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12 16 Mt 21, 23-27 «Donde era o batismo de João?»

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EVANGELHO Mt 21, 23-27
«Donde era o batismo de João?»

A incredulidade dos chefes do povo de Deus aparece aqui em contraste com a visão cheia de esperança do profeta pagão da leitura anterior. Jesus dá a entender que o orgulho e dureza de coração não deixam abrir os olhos, com fé, ao dom da presença de Deus no meio de nós. Já assim aconteceu em relação à pregação de João Batista, como virá igualmente a acontecer com a do próprio Senhor Jesus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus foi ao templo e, enquanto ensinava, aproximaram-se d’Ele os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo, que Lhe perguntaram: «Com que autoridade fazes tudo isto? Quem Te deu tal direito?» Jesus respondeu-lhes: «Vou fazer-vos também uma pergunta e, se Me responderdes a ela, dir-vos-ei com que autoridade faço isto. Donde era o batismo de João? Do Céu ou dos homens?» Mas eles começaram a deliberar, dizendo entre si: «Se respondermos que é do Céu, vai dizer-nos: ‘Porque não lhe destes crédito?’ E se respondermos que é dos homens, ficamos com receio da multidão, pois todos consideram João como profeta». E responderam a Jesus: «Não sabemos». Ele por sua vez disse-lhes: «Então não vos digo com que autoridade faço isto».

Palavra da salvação..

Reflexão

Neste Evangelho, vemos Jesus questionado pelos chefes religiosos no templo acerca da autoridade com que realizava Suas obras. A pergunta de Jesus sobre a origem do batismo de João é profundamente desafiadora. Ela revela não apenas a incredulidade e o orgulho dos líderes, mas também a sua hipocrisia, já que não estavam dispostos a reconhecer a verdade por medo de perderem o poder ou a aprovação popular.

O Advento é um tempo de espera e preparação para o Natal, o nascimento de Jesus, a manifestação plena da autoridade divina na fragilidade humana. É também um convite à conversão e à humildade, qualidades que os chefes religiosos, neste episódio, não demonstram. A atitude deles contrasta com a missão de João Batista, que preparava o caminho do Senhor, conclamando o povo à mudança de coração e ao arrependimento.

Este Evangelho desafia-nos a refletir sobre a nossa própria abertura à verdade. Muitas vezes, tal como os príncipes dos sacerdotes e os anciãos, preferimos permanecer na nossa zona de conforto, evitando confrontar as exigências do Evangelho. O Advento chama-nos a romper com essa atitude de resistência. É tempo de reconhecer em Jesus a autoridade que vem do Céu, uma autoridade que não se impõe com violência, mas que nos convida ao seguimento livre e amoroso..
Nesta quadra natalícia, enquanto aguardamos o nascimento de Cristo, somos convidados a responder com humildade e fé à pergunta implícita de Jesus: “De onde vem a minha autoridade na tua vida?” A resposta depende de um coração disposto a acolhê-Lo como Senhor e Salvador. Assim como João Batista apontava para Cristo, também nós somos chamados a testemunhar, com a nossa vida, a autoridade de Jesus que transforma e salva..
O cenário deste Evangelho é o templo, o lugar da presença de Deus no meio do povo. No entanto, aqueles que deveriam reconhecer e acolher essa presença mostram-se cegos pelo orgulho. O Natal recorda-nos que Deus se fez próximo de todos, escolhendo uma humilde gruta como “templo” para Se manifestar. Somos chamados a tornar o nosso coração esse templo vivo, onde o Senhor possa habitar com a Sua autoridade de amor e paz…Neste Advento, o convite é claro: deixemos que Jesus reine nas nossas vidas. Não sejamos como os líderes do templo, presos ao medo ou ao orgulho, mas abramos os nossos corações à verdade que liberta. A pergunta de Jesus ecoa ainda hoje: estamos dispostos a acolher a Sua autoridade como algo que nos conduz à plenitude?

ORAÇÃO 

Senhor Jesus, ajuda-nos a reconhecer a Tua presença e autoridade em nossas vidas. Que o nosso coração seja um templo humilde e acolhedor para o Teu amor. Dá-nos coragem para romper com o orgulho e o medo, e assim testemunhar, neste Natal, a alegria da Tua vinda. Amém.


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Comentário 1: A Autoridade de Jesus e a nossa resistência

No Evangelho de hoje, Jesus questiona os chefes religiosos com sabedoria, revelando a falta de honestidade em seus corações. Eles evitam comprometer-se, pois temem as consequências de admitir a verdade. Muitas vezes, fazemos o mesmo: preferimos a zona de conforto, resistindo às mudanças que o Evangelho nos propõe. O Advento é o tempo de reconhecer a autoridade de Jesus, que não nos força, mas nos chama a um amor livre e sincero. Vamos abrir nossos corações e deixar que Cristo reine verdadeiramente em nossas vidas.
(Comentário por Helena Santos, catequista dedicada e mãe de três filhos, Vila do Conde.)


Comentário 2: João Batista como ponte para Cristo

Os chefes do povo recusaram-se a aceitar o batismo de João e, consequentemente, não reconheceram a missão de Jesus. Neste Advento, somos convidados a revisitar o exemplo de João Batista, que apontava para Cristo como o verdadeiro Salvador. É preciso humildade para acolher a autoridade de Deus e deixar que Ele transforme nossos corações. Não sejamos como os líderes que recusaram a verdade por orgulho ou medo. Que nossas vidas apontem para Jesus, tal como João o fez.
(Comentário por Artur Melo, antigo tradutor e cristão comprometido com a evangelização, Santa Catarina da Serra.)


Comentário 3: O templo do coração

No templo, lugar da presença divina, os líderes religiosos não reconheceram o próprio Deus encarnado. Este Evangelho recorda-nos que o Natal é a celebração de um Deus que escolheu a simplicidade de uma gruta para manifestar a Sua autoridade. Somos chamados a fazer de nosso coração um templo vivo, onde Jesus possa reinar. O orgulho e o medo não podem ser barreiras. Neste Advento, deixemos que o Senhor nos guie com a Sua autoridade de amor.
(Comentário por Padre João Dias , sacerdote e comunicador dedicado, empenhado em transmitir a Palavra de Deus com simplicidade e profundidade.)