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08 01 Mt 13, 54-58 “Não é Ele o filho do carpinteiro?”

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus foi à sua terra e começou a ensinar os que estavam na sinagoga, de tal modo que ficavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem esta sabedoria e este poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? A sua Mãe não se chama Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem entre nós? De onde Lhe vem tudo isto?». E estavam escandalizados com Ele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra e em sua casa». E por causa da falta de fé daquela gente, Jesus não fez ali muitos milagres.

Palavra da salvação.

Lectio Divina – Mt 13, 54-58
Evangelho: «Não é Ele o filho do carpinteiro? Donde Lhe vem tudo isto?»

1. Lectio – O que diz o texto?
Jesus regressa à sua terra e ensina na sinagoga. A multidão admira-se, mas logo se fecha na incredulidade. Conhecem-No de forma superficial – filho do carpinteiro, familiar de gente comum – e não conseguem ver além disso. Por causa dessa familiaridade e preconceito, recusam a verdade mais profunda que n’Ele habita. Resultado? Jesus não realiza ali muitos milagres, porque a fé é a porta que abre o coração à acção de Deus.

2. Meditatio – O que me diz o texto?
Quantas vezes também nós, como os concidadãos de Jesus, deixamos que o preconceito, a rotina e a dureza do coração nos impeçam de reconhecer o extraordinário no ordinário. Esperamos Deus nas alturas, mas Ele manifesta-Se na humildade e simplicidade. Jesus, tal como os profetas, não é reconhecido pelos seus; também hoje, quem anuncia o Evangelho pode ser rejeitado pelos que o conhecem melhor.

3. Oratio – O que digo a Deus?
Senhor Jesus, dá-me um coração novo, capaz de Te reconhecer mesmo quando Te revelas nos rostos mais simples e nos gestos mais humildes. Livra-me da cegueira da familiaridade e da rigidez do julgamento. Que eu Te acolha com fé, mesmo quando Te escondes na carne da minha história.

4. Contemplatio – O que me leva a viver este texto?
Santo Afonso Maria de Ligório soube reconhecer a presença de Deus nas almas mais simples, nos pobres e nos pecadores. Fundou os Redentoristas para anunciar a Boa Nova àqueles que o mundo desprezava. A sua vida foi resposta fiel a Cristo rejeitado. Afonso não foi bem compreendido por muitos da sua época, mas permaneceu profeta da misericórdia.


Oração:
Senhor, ensina-me a ver com os olhos do coração. Que eu não despreze a Tua presença por estar disfarçada em rostos familiares. À semelhança de Santo Afonso, dá-me a coragem de anunciar-Te mesmo quando me rejeitam. Que a fé vença o medo e o amor supere o julgamento. Ámen.


Mensagem ao leitor:
Não deixes que a familiaridade com Jesus te torne indiferente. Escuta-O como se fosse a primeira vez.

Pensamento apelativo:
A fé cresce quando reconheces Deus no comum da vida.

 

 

07 31 Mt 13, 47-53 Quinta Feira «Escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam-no fora»

Lectio Divina sobre Mt 13,47-53 à luz da vida de Santo Inácio de Loiola

1. Lectio – O que diz o texto?
Jesus apresenta o Reino dos Céus como uma rede lançada ao mar que apanha peixes de toda a espécie. No final, faz-se a separação: os bons para os cestos, o que não presta é deitado fora. Jesus alerta para o juízo final, onde os anjos separarão os justos dos maus. Conclui com uma imagem do escriba que, conhecendo o Reino, sabe tirar do tesouro coisas novas e velhas.

2. Meditatio – O que me diz o texto?
O Evangelho provoca-nos a reflectir sobre a qualidade da nossa vida espiritual: que tipo de peixe sou eu nesta rede do Reino? A rede representa a Igreja, onde todos são acolhidos, mas onde a autenticidade será discernida no fim. Esta palavra exige de mim vigilância, coerência de vida e fidelidade ao Evangelho.

Santo Inácio de Loiola viveu profundamente este discernimento. Depois de uma vida mundana, ferido em batalha, descobriu que os “peixes maus” da sua antiga vida — vaidade, glória terrena, desejo de poder — não podiam entrar no Reino. Fez dos Exercícios Espirituais uma “rede” para ajudar outros a discernir o que é de Deus e o que não é. Inácio soube tirar do tesouro da Igreja “coisas novas e velhas”, unindo tradição e inovação, contemplação e acção.

3. Oratio – O que digo a Deus?
Senhor Jesus,
Tu que tudo vês e conheces os corações,
ajuda-me a ser um “peixe bom” na tua rede.
Purifica-me do que não presta, da falsidade,
do egoísmo, da indiferença.
Ensina-me, como Santo Inácio,
a discernir a tua vontade em todas as coisas
e a procurar, em tudo, a tua maior glória.
Ámen.

4. Contemplatio – O que faço a partir deste texto?
A contemplação leva-me a acolher a Palavra como critério de vida. Tal como Santo Inácio, quero deixar que o Evangelho modele o meu interior, para que, um dia, no fim da pesca, eu seja acolhido no cesto do Reino.

Mensagem ao leitor:
Não deixes para o fim o discernimento que Deus te convida a fazer hoje. A tua vida tem valor eterno.

Pensamento apelativo:
“Quem não se examina, deixa-se apanhar pelas redes da ilusão.” – à maneira de Santo Inácio