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06 12 Quinta-feira da semana X

2025-06-12

Quinta-feira da semana X

Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).

L 1 2Cor 3, 15 – 4, 1. 3-6; Sl 84 (85), 9ab-10. 11-12. 13-14
Ev Mt 5, 20-26.

**"Duas mãos se encontrando sobre um arado quebrado"**.   - **Simbolismo**: O arado (ferramenta de trabalho) partido representa conflitos que paralisam a comunidade. As mãos que se unem para repará-lo ilustram a reconciliação como trabalho sagrado. Ao fundo, um altar com luz sugestiva, remetendo ao versículo 24.   - **Cores**: Tons terrosos (humildade) com raios de luz dourada (graça)

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### **Mateus 5,20-26**  

**20** “Porque eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.  

**21** Ouvistes o que foi dito aos antigos: *Não matarás*; quem matar será réu de juízo.  

**22** Eu, porém, vos digo: Todo aquele que se encoleriza contra seu irmão será réu de juízo; quem disser ao seu irmão: ‘Patife!’, será réu perante o Sinédrio; e quem lhe disser: ‘Louco!’, será réu do fogo do inferno.  

**23** Portanto, se estiveres para apresentar tua oferta no altar e ali te lembrares de que teu irmão tem algo contra ti,  

**24** deixa a tua oferta ali, diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; depois, vem apresentar a tua oferta.  

**25** Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho do tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz ao guarda, e serás lançado na prisão.  

**26** Em verdade te digo: dali não sairás, até que pagues o último centavo.”

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REFLEXÃO 

Jesus radicaliza a Lei ao exigir uma **justiça do coração**, não apenas de aparências. Os fariseus cumpriam ritos externos, mas Cristo aponta para a raiz do mal: a **ira não curada**, o **desprezo no olhar** e a **palavra que fere** (v. 22). A reconciliação torna-se prioridade absoluta – até mesmo sobre o culto no templo (v. 23-24). Deus não aceita ofertas de quem alimenta divisões.  .

Para o cristão, isso implica.

Autocrítica constante**: Identificar gestos de superioridade, julgamentos velados ou ressentimentos que nos afastam dos irmãos.  

Reconciliação urgente**: Não adiar o perdão. O “caminho para o tribunal” (v. 25) simboliza a vida terrena: tempo limitado para reparar laços.  

Justiça restaurativa**: Pagar “até o último centavo” (v. 26) significa reparar danos concretos, não apenas pedir desculpas. .

Este texto desmonta espiritualidades alienadas: não adianta rezar longas horas se há pessoas magoadas por nossas ações. A verdadeira adoração acontece **no altar das relações humanas**. A “justiça maior” (v. 20) é a caridade que vence o ódio com gestos de humildade: buscar quem ofendemos, ouvir quem ignoramos, devolver dignidade a quem tratamos com desdém.  .

A Cruz ecoa aqui: Cristo, inocente, reconcilia a humanidade com Deus. Seguí-Lo é **ser pacificador mesmo quando a ofensa parte do outro**. A prisão (v. 25) não é apenas jurídica: é a cadeia da amargura que nos aprisiona quando nos recusamos a perdoar. .

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ORAÇÃO 

*Senhor Jesus, Mestre da justiça verdadeira,  .

tira do meu coração toda semente de ira e soberba.  

Ensina-me a ver nos meus irmãos tua face amada.  

Se feri alguém com palavras ou silêncios,  

dá-me a coragem de buscar reconciliação.  

Que eu nunca coloque ritos acima da misericórdia,  

nem permita que o sol se ponha sobre minha mágoa.  

Faze-me instrumento da tua paz:  

onde houver ressentimento, que eu leve o perdão;  

onde houver ofensa, que eu leve a reparação.  

Pois só assim minha vida será oferta agradável  

no altar do teu Reino. Amém.*  

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06 11 Mateus 10, 7-13 Quarta-feira da Semana X Memória de São Barnabé, Apóstolo

Sugestão de imagem: Uma pintura de São Barnabé a caminhar com São Paulo, com um bastão de peregrino, sem riquezas, de rosto alegre e sereno, rodeado por pessoas simples a escutar a Palavra. Ao fundo, o símbolo do Espírito Santo em forma de pomba.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus segundo  S, Mateus 10, 7-13

Naquele tempo, disse Jesus aos seus Apóstolos:
«Ide e proclamai que está próximo o Reino dos Céus.
Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demónios.
Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes.
Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos,
nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado:
porque o operário merece o seu sustento.
Em qualquer cidade ou aldeia onde entrardes, procurai saber quem ali é digno e ficai com ele até partirdes.
Ao entrardes na casa, saudai-a.
Se a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se não for, volte para vós».


REFLEXÁO

Neste Evangelho, Jesus envia os apóstolos em missão, pedindo-lhes que anunciem a proximidade do Reino dos Céus e que realizem gestos concretos de libertação: curar, purificar, ressuscitar, expulsar o mal. No centro desta missão está uma atitude essencial: a gratuidade. O apóstolo deve oferecer tudo o que recebeu sem pedir nada em troca, confiando na providência e acolhimento.

Este envio missionário encontra eco perfeito na vida de São Barnabé, cuja memória hoje celebramos. Barnabé, embora não fizesse parte do grupo dos Doze, é chamado apóstolo nos Atos dos Apóstolos (cf. At 14,14), por ter sido verdadeiramente enviado a proclamar o Evangelho. Natural de Chipre, era levita e, como relata Lucas, vendeu os seus bens e colocou tudo aos pés dos Apóstolos (cf. At 4,36-37), dando testemunho concreto de desapego e generosidade.

Barnabé foi também instrumento de reconciliação e abertura: foi ele quem acolheu Paulo quando os outros cristãos ainda o temiam, e mais tarde, foi seu companheiro de missão. A sua figura emerge como a de um homem cheio do Espírito Santo, de fé e de coragem, capaz de ver o bem onde outros ainda hesitam.

O envio dos discípulos no Evangelho, com simplicidade e confiança, reflecte o estilo de Barnabé: um apóstolo que partiu sem grandes seguranças, apenas com a força da fé e do amor a Cristo. Aprendemos com ele a ser discípulos disponíveis, generosos e promotores de comunhão.


Oração 
Senhor, que encheste Barnabé de fé e do Espírito Santo, torna-nos como ele: generosos no anúncio, firmes na esperança, corajosos na caridade. Que também nós saibamos dar gratuitamente o que de Ti recebemos. Ámen.