Não adores nunca ninguém mais que a Deus ….
A reflexão litúrgica proposta convida a uma profunda conversão do coração, destacando três eixos centrais:
-
**Renúncia aos ídolos modernos (Atos 14,5-18):**
No episódio de Listra, Paulo e Barnabé curam um homem e são confundidos com deuses pagãos (Zeus e Hermes). Eles rejeitam veementemente essa adoração, apontando para o **Deus vivo**, criador de todas as coisas. O texto desafia-nos a identificar os “ídolos” contemporâneos que substituem Deus: não apenas objetos materiais, mas **obsessões pelo poder, status, consumo, ou até relações tóxicas e vícios** que escravizam a alma. A mensagem é clara: só Deus merece adoração, pois Ele é a fonte da vida e da liberdade.
- **A verdadeira adoração é ação, não ritualismo (Salmo 115):**
O salmo contrasta a impotência dos ídolos (obras humanas “mudas e cegas”) com a grandeza de Deus, que age na história. A “glória” divina não se manifesta em templos suntuosos ou discursos vazios, mas **na entrega diária, no amor concreto e na justiça**. Adorar, portanto, é reconhecer que tudo vem de Deus e devolver-lhe a vida como oferta, rompendo com a ilusão de autossuficiência.
- **O Espírito Santo: força transformadora (João 14,21-26):**
Jesus promete o **Paráclito** (Espírito Santo) como mestre interior que “ensina todas as coisas”. Esse Espírito não é uma abstração, mas a presença viva de Deus que:
– **Desmascara ilusões**: revela onde estamos presos a ídolos sutis (ex.: perfeccionismo, orgulho espiritual).
– **Converte obediência em amor**: seguir a Cristo não é cumprir regras, mas **vincular-se a Ele intimamente** (“nós viremos e faremos nele morada”).
– **Transfigura a existência**: a vida torna-se louvor quando ações, escolhas e relações refletem a caridade e a verdade de Deus.
**Síntese prática:**
A liturgia questiona: **O que ocupa o centro do seu coração?** Propõe um exame de consciência: identificar o que nos domina (medo, ambição, necessidade de controle) e entregá-lo ao Espírito Santo. A verdadeira adoração surge quando permitimos que Ele nos liberte, transformando nossa história em testemunho palpável do amor divino. Não se trata de rejeitar o mundo, mas de vivê-lo com radical confiança em Deus, fonte de toda graça.
8 tópicos numerados
- Milagre surpreendente – Cura do paralítico revela a presença divina.
- Ídolo inútil – Deuses falsos rejeitados em nome do Deus vivo.
- Criador eterno – Deus manifesta-se na beleza da criação.
- Apóstolo fiel – Paulo proclama a verdade com coragem.
- Glória única – Só o Senhor merece louvor e exaltação.
- Benção abundante – Deus abençoa os que O temem.
- Presença amorosa – O Pai e o Filho habitam no coração fiel.
- Espírito consolador – O Paráclito ensina e recorda a Palavra de Jesus.
LEITURA I Atos 14, 5-18 «Vimos anunciar-vos que deveis abandonar estes ídolos e voltar-vos para o Deus vivo
Paulo e Barnabé, em Listra, são confundidos com deuses após curarem um paralítico. Rejeitam a adoração e exortam o povo a abandonar os ídolos, voltando-se para o Deus vivo, Criador do céu e da terra, que sempre deu testemunho de Si através da criação e do bem que faz..
.SALMO RESPONSORIAL Salmo 113 B (115), 1-2.3-4.15-16 (R. 1b)Refrão: Glória, Senhor, ao vosso nome! Repete-se.
O salmista proclama que a glória pertence unicamente ao Senhor, não aos ídolos feitos por mãos humanas, que nada podem. Deus está nos céus e tudo realiza com poder. Ele abençoa os que O temem, pois a terra é dom para os homens, mas os céus pertencem ao Senhor.
EVANGELHO Jo 14, 21-26 «O Paráclito que o Pai enviará em meu nome vos ensinará todas as coisas»..
Jesus promete que quem O ama guardará a sua palavra e será amado pelo Pai. Ele e o Pai farão morada nesse coração. Anuncia o envio do Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em seu nome, para ensinar e recordar tudo o que Ele ensinou aos discípulos.
Sintese da palavra .
A liturgia de hoje convida-nos a uma fé autêntica no Deus vivo, rejeitando os ídolos e abrindo o coração à acção do Espírito Santo. Em *Atos 14*, Paulo e Barnabé, após curarem um paralítico, exclamam: «Vimos anunciar-vos que deveis abandonar estes ídolos e voltar-vos para o Deus vivo» (v. 15), reconhecendo em Deus o Criador que sempre se deu a conhecer através da criação. O *Salmo 113B* reforça esta mensagem, proclamando: «Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória» (v. 1), denunciando a inutilidade dos ídolos e exaltando o domínio divino sobre céu e terra. No *Evangelho de João*, Jesus revela que o Espírito Santo será o Mestre interior: «O Paráclito \[…] vos ensinará todas as coisas» (Jo 14,26). Como recordou Leão XIII na encíclica *Divinum Illud Munus*, o Espírito é o dom supremo do Ressuscitado, que habita na alma fiel e a conduz à plenitude da verdade e do amor.
Liturgia diária
Agenda litúrgica
2025-05-19
Segunda-feira da semana V
Branco – Ofício da féria.
Missa da féria, pf. pascal.
L 1 At 14, 5-18; Sl 113 B (114), 1-2. 3-4. 15-16
Ev Jo 14, 21-26
* Na Ordem Agostiniana – Bb. Clemente de Osimo e Agostinho de Tarano, presbíteros – MO
* Na Ordem Beneditina – S. Celestino, papa e eremita – MF
* Na Congregação das Irmãs Dominicanas da Anunciata – B. Francisco Coll e Guitar, presbítero, Fundador da Congregação – FESTA
* Na Ordem de São Domingos – Francisco Coll Guitart, presbítero – MF
* Na Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus – S. Rafaela Maria, virgem, Fundadora da Congregação – SOLENIDADE (transferida)
* Na Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs (Lassalistas/La Salle) – B. Rafael Luís Rafiringa, religioso – MF
* Na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos – S. Crispim de Viterbo, religioso, da I Ordem – MO
* Na Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição – S. Estanislau Papczynski, Fundador da Congregação – SOLENIDADE (transferida)
* Na Congregação Salesiana – (Évora) – I Vésp. do aniversário da Dedicação da igreja da Virgem santa Maria Auxiliadora.
Missa
Antífona de entrada
Ressuscitou o Bom Pastor, que deu a vida pelas suas ovelhas
e Se entregou à morte pelo seu rebanho. Aleluia.
Oração coleta
Defendei, Senhor, a vossa família,
com a auxílio da vossa contínua proteção,
para que, pela ressurreição do vosso Filho unigénito,
seja liberta de todo o mal
e enriquecida com os dons celestes.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I Atos 14, 5-18
«Vimos anunciar-vos que deveis abandonar estes ídolos
e voltar-vos para o Deus vivo»
Estamos hoje durante o percurso da primeira viagem missionária de S. Paulo, feita conjuntamente com S. Barnabé, e estamos em plena Ásia Menor, a Turquia actual, e na cidade de Listra, terra de pagãos. O ponto de partida para os evangelizar foi uma cura miraculosa; mas essa evangelização não se ficou pelo extraordinário da cura, pelo milagre. A cura foi um “sinal”: a palavra dos Apóstolos fez a catequese a partir desse sinal. Os Apóstolos procuram ir até a anunciar-lhes o Deus verdadeiro, a partir da experiência que eles agora eram capazes de ter da ação de Deus no meio de si.
Leitura dos Atos dos Apóstolos
Naqueles dias, surgiu em Icónio um movimento, da parte dos pagãos e dos judeus, com os seus chefes, para maltratar e apedrejar Barnabé e Paulo. Conscientes da situação, estes refugiaram-se nas cidades da Licaónia, Listra, Derbe e seus arredores, onde começaram a anunciar a boa nova. Havia em Listra um homem inválido dos pés, coxo de nascença, que nunca tinha podido andar. Um dia em que escutava as palavras de Paulo, este fixou nele os olhos e, vendo que tinha fé para ser curado, disse-lhe com voz forte: «Levanta-te e põe-te direito sobre os pés». Ele levantou-se e começou a andar. Ao ver o que Paulo tinha feito, a multidão exclamou em licaónico: «Os deuses tomaram forma humana e desceram até nós». A Barnabé chamavam Zeus e a Paulo Hermes, porque era este que falava. Então o sacerdote do templo de Zeus, que estava à entrada da cidade, trouxe touros e grinaldas para as portas do templo e, juntamente com a multidão, pretendia oferecer-lhes um sacrifício. Quando souberam isto, os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as túnicas e precipitaram-se para a multidão, clamando: «Amigos, que fazeis? Nós somos homens como vós e vimos anunciar-vos que deveis abandonar estes ídolos e voltar-vos para o Deus vivo, que fez o céu, a terra e o mar e tudo o que neles existe. Nas gerações passadas, permitiu que todas as nações seguissem os seus caminhos. Mas nem por isso deixou de dar testemunho da sua generosidade, concedendo-vos do céu as chuvas e estações férteis, para saciar de alimento e felicidade os vossos corações». Com estas palavras, a custo impediram a multidão de lhes oferecer um sacrifício.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 113 B (115), 1-2.3-4.15-16 (R. 1b)
Refrão: Glória, Senhor, ao vosso nome! Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se
Não a nós, Senhor, não a nós,
mas ao vosso nome dai glória,
pela vossa misericórdia e fidelidade,
porque diriam os povos: «Onde está o seu Deus?» Refrão
O nosso Deus está no céu,
faz tudo o que Lhe apraz.
Os ídolos dos gentios são ouro e prata,
são obra das mãos dos homens. Refrão
Bendito seja o Senhor,
que fez o céu e a terra.
O céu é a morada do Senhor;
a terra, deu-a aos filhos dos homens. Refrão
ALELUIA Jo 14, 26
Refrão: Aleluia Repete-se
O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas
e vos recordará tudo o que Eu vos disse. Refrão
EVANGELHO Jo 14, 21-26
«O Paráclito que o Pai enviará em meu nome
vos ensinará todas as coisas»
A união entre Jesus Cristo e os cristãos vai ser maior depois da sua morte do que o havia sido antes. Os cristãos mostrarão que O amam guardando os seus mandamentos, sobretudo o mandamento do amor fraterno; e o Senhor, que está agora no Pai, vai manifestar-Se-lhes na intimidade profunda do coração, na fé, na esperança e na caridade. Mas toda esta ação divina junto dos homens será fruto do Espírito Santo, o Defensor, o Paráclito, que os discípulos hão de receber no Pentecostes.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se alguém aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse realmente Me ama. E quem Me ama será amado por meu Pai e Eu amá-lo-ei e manifestar-Me-ei a ele». Disse-Lhe Judas, não o Iscariotes: «Senhor, como é que Te vais manifestar a nós e não ao mundo?» Jesus respondeu-lhe: «Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra. Ora a palavra que ouvis não é minha, mas do Pai que Me enviou. Disse- vos estas coisas, enquanto estava convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos recordará tudo o que Eu vos disse».
Palavra da salvação.
Oração sobre as oblatas
Subam à vossa presença, Senhor,
as nossas orações e as nossas ofertas,
de modo que, purificados pela vossa graça,
possamos participar dignamente
nos sacramentos da vossa misericórdia.
Por Cristo nosso Senhor.
Prefácio Pascal I-V.
Antífona da comunhão Cf. Jo 14, 27
Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz.
Não vo-la dou como a dá o mundo, diz o Senhor. Aleluia.
Oração depois da comunhão
Deus todo-poderoso e eterno,
que, em Cristo ressuscitado, nos renovais para a vida eterna,
multiplicai em nós os frutos do sacramento pascal
e infundi em nossos corações
a força do alimento que nos salva.
Por Cristo nosso Senhor.