Tema geral: Jesus ressuscitado, centro da nossa fé, fonte da confiança e da missão.
No frescor da manhã pascal, Pedro levanta-se e toma a palavra. Já não é o pescador tímido, nem o homem do medo ou da negação. É agora uma testemunha inflamada, moldada pelo fogo do Espírito. Proclama à multidão, com voz firme e coração ardente, que Jesus de Nazaré, crucificado por mãos humanas, foi ressuscitado por Deus. E que tudo o que aconteceu — da dor à glória — já estava anunciado nas Escrituras.
Pedro não fala de cor: fala com o coração repleto da certeza que nasce do túmulo vazio. Ele recorda o Salmo de David, onde já ecoava uma esperança que parecia impossível: “não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.” Este mesmo salmo é hoje o nosso cântico.
Com David e com Pedro, também nós entoamos:
“Vós me ensinareis o caminho da vida.”
O Salmo 15 é a respiração confiante de quem já vislumbrou a luz para além da morte. É o cântico de quem caminha com Deus à sua direita e, por isso, não vacila. É a voz pascal de quem vive não para si, mas para o Senhor da Vida.
Mas se Pedro proclama e o salmo confirma, o Evangelho revela.
As mulheres, primeiras mensageiras da Ressurreição, correm entre a surpresa e o temor. O anjo tinha-lhes dito que Jesus estava vivo. Mas eis que Ele próprio Se lhes apresenta, humilde e glorioso, dizendo: “Salve!” Elas tocam os seus pés e adoram. É o encontro com o impossível tornado real.
Enquanto estas mulheres anunciam a vida, os chefes conspiram com a mentira. Assim será sempre: a verdade da Páscoa é luz para uns e escândalo para outros. O mundo hesita entre o anúncio e a negação. Mas o nosso coração sabe: o Ressuscitado caminha connosco.
E hoje, este anúncio passa por nós.
Somos Pedro, somos as mulheres do sepulcro, somos o salmista.
Somos os novos portadores da luz, chamados a gritar com a vida que Cristo ressuscitou e que a morte já não tem a última palavra.
Vivamos, pois, como quem viu o Senhor.
Falemos como quem foi incendiado pelo Espírito.
Cantemos como quem já provou a eternidade.
E corramo-nos, como as mulheres, a levar ao mundo a alegria pascal.
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