Category Archives: Uncategorized

04 Lc 5, 1-11 Quinta «Deixaram tudo e seguiram Jesus»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas…

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

.
Naquele tempo, estava a multidão aglomerada em volta de Jesus, para ouvir a palavra de Deus. Ele encontrava-Se na margem do lago de Genesaré e viu dois barcos estacionados no lago. Os pescadores tinham deixado os barcos e estavam a lavar as redes. Jesus subiu para um barco, que era de Simão, e pediu-lhe que se afastasse um pouco da terra. Depois sentou-Se e do barco pôs-Se a ensinar a multidão. Quando acabou de falar, disse a Simão: «Faz-te ao largo e lançai as redes para a pesca». Respondeu-Lhe Simão: «Mestre, andámos na faina toda a noite e não apanhámos nada. Mas, já que o dizes, lançarei as redes». Eles assim fizeram e apanharam tão grande quantidade de peixes que as redes começavam a romper-se. Fizeram sinal aos companheiros que estavam no outro barco para os virem ajudar; eles vieram e encheram ambos os barcos de tal modo que quase se afundavam. Ao ver o sucedido, Simão Pedro lançou-se aos pés de Jesus e disse-Lhe: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador». Na verdade, o temor tinha-se apoderado dele e de todos os seus companheiros, por causa da pesca realizada. Isto mesmo sucedeu a Tiago e a João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. Jesus disse a Simão: «Não temas. Daqui em diante serás pescador de homens». Tendo conduzido os barcos para terra, eles deixaram tudo e seguiram Jesus.
Palavra da salvação.

.REFLEXÃO .

. **Ler a Palavra**.

    O Evangelho coloca-nos junto do lago de Genesaré, onde Jesus se aproxima de simples pescadores. A multidão aperta-se em redor de Jesus para ouvir a Palavra de Deus. Pedro, cansado da noite infrutífera, empresta a sua barca ao Mestre. Depois da pregação, Jesus pede-lhe algo aparentemente absurdo: lançar as redes de novo. A obediência transforma-se em milagre. A abundância do peixe revela a abundância da graça. Pedro, surpreendido, reconhece a sua pequenez: «Senhor, afasta-Te de mim, que sou um homem pecador.» Jesus, porém, não se afasta. Pelo contrário, chama-o a um novo horizonte: «Doravante serás pescador de homens.».

Compreender a Palavra.

O episódio mostra a pedagogia de Jesus. Ele entra na vida quotidiana, no trabalho concreto, para se revelar como Senhor. A pesca milagrosa não é apenas um prodígio, mas um sinal: a missão da Igreja nasce do acolhimento da Palavra e da obediência confiante, mesmo quando tudo parece inútil.

Pedro encarna a nossa condição: frágil, pecador, mas chamado. O encontro com Cristo não anula a nossa fragilidade, mas transforma-a em missão. A reação de Pedro – sentir-se indigno – é resposta autêntica diante da santidade de Deus. Jesus, no entanto, não se detém na miséria humana: chama, confia e envia.

A barca é imagem da Igreja, que avança mar adentro sustentada pela presença de Cristo. As redes que se enchem são símbolo da fecundidade apostólica quando enraizada na Palavra. O abandono das redes por parte dos discípulos traduz a radicalidade do seguimento: deixar seguranças para acolher o novo de Deus..

**Da Palavra à Vida**.

Também nós temos noites vazias, redes sem fruto, esforços que parecem inúteis. É aí que Jesus entra, pedindo-nos confiança para lançar de novo as redes, não baseados em cálculos humanos, mas na Sua Palavra.

O chamamento de Jesus não acontece em momentos extraordinários, mas no quotidiano, nas margens do nosso “lago”, onde tantas vezes experimentamos cansaço e frustração. Ser discípulo significa permitir que Cristo conduza a barca da nossa vida.

Hoje, o mundo precisa de pescadores de homens: testemunhas que, com humildade e coragem, anunciem a alegria do Evangelho. Seguir Jesus implica deixar para trás aquilo que nos prende e caminhar com Ele numa confiança sem reservas. É um convite permanente a viver de modo simples e livre, colocando a Palavra no centro.

 

.Oração.

Senhor Jesus, entra também na barca da minha vida.

Nas minhas noites de desânimo e cansaço, vem Tu, com a tua luz.

Ensina-me a lançar as redes confiando apenas na tua Palavra.

Apesar da minha fraqueza, chama-me de novo ao teu seguimento.

Faz de mim, hoje e sempre, pescador de homens para o teu Reino.

Ámen.

09 03 Lc 4, 38-44 Quarta «Tenho de ir também às outras cidades anunciar a boa nova do reino de Deus».

Caminho aberto, simbolizando a missão universal.

Leitura do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas.
 .

Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e entrou em casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre muito alta e pediram a Jesus que fizesse alguma coisa por ela. Jesus, aproximando-Se da sua cabeceira, falou imperiosamente à febre, e a febre deixou-a. Ela levantou-se e começou logo a servi-los. Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes com diversas enfermidades traziam-nos a Jesus e Jesus, impondo as mãos sobre cada um deles, curava-os. De muitos deles saíam demónios, que diziam em altos gritos: «Tu és o Filho de Deus». Mas Jesus, em tom severo, impedia-os de falar, porque sabiam que Ele era o Messias. Ao romper do dia, Jesus dirigiu-Se a um lugar deserto. A multidão foi à procura d’Ele e, tendo-O encontrado, queria retê-l’O, para que não os deixasse. Mas Jesus disse-lhes: «Tenho de ir também às outras cidades anunciar a boa nova do reino de Deus, porque para isto fui enviado». E pregava pelas sinagogas da Judeia.

Palavra da salvação.

Reflexão

Introdução

Depois de ser rejeitado em Nazaré, Jesus encontra em Cafarnaum um povo aberto à fé. Cura, liberta e anuncia a Boa Nova, mas lembra a todos que a sua missão não pode ficar limitada a uma só cidade: é enviado a todos.

Lectio – Ler a Palavra

«Tenho de ir também às outras cidades anunciar a boa nova do reino de Deus, porque para isto fui enviado» (Lc 4,43). Jesus cura a sogra de Simão, liberta os doentes e expulsa os demónios. A sua presença é força de vida e misericórdia.

Meditatio – Compreender a Palavra

Este Evangelho mostra-nos o dinamismo da missão de Jesus. Ele não fica preso ao sucesso fácil, nem se deixa reter pelo entusiasmo das multidões. Cura com proximidade — como quando toca a sogra de Simão — mas recorda que a sua missão é maior: levar a todos a salvação.
A Igreja prolonga hoje este movimento de Cristo. O Papa Francisco insiste numa “Igreja em saída”: não centrada em si mesma, mas enviada às periferias do mundo e do coração. Também nós, discípulos, somos chamados a não ficar apenas no conforto da fé vivida em casa ou na comunidade, mas a ser sinais vivos da Boa Nova para os outros.

Oratio – Rezar com a Palavra

Senhor Jesus, Tu que vieste para anunciar a Boa Nova, cura as febres que me paralisam, as doenças da alma que me impedem de servir.
Dá-me a coragem de não reter o dom só para mim, mas de o partilhar.
Que eu seja missionário no meu dia-a-dia, levando esperança, fé e amor a quem mais precisa.

Contemplatio/Actio – Transformar a Palavra em vida

O exemplo da sogra de Simão é concreto: curada por Jesus, ela levanta-se e começa a servir. Assim também nós: curados pelo Senhor, somos chamados a pôr-nos de pé e servir.
Caso prático: diante de um idoso sozinho ou de um vizinho em dificuldade, posso oferecer tempo, escuta ou um gesto simples. Assim torno-me sinal vivo da Boa Nova.

Mensagem final aos leitores

Quem experimenta a cura de Cristo não fica sentado: levanta-se e serve.

.

09  02 Lc 4, -31 37 Terça  “Todos se maravilhavam com a sua doutrina  porque a sua palavra era cheia de autoridade


 
Cena de Jesus a curar um possesso (arte sacra clássica).
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, Jesus desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ali ensinava aos sábados. Todos se maravilhavam com a sua doutrina, porque falava com autoridade. Encontrava-se então na sinagoga um homem que tinha um espírito de demónio impuro, que bradou com voz forte: «Ah! Que tens que ver connosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus». Disse-lhe Jesus em tom severo: «Cala-te e sai desse homem». O demónio, depois de o ter arremessado para o meio dos presentes, saiu dele sem lhe fazer mal nenhum. Todos se encheram de assombro e diziam entre si: «Que palavra esta! Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros e eles saem!». E a fama de Jesus espalhava-se por todos os lugares da região.
Palavra da salvação.


 

Comentário ao Evangelho – Lc 4, 31-37

Introdução

Jesus entra em Cafarnaum e, na sinagoga, ensina com autoridade. A sua palavra não é apenas discurso: é vida que transforma, liberta e cura.

Lectio – Ler a Palavra

«Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus» (Lc 4,34). O demónio reconhece em Jesus a sua identidade profunda. O povo fica maravilhado, porque a sua palavra tem autoridade e poder.

Meditatio – Compreender a Palavra

Este Evangelho mostra-nos um Jesus que não apenas fala, mas age. A sua palavra tem a força de Deus, porque Ele próprio é a Palavra feita carne (cf. Jo 1,14). Onde Jesus está, o mal não resiste. O espírito impuro reconhece aquilo que muitos homens ainda não tinham compreendido: Jesus é o Santo de Deus, o Enviado do Pai.
A Igreja recorda-nos que a autoridade de Cristo não vem do poder humano, mas da verdade que liberta. O Papa Bento XVI dizia: «A autoridade de Cristo é a do amor que dá a vida». Assim também nós somos chamados a deixar que a Palavra de Jesus penetre o nosso coração e nos liberte das “vozes” que nos aprisionam: medos, ressentimentos, egoísmos.

Oratio – Rezar com a Palavra

Senhor Jesus, Santo de Deus, entra na minha vida com a Tua palavra que salva.
Liberta-me das cadeias que me prendem, cura as feridas do meu coração, fortalece a minha fé.
Que a Tua autoridade de amor me conduza a viver como filho do Pai e irmão de todos.

Contemplatio/Actio – Transformar a Palavra em vida

Este Evangelho convida-nos a não ter medo de deixar que Cristo expulse de nós o que não é de Deus. Um caso prático: quando surgem conflitos familiares ou profissionais, em vez de reagir com agressividade, posso invocar no silêncio do coração: «Jesus, Santo de Deus, vem em meu auxílio». A presença de Cristo dá-nos paz e transforma as relações.

Mensagem final 

Deixa que a Palavra de Jesus entre no teu coração: ela tem autoridade para libertar, curar e dar nova vida.

09 01 Lc 4, 16-30 Segunda  «Ele enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres… Nenhum profeta é bem recebido na sua terra»

Sugestão de imagem Uma representação de Jesus na sinagoga de Nazaré, de pé, com o rolo de Isaías aberto na mão, os olhos de todos fixos n’Ele: alguns com admiração, outros com desconfiança, mostrando o contraste entre a abertura e a rejeição da Palavra.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse- lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho…

Palavra da salvação.

1. Ler a Palavra

Jesus regressa a Nazaré, a sua terra, e entra na sinagoga ao sábado. É-Lhe entregue o rolo do profeta Isaías, e Ele proclama a passagem que fala do Espírito do Senhor enviado a anunciar a boa nova aos pobres, a libertar os oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor. Ao terminar, afirma: “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”. A admiração inicial do povo depressa se transforma em rejeição, quando Jesus denuncia a dificuldade em acolher o profeta no seu meio e recorda que a salvação de Deus vai além de Israel, alcançando estrangeiros como a viúva de Sarepta e Naamã, o sírio. O povo enfurece-se e tenta matá-l’O, mas Jesus passa pelo meio deles e segue o seu caminho.


2. Compreender a Palavra

Este evangelho apresenta Jesus como o Ungido pelo Espírito, enviado pelo Pai para instaurar a salvação universal. O programa da sua missão está delineado: boa nova aos pobres, libertação aos cativos, cura e redenção. O “ano da graça” evoca o jubileu, tempo de libertação e de nova vida.
Mas os habitantes de Nazaré não conseguem reconhecer em Jesus o Messias; veem apenas “o filho de José”. A familiaridade transforma-se em obstáculo. A referência de Jesus a Elias e Eliseu mostra que Deus age também fora das fronteiras de Israel, provocando escândalo nos ouvintes. A reação hostil revela como a Palavra de Deus pode ser incómoda e exigir conversão.


3. Da Palavra para a Vida

Também nós, muitas vezes, fechamos os olhos à novidade de Deus porque preferimos a segurança das nossas ideias ou tradições. Podemos reconhecer a força das palavras de Cristo, mas recusamos deixar que elas mudem a nossa vida. O evangelho convida-nos a discernir:

  • Quem são hoje os “pobres” a quem somos enviados?
  • Quais são as “prisões” que precisam de libertação?
  • Estou disposto a acolher um Deus que vem de forma surpreendente, fora das minhas expetativas?
    A vida cristã exige abertura: acolher Jesus não apenas como “conhecido” da nossa terra, mas como o Ungido que vem transformar a nossa existência.

4. Oração

Senhor Jesus,
Ungido pelo Espírito do Pai,
Tu vieste anunciar a boa nova aos pobres
e proclamar o ano da graça.
Abre os meus olhos para Te reconhecer,
mesmo quando Te apresentas na simplicidade da vida.
Liberta-me das prisões do egoísmo e do medo,
e dá-me coragem para viver segundo a novidade do Evangelho.
Faz de mim testemunha da Tua Palavra,
acolhendo todos, sem fronteiras,
na alegria da Tua salvação.
Ámen.

08 25 Segunda Mt 23, 13-22 Segunda «Ai de vós, guias cegos!»*​..

Um farol apagado junto ao mar. Uma porta entreaberta iluminada por dentro. Caminho com pedras soltas, em contraste com um trilho firme e claro.
Mt 23, 13-22«Ai de vós, guias cegos!»*..

Jesus denuncia os guias cegos que, em vez de conduzir ao Reino, fecham portas e confundem os pequenos.

Também hoje podemos ser tropeço quando a nossa fé se reduz a formalismos e hipocrisia. Cristo chama-nos à coerência, à luz interior que nasce da verdade e do amor. Sigamos o Mestre com simplicidade e transparência, deixando cair máscaras e vivendo a fé como caminho de serviço humilde. Só assim seremos guias que conduzem à vida.

.

Mt 23:13-22 “Woe to you, blind guides!”

Jesus denounces the blind guides who, instead of leading to the Kingdom, shut doors and confuse the little ones.

Even today we may become a stumbling block when our faith is reduced to formalism and hypocrisy. Christ calls us to coherence, to the inner light that springs from truth and love. Let us follow the Master with simplicity and transparency, laying down masks and living faith as a path of humble service. Only then shall we be guides who lead to life.

**********************************************************************************************************************************************************************

  • Português 🌿 A Palavra vive em cada coração que a acolhe.
    Observe a imagem, leia a mensagem e diga-nos a sua opinião — cada partilha é uma luz para todos.
    Acompanhe-nos diariamente com o versículo do Evangelho da Liturgia e deixe-se transformar pela Palavra. 💛
    English
    🌿 The Word lives in every heart that welcomes it.
    Observe the image, read the message, and share your opinion — every contribution is a light for all.

    Join us daily with the Gospel verse from the Liturgy and let the Word transform you.

09 01 Lc 4, 16-30 Segunda «Ele enviou-Me para anunciar a boa nova aos pobres… Nenhum profeta é bem recebido na sua terra»

Sugestão de imagem Uma representação de Jesus na sinagoga de Nazaré, de pé, com o rolo de Isaías aberto na mão, os olhos de todos fixos n’Ele: alguns com admiração, outros com desconfiança, mostrando o contraste entre a abertura e a rejeição da Palavra.

.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse- lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho…

Palavra da salvação.

1. Ler a Palavra

Jesus regressa a Nazaré, a sua terra, e entra na sinagoga ao sábado. É-Lhe entregue o rolo do profeta Isaías, e Ele proclama a passagem que fala do Espírito do Senhor enviado a anunciar a boa nova aos pobres, a libertar os oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor. Ao terminar, afirma: “Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”. A admiração inicial do povo depressa se transforma em rejeição, quando Jesus denuncia a dificuldade em acolher o profeta no seu meio e recorda que a salvação de Deus vai além de Israel, alcançando estrangeiros como a viúva de Sarepta e Naamã, o sírio. O povo enfurece-se e tenta matá-l’O, mas Jesus passa pelo meio deles e segue o seu caminho.


2. Compreender a Palavra

Este evangelho apresenta Jesus como o Ungido pelo Espírito, enviado pelo Pai para instaurar a salvação universal. O programa da sua missão está delineado: boa nova aos pobres, libertação aos cativos, cura e redenção. O “ano da graça” evoca o jubileu, tempo de libertação e de nova vida.
Mas os habitantes de Nazaré não conseguem reconhecer em Jesus o Messias; veem apenas “o filho de José”. A familiaridade transforma-se em obstáculo. A referência de Jesus a Elias e Eliseu mostra que Deus age também fora das fronteiras de Israel, provocando escândalo nos ouvintes. A reação hostil revela como a Palavra de Deus pode ser incómoda e exigir conversão.


3. Da Palavra para a Vida

Também nós, muitas vezes, fechamos os olhos à novidade de Deus porque preferimos a segurança das nossas ideias ou tradições. Podemos reconhecer a força das palavras de Cristo, mas recusamos deixar que elas mudem a nossa vida. O evangelho convida-nos a discernir:

  • Quem são hoje os “pobres” a quem somos enviados?
  • Quais são as “prisões” que precisam de libertação?
  • Estou disposto a acolher um Deus que vem de forma surpreendente, fora das minhas expetativas?
    A vida cristã exige abertura: acolher Jesus não apenas como “conhecido” da nossa terra, mas como o Ungido que vem transformar a nossa existência.

4. Oração

Senhor Jesus,
Ungido pelo Espírito do Pai,
Tu vieste anunciar a boa nova aos pobres
e proclamar o ano da graça.
Abre os meus olhos para Te reconhecer,
mesmo quando Te apresentas na simplicidade da vida.
Liberta-me das prisões do egoísmo e do medo,
e dá-me coragem para viver segundo a novidade do Evangelho.
Faz de mim testemunha da Tua Palavra,
acolhendo todos, sem fronteiras,
na alegria da Tua salvação.
Ámen.


.

08 31 Lc 14, 1.7-14 Domingo Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado»

..

Uma mesa simples, com lugares preparados, onde se sentam pessoas pobres e frágeis (coxos, cegos, idosos), e ao fundo uma luz suave que simboliza a presença de Cristo como verdadeiro anfitrião.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

.
Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado». Jesus disse ainda a quem O tinha convidado: «Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos nem os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos..

Palavra da salvação..

REFLEXÃO .

1. Ler o texto

Jesus é convidado para uma refeição em casa de um dos principais fariseus. É sábado, dia de descanso e de culto, e todos O observam com atenção crítica. Naquele ambiente de prestígio social, o Senhor repara como os convidados disputam os lugares de honra. A partir desse gesto, aparentemente banal, Jesus constrói um ensinamento profundo sobre a humildade.

Depois, dirige-se ao próprio anfitrião e lança um desafio ainda mais exigente: não convidar apenas os amigos e os ricos que podem retribuir, mas abrir a mesa aos pobres, aos excluídos e aos que não têm como pagar. O evangelho culmina com a promessa: quem se humilha será exaltado, e quem acolher os pequenos terá recompensa junto de Deus.

2. Compreender o texto

A cena é um retrato vivo das tensões humanas: a ânsia de reconhecimento, o desejo de prestígio, a tendência para construir relações apenas por interesse. Na cultura da época, os lugares num banquete revelavam a importância de cada pessoa; sentar-se perto do dono da casa significava honra, poder e influência. Jesus desmonta esta lógica. O verdadeiro valor não se mede pelo lugar que se ocupa, mas pela atitude de humildade e serviço.

No segundo ensinamento, Jesus vai ainda mais longe: pede uma hospitalidade gratuita, desinteressada. A lógica do Reino não é “dar para receber”, mas “dar sem esperar nada em troca”. Deus é o primeiro a agir assim connosco: Ele dá-nos a vida, a salvação e o perdão, sem que alguma vez O possamos retribuir.

Assim, a parábola não é apenas um conselho de etiqueta social, mas uma revelação do coração de Deus: Ele exalta os humildes, Ele ama os pobres, Ele convida-nos a partilhar da Sua própria generosidade.

3. Aplicar à vida

O evangelho convida-nos a rever as nossas atitudes:

  • Na vida comunitária: muitas vezes procuramos reconhecimento, aplausos, lugares de destaque. Jesus ensina-nos a escolher o último lugar, o serviço escondido, a disponibilidade simples. O discípulo não precisa de se impor, porque confia que Deus vê o que é escondido e sabe dar a verdadeira recompensa.
  • Nas relações pessoais: somos tentados a cultivar amizades apenas com aqueles que nos podem beneficiar. O Senhor desafia-nos a abrir espaço a quem não tem nada para nos dar. Um gesto de escuta, uma refeição partilhada, um tempo oferecido aos mais frágeis, são sementes do Reino.
  • Na vida espiritual: quantas vezes até a oração pode tornar-se busca de mérito ou comparação com os outros. Jesus convida-nos à humildade diante de Deus: reconhecer a nossa pobreza, deixar que Ele seja o Senhor e confiar que o Seu olhar nos eleva.

Hoje, esta Palavra pede-nos para redescobrir a beleza da gratuidade: amar sem esperar retorno, acolher sem cálculo, viver como filhos livres que sabem que a sua dignidade vem de Deus e não dos lugares que ocupam.


Oração

Senhor Jesus, Mestre humilde e manso,
ensina-me a escolher o último lugar.
Livra-me da vaidade que busca reconhecimento
e dá-me a alegria de servir em silêncio.
Abre a minha mesa e o meu coração aos pobres,
aos esquecidos e aos que não podem retribuir.
Que o meu caminho seja o da humildade,
para que um dia me exaltes na Tua presença.
Ámen.


Mensagem .

👉 “A humildade abre espaço para Deus e para os irmãos; quem serve sem esperar recompensa já vive a alegria do Reino.”


.


 

08 30 Mt 25, 14-30 Sábado «Foste fiel em coisas pequenas: vem tomar parte na alegria do teu Senhor»

Um campo aberto, onde várias sementes lançadas à terra germinam em plantas diferentes, simbolizando os talentos que, quando cultivados com confiança, crescem em abundância e se transformam em vida nova.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu. O que tinha recebido cinco talentos fê-los render e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois talentos ganhou outros dois. Mas, o que recebera um só talento foi escavar a terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: ‘Senhor, confiaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse: ‘Senhor, confiaste-me dois talentos: aqui estão outros dois que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste. Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence’. O senhor respondeu-lhe: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei; devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu. Tirai-lhe então o talento e dai-o àquele que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí haverá choro e ranger de dentes’».
Palavra do salvação.

REFLEXÃO 

Este Evangelho convida-nos a olhar com profundidade o modo como Deus confia em nós. Um homem parte de viagem e entrega os seus bens aos servos. Cada um recebe conforme a sua capacidade: cinco, dois ou um talento. Nenhum servo fica sem nada, todos são dignos de confiança. Aqui reside a primeira palavra que podemos transformar em ação: compreender. Se compreendemos que tudo o que temos é dom recebido, então a nossa vida passa a ser vivida em atitude de gratidão e responsabilidade.

O servo que recebeu cinco talentos ganhou outros cinco; o que recebeu dois, ganhou outros dois. Ambos assumiram riscos, não ficaram imóveis. A sua fidelidade não esteve apenas em guardar o que tinham, mas em fazer render, em multiplicar para o bem do Senhor. Aqui surge outra palavra transformada em ação: confiar. Quem confia em Deus não paralisa pelo medo, arrisca no amor, entrega-se no serviço, faz frutificar os dons.

O terceiro servo, pelo contrário, escondeu o talento. O medo dominou-o, a imagem dura que tinha do seu senhor bloqueou-lhe a criatividade e a generosidade. A sua atitude é um alerta: quando vemos Deus como juiz severo, e não como Pai que confia, enterramos os dons e fechamo-nos ao crescimento. Surge, então, uma nova palavra-ação: servir. A fé só cresce quando é posta ao serviço dos irmãos.

No final, o Senhor louva os que foram fiéis no pouco e convida-os a participar da sua alegria. Eis a meta de toda a vida cristã: entrar na alegria do Senhor. A nossa fidelidade, mesmo em coisas pequenas, abre-nos à abundância da vida eterna.

Oração

Senhor, ajuda-me a compreender que tudo é dom, a confiar na vossa bondade e a servir com alegria. Que os talentos recebidos sejam sementes de vida nova no coração dos meus irmãos. Ámen.

Objetivos de comando 

  • Compreender que tudo o que temos é dom de Deus.
  • Confiar sem medo, arriscando no amor.
  • Servir com generosidade, multiplicando os dons.
  • Viver a fidelidade no pouco, para alcançar a alegria eterna.

 

c

Uma vela acesa diante da escuridão, símbolo de João Baptista como luz profética que ilumina, mesmo quando o mundo tenta apagá-la.

EVANGELHO Mc 6, 17-29
«Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Baptista»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Naquele tempo,
o rei Herodes mandara prender João
e algemá-lo no cárcere,
por causa de Herodíades, a mulher do seu irmão Filipe,
que ele tinha tomado por esposa.
João dizia a Herodes:
«Não podes ter contigo a mulher do teu irmão».
Herodíades odiava João Baptista
e queria dar-lhe a morte, mas não podia,
porque Herodes respeitava João,
sabendo que era justo e santo,
e por isso o protegia.
Quando o ouvia, ficava perturbado,
mas escutava-o com prazer.
Entretanto, chegou um dia oportuno,
quando Herodes, no seu aniversário natalício,
ofereceu um banquete aos grandes da corte,
aos oficiais e às principais personalidades da Galileia.
Entrou então a filha de Herodíades,
que dançou e agradou a Herodes e aos convidados.
O rei disse à jovem:
«Pede-me o que desejares e eu to darei».
E fez este juramento:
«Dar-te-ei o que me pedires,
ainda que seja a metade do meu reino».
Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei de pedir?».
A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Baptista».
Ela voltou apressadamente à presença do rei
e fez-lhe este pedido:
«Quero que me dês sem demora, num prato,
a cabeça de João Baptista».
O rei ficou consternado,
mas por causa do juramento e dos convidados,
não quis recusar o pedido.
E mandou imediatamente um guarda,
com ordem de trazer a cabeça de João.
O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João
e trouxe-a num prato.
A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe.
Quando os discípulos de João souberam a notícia,
foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura.
Palavra da salvação.

Lectio – Comentário ao Evangelho (Mc 6, 17-29)

1. Leitura
O texto apresenta-nos o martírio de João Baptista, profeta da verdade, que denuncia o pecado de Herodes e de Herodíades. A sua voz incomoda, porque não se cala diante da injustiça. Herodes, frágil e dividido entre o respeito pelo profeta e a pressão dos convidados, cede ao capricho da filha de Herodíades. O banquete de poder e vaidade acaba transformado em cena de morte.

2. Meditação
João Baptista é testemunha da verdade até ao sangue. Prefere perder a vida do que perder a fidelidade a Deus. O seu destino recorda-nos o de Cristo, o verdadeiro Cordeiro imolado. A cobardia de Herodes é também espelho das nossas hesitações: quantas vezes escutamos a Palavra com agrado, mas, diante da pressão do ambiente ou do medo de perder prestígio, silenciamos a voz da consciência. O Evangelho confronta-nos: sou capaz de permanecer firme na verdade, mesmo quando isso me custa?

3. Oração
Senhor, dá-me a coragem de João Baptista,
que não teve medo de proclamar a verdade.
Livra-me das cadeias do medo,
da tentação de agradar aos homens em vez de a Ti.
Que a minha vida seja testemunho fiel do Evangelho,
mesmo nas pequenas escolhas do dia-a-dia.
Sustenta a tua Igreja na fidelidade,
para que nunca falte a voz profética
que denuncia o mal e anuncia a esperança.
Ámen.

4. Contemplação
Fico em silêncio diante de João Baptista, o precursor. Vejo a sua cabeça oferecida num prato, sinal da violência do mundo, mas também da vitória da verdade que não se cala. Contemplo Cristo, que nele já se revela como a Verdade que o mundo não pode vencer.

5. Acção
Hoje proponho-me ser fiel à verdade em situações concretas, mesmo quando me possa custar incompreensões. Procurarei não ceder a pressões que me afastem da Palavra de Deus.


 

08 24 DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM

 

 

Uma grande mesa festiva preparada ao ar livre, onde homens e mulheres de diferentes povos e culturas se sentam juntos, com uma porta estreita ao fundo iluminada por luz divina, simbolizando a entrada no Reino de Deus.

LEITURA I Is 66, 18-21
«De todas as nações hão de reconduzir os vossos irmãos»

O desígnio de Deus é que todos os homens se salvem. De “todas as nações” e de “todas as línguas”, o Senhor quer reconduzir a humanidade como oferenda à sua glória, e assim realizar a vocação última de todos os homens: viverem eternamente na casa do Pai comum, graças ao chamamento que a todos fez por meio de Jesus Cristo.

Leitura do Livro de Isaías
Eis o que diz o Senhor: «Eu virei reunir todas as nações e todas as línguas, para que venham contemplar a minha glória. Eu lhes darei um sinal e de entre eles enviarei sobreviventes às nações: a Társis, a Fut, a Lud, a Mosoc, a Rós, a Tubal e a Javã, às ilhas remotas que não ouviram falar de Mim nem contemplaram ainda a minha glória, para que anunciem a minha glória entre as nações. De todas as nações, como oferenda ao Senhor, eles hão de reconduzir todos os vossos irmãos, em cavalos, em carros, em liteiras, em mulas e em dromedários, até ao meu santo monte, em Jerusalém – diz o Senhor – como os filhos de Israel trazem a sua oblação em vaso puro ao templo do Senhor. Também escolherei alguns deles para sacerdotes e levitas».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2 (R. Mc 16, 15)
Refrão: Ide por todo o mundo,
anunciai a boa nova. Repete-se

Louvai o Senhor, todas as nações,
aclamai-O, todos os povos. Refrão

É firme a sua misericórdia para connosco,
a fidelidade do Senhor permanece para sempre. Refrão

LEITURA II Hebr 12, 5-7.11-13
«O Senhor corrige aquele que ama»

A palavra que foi dirigida aos nossos irmãos do passado em tempo de perseguição para os encorajar na provação, vem sempre a propósito também para nós para nos ensinar a ver com olhos de fé as muitas provações da vida e a entendê-las no seu sentido positivo, que é sempre desígnio de amor de Deus sobre nós.

Leitura da Epístola aos Hebreus
Irmãos: Já esquecestes a exortação que vos é dirigida, como a filhos que sois: «Meu filho, não desprezes a correcção do Senhor, nem desanimes quando Ele te repreende; porque o Senhor corrige aquele que ama e castiga aquele que reconhece como filho». É para vossa correcção que sofreis. Deus trata-vos como filhos. Qual é o filho a quem o pai não corrige? Nenhuma correcção, quando se recebe, é considerada como motivo de alegria, mas de tristeza. Mais tarde, porém, dá àqueles que assim foram exercitados um fruto de paz e de justiça. Por isso, levantai as vossas mãos fatigadas e os vossos joelhos vacilantes e dirigi os vossos passos por caminhos direitos, para que o coxo não se extravie, mas antes seja curado.
Palavra do Senhor.

ALELUIA Jo 14, 6
Refrão: Aleluia. Repete-se
Eu sou o caminho, a verdade e a vida, diz o Senhor:
ninguém vai ao Pai senão por Mim. Refrão

EVANGELHO Lc 13, 22-30
«hão de vir do Oriente e do Ocidente
e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus»

Jesus diz-nos que todos os homens são chamados à salvação e a viverem com Deus; mas que este desígnio de Deus tem de ser acolhido por cada um, que terá, por isso, de se esforçar por passar pela porta estreita, não vá, por negligência, ficar de fora da sala do banquete do reino de Deus.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus dirigia-Se para Jerusalém e ensinava nas cidades e aldeias por onde passava. Alguém Lhe perguntou: «Senhor, são poucos os que se salvam?». Ele respondeu: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, vós ficareis fora e batereis à porta, dizendo: ‘Abre-nos, senhor’; mas ele responder-vos-á: ‘Não sei donde sois’. Então começareis a dizer: ‘Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste nas nossas praças’. Mas ele responderá: ‘Repito que não sei donde sois. Afastai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade’. Aí haverá choro e ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaac e Jacob e todos os Profetas, e vós a serdes postos fora. Hão de vir do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul, e sentar-se-ão à mesa no reino de Deus. Há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos».
Palavra da salvação.

Reflexão

As leituras oferecem-nos um fio condutor: o desígnio universal de Deus, que chama todos os povos à salvação. Isaías anuncia que, de todas as nações, Deus reunirá os seus filhos, tornando-os oferenda viva e escolhendo até estrangeiros como sacerdotes e servidores do Seu Reino. O salmo reforça este horizonte universal: o Senhor deve ser louvado por todas as nações. A carta aos Hebreus lembra que este caminho não é fácil: exige purificação, disciplina e perseverança, porque o Pai corrige aqueles que ama, formando neles um coração forte e confiante. No Evangelho, Jesus recorda que a salvação é dom aberto a todos, mas requer esforço e fidelidade: é preciso entrar pela porta estreita, viver a fé em autenticidade e não em mera aparência. O banquete do Reino acolhe homens e mulheres de todos os horizontes; mas só entram os que se deixam transformar pela graça e permanecem fiéis ao Senhor.

 

 

 

 

08 23 Sábado da semana XX

Sugestão de imagem: Uma cena serena de campo dourado, com espigas maduras ao vento. No primeiro plano, Rute ajoelhada recolhe espigas com humildade e gratidão, enquanto Booz, de pé, a observa com olhar benevolente. Ao fundo, Noémi segura nos braços o menino Obed, símbolo da bênção e da promessa cumprida. A luz suave do céu ilumina a cena, sugerindo a providência de Deus que conduz a história até Cristo. Queres que eu componha também **uma legenda curta** para acompanhar estLEITURA I (anos ímpares) Rute 2, 1-3.8-11; 4, 13-17
«O Senhor não te recusou quem assegurasse a tua descendência:
é o pai de Jessé, pai de David»

Rute, uma vez viúva, não quis abandonar a sogra, Noemi, e voltou com ela para a terra desta e aí casou de novo com outro israelita, Booz; e assim, embora estrangeira de origem, entra no povo de Deus, onde virá a ser ascendente de Jesus, como pode ler-se na genealogia do Senhor. O Messias vem fazer de todos um só povo.

Leitura do Livro de Rute
Noémi tinha um parente da parte do marido, homem importante pela sua fortuna. Era da família de Elimelec e chamava-se Booz. Um dia, Rute, a moabita, disse a Noémi: «Deixa-me ir ao campo apanhar espigas, atrás de quem me acolher favoravelmente». Noémi respondeu-lhe: «Vai, minha filha». Ela saiu para ir apanhar espigas no campo, atrás dos ceifeiros, e foi ter por acaso a um campo que era de Booz, parente de Elimelec. Booz disse a Rute: «Escuta, minha filha, não vás apanhar espigas noutro campo. Não te afastes daqui, fica com as minhas servas. Repara bem no terreno em que estão a ceifar e vai atrás delas, que eu dei ordens aos meus servos para não te incomodarem. Se tiveres sede, vai às bilhas beber da água que eles beberem». Então Rute prostrou-se de rosto em terra e disse-lhe: «Porque encontrei favor a teus olhos, de modo que te interessaste por mim, que sou uma estrangeira?». Booz respondeu-lhe: «Eu estou informado de tudo o que tens feito à tua sogra, depois da morte do teu marido. Deixaste pai e mãe e a terra onde nasceste e vieste para um povo que não conhecias». Depois desposou Rute, que se tornou sua mulher, e conviveu com ela. O Senhor deu-lhe a graça de conceber e ela deu à luz um filho. As mulheres disseram a Noémi: «Bendito seja o Senhor, que não te recusou hoje quem assegurasse a tua descendência. O seu nome seja celebrado em Israel! Será a consolação da tua alma e o amparo da tua velhice, pois nasceu da tua nora, que é tão tua amiga e vale mais para ti do que sete filhos». Noémi tomou o menino ao colo e foi ela que o criou. As vizinhas deram nome ao menino, dizendo: «Nasceu um filho a Noémi». E deram-lhe o nome de Obed. Obed foi o pai de Jessé, pai de David.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 127 (128), 1-2.3.4-5 (R. 4)
Refrão: Será abençoado o homem que teme o Senhor. Repete-se

Feliz de ti, que temes o Senhor
e andas nos seus caminhos.
Comerás do trabalho das tuas mãos,
serás feliz e tudo te correrá bem. Refrão

Tua esposa será como videira fecunda
no íntimo do teu lar;
teus filhos serão como ramos de oliveira
ao redor da tua mesa. Refrão

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor.
De Sião te abençoe o Senhor:
vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias da tua vida. Refrão

ALELUIA Mt 23, 9b.10b
Refrão: Aleluia. Repete-se
Um só é o vosso Pai, o Pai celeste;
um só é o vosso mestre, Jesus Cristo. Refrão

EVANGELHO Mt 23, 1-12
«Dizem e não fazem»

As palavras de Jesus não são apenas uma doutrina para se acreditar, mas a norma de vida para se viver, a começar pelas atitudes interiores do coração, coisa que os escribas e os fariseus a que referia não estavam dispostos a fazer.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

As leituras de hoje apresentam-nos a fidelidade humilde de Rute, que, deixando a sua terra, se integra no povo de Deus e recebe a bênção de ser antepassada do rei David e, por ele, de Cristo. A sua vida mostra que a generosidade e o serviço, mesmo no silêncio, produzem frutos que ultrapassam qualquer expectativa. O Evangelho, por sua vez, denuncia a incoerência dos fariseus que dizem mas não fazem, alertando-nos para uma fé vivida com autenticidade e humildade. Ao sábado, a Igreja recorda Nossa Senhora: nela encontramos a perfeita discípula, que, como Rute, acolheu com humildade e confiança o desígnio de Deus, e, ao contrário dos fariseus, viveu sempre em coerência e verdade. Maria é modelo de quem se entrega ao Senhor sem buscar honras, sendo serva e Rainha ao mesmo tempo. O seu exemplo convida-nos a caminhar no serviço humilde, onde se revela a verdadeira grandeza.

 

08 22 Sexta-feira da semana XX Santa Maria Rainha

Sugestão de imagem Uma coroa luminosa colocada sobre um coração aberto, de onde brotam espigas e lírios, simbolizando Rute (ceifa) e Maria (pureza e realeza).

LEITURA I (anos ímpares) Rute 1, 1-2a.3-6.14b-16.22
«Noémi regressou dos campos de Moab, com Rute,a moabita,
e chegou a Belém»

Rute, estrangeira ao povo de Deus por sua origem, nele entrou pelo casamento com um filho de israelitas enviuvou, mas, depois de enviuvar, não quis voltar para o seu povo de origem, os moabitas, como podia ter feito, mas preferiu voltar com a sogra para a terra desta, Belém. Aí casou de novo com outro israelita, Booz, e assim veio a tornar-se uma das ascendentes do rei David, e, por este, do Messias.

Início do Livro de Rute
No tempo em que os juízes governavam, houve uma fome no país. Certo homem deixou Belém de Judá e emigrou para os campos de Moab, com a mulher e dois filhos. Ele chamava-se Elimelec e a mulher Noémi. Elimelec, marido de Noémi, faleceu e ela ficou só com os seus dois filhos.
Ambos casaram com esposas moabitas, uma chamada Orpa e a outra Rute. Permaneceram lá cerca de dez anos. Entretanto os filhos também morreram e Noémi ficou só, sem os dois filhos e sem o marido. Resolveu então voltar dos campos de Moab, juntamente com as noras, por ter sabido, nos campos de Moab, que o Senhor tinha abençoado o seu povo, dando-lhe pão. Orpa despediu-se da sogra e voltou para o seu povo; mas Rute ficou com Noémi. Disse-lhe Noémi: «Olha que a tua cunhada voltou para o seu povo e para o seu deus. Vai também com ela». Rute respondeu-lhe: «Não insistas comigo, para que te deixe e me afaste de ti, pois irei para onde fores e viverei onde viveres. O teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus». Foi assim que Noémi regressou dos campos de Moab, trazendo consigo sua nora Rute, a moabita. Chegaram a Belém no início da ceifa da cevada.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 145 (146), 5-6ab.7.8.9.10 (R. 1)
Refrão: Ó minha alma, louva o Senhor. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Feliz o que tem por auxílio o Deus de Jacob,
o que põe a sua confiança no Senhor, seu Deus,
que fez o céu e a terra, o mar e quanto neles existe. Refrão

O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos. Refrão

O Senhor ilumina os olhos dos cegos,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos. Refrão

O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores. Refrão

O Senhor reina eternamente;
o teu Deus, ó Sião,
é rei por todas as gerações. Refrão

ALELUIA Salmo 24 (25), 4b.5a
Refrão: Aleluia. Repete-se
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
guiai-me na vossa verdade. Refrão

EVANGELHO Lc 1, 26-38
«Conceberás e darás à luz um Filho»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

As leituras de hoje recordam-nos duas figuras femininas que se tornam sinais luminosos da fidelidade e da confiança em Deus: Rute e Maria. Rute, estrangeira, escolhe permanecer ao lado de Noémi e assumir o Deus de Israel como seu Deus. A sua fidelidade abre-lhe caminho para ser antepassada de David e, por ele, do próprio Messias. Também Maria, humilde serva, acolhe com confiança o anúncio do Anjo e oferece-se totalmente ao projecto divino, tornando-se Mãe de Jesus e Rainha do Céu e da Terra. Ambas revelam a força de quem confia plenamente no Senhor: Rute, na simplicidade da vida quotidiana, e Maria, na grandeza da sua vocação única. Na memória de Santa Maria Rainha, contemplamos esta realeza que não se impõe pela força, mas pelo amor e pela obediência à vontade de Deus. O seu trono é o coração disponível e generoso de quem se entrega ao Senhor.

Oração a Santa Maria Rainha

Santa Maria, Rainha humilde e serva,
que acolheste com coragem a vontade de Deus,
ensina-nos a confiar como tu,
mesmo quando o caminho parece difícil.

Faz do nosso coração um trono para Cristo,
onde reine a paz, a esperança e o amor.
Ajuda-nos a dizer cada dia:
“Eis-me aqui, faça-se em mim segundo a tua palavra”.

Rainha do Céu e Mãe nossa,
guia-nos na fidelidade e no serviço,
para que, como Rute e contigo,
sejamos sinais vivos da presença de Deus no mundo.

Amém.

 

08 21 Quinta-feira da semana XX S. Pio X, papa – MO

Uma representação simbólica do espinheiro ameaçando as árvores nobres, com luz divina a incidir sobre elas, sugerindo proteção e orientação de Deus sobre os justos.

LEITURA I (anos ímpares) Jz 11, 29-39a
«A primeira pessoa que sair da porta da minha casa,
eu a oferecerei em holocausto ao Senhor»

Esta narração, de carácter muito antigo, mostra uma determinada maneira de encarar os conceitos religiosos em tempos ainda muito primitivos, mas que o Evangelho viria a esclarecer e a espiritualizar. Deus nunca exigiu sacrifícios humanos, que estiveram, no entanto, em uso entre os povos vizinhos do povo de Deus.

Leitura do Livro dos Juízes
Naqueles dias, o espírito do Senhor veio sobre Jefté, que percorreu Galaad e Manassés, atravessou Mispá de Galaad e dali passou ao território dos amonitas. Jefté fez este voto ao Senhor: «Se me entregardes os amonitas nas minhas mãos e eu voltar em paz da campanha contra eles, a primeira pessoa que sair da porta da minha casa, para vir ao meu encontro, pertencerá ao Senhor, e eu a oferecerei em holocausto». Jefté passou então ao território dos amonitas, para travar combate com eles, e o Senhor entregou-os nas suas mãos. Desbaratou-os desde Aroer até perto de Minit, tomando vinte cidades, e chegou até Abel-Queramin. Com esta enorme derrota, os amonitas ficaram humilhados perante os filhos de Isarel. Quando Jefté voltava para casa, em Mispá, sua filha saiu ao seu encontro, dançando ao som de tamborins. Era filha única; além dela não tinha outros filhos ou filhas. Logo que a viu, Jefté rasgou as vestes e disse: «Ai, minha filha, que me trazes tanta angústia! És a causa da minha desgraça! Eu tomei um compromisso diante do Senhor e não posso voltar atrás». Ela respondeu-lhe: «Meu pai, se te comprometeste com o Senhor, trata-me segundo o compromisso que tomaste, uma vez que o Senhor te concedeu a desforra contra os filhos de Amon, teus inimigos». Depois disse ao pai: «Apenas te peço um favor: Deixa-me livre durante dois meses, para eu ir pelos montes, com as minhas companheiras, e chorar por ter de morrer virgem». O pai respondeu-lhe: «Então vai!». E deixou-a partir por dois meses. Ela foi com as suas companheiras e andou a chorar pelos montes, por ter de morrer virgem. Passados os dois meses, voltou para junto do pai e ele cumpriu o voto que fizera.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 39 (40), 5.7-8a.8b-9.10-11ab (R. 8a e 9a)
Refrão: Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade. Repete-se

Feliz de quem pôs a sua confiança no Senhor
e não se voltou para os arrogantes.
Feliz de quem pôs a sua confiança no Senhor
e não se voltou para os que seguem a mentira. Refrão

Não Vos agradaram sacrifícios nem oblações,
mas abristes-me os ouvidos;
não pedistes holocaustos nem expiações,
então clamei: «Aqui estou». Refrão

«De mim está escrito no livro da Lei
que faça a vossa vontade.
Assim o quero, ó meu Deus,
a vossa lei está no meu coração». Refrão

Proclamei a justiça na grande assembleia,
não fechei os meus lábios, Senhor, bem o sabeis.
Não escondi a vossa justiça no fundo do coração,
proclamei a vossa fidelidade e salvação. Refrão

ALELUIA cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Aleluia. Repete-se
Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão

EVANGELHO Mt 22, 1-14
«Convidai para as bodas todos os que encontrardes»

As núpcias são uma das imagens simbólicas para significar a união feliz de Deus com o seu povo, sobretudo em Jesus Cristo, que é chamado o Esposo, bem como a Igreja é chamada a Esposa. O convite para as bodas, e consequentemente o convite para entrar na Igreja de Cristo, a sua Esposa, é dirigido a todos os homens. Esta parábola mostra a generosidade de Deus que a todos convida, mas também a necessidade de responder ao convite de Deus e de tomar parte no seu banquete.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO GERAL 

REFLEXÃO 

A leitura de Juízes mostra-nos como a liderança humana, quando desligada da vontade de Deus, pode conduzir a escolhas precipitadas e perigosas. As árvores representam os líderes e o povo de Israel: cada uma simboliza talentos e dons únicos, mas apenas o espinheiro, incapaz de dar frutos nobres, aceita a realeza, ameaçando com destruição. Este apólogo alerta-nos sobre a necessidade de discernimento e fidelidade ao verdadeiro Rei, que é Deus. São Pio X, com a sua vida e missão, exemplifica esta fidelidade plena: guiou a Igreja com coragem, priorizando a instrução cristã, a reforma litúrgica e a defesa da fé, sempre subordinando toda autoridade à vontade de Deus. Ele recusou qualquer concessão ao comodismo ou às modas humanas que pudessem afastar os fiéis do caminho da salvação, mostrando que a verdadeira liderança serve e protege o rebanho, em total fidelidade ao Senhor.

Oração

Senhor, concede-nos discernimento para reconhecer os líderes que nos conduzem segundo a Tua vontade. Inspira-nos a seguir exemplos de fidelidade como São Pio X, mantendo o coração firme em Ti, e a ser testemunhas corajosas do Teu amor e da Tua verdade. Amém.

 

08 20 Quarta-feira da semana XX

Liturgia diária

 

Uma representação simbólica do espinheiro ameaçando as árvores nobres, com luz divina a incidir sobre elas, sugerindo proteção e orientação de Deus sobre os justos.

LEITURA I (anos ímpares) Jz 9, 6-15
«Vós dissestes ‘Um rei nos governará’;
e o Senhor vosso Deus era o vosso rei (1 Sam 12, 12)»

Esta fábula, que apresenta aqui as árvores a falar, chama-se um apólogo, e é raro na Bíblia, embora frequente noutros países antigos. Aqui vem a propósito num momento de sucessão difícil, talvez mesmo a prevenir contra o regime da realeza, concretamente neste momento da história de Israel.

Leitura do Livro dos Juízes
Naqueles dias, todos os chefes de Siquém e todo o Bet-Milo se reuniram junto do carvalho da estela que está em Siquém e proclamaram rei Abimelec. Quando deram a notícia a Joatão, ele foi colocar-se no cimo do monte Garizim e levantou a voz, dizendo: «Escutai-me, chefes de Siquém e Deus também vos escutará. Certo dia, as árvores resolveram escolher um rei. Disseram à oliveira: ‘Reina sobre nós’. A oliveira respondeu-lhes: ‘Terei de renunciar ao meu azeite, que dá honra aos deuses e aos homens, para me baloiçar por cima das árvores?’. Então as árvores disseram à figueira: ‘Vem tu reinar sobre nós’. Mas a figueira respondeu-lhes: ‘Terei de renunciar à doçura do meu saboroso fruto, para ir baloiçar-me por cima das árvores?’. E as árvores disseram à videira: ‘Vem tu reinar sobre nós’. Mas a videira respondeu-lhes: ‘Terei de renunciar ao meu vinho novo, que alegra os deuses e os homens, para ir baloiçar-me por cima das árvores?’. Então todas as árvores disseram ao espinheiro: ‘Vem tu reinar sobre nós’. E o espinheiro respondeu às árvores: ‘Se é de boa fé que me quereis ungir como vosso rei, vinde acolher-vos à minha sombra. Se não, sairá fogo do espinheiro e devorará os cedros do Líbano’».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 20 (21), 2-3.4-5.6-7 (R. cf. 2a)
Refrão: O vosso triunfo, Senhor, é a alegria do rei. Repete-se

Senhor, o rei alegra-se com o vosso poder
e exulta de contente com o vosso auxílio.
Satisfizestes os anseios do seu coração,
não rejeitastes o pedido de seus lábios. Refrão

Vós o cumulastes de bênçãos preciosas,
cingistes sua fronte com uma coroa de ouro fino.
Pediu-vos a vida e Vós lha concedestes,
uma vida longa para muitos anos. Refrão

Graças à vossa protecção, é grande a sua glória,
Vós o revestistes de esplendor e majestade.
Para sempre o abençoastes
e enchestes de alegria na vossa presença. Refrão

ALELUIA Hebr 4, 12
Refrão: Aleluia Repete-se
A palavra de Deus é viva e eficaz,
conhece os pensamentos e intenções do coração. Refrão

EVANGELHO Mt 20, 1-16a
«Serão maus os teus olhos porque eu sou bom?»

Nesta parábola, Jesus quer fazer-nos compreender que a bondade de Deus ultrapassa muito os critérios humanos. Os trabalhadores da última hora receberam tanto como os da primeira. Estes, porém, não foram tratados com injustiça: receberam o que tinha sido ajustado. Mas a parábola tem certamente alcance mais vasto: a Igreja dos pagãos, chegados no fim dos judeus, e que foram igualmente acolhidos por misericórdia!

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO GERAL

A leitura de Juízes mostra-nos como a liderança humana, quando desligada da vontade de

Deus, pode conduzir a escolhas precipitadas e perigosas. As árvores representam os líderes e o povo de Israel: cada uma simboliza talentos e dons únicos, mas apenas o espinheiro, incapaz de dar frutos nobres, aceita a realeza, ameaçando com destruição. Este apólogo alerta-nos sobre a necessidade de discernimento e fidelidade ao verdadeiro Rei, que é Deus. São Pio X, com a sua vida e missão, exemplifica esta fidelidade plena: guiou a Igreja com coragem, priorizando a instrução cristã, a reforma litúrgica e a defesa da fé, sempre subordinando toda autoridade à vontade de Deus. Ele recusou qualquer concessão ao comodismo ou às modas humanas que pudessem afastar os fiéis do caminho da salvação, mostrando que a verdadeira liderança serve e protege o rebanho, em total fidelidade ao Senhor.

Oração

Senhor, concede-nos discernimento para reconhecer os líderes que nos conduzem segundo a Tua vontade. Inspira-nos a seguir exemplos de fidelidade como São Pio X, mantendo o coração firme em Ti, e a ser testemunhas corajosas do Teu amor e da Tua verdade. Amém.

 

08 19 Terça-feira da semana XX

..

Uma semente pequena a romper a terra seca, iluminada pela luz do sol — símbolo da força de Deus que faz brotar vida onde parecia impossível.

LEITURA I (anos ímpares) Jz 6, 11-24a
«Gedeão, vai salvar Israel. Não sou Eu que te envio?»

De origem modesta, Gedeão é chamado por Deus para salvar o seu povo. É sempre Deus quem salva; basta-Lhe que os que Ele envia sejam dóceis à sua voz. De facto, a força do homem está na força de Deus, quando ele se sabe colocar nas suas mãos.

Leitura do Livro dos Juízes
Naqueles dias, o Anjo do Senhor veio sentar-se debaixo do carvalho de Ofra, que pertencia a Joás, da família de Abiezer. Seu filho Gedeão estava a malhar trigo no lagar, para o esconder dos madianitas. O Anjo do Senhor apareceu-lhe e disse-lhe: «O Senhor está contigo, valente guerreiro». Gedeão respondeu-lhe: «Perdão, meu senhor. Se o Senhor está connosco, porque nos têm sucedido todas estas desgraças? Onde estão todos esses prodígios, que os nossos pais nos contaram, dizendo: ‘O Senhor libertou-nos da terra do Egito’? Mas agora o Senhor abandonou-nos e entregou-nos nas mãos de Madiã». Então o Senhor voltou-Se para ele e disse-lhe: «Vai com essa tua força salvar Israel das mãos de Madiã. Não sou Eu que te envio?». Gedeão respondeu: «Perdão, meu Senhor. Como poderei salvar Israel? A minha família é a mais humilde de Manassés e eu sou o último da casa de meu pai». O Senhor disse-lhe: «Eu estarei contigo e tu vencerás Madiã como se ele fosse um só homem». Disse Gedeão: «Se encontrei graça a vossos olhos, dai-me um sinal de que sois Vós que me falais. Não Vos afasteis daqui, até que eu volte para junto de Vós, trazendo a minha oferta, para a colocar na vossa presença». O Senhor respondeu: «Ficarei até que voltes». Gedeão entrou em casa, preparou um cabrito e com uma medida de farinha fez pães ázimos. Colocou a carne num cesto, deitou o molho num tacho, levou tudo para debaixo do carvalho e ofereceu-Lho. Disse-lhe o Anjo do Senhor: «Toma a carne e os pães ázimos, coloca-os sobre essa pedra e derrama o molho sobre eles». Gedeão assim fez. O Anjo do Senhor estendeu a ponta da vara que tinha na mão e tocou na carne e nos pães ázimos. Saiu então fogo da rocha e consumiu a carne e os pães. E o Anjo do Senhor desapareceu da sua vista. Gedeão reconheceu que era o Anjo do Senhor e disse: «Ai de mim, Senhor Deus! Eu vi face a face o Anjo do Senhor». Mas o Senhor respondeu-lhe: «A paz esteja contigo. Não tenhas medo, porque não morrerás». Gedeão ergueu ali um altar ao Senhor e chamou-lhe «O Senhor é a paz».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 84 (85), 9.11-12.13-14 (R. cf. 9a)
Refrão: O Senhor anuncia a paz ao seu povo. Repete-se

Escutemos o que diz o Senhor:
Deus fala de paz
ao seu povo e aos seus fiéis
e a quantos de coração a Ele se convertem. Refrão

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade,
abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra
e a justiça descerá do Céu. Refrão

O Senhor dará ainda o que é bom
e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente
e a paz seguirá os seus passos. Refrão

ALELUIA 2 Cor 8, 9
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre,
para nos enriquecer na sua pobreza. Refrão

EVANGELHO Mt 19, 23-30
«É mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha
do que um rico entrar no reino de Deus»

O Senhor não condena nem os ricos nem as riquezas; mas adverte os seus discípulos do perigo que correm, se lhes entregarem o coração. Em contrapartida, a atitude desprendida de Pedro e dos outros Apóstolos é caminho certo para entrar no reino de Deus. O mundo novo que o Filho de Deus nos revelou na sua morte e ressurreição inaugurou a regeneração do Universo, em que tudo é julgado por outros critérios.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade vos digo: Um rico dificilmente entrará no reino dos Céus. É mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Ao ouvirem estas palavras, os discípulos ficaram muito admirados e disseram: «Quem poderá então salvar-se?». Jesus olhou para eles e respondeu: «Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível». Então Pedro tomou a palavra e disse-Lhe: «Nós deixámos tudo para Te seguir. Que recompensa teremos?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: No mundo renovado, quando o Filho do homem vier sentar-Se no seu trono de glória, também vós que Me seguistes vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros».
Palavra da salvação.

Reflexão

As leituras de hoje revelam um caminho de confiança em Deus que ultrapassa a nossa fragilidade e os nossos limites. Gedeão sente-se pequeno, incapaz de libertar Israel, mas Deus garante-lhe: “Eu estarei contigo”. A vitória não depende das forças humanas, mas da presença fiel do Senhor. O Salmo prolonga esta certeza: quando o coração se abre à conversão, encontram-se a paz e a justiça, e a terra dá fruto. É Deus quem transforma e fecunda a vida. No Evangelho, Jesus adverte sobre o apego às riquezas, que prende o coração e impede de entrar no Reino. Mas mostra também a chave: “Aos homens é impossível, mas a Deus tudo é possível”. O fio condutor é claro: Deus escolhe os fracos, liberta os corações presos e concede a vida nova àqueles que, como os discípulos, O seguem com generosidade e confiança, deixando tudo para encontrar o verdadeiro tesouro.


.