1ª LEITURA 05 25.
.LEITURA I Atos 15, 1-2.22-29
«O Espírito Santo e nós decidimos não vos impor mais nenhuma obrigação, além destas que são necessárias»
Leitura I – Atos 15, 1-2.22-29:
Este trecho dos Atos narra um momento decisivo da Igreja nascente: o Concílio de Jerusalém. A questão era delicada — impor ou não aos gentios convertidos as práticas da Lei mosaica. A resposta, fruto de discernimento comunitário, revela uma profunda sintonia entre a acção humana e a inspiração divina: «O Espírito Santo e nós decidimos…». Esta fórmula não é apenas bela; é teologicamente rica. Mostra como a Igreja, atenta à voz do Espírito, toma decisões pastorais com sabedoria e liberdade. O essencial da fé em Cristo é preservado, sem sobrecarregar com tradições que poderiam afastar. A comunhão prevalece sobre a imposição. Este texto convida-nos também hoje a escutar o Espírito em cada decisão pastoral e a valorizar o diálogo e a unidade. A fé cristã é exigente, mas nunca opressiva. Caminha-se com liberdade e responsabilidade no amor de Deus.
SALMO 05 25
SALMO RESPONSORIAL Salmo 66 (67), 2-3.5.6.8 (R. 4)
Refrão: Louvado sejais, Senhor,pelos povos de toda a terra. Repete-se
..Eis um comentário de 150 palavras ao Salmo Responsorial 66 (67), com o refrão: *«Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra.»*
O Salmo 66 é um hino universal de louvor a Deus, que ultrapassa fronteiras e chama todos os povos a reconhecer a sua justiça e misericórdia. O refrão convida à alegria global: não é apenas Israel quem louva, mas *todos os povos da terra*. A bênção de Deus — luz, salvação e justiça — é para todos. O salmista vislumbra um mundo reconciliado, onde a terra dá o seu fruto porque Deus a abençoa, e os povos se unem na gratidão. Há aqui uma antecipação da missão universal da Igreja: levar a boa nova a todos os cantos da terra. Este salmo é, assim, um cântico de esperança e unidade. Que também nós nos unamos nesta oração, desejando que a luz do Senhor brilhe sobre cada nação e que a humanidade inteira reconheça o seu amor.
SEGUNDA LEITURA
LEITURA II Ap 21, 10-14.22-23«Mostrou-me a cidade santa, que descia do Céu»
O teu comentário está excelente: claro, profundo e com um tom espiritual muito adequado. Ainda assim, posso propor uma ligeira revisão para maior fluidez e leveza no estilo, mantendo o conteúdo e o número aproximado de palavras:
Neste trecho do Apocalipse, João contempla a nova Jerusalém, a cidade santa que desce do Céu, vinda de Deus. É uma visão profundamente consoladora: o destino da humanidade não é o caos, mas a comunhão plena com o Senhor. Esta cidade não tem templo, pois Deus habita nela de modo permanente. A sua luz não provém do sol nem da lua, mas da glória de Deus e do Cordeiro. É uma imagem de plenitude e harmonia: os nomes das doze tribos e os doze apóstolos representam a união entre a Antiga e a Nova Aliança. Esta leitura convida-nos à esperança firme: já participamos nesta cidade sempre que vivemos no amor, na verdade e na fidelidade a Cristo. A Jerusalém celeste não é apenas uma promessa futura, mas uma realidade que começa a construir-se em cada gesto de fé e comunhão.
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EVANGELHO 05 25
EVANGELHO Jo 14, 23-29 «O Espírito Santo vos recordará tudo o que Eu vos disse»
Eis um comentário de 150 palavras ao Evangelho – João 14, 23-29:
Neste discurso de despedida, Jesus prepara os discípulos para a sua partida, prometendo-lhes a vinda do Espírito Santo. Este não será apenas um consolo, mas um verdadeiro mestre interior: *«Ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que Eu vos disse.»* É uma promessa de presença contínua, não apenas na memória, mas na compreensão viva da Palavra. Jesus não abandona os seus: oferece a paz, não como o mundo a dá, mas como fruto de uma relação profunda com Ele. A paz de Cristo não elimina os conflitos exteriores, mas dá firmeza interior. Este Evangelho convida-nos a confiar na acção do Espírito na nossa vida, especialmente quando nos sentimos confusos ou desanimados. Ele é luz que orienta, memória viva do amor de Jesus, força que renova. Abrir o coração ao Espírito é deixar-se guiar por Deus no caminho da verdade, da paz e da esperança.
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LEITURA I Atos 14, 21b-27
«Contaram à Igreja tudo o que Deus tinha feito com eles»
Terminada a primeira viagem missionária, através do sudoeste da Ásia menor, Paulo regressa a Antioquia, visitando, pelo caminho, as comunidades nascidas do seu trabalho, sob a ação do Espírito Santo. Como o anúncio da salvação lhes havia sido já dirigido, o Apóstolo, sem deixar de pregar a palavra, preocupa-se, sobretudo, em consolidar as jovens comunidades, preparando-as para suportarem as tribulações.
Ao mesmo tempo, S. Paulo organiza hierarquicamente a Igreja, pondo à sua frente os anciãos (presbíteros) escolhidos, não pela comunidade, como se fazia entre os judeus dispersos no mundo pagão, mas diretamente por ele. Assim se manifestava a colegialidade. Assim se asseguravam as relações entre a Igreja local e a universal.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, Paulo e Barnabé voltaram a Listra, a Icónio e a Antioquia. Iam fortalecendo as almas dos discípulos e exortavam-nos a permanecerem firmes na fé, «porque – diziam eles – temos de sofrer muitas tribulações para entrarmos no reino de Deus». Estabeleceram anciãos em cada Igreja, depois de terem feito orações acompanhadas de jejum, e encomendaram-nos ao Senhor, em quem tinham acreditado. Atravessaram então a Pisídia e chegaram à Panfília; depois, anunciaram a palavra em Perga e desceram até Atalia. De lá embarcaram para Antioquia, de onde tinham partido, confiados na graça de Deus, para a obra que acabavam de realizar. À chegada, convocaram a Igreja, contaram tudo o que Deus fizera com eles e como abrira aos gentios a porta da fé.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 144, 8-13ab (R. 1)
Refrão: Louvarei para sempre o vosso nome,
Senhor, meu Deus e meu Rei. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas. Refrão
Graças Vos dêem, Senhor, todas as criaturas
e bendigam-Vos os vossos fiéis.
Proclamem a glória do vosso reino
e anunciem os vossos feitos gloriosos. Refrão
Para darem a conhecer aos homens o vosso poder,
a glória e o esplendor do vosso reino.
O vosso reino é um reino eterno,
o vosso domínio estende-se por todas as gerações. Refrão
LEITURA II Ap 21, 1-5a
«Deus enxugará todas as lágrimas dos seus olhos»
A Ressurreição de Jesus não eliminou, totalmente, o mal, que continua a estar presente na nossa vida. Contudo (e é esta a grande mensagem que o Apocalipse nos transmite), a humanidade conhecerá, um dia, em Cristo, a vitória plena e definitiva sobre o mal. O fim dos tempos, com efeito, não será uma destruição, mas uma transformação. Nesse dia das núpcias definitivas com o Seu Criador, a humanidade resplandecerá com a mesma juventude de Deus. O próprio mundo material, enobrecido pelo trabalho do homem, será transformado. Será então que a obra da nova criação, iniciada na manhã de Páscoa, atingirá a sua plenitude e Jesus entregará ao Pai os homens, chamados para a glória eterna, em Cristo (I Ped. 5, 10).
Leitura do Livro do Apocalipse
Eu, João, vi um novo céu e uma nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia. Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do Céu, da presença de Deus, bela como noiva adornada para o seu esposo. Do trono ouvi uma voz forte que dizia: «Eis a morada de Deus com os homens. Deus habitará com os homens: eles serão o seu povo e o próprio Deus, no meio deles, será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos seus olhos; nunca mais haverá morte nem luto, nem gemidos nem dor, porque o mundo antigo desapareceu». Disse então Aquele que estava sentado no trono: «Vou renovar todas as coisas».
Palavra do Senhor.
ALELUIA Jo 13, 34
Refrão: Aleluia. Repete-se
Dou-vos um mandamento novo, diz o Senhor:
amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei. Refrão
EVANGELHO Jo 13, 31-33a.34-35
«Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros»
Aos discípulos, que não podem ainda segui-l’O na Sua glória, Jesus entrega-lhes, como Seu testamento espiritual, o mandamento novo: amar os homens, nossos irmãos, como Ele os amou, até ao amor do inimigo, até ao dom da vida, até às últimas consequências.
Este amor não é uma simples norma legal. É uma espécie de instituição «sacramental», pela qual se assegura, continuamente a presença de Jesus no meio de nós. Vivido em realidade, é o mesmo amor do Pai, encarnado em Jesus, que através de nós se comunica aos homens. É este amor que torna a Igreja, esta «nova» comunidade de Deus com os homens, uma comunidade distinta de todas as comunidades humanas e um sinal do «mundo novo», onde só se fala uma linguagem – a do amor.
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Homilia – 18 de Maio de 2025
Tema: Reunidos no Amor de Cristo
Leituras: At 14, 21b-27; Sl 144(145); Ap 21,1-5a
Introdução
Queridos irmãos e irmãs,
estamos hoje reunidos no amor de Cristo. Ele é a fonte da nossa comunhão, a razão da nossa esperança e o coração da nossa missão. Nesta celebração, a Palavra convida-nos a uma peregrinação interior e comunitária: a missão dos Apóstolos, a promessa dos novos céus e da nova terra, e a certeza de que Deus faz novas todas as coisas. A liturgia deste domingo é um convite à confiança, ao serviço e à renovação no amor.
Corpo da Homilia
Na primeira leitura, os Actos dos Apóstolos mostram-nos Paulo e Barnabé a regressarem às comunidades por onde tinham passado, fortalecendo os discípulos e encorajando-os a perseverar na fé. A missão cristã não é um acto isolado, mas uma caminhada constante, alimentada pela força do Ressuscitado. Eles anunciam com alegria o que Deus realizou com eles — e este é o primeiro sinal da bondade de Deus: Ele age connosco, transforma-nos e envia-nos. “É preciso que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus” (At 14,22), dizem-nos. A cruz não é obstáculo, mas caminho de vida.
O Salmo 144 canta com ternura a bondade do Senhor: “O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade”. Esta é a rocha da nossa oração confiante. Mesmo quando sentimos o peso do caminho ou a dúvida das perguntas, a bondade de Deus é firme. Ele transforma as nossas feridas em ferrolhos de esperança. Ele sustém os que vacilam e levanta os abatidos. Esta transformação não é abstrata: é o cuidado de um Deus que se inclina, que escuta, que nos ergue.
Na segunda leitura, escutamos uma das mais belas promessas da Escritura: “Vi um novo céu e uma nova terra” (Ap 21,1). Esta visão do Apocalipse não é uma fuga da realidade, mas um apelo à conversão e à esperança activa. Deus deseja renovar-nos, não apenas individualmente, mas como humanidade, como Igreja, como mundo. O próprio Deus enxugará as nossas lágrimas, abolirá a morte e o luto. Tudo isto é fruto do Seu amor: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). Esta é a promessa que sustenta o nosso serviço: amar é semear céu novo.
No Evangelho, embora não lido hoje, recordamos as palavras de Jesus em João 13,34, referidas pelo Papa Leão XIV na homilia de hoje: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”. O amor fraterno é a identidade cristã e a essência do nosso apostolado. Reunidos no amor de Cristo, somos chamados a ser uma Igreja servidora, humilde, unida — uma Igreja que prioriza a caridade como expressão concreta do Evangelho.
O Papa recordou-nos ainda que a missão evangelizadora não se faz apenas com palavras, mas com gestos concretos de acolhimento, compaixão e entrega. O serviço é inseparável da cruz: amar é gastar-se, e servir é seguir Cristo no Seu caminho pascal. Cada gesto de amor é uma semente de nova terra.
Conclusão
Caríssimos,
reunidos no amor de Cristo, somos convidados a viver com coração renovado. A bondade de Deus transforma-nos, dá-nos coragem para continuar a missão e aponta-nos para os novos céus e a nova terra. Que a nossa oração seja confiante, que o nosso coração se abra ao amor que salva, que o nosso testemunho seja serviço.
Hoje, como peregrinos, acolhemos a Palavra e deixamo-nos transformar por ela.
Amar e servir — este é o caminho.
Reunidos no amor de Cristo — esta é a nossa identidade.
Ámen.