05 29 Quinta «Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria»

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Uma cruz ao pôr do sol, com uma luz intensa a surgir no horizonte — símbolo da tristeza que dá lugar à alegria da ressurreição.

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EVANGELHO Jo 16, 16-20.
«Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me». Alguns discípulos disseram entre si: «Que significa isto que nos diz: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’, e ainda: ‘Eu vou para o Pai’?». E perguntavam: «Que é esse pouco tempo de que Ele fala? Não sabemos o que está a dizer». Jesus percebeu que O queriam interrogar e disse-lhes: «Procurais entre vós compreender as minhas palavras: ‘Daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me’. Em verdade, em verdade vos digo: Chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará. Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria».
Palavra da salvação

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REFLEXÃO 

Neste excerto do Evangelho de João (16,16-20), Jesus antecipa a inquietação dos discípulos face ao mistério da sua morte e ressurreição. As palavras “daqui a pouco já não Me vereis e pouco depois voltareis a ver-Me” são enigmáticas à primeira vista, mas revelam a profundidade do mistério pascal: a ausência dolorosa da cruz será seguida pela presença gloriosa da ressurreição.

Jesus não ignora a tristeza dos seus, mas assegura: “A vossa tristeza converter-se-á em alegria” (Jo 16,20). Esta promessa não é uma negação do sofrimento, mas a certeza de que a dor, unida a Cristo, tem um fim redentor. Como afirma o Papa Francisco: “A alegria cristã nasce sempre da cruz” (Evangelii Gaudium, 5). O cristão não foge da dor, mas atravessa-a com a esperança viva de que o Senhor ressuscitado está presente.

Este mistério é central para a fé de todos os cristãos comprometidos: a nossa caminhada inclui lágrimas e provações, mas a certeza da vitória de Cristo sustenta-nos. O sofrimento não é a última palavra. “O choro dura uma noite, mas a alegria vem pela manhã” (Sl 30,6).

O Concílio Vaticano II recorda que, mesmo nas provações, os discípulos de Cristo “não andam errantes, mas são chamados à esperança” (Lumen Gentium, 9). Esta esperança enraíza-se no facto de que Cristo venceu a morte. A presença do Ressuscitado ilumina a escuridão dos dias difíceis, mostrando-nos que a tristeza pode ser um terreno fértil para a transformação interior e para a manifestação da glória de Deus.

Na vida da Igreja, esta experiência é constante: os tempos de prova precedem muitas vezes os frutos do Espírito. Também a nossa missão exige fé na promessa de que, após cada cruz, há uma manhã nova.

Oração

Senhor Jesus, que conheces as nossas lágrimas e não nos deixas sós na tristeza, fortalece a nossa esperança na tua ressurreição. Transforma as nossas dores em fonte de vida nova, e faz brilhar em nós a alegria que vem de Ti. Ámen.

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