Quarta-feira da semana XIII
L 1 Gn 21, 5. 8-20; Sl 33 (34), 7-8. 10-11. 12-13
EVANGELHO Mt 8, 28-34
«Vieste aqui atormentar os demónios antes do tempo»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo seg. São Mateus
Naquele tempo, quando Jesus chegou à região dos gadarenos, na outra margem do lago, vieram ao seu encontro, saindo dos túmulos, dois endemoninhados. Eram tão furiosos que ninguém se atrevia a passar por aquele caminho. E disseram aos gritos: «Que tens que ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?». Ora, perto dali, andava a pastar uma grande vara de porcos. Os demónios suplicavam a Jesus, dizendo: «Se nos expulsas, manda-nos para a vara de porcos». Jesus respondeu-lhes: «Então ide». Eles saíram e foram para os porcos. Então os porcos precipitaram-se pelo despenhadeiro abaixo e afogaram-se no lago. Os guardadores fugiram e foram à cidade contar tudo o que acontecera, incluindo o caso dos endemoninhados. Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus. Quando O viram, pediram-Lhe que Se retirasse do seu território.
Palavra da salvação.
REFLEXÃO
Este episódio do Evangelho de Mateus, em que Jesus expulsa os demónios dos endemoninhados gadarenos, é uma poderosa manifestação da autoridade divina sobre as forças do mal. Jesus não apenas liberta aqueles homens atormentados, mas também revela antecipadamente a vitória definitiva que virá com a sua Paixão, Morte e Ressurreição — o Mistério Pascal que trará a redenção e a libertação total da humanidade.
Os demónios reconhecem Jesus como o Filho de Deus e temem o seu poder, perguntando se Ele veio “atormentar antes do tempo”. Esta expressão sugere que Jesus está adiantando a derrota do mal, um sinal do juízo final que virá, mas que já começa a realizar-se aqui e agora na vida daqueles que se entregam a Ele. A expulsão dos espíritos malignos para os porcos e a subsequente queda destes no lago simbolizam a destruição do domínio demoníaco e o início de uma nova vida para os endemoninhados — uma vida de liberdade e dignidade restauradas.
No entanto, o medo e a incompreensão dos habitantes da cidade revelam como muitas vezes resistimos à ação transformadora de Deus na nossa vida. Eles pedem que Jesus se retire, preferindo o conforto daquilo que conhecem, mesmo que seja uma situação de opressão ou medo. Este contraste desafia-nos a refletir sobre as áreas das nossas próprias vidas onde resistimos à libertação e transformação oferecidas por Cristo.
**Conclusão para nossa vida cristã:** Somos chamados a reconhecer Jesus como Senhor da nossa existência e permitir que Ele nos liberte das “prisões” interiores — sejam medos, vícios ou mágoas — confiando na Sua vitória sobre o mal. Como os endemoninhados libertos, somos convidados a experimentar essa nova vida em plenitude e a testemunhar com coragem essa libertação, mesmo que isso possa causar estranheza ou rejeição no mundo.
**Oração:**
Senhor Jesus, Tu és o Filho de Deus poderoso, que vence as trevas e liberta os cativos. Ajuda-nos a confiar em Teu poder libertador para vencer as nossas prisões interiores. Dá-nos coragem para seguir-Te sem medo, mesmo quando o caminho é difícil ou incompreendido pelos outros. Que o Teu Espírito Santo transforme o nosso coração e nos conduza à verdadeira liberdade em Ti. Amém.
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