07 26 Mt 13, 16-17 «Muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes»

 

Imagine um casal idoso, com rostos serenos e mãos entrelaçadas, olhando para o horizonte com um brilho de esperança nos olhos. Ao fundo, um sol nascente ilumina uma paisagem de oliveiras, simbolizando a paz, a longevidade e a promessa de um novo dia. O sol pode ser interpretado como o prenúncio da vinda do Messias, a luz que dissipa as trevas da espera.

EVANGELHO Mt 13, 16-17
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos:
«Felizes os vossos olhos porque veem
e os vossos ouvidos porque ouvem!
Em verdade vos digo: muitos profetas e justos
desejaram ver o que vós vedes e não viram
e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».

Palavra da salvação.

Leitura (Lectio)

O texto que nos é proposto hoje, de Mateus 13, 16-17, apresenta-nos Jesus a proclamar a bem-aventurança dos Seus discípulos. Ele diz: «Felizes os vossos olhos porque veem e os vossos ouvidos porque ouvem! Em verdade vos digo: muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não viram e ouvir o que vós ouvis e não ouviram».

Esta passagem convida-nos a uma profunda reflexão sobre a graça da revelação. Jesus destaca a singularidade da experiência dos Seus discípulos, que têm o privilégio de ver e ouvir diretamente a manifestação do Reino de Deus em Sua pessoa e ensinamentos. Ele sublinha que esta é uma realidade ansiosamente aguardada por gerações de profetas e justos do Antigo Testamento, que viveram na expectativa e na esperança, mas não tiveram a oportunidade de presenciar o cumprimento das promessas divinas como os discípulos. A bem-aventurança não é por mérito próprio dos discípulos, mas sim um dom divino que lhes foi concedido.


Meditação (Meditatio)

Ao meditar sobre este Evangelho, somos levados a considerar a profundidade do desejo dos profetas e justos. Eles viveram na fé, muitas vezes em tempos de prova e escuridão, confiando na Palavra de Deus que lhes era dada, mas sem a plenitude da revelação que os discípulos de Jesus agora experimentam.

Aqui podemos traçar um paralelo com Joaquim e Ana, os pais de Maria. Eles são figuras veteranas, representantes dessa geração de justos que, embora não sendo profetas no sentido formal, viveram uma vida de retidão e profunda fé. A Tradição da Igreja apresenta-os como um casal idoso, pios e que desejaram ardentemente a vinda do Messias, tal como os profetas e justos.

Joaquim e Ana, apesar da sua avançada idade e da dor da esterilidade, mantiveram uma fé inabalável na providência divina. O seu desejo mais profundo não era apenas ter um filho, mas sim ver o cumprimento das promessas de salvação para o seu povo. Eles, à sua maneira, foram aqueles que “desejaram ver o que vós vedes e não viram”. A sua vida foi uma preparação silenciosa e uma espera paciente pela aurora da salvação.

Deus, na Sua infinita bondade, respondeu à sua fé e perseverança. Através deles, veio ao mundo Maria, a Mãe do Salvador, a Cheia de Graça que traria o próprio Cristo. Assim, Joaquim e Ana, embora não tenham visto Jesus em carne e osso, tiveram o seu desejo mais profundo realizado na pessoa de sua Filha, que se tornou a porta pela qual a plenitude da revelação entrou no mundo. A sua alegria e a sua bem-aventurança residem no facto de terem contribuído, pela sua santidade e fé, para a vinda daquele que “os olhos dos discípulos veem e os seus ouvidos ouvem”. Eles foram instrumentos preciosos na história da salvação, preparando o caminho para a vinda do Reino.


Oração (Oratio)

Senhor Jesus,Agradecemos pelos Teus ensinamentos e pela luz da Tua Palavra. Nós Te pedimos a graça de ter olhos que veem e ouvidos que ouvem,para que possamos reconhecer a Tua presença em nossas vidas e a riqueza do Teu Reino que se manifesta a cada dia.Com Joaquim e Ana, aprendemos a lição da perseverança na fé,mesmo quando os nossos desejos mais profundos parecem tardar.mesmo quando os nossos desejos mais profundos parecem tardar.e que a Tua bem-aventurança nos acompanhe  sempre.Abre os nossos corações para a Tua revelação, para que não sejamos cegos nem surdos à Tua voz que nos chama.Que a nossa vida seja um Ámen. contínuo “sim” à Tua graça,

Contemplação (Contemplatio)

Permita que esta verdade penetre no seu coração: a presença de Deus em nossas vidas é um dom inestimável. Somos convidados a uma vigilância atenta, para não deixarmos passar as manifestações da graça divina. Contemple a figura de Joaquim e Ana, a sua paciência, a sua fé, a sua esperança que não esmoreceu. Veja como a perseverança na oração e na retidão de vida pode preparar o terreno para as maiores bênçãos de Deus. Pense em como o “ver” e o “ouvir” de hoje são, para nós, o acesso à Palavra e aos Sacramentos, onde Jesus se nos revela continuamente.

Ação (Actio)

Que esta reflexão o inspire aaprofundar a sua escuta da Palavra de Deus e a sua participação na vida sacramental. Procure momentos de silêncio para ouvir a voz do Senhor. Aja com a mesma perseverança na fé de Joaquim e Ana, confiando que Deus opera em todas as circunstâncias da sua vida. Compartilhe a alegria da sua fé com aqueles que o rodeiam, testemunhando o que os seus olhos veem e os seus ouvidos ouvem do amor de Deus.


Mensagem

Que a bem-aventurança proclamada por Jesus neste Evangelho ressoe em nossos corações. Somos privilegiados por viver no tempo da plenitude da graça, onde a Palavra de Deus nos é plenamente revelada.

Olhemos para a vida de São Joaquim e Sant’Ana, os pais da Virgem Maria. Eles são um exemplo luminoso de fé paciente e esperança inabalável. As suas vidas, tecidas de oração e retidão, preparam o caminho para a maior das bênçãos: a vinda da Salvação através da sua Filha. Eles nos ensinam que a espera em Deus nunca é em vão, e que mesmo nas provações, a fidelidade é recompensada.

Que este Evangelho e a vida destes santos veteranos nos inspirem a abrir os nossos olhos e ouvidos para a presença constante de Deus em nosso quotidiano. Que possamos reconhecer os sinais da Sua graça e a voz que nos chama a uma vida de amor e serviço.


 

 

 

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