ser louvado por todas as nações. A carta aos Hebreus lembra que este caminho não é fácil: exige purificação, disciplina e perseverança, porque o Pai corrige aqueles que ama, formando neles um coração forte e confiante. No Evangelho, Jesus recorda que a salvação é dom aberto a todos, mas requer esforço e fidelidade: é preciso entrar pela porta estreita, viver a fé em autenticidade e não em mera aparência. O banquete do Reino acolhe homens e mulheres de todos os horizontes; mas só entram os que se deixam transformar pela graça e permanecem fiéis ao Senhor.

 

 

 

 

08 23 Sábado da semana XX

Sugestão de imagem: Uma cena serena de campo dourado, com espigas maduras ao vento. No primeiro plano, Rute ajoelhada recolhe espigas com humildade e gratidão, enquanto Booz, de pé, a observa com olhar benevolente. Ao fundo, Noémi segura nos braços o menino Obed, símbolo da bênção e da promessa cumprida. A luz suave do céu ilumina a cena, sugerindo a providência de Deus que conduz a história até Cristo. Queres que eu componha também **uma legenda curta** para acompanhar estLEITURA I (anos ímpares) Rute 2, 1-3.8-11; 4, 13-17
«O Senhor não te recusou quem assegurasse a tua descendência:
é o pai de Jessé, pai de David»

Rute, uma vez viúva, não quis abandonar a sogra, Noemi, e voltou com ela para a terra desta e aí casou de novo com outro israelita, Booz; e assim, embora estrangeira de origem, entra no povo de Deus, onde virá a ser ascendente de Jesus, como pode ler-se na genealogia do Senhor. O Messias vem fazer de todos um só povo.

Leitura do Livro de Rute
Noémi tinha um parente da parte do marido, homem importante pela sua fortuna. Era da família de Elimelec e chamava-se Booz. Um dia, Rute, a moabita, disse a Noémi: «Deixa-me ir ao campo apanhar espigas, atrás de quem me acolher favoravelmente». Noémi respondeu-lhe: «Vai, minha filha». Ela saiu para ir apanhar espigas no campo, atrás dos ceifeiros, e foi ter por acaso a um campo que era de Booz, parente de Elimelec. Booz disse a Rute: «Escuta, minha filha, não vás apanhar espigas noutro campo. Não te afastes daqui, fica com as minhas servas. Repara bem no terreno em que estão a ceifar e vai atrás delas, que eu dei ordens aos meus servos para não te incomodarem. Se tiveres sede, vai às bilhas beber da água que eles beberem». Então Rute prostrou-se de rosto em terra e disse-lhe: «Porque encontrei favor a teus olhos, de modo que te interessaste por mim, que sou uma estrangeira?». Booz respondeu-lhe: «Eu estou informado de tudo o que tens feito à tua sogra, depois da morte do teu marido. Deixaste pai e mãe e a terra onde nasceste e vieste para um povo que não conhecias». Depois desposou Rute, que se tornou sua mulher, e conviveu com ela. O Senhor deu-lhe a graça de conceber e ela deu à luz um filho. As mulheres disseram a Noémi: «Bendito seja o Senhor, que não te recusou hoje quem assegurasse a tua descendência. O seu nome seja celebrado em Israel! Será a consolação da tua alma e o amparo da tua velhice, pois nasceu da tua nora, que é tão tua amiga e vale mais para ti do que sete filhos». Noémi tomou o menino ao colo e foi ela que o criou. As vizinhas deram nome ao menino, dizendo: «Nasceu um filho a Noémi». E deram-lhe o nome de Obed. Obed foi o pai de Jessé, pai de David.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5 (R. 4)
Refrão: Será abençoado o homem que teme o Senhor. Repete-se

Feliz de ti, que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem. Refrão

Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira
ao redor da tua mesa. Refrão

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida. Refrão

ALELUIA Mt 23, 9b.10b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Um só é o vosso Pai, o Pai celeste;
um só é o vosso mestre, Jesus Cristo. Refrão

EVANGELHO Mt 23, 1-12
«Dizem e não fazem»

As palavras de Jesus não são apenas uma doutrina para se acreditar, mas a norma de vida para se viver, a começar pelas atitudes interiores do coração, coisa que os escribas e os fariseus a que referia não estavam dispostos a fazer.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

As leituras de hoje apresentam-nos a fidelidade humilde de Rute, que, deixando a sua terra, se integra no povo de Deus e recebe a bênção de ser antepassada do rei David e, por ele, de Cristo. A sua vida mostra que a generosidade e o serviço, mesmo no silêncio, produzem frutos que ultrapassam qualquer expectativa. O Evangelho, por sua vez, denuncia a incoerência dos fariseus que dizem mas não fazem, alertando-nos para uma fé vivida com autenticidade e humildade. Ao sábado, a Igreja recorda Nossa Senhora: nela encontramos a perfeita discípula, que, como Rute, acolheu com humildade e confiança o desígnio de Deus, e, ao contrário dos fariseus, viveu sempre em coerência e verdade. Maria é modelo de quem se entrega ao Senhor sem buscar honras, sendo serva e Rainha ao mesmo tempo. O seu exemplo convida-nos a caminhar no serviço humilde, onde se revela a verdadeira grandeza.

 

08 22 Sexta-feira da semana XX Santa Maria Rainha

Sugestão de imagem Uma coroa luminosa colocada sobre um coração aberto, de onde brotam espigas e lírios, simbolizando Rute (ceifa) e Maria (pureza e realeza).

LEITURA I (anos ímpares) Rute 1, 1-2a.3-6.14b-16.22
«Noémi regressou dos campos de Moab, com Rute,a moabita,
e chegou a Belém»

Rute, estrangeira ao povo de Deus por sua origem, nele entrou pelo casamento com um filho de israelitas enviuvou, mas, depois de enviuvar, não quis voltar para o seu povo de origem, os moabitas, como podia ter feito, mas preferiu voltar com a sogra para a terra desta, Belém. Aí casou de novo com outro israelita, Booz, e assim veio a tornar-se uma das ascendentes do rei David, e, por este, do Messias.

Início do Livro de Rute
No tempo em que os juízes governavam, houve uma fome no país. Certo homem deixou Belém de Judá e emigrou para os campos de Moab, com a mulher e dois filhos. Ele chamava-se Elimelec e a mulher Noémi. Elimelec, marido de Noémi, faleceu e ela ficou só com os seus dois filhos.
Ambos casaram com esposas moabitas, uma chamada Orpa e a outra Rute. Permaneceram lá cerca de dez anos. Entretanto os filhos também morreram e Noémi ficou só, sem os dois filhos e sem o marido. Resolveu então voltar dos campos de Moab, juntamente com as noras, por ter sabido, nos campos de Moab, que o Senhor tinha abençoado o seu povo, dando-lhe pão. Orpa despediu-se da sogra e voltou para o seu povo; mas Rute ficou com Noémi. Disse-lhe Noémi: «Olha que a tua cunhada voltou para o seu povo e para o seu deus. Vai também com ela». Rute respondeu-lhe: «Não insistas comigo, para que te deixe e me afaste de ti, pois irei para onde fores e viverei onde viveres. O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus». Foi assim que Noémi regressou dos campos de Moab, trazendo consigo sua nora Rute, a moabita. Chegaram a Belém no início da ceifa da cevada.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 145 (146), 5-6ab.7.8.9.10 (R. 1)
Refrão: Ó minha alma, louva o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Feliz o que tem por auxílio o Deus de Jacob,
o que põe a sua confiança no Senhor, seu Deus,
que fez o céu e a terra, o mar e quanto neles existe. Refrão

O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos. Refrão

O Senhor ilumina os olhos dos cegos,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos. Refrão

O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores. Refrão

O Senhor reina eternamente;
o teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações. Refrão

ALELUIA Salmo 24 (25), 4b.5a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
guiai-me na vossa verdade. Refrão

EVANGELHO Lc 1, 26-38
«Conceberás e darás à luz um Filho»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

As leituras de hoje recordam-nos duas figuras femininas que se tornam sinais luminosos da fidelidade e da confiança em Deus: Rute e Maria. Rute, estrangeira, escolhe permanecer ao lado de Noémi e assumir o Deus de Israel como seu Deus. A sua fidelidade abre-lhe caminho para ser antepassada de David e, por ele, do próprio Messias. Também Maria, humilde serva, acolhe com confiança o anúncio do Anjo e oferece-se totalmente ao projecto divino, tornando-se Mãe de Jesus e Rainha do Céu e da Terra. Ambas revelam a força de quem confia plenamente no Senhor: Rute, na simplicidade da vida quotidiana, e Maria, na grandeza da sua vocação única. Na memória de Santa Maria Rainha, contemplamos esta realeza que não se impõe pela força, mas pelo amor e pela obediência à vontade de Deus. O seu trono é o coração disponível e generoso de quem se entrega ao Senhor.

Oração a Santa Maria Rainha

Santa Maria, Rainha humilde e serva,
que acolheste com coragem a vontade de Deus,
ensina-nos a confiar como tu,
mesmo quando o caminho parece difícil.

Faz do nosso coração um trono para Cristo,
onde reine a paz, a esperança e o amor.
Ajuda-nos a dizer cada dia:
“Eis-me aqui, faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Rainha do Céu e Mãe nossa,
guia-nos na fidelidade e no serviço,
para que, como Rute e contigo,
sejamos sinais vivos da presença de Deus no mundo.

Amém.

 

08 21 Quinta-feira da semana XX S. Pio X, papa – MO

Uma representação simbólica do espinheiro ameaçando as árvores nobres, com luz divina a incidir sobre elas, sugerindo proteção e orientação de Deus sobre os justos.

LEITURA I (anos ímpares) Jz 11, 29-39a
«A primeira pessoa que sair da porta da minha casa,
eu a oferecerei em holocausto ao Senhor»

Esta narração, de carácter muito antigo, mostra uma determinada maneira de encarar os conceitos religiosos em tempos ainda muito primitivos, mas que o Evangelho viria a esclarecer e a espiritualizar. Deus nunca exigiu sacrifícios humanos, que estiveram, no entanto, em uso entre os povos vizinhos do povo de Deus.

Leitura do Livro dos Juízes
Naqueles dias, o espírito do Senhor veio sobre Jefté, que percorreu Galaad e Manassés, atravessou Mispá de Galaad e dali passou ao território dos amonitas. Jefté fez este voto ao Senhor: «Se me entregardes os amonitas nas minhas mãos e eu voltar em paz da campanha contra eles, a primeira pessoa que sair da porta da minha casa, para vir ao meu encontro, pertencerá ao Senhor, e eu a oferecerei em holocausto». Jefté passou então ao território dos amonitas, para travar combate com eles, e o Senhor entregou-os nas suas mãos. Desbaratou-os desde Aroer até perto de Minit, tomando vinte cidades, e chegou até Abel-Queramin. Com esta enorme derrota, os amonitas ficaram humilhados perante os filhos de Isarel. Quando Jefté voltava para casa, em Mispá, sua filha saiu ao seu encontro, dançando ao som de tamborins. Era filha única; além dela não tinha outros filhos ou filhas. Logo que a viu, Jefté rasgou as vestes e disse: «Ai, minha filha, que me trazes tanta angústia! És a causa da minha desgraça! Eu tomei um compromisso diante do Senhor e não posso voltar atrás». Ela respondeu-lhe: «Meu pai, se te comprometeste com o Senhor, trata-me segundo o compromisso que tomaste, uma vez que o Senhor te concedeu a desforra contra os filhos de Amon, teus inimigos». Depois disse ao pai: «Apenas te peço um favor: Deixa-me livre durante dois meses, para eu ir pelos montes, com as minhas companheiras, e chorar por ter de morrer virgem». O pai respondeu-lhe: «Então vai!». E deixou-a partir por dois meses. Ela foi com as suas companheiras e andou a chorar pelos montes, por ter de morrer virgem. Passados os dois meses, voltou para junto do pai e ele cumpriu o voto que fizera.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 39 (40), 5.7-8a.8b-9.10-11ab (R. 8a e 9a)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade. Repete-se

Feliz de quem pôs a sua confiança no Senhor
e não se voltou para os arrogantes.
Feliz de quem pôs a sua confiança no Senhor
e não se voltou para os que seguem a mentira. Refrão

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou». Refrão

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração». Refrão

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a vossa justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa fidelidade e salvação. Refrão

ALELUIA cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão

EVANGELHO Mt 22, 1-14
«Convidai para as bodas todos os que encontrardes»

As núpcias são uma das imagens simbólicas para significar a união feliz de Deus com o seu povo, sobretudo em Jesus Cristo, que é chamado o Esposo, bem como a Igreja é chamada a Esposa. O convite para as bodas, e consequentemente o convite para entrar na Igreja de Cristo, a sua Esposa, é dirigido a todos os homens. Esta parábola mostra a generosidade de Deus que a todos convida, mas também a necessidade de responder ao convite de Deus e de tomar parte no seu banquete.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO GERAL 

REFLEXÃO 

A leitura de Juízes mostra-nos como a liderança humana, quando desligada da vontade de Deus, pode conduzir a escolhas precipitadas e perigosas. As árvores representam os líderes e o povo de Israel: cada uma simboliza talentos e dons únicos, mas apenas o espinheiro, incapaz de dar frutos nobres, aceita a realeza, ameaçando com destruição. Este apólogo alerta-nos sobre a necessidade de discernimento e fidelidade ao verdadeiro Rei, que é Deus. São Pio X, com a sua vida e missão, exemplifica esta fidelidade plena: guiou a Igreja com coragem, priorizando a instrução cristã, a reforma litúrgica e a defesa da fé, sempre subordinando toda autoridade à vontade de Deus. Ele recusou qualquer concessão ao comodismo ou às modas humanas que pudessem afastar os fiéis do caminho da salvação, mostrando que a verdadeira liderança serve e protege o rebanho, em total fidelidade ao Senhor.

Oração

Senhor, concede-nos discernimento para reconhecer os líderes que nos conduzem segundo a Tua vontade. Inspira-nos a seguir exemplos de fidelidade como São Pio X, mantendo o coração firme em Ti, e a ser testemunhas corajosas do Teu amor e da Tua verdade. Amém.

 

08 20 Quarta-feira da semana XX

Liturgia diária

 

Uma representação simbólica do espinheiro ameaçando as árvores nobres, com luz divina a incidir sobre elas, sugerindo proteção e orientação de Deus sobre os justos.

LEITURA I (anos ímpares) Jz 9, 6-15
«Vós dissestes ‘Um rei nos governará’;
e o Senhor vosso Deus era o vosso rei (1 Sam 12, 12)»

Esta fábula, que apresenta aqui as árvores a falar, chama-se um apólogo, e é raro na Bíblia, embora frequente noutros países antigos. Aqui vem a propósito num momento de sucessão difícil, talvez mesmo a prevenir contra o regime da realeza, concretamente neste momento da história de Israel.

Leitura do Livro dos Juízes
Naqueles dias, todos os chefes de Siquém e todo o Bet-Milo se reuniram junto do carvalho da estela que está em Siquém e proclamaram rei Abimelec. Quando deram a notícia a Joatão, ele foi colocar-se no cimo do monte Garizim e levantou a voz, dizendo: «Escutai-me, chefes de Siquém e Deus também vos escutará. Certo dia, as árvores resolveram escolher um rei. Disseram à oliveira: ‘Reina sobre nós’. A oliveira respondeu-lhes: ‘Terei de renunciar ao meu azeite, que dá honra aos deuses e aos homens, para me baloiçar por cima das árvores?’. Então as árvores disseram à figueira: ‘Vem tu reinar sobre nós’. Mas a figueira respondeu-lhes: ‘Terei de renunciar à doçura do meu saboroso fruto, para ir baloiçar-me por cima das árvores?’. E as árvores disseram à videira: ‘Vem tu reinar sobre nós’. Mas a videira respondeu-lhes: ‘Terei de renunciar ao meu vinho novo, que alegra os deuses e os homens, para ir baloiçar-me por cima das árvores?’. Então todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu reinar sobre nós’. E o espinheiro respondeu às árvores: ‘Se é de boa fé que me quereis ungir como vosso rei, vinde acolher-vos à minha sombra. Se não, sairá fogo do espinheiro e devorará os cedros do Líbano’».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 20 (21), 2-3.4-5.6-7 (R. cf. 2a)
Refrão: O vosso triunfo, Senhor, é a alegria do rei. Repete-se

Senhor, o rei alegra-se com o vosso poder
e exulta de contente com o vosso auxílio.
Satisfizestes os anseios do seu coração,
não rejeitastes o pedido de seus lábios. Refrão

Vós o cumulastes de bênçãos preciosas,
cingistes sua fronte com uma coroa de ouro fino.
Pediu-vos a vida e Vós lha concedestes,
uma vida longa para muitos anos. Refrão

Graças à vossa protecção, é grande a sua glória,
Vós o revestistes de esplendor e majestade.
Para sempre o abençoastes
e enchestes de alegria na vossa presença. Refrão

ALELUIA Hebr 4, 12
Refrão: Aleluia Repete-se
A palavra de Deus é viva e eficaz,
conhece os pensamentos e intenções do coração. Refrão

EVANGELHO Mt 20, 1-16a
«Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?»

Nesta parábola, Jesus quer fazer-nos compreender que a bondade de Deus ultrapassa muito os critérios humanos. Os trabalhadores da última hora receberam tanto como os da primeira. Estes, porém, não foram tratados com injustiça: receberam o que tinha sido ajustado. Mas a parábola tem certamente alcance mais vasto: a Igreja dos pagãos, chegados no fim dos judeus, e que foram igualmente acolhidos por misericórdia!

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO GERAL

A leitura de Juízes mostra-nos como a liderança humana, quando desligada da vontade de

Deus, pode conduzir a escolhas precipitadas e perigosas. As árvores representam os líderes e o povo de Israel: cada uma simboliza talentos e dons únicos, mas apenas o espinheiro, incapaz de dar frutos nobres, aceita a realeza, ameaçando com destruição. Este apólogo alerta-nos sobre a necessidade de discernimento e fidelidade ao verdadeiro Rei, que é Deus. São Pio X, com a sua vida e missão, exemplifica esta fidelidade plena: guiou a Igreja com coragem, priorizando a instrução cristã, a reforma litúrgica e a defesa da fé, sempre subordinando toda autoridade à vontade de Deus. Ele recusou qualquer concessão ao comodismo ou às modas humanas que pudessem afastar os fiéis do caminho da salvação, mostrando que a verdadeira liderança serve e protege o rebanho, em total fidelidade ao Senhor.

Oração

Senhor, concede-nos discernimento para reconhecer os líderes que nos conduzem segundo a Tua vontade. Inspira-nos a seguir exemplos de fidelidade como São Pio X, mantendo o coração firme em Ti, e a ser testemunhas corajosas do Teu amor e da Tua verdade. Amém.