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06 24 Lc 1, 57-66. 80  Terça «Dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João» «Dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João»

06 24 Lc 1, 57-66. 80  Terça «Dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João» «Dar-te-á um filho, ao qual porás o nome de João»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Nos dias de Herodes, rei da Judeia,vivia um sacerdote chamado Zacarias,da classe de Abias,cuja esposa era descendente de Aarão e se cham ava Isabel.Eram ambos justos aos olhos de Deuse cumpriam irrepreensivelmente e todos os mandamentos e leis do Senhor.

Não tinham filhos, porque Isabel era estéril  e os dois eram de idade avançada.Quando Zacarias exercia as funções sacerdotais diante de Deus,no turno da sua classe,coube-lhe em sorte, segundo o costume sacerdotal, entrar no Santuário do Senhor para oferecer o incenso.Toda a assembleia do povo, durante a oblação do incenso,estava cá fora em oração.Apareceu-lhe então o Anjo do Senhor,de pé, à direita do altar do incenso.Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e encheu-se de temor.Mas o Anjo disse-lhe:
«Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi atendida.Isabel, tua esposa, dar-te-á um filho,ao qual porás o nome de João.Será para ti motivo de grande alegria e muitos hão de alegrar-se com o seu nascimento,porque será grande aos olhos do Senhor.Não beberá vinho nem bebida alcoólica;será cheio do Espírito Santo desde o seio maternoe reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus.Irá à frente do Senhor, com o espírito e o poder de Elias,para fazer voltar os corações dos pais a seus filhos e os rebeldes à sabedoria dos justos,a fim de preparar um povo para o Senhor».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

A solenidade do Nascimento de São João Baptista é uma celebração luminosa que revela o cuidado providente de Deus e o início de um tempo novo. O Evangelho segundo São Lucas narra com delicadeza e profundidade o anúncio do nascimento de João, filho de Zacarias e Isabel, um casal justo, mas marcado pela esterilidade e pelo peso da idade. A intervenção do anjo no templo rompe o silêncio e antecipa a alegria: *“A tua súplica foi atendida”*. Deus escuta o clamor dos corações fiéis.

João nasce como sinal de esperança, de renovação e de missão. É o último dos profetas e o primeiro a reconhecer o Messias, ainda no seio de Isabel. Ele será “grande aos olhos do Senhor” não pelo poder, mas pela fidelidade à sua vocação: preparar os caminhos do Senhor. A sua vida austera, marcada pelo deserto, pela palavra firme e pela conversão, aponta para o verdadeiro Cordeiro que tira o pecado do mundo.

A relação com a liturgia do dia 24 de junho enriquece-se ainda com a escolha do nome: *“chamar-se-á João”*, nome que significa “Deus é favorável”. Este nome não vem da tradição familiar, mas da vontade divina. Com ele, inaugura-se uma nova história, não construída por critérios humanos, mas pela ação do Espírito Santo.

Celebrar o nascimento de João é recordar que cada vida, mesmo nascida de condições improváveis, tem uma missão única. Tal como ele, somos chamados a preparar caminhos, a ser luz, a testemunhar a verdade, mesmo quando ela é incómoda. A vocação de João é, por isso, reflexo da nossa: viver como sentinelas da manhã, anunciando a proximidade do Senhor.

**Oração**

Senhor, que escolheste João Baptista desde o seio materno para preparar os Teus caminhos, desperta também em nós a coragem de anunciar a Tua presença. Que sejamos mensageiros da Tua luz, com palavras de verdade e gestos de amor. Ámen.

 

06 23 Mt 7, 1-5 Segunda “Tira primeiro a trave da tua vista”

Um homem a olhar-se ao espelho com um pedaço de madeira (trave) a tapar-lhe os olhos, enquanto uma pessoa ao fundo tenta retirar um pequeno cisco do olho. Uma cena com luz suave, sugerindo introspecção e conversão interior.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não julgueis e não sereis julgados. Segundo o julgamento que fizerdes sereis julgados, segundo a medida com que medirdes vos será medido. Porque olhas o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na tua? Como poderás dizer a teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’, enquanto a trave está na tua? Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem para tirar o argueiro da vista do teu irmão».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO

Neste breve mas incisivo trecho do Sermão da Montanha, Jesus alerta-nos contra o hábito de julgar os outros, uma tendência tão comum quanto perigosa. O julgamento precipitado revela uma atitude de superioridade moral, muitas vezes disfarçada de zelo ou correção fraterna, mas profundamente marcada pela falta de humildade. Jesus usa uma imagem forte e quase caricatural — a trave e o argueiro — para sublinhar o absurdo de querer corrigir os outros sem antes examinar a própria consciência.

No contexto socio-religioso e cultural contemporâneo, esta mensagem é extremamente actual. Vivemos numa sociedade marcada pela crítica constante nas redes sociais, pela cultura do cancelamento e pela tendência de apontar falhas alheias sem qualquer autocrítica. Na vida da Igreja, também não estamos imunes a esta tentação. Muitas vezes julgamos os irmãos com base em aparências, tradições ou comportamentos exteriores, esquecendo que só Deus conhece o coração.

A palavra de Jesus convida-nos a um exame pessoal sério e humilde, a começarmos por nós mesmos antes de emitirmos juízos sobre os outros. A trave representa os nossos pecados mais profundos — orgulho, inveja, vaidade, dureza de coração — que obscurecem a nossa visão espiritual. Só quando permitimos que Deus purifique o nosso olhar interior é que podemos ajudar, com caridade e verdade, aqueles que nos rodeiam.

No campo cultural, este ensinamento aponta para a necessidade de construir uma convivência mais misericordiosa, onde reine a empatia em vez da condenação. O mundo não precisa de mais juízes, mas de mais irmãos que saibam acompanhar, corrigir com ternura e crescer juntos no bem.

Oração

Senhor Jesus,purifica o meu olhar para que eu veja com verdade.
Livra-me do orgulho que julga, da pressa que condena,
e ensina-me a misericórdia que salva.
Que eu saiba reconhecer a trave nos meus olhos
e estenda a mão ao irmão com humildade e amor.
Ámen.

 

06 22 DOMINGO XII DO TEMPO COMUM dL 1 Zc 12, 10-11; 13,1; Sl 62 (63), 2. 3-4. 5-6. 8-9 L 2 Gl 3, 26-29 Ev Lc 9, 18-24

Liturgia diária

 

Agenda litúrgica

2025-06-22

DOMINGO XII DO TEMPO COMUM

Verde – Ofício do domingo (Semana IV do Saltério). Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. dominical.

L 1 Zc 12, 10-11; 13,1; Sl 62 (63), 2. 3-4. 5-6. 8-9
L 2 Gl 3, 26-29
Ev Lc 9, 18-24

 

 

Ano C

Missa
Antífona de entrada Cf. Sl 27, 8-9
O Senhor é a força do seu povo, o baluarte salvador do seu Ungido.
Salvai o vosso povo, Senhor, abençoai a vossa herança,
sede o seu pastor e guia através dos tempos.

Oração coleta
Senhor, fazei-nos viver a cada instante
no temor e no amor do vosso santo nome,
porque nunca a vossa providência abandona
aqueles que formais solidamente no vosso amor.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

LEITURA I Zc 12, 10-11; 13, 1
«Voltarão os olhos para aquele a quem trespassaram» (Jo 19, 37)

A leitura da Profecia de Zacarias (Zc 12, 10-11; 13, 1) apresenta uma visão poderosa e profética sobre a conversão e o arrependimento do povo de Deus. O Senhor promete derramar um espírito de piedade e súplica sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém. Este momento culmina quando o povo volta os olhos para aquele que foi trespassado, referindo-se a Cristo, que se torna o objeto de lamento e reflexão. O pranto é descrito com a intensidade da dor de um filho único, simbolizando a profundidade da dor e do arrependimento pela rejeição do Messias.

O versículo-chave desta leitura é: **“Voltarão os olhos para aquele a quem trespassaram”** (Zc 12, 10). Este versículo não apenas aponta para a crucificação de Jesus, mas também convida à reflexão sobre como reconhecemos e lamentamos nossas faltas em relação ao amor divino.

Uma alusão significativa pode ser feita ao documento da Igreja “Evangelii Gaudium”, onde o Papa Francisco fala sobre a necessidade de um encontro pessoal com Jesus Cristo, que nos transforma e nos leva ao arrependimento. Esse encontro é fundamental para o renascimento espiritual.

Em termos práticos, um fato que podemos levar para nossas vidas é a prática da confissão. Assim como Zacarias fala da purificação do pecado, a confissão nos oferece uma oportunidade concreta de reconhecer nossas falhas, receber perdão e renovar nosso compromisso com Deus. Essa prática não apenas traz cura espiritual, mas também nos ajuda a viver em comunidade com um coração mais puro e aberto ao amor.

Leitura da Profecia de Zacarias
Eis o que diz o Senhor: «Sobre a casa de David e os habitantes de Jerusalém derramarei um espírito de piedade e de súplica. Ao olhar para Mim, a quem trespassaram, lamentar-se-ão como se lamenta um filho único, chorarão como se chora o primogénito. Naquele dia, haverá grande pranto em Jerusalém, como houve em Hadad-Rimon, na planície de Megido. Naquele dia, jorrará uma nascente para a casa de David e para os habitantes de Jerusalém, a fim de lavar o pecado e a impureza».
Palavra do Senhor.

 

SALMO RESPONSORIAL Salmo 62 (63), 2-6.8-9 (R. 2b)
Refrão: A minha alma tem sede de Vós, meu Deus. Repete-se

O Salmo 63 (62) expressa uma profunda sede espiritual e a busca incessante de Deus. O salmista, reconhecendo a sua dependência do Criador, clama: “A minha alma tem sede de Vós, meu Deus” (R. 2b). Desde o amanhecer, ele procura a presença divina, destacando a importância de contemplar o Senhor no santuário para experimentar o Seu poder e glória. A metáfora da terra árida, sequiosa, sem água, simboliza a necessidade humana de Deus, que é essencial para a vida espiritual.

O versículo chave “A vossa graça vale mais que a vida” reflete o entendimento de que a relação com Deus é fundamental e supera qualquer desejo terreno. Este salmo nos convida à adoração contínua e à gratidão pela graça divina. 

Uma alusão contemporânea pode ser feita ao documento da Igreja “Evangelii Gaudium”, onde o Papa Francisco fala sobre a alegria de anunciar o Evangelho e a importância da experiência pessoal com Deus. No dia a dia, um facto prático seria buscar momentos de oração silenciosa ou meditação, onde podemos nos conectar com Deus e saciar nossa sede espiritual. Assim, como o salmista, podemos encontrar refúgio e sustento nas asas do Senhor, reconhecendo-O como nossa verdadeira fonte de vida e alegria.

Senhor, sois o meu Deus:
desde a aurora Vos procuro.
A minha alma tem sede de Vós.
Por Vós suspiro,
como terra árida, sequiosa, sem água. Refrão

Quero contemplar-Vos no santuário,
para ver o vosso poder e a vossa glória.
A vossa graça vale mais que a vida:
por isso os meus lábios hão de cantar-Vos louvores. Refrão

Assim Vos bendirei toda a minha vida
e em vosso louvor levantarei as mãos.
Serei saciado com saborosos manjares
e com vozes de júbilo Vos louvarei. Refrão

Porque Vos tornastes o meu refúgio,
exulto à sombra das vossas asas.
Unido a Vós estou, Senhor,
a vossa mão me serve de amparo. Refrão

LEITURA II Gal 3, 26-29
«Todos vós que recebestes o batismo de Cristo,
fostes revestidos de Cristo»

Na Epístola aos Gálatas, São Paulo enfatiza a identidade comum dos cristãos como filhos de Deus, destacando a importância da fé em Jesus Cristo. Ele afirma que, ao serem batizados, os crentes se revestem de Cristo e se tornam parte de uma nova família espiritual. O versículo chave é: “Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo” (Gl 3, 26). Este versículo encapsula a essência da mensagem paulina sobre a unidade e igualdade em Cristo.

São Paulo também sublinha que, em Cristo, as distinções sociais e culturais são superadas: “Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3, 28). Esta ideia ressoa com o ensinamento do Concílio Vaticano II no documento “Gaudium et Spes”, que afirma a dignidade de cada ser humano e a chamada à unidade entre todos os povos.

Um facto prático que podemos extrair dessa leitura é a necessidade de promovermos a inclusão e a igualdade em nossas comunidades. Na prática, isso pode ser refletido através de ações concretas, como acolher pessoas de diferentes origens e condições sociais nas nossas paróquias ou grupos de fé, criando um ambiente onde todos se sintam parte da mesma família espiritual. Assim, vivemos o chamado à unidade que São Paulo nos faz

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Gálatas
Irmãos: Todos vós sois filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, porque todos vós, que fostes batizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; todos vós sois um só em Cristo Jesus. Mas, se pertenceis a Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa.
Palavra do Senhor.

ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia. Repete-se
As minhas ovelhas escutam a minha voz,
diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão

EVANGELHO Lc 9, 18-24
«És o Messias de Deus.
O Filho do homem tem de sofrer muito»

Resumo da leitura (Lc 9,18-24):
Neste episódio do Evangelho segundo São Lucas, Jesus interroga os discípulos sobre a sua identidade. Primeiro, pergunta o que dizem as multidões, ouvindo várias opiniões: João Batista, Elias ou um antigo profeta ressuscitado. Depois, dirige-lhes a pergunta decisiva: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro responde com fé: «És o Messias de Deus». Jesus confirma, mas proíbe que o digam a outros, revelando em seguida o caminho do Messias: sofrimento, rejeição, morte e ressurreição. Finalmente, dirige-se a todos e convida-os a segui-Lo com radicalidade: renunciar a si mesmos, tomar diariamente a cruz e perder a vida por Ele para a salvar.

Versículo-chave:
«Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me.» (Lc 9,23)

Alusão a um documento da Igreja:
O Catecismo da Igreja Católica, n.º 618, recorda:

«A cruz é o sacrifício único de Cristo, “único mediador entre Deus e os homens”. Mas, de modo misterioso, Ele associa à sua obra redentora aqueles mesmos que dela são os primeiros beneficiários.»

Facto prático:
Fazer diariamente um pequeno gesto de renúncia ou sacrifício — perdoar uma ofensa, calar uma resposta agressiva, dedicar tempo a alguém necessitado — é uma forma concreta de tomar a cruz e seguir Jesus, deixando que Ele molde em nós a Sua imagem redentora. Cada gesto, ainda que escondido, aproxima-nos do amor crucificado e vitorioso.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?». Eles responderam: «Uns, dizem que és João Batista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».
Palavra da salvação.

Oração sobre as oblatas
Por este sacrifício de reconciliação e de louvor,
purificai, Senhor, os nossos corações,
para que se tornem uma oblação agradável a vossos olhos.
Por Cristo nosso Senhor.

Antífona da comunhão Sl 144, 15
Os olhos de todos esperam em Vós, Senhor,
e a seu tempo lhes dais o alimento.

Ou: Cf. Jo 10, 11.15
Eu sou o Bom Pastor
e dou a vida pelas minhas ovelhas, diz o Senhor.

Oração depois da comunhão
Senhor, que nos renovastes
pela comunhão do Corpo e do Sangue de Cristo,
fazei que a participação nestes mistérios
nos alcance a plenitude da redenção.
Por Cristo nosso Senhor.

06 21 Sábado da semana XI

Liturgia diária

 

Agenda litúrgica

2025-06-21

Sábado da semana XI

S. Luís Gonzaga, religioso – MO
Branco – Ofício da memória.
Missa da memória.

L 1 2Cor 12, 1-10; Sl 33 (34), 8-9. 10-11. 12-13
Ev Mt 6, 24-34

Missa

Antífona de entrada Cf. Sl 26, 7.9
Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica.
Vós sois o meu refúgio:
não me abandoneis, meu Deus, meu Salvador.

Oração coleta

Senhor nosso Deus,
fortaleza dos que esperam em Vós,
atendei propício as nossas súplicas;
e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana,
concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça,
para que as nossas vontades e ações Vos sejam agradáveis,
no cumprimento fiel dos vossos mandamentos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

Resumo e aplicação (150 palavras)

Nesta carta, São Paulo partilha uma profunda experiência espiritual: foi arrebatado ao Paraíso e ouviu palavras inefáveis. No entanto, não se gloria disso, mas das suas fraquezas. Deus permitiu-lhe um “espinho na carne”, símbolo de fragilidade, para que não se envaidecesse com as revelações. O Senhor respondeu-lhe: “Basta-te a minha graça”, revelando que o poder divino se manifesta na fragilidade humana. Assim, Paulo acolhe as suas fraquezas, perseguições e dores como espaço onde Cristo habita com força.

São Paulo ensina-nos a não nos vangloriarmos dos dons, mas a confiarmos na graça. São Luís Gonzaga, cuja memória hoje celebramos, é exemplo da humildade e pureza: renunciou a tudo por Cristo, abraçando o sofrimento com confiança. Ambos mostram que a verdadeira força vem de Deus. Na nossa vida, somos chamados a aceitar as limitações com fé, deixando que a graça nos transforme em instrumentos do amor de Cristo.

LEITURA I (anos ímpares) 2 Cpeço um homem em Cristo, que há catorze anos __ com o corpo ou sem o corpo, não sei; Deus o sabe __ foi arrebatado até ao terceiro Céu. E sei que esse homem __ com o corpo ou sem o corpo, não sei; Deus o sabe __ foi arrebatado até ao Paraíso e ouviu palavras inefáveis, que um homem não pode repetir. Desse homem posso gloriar-me. Mas quanto a mim, não me gloriarei senão das minhas fraquezas. Se quisesse gloriar-me, não seria insensato, pois só diria a verdade. Mas quero evitá-lo, para que ninguém faça de mim uma ideia superior ao que vê em mim ou ouve dizer de mim. Para que a grandeza das revelações não me ensoberbeça, foi-me deixado um espinho na carne, __ um anjo de Satanás que me esbofeteia __ para que não me orgulhe. Por três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim. Mas Ele disse-me: «Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder». Por isso, de boa vontade me gloriarei das minhas fraquezas, para que habite em mim o poder de Cristo. Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte.

Palavra do Senhor.

Aqui tens um resumo do Salmo 33(34), 8-13, com ligação à vida de São Luís Gonzaga e uma aplicação prática para a nossa vida pessoal:


🕊️ Resumo do Salmo

O Salmo convida a saborear a bondade do Senhor e a confiar n’Ele. Deus protege os que O temem e confiam na Sua presença. O verdadeiro bem não reside na força ou riqueza, mas na procura sincera do Senhor. O salmista exorta os fiéis a escutarem e a aprenderem o temor do Senhor, pois ele conduz à vida plena e feliz. Aquele que ama a vida deve caminhar nos caminhos de Deus, onde encontrará segurança, alegria e plenitude.


🙏 Relação com a vida de São Luís Gonzaga

São Luís Gonzaga, jovem nobre italiano, renunciou a riquezas, títulos e prestígio mundano para seguir Cristo na pobreza e na pureza. A sua vida é um exemplo vivo deste salmo: procurou o Senhor com sinceridade e nada lhe faltou, pois encontrou n’Ele a verdadeira alegria. O seu temor do Senhor não foi medo, mas um amor reverente que o levou a viver com pureza, humildade e entrega total. Foi protegido por Deus mesmo nas provações, e entregou a vida servindo os pobres e doentes durante uma epidemia, demonstrando que desejava dias cheios de sentido, não necessariamente longos, mas santificados.


Aplicação à nossa vida pessoal

O Salmo convida-nos a confiar no Senhor acima das seguranças humanas. Como São Luís Gonzaga, também nós somos chamados a escutar o Senhor e a escolher caminhos de pureza, verdade e entrega. Se procurarmos o Senhor com coração sincero, Ele não nos deixará faltar nada do que realmente precisamos: paz, sentido, alegria e força. Temê-Lo com amor é reconhecer a Sua grandeza e deixar que Ele oriente os nossos dias. Assim encontraremos a vida verdadeira — aquela que não acaba com a morte, mas que começa na fidelidade do dia a dia.


 

SALMO RESPONSORIAL Salmo 33 (34), 8-9.10-11.12-13 (R. 9a)
Refrão: Saboreai e vede como o Senhor é bom. Repete-se

O Anjo do Senhor protege os que O temem
e defende-os dos perigos.
Saboreai e vede como o Senhor é bom:
feliz o homem que n’Ele se refugia. Refrão

Temei o Senhor, vós os seus fiéis,
porque nada falta aos que O temem.
Os poderosos empobrecem e passam fome,
aos que procuram o Senhor não faltará riqueza alguma. Refrão

Vinde, filhos, escutai-me,
vou ensinar-vos o temor do Senhor.
Qual é o homem que ama a vida,
que deseja longos dias de felicidade? Refrão

ALELUIA 2 Cor 8, 9
Refrão: Aleluia Repete-se
Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre,
para nos enriquecer na sua pobreza. Refrão

EVANGELHO Mt 6, 24-34
«Não vos inquieteis com o dia de amanhã»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura? E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’ Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».

Palavra da salvação.

Oração sobre as oblatas

Senhor nosso Deus,
que pelo pão e pelo vinho, apresentados ao vosso altar,
dais ao género humano o alimento que o sustenta
e o sacramento que o renova,
fazei que nunca falte este auxílio ao nosso corpo e à nossa alma.
Por Cristo nosso Senhor.

Antífona da comunhão Sl 26, 4
Uma só coisa peço ao Senhor, por ela anseio:
habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida.

Ou: Cf. Jo 17, 11
Pai santo, guarda no teu nome os que Me deste,
para que sejam em nós confirmados na unidade, diz o Senhor.

Oração depois da comunhão
Fazei, Senhor, que a sagrada comunhão nos vossos mistérios,
sinal da nossa união convosco,
realize a unidade na vossa Igreja.
Por Cristo nosso Senhor. 

Santo

São Luís Gonzaga, religioso

 

Martirológio

Memória de São Luís Gonzaga, religioso, que, nascido de família de príncipes e nobilíssimo pela inocência de vida, abdicou em favor do seu irmão o direito ao principado e ingressou na Companhia de Jesus. Pela assistência generosa aos contaminados da peste, contraiu a enfermidade que o levou à morte ainda em plena juventude.

 

 

06 16 Message to the world

🟩 English 

Jesus challenges us to overcome the logic of revenge with mercy. In today’s Gospel, He invites us to respond to evil with goodness, and aggression with love. This way of living is not weakness, but the true strength of one who loves like Christ, guided by the Holy Spirit.

 

🖼️ Portuguese

Jesus desafia-nos a superar a lógica da vingança com o poder da misericórdia. No Evangelho de hoje, convida-nos a responder ao mal com o bem, à agressão com amor. Esta atitude, longe de ser fraqueza, revela a força interior de quem ama como Cristo, guiado pelo Espírito Santo.

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06 22 Lc 9, 18-24 Domingo  «És o Messias de Deus.

 

Sugestão de imagem:
 Jesus com os discípulos em oração silenciosa, ao entardecer, com uma cruz desenhada ao longe no horizonte, sugerindo o caminho do discipulado.Deus.

O Filho do homem tem de sofrer muito»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Um dia, Jesus orava sozinho, estando com Ele apenas os discípulos. Então perguntou-lhes: «Quem dizem as multidões que Eu sou?». Eles responderam: «Uns, dizem que és João Batista; outros, que és Elias; e outros, que és um dos antigos profetas que ressuscitou». Disse-lhes Jesus: «E vós, quem dizeis que Eu sou?». Pedro tomou a palavra e respondeu: «És o Messias de Deus». Ele, porém, proibiu-lhes severamente de o dizerem fosse a quem fosse e acrescentou: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

Neste trecho do Evangelho de Lucas, somos conduzidos ao centro do mistério da identidade de Jesus. Ele não pergunta aos discípulos o que sabem sobre Deus, mas sim quem reconhecem n’Ele. Esta é uma interrogação pessoal, profunda, que atravessa os séculos e nos alcança hoje: “E vós, quem dizeis que Eu sou?”

Pedro, em nome dos discípulos, faz uma confissão solene: “És o Messias de Deus.” Esta profissão de fé é fruto de uma convivência com Jesus, da escuta da sua Palavra, da contemplação dos seus gestos e da abertura à revelação divina. Contudo, Jesus responde com um aviso: não o digam a ninguém. Porquê? Porque ainda não compreendem totalmente o que significa ser o Messias.

O Messias não é um conquistador glorioso, mas o Servo sofredor. Jesus anuncia então o seu caminho: sofrimento, rejeição, morte e ressurreição. Ele quebra todas as expectativas messiânicas triunfalistas e convida os discípulos a seguirem-no nesse mesmo caminho.

Renunciar a si mesmo, tomar a cruz todos os dias e segui-Lo: este é o coração do discipulado cristão. Não se trata de buscar a dor, mas de escolher o amor até ao fim, mesmo quando custa. A cruz de cada dia pode ser feita de pequenas fidelidades, de perdão oferecido, de silêncio acolhido, de gestos de misericórdia.

Perder a vida por amor é o segredo da salvação. O mundo procura salvaguardar-se, defender-se, preservar-se. Jesus convida a dar-se, entregar-se, confiar-se. Paradoxalmente, é aí que se encontra a verdadeira vida: na doação.

Hoje, Jesus olha-nos nos olhos e pergunta: “Quem sou Eu para ti?” A resposta sincera nasce da fé, mas também da entrega concreta. O caminho do Messias é também o nosso caminho.

Oração breve

Senhor Jesus, Messias de Deus,
ensina-me a reconhecer-Te nos momentos de luz e de cruz.
Dá-me coragem para Te seguir com fidelidade,
aceitando cada dia a minha cruz por amor.
Faz da minha vida uma resposta viva à Tua pergunta:
“Quem dizes tu que Eu sou?”
Ámen.

06 21 Mt 6, 24-34 Sábado «Não vos inquieteis com o dia de amanhã»

Sugestão de imagem Um campo de lírios ao vento, sob o céu sereno — imagem da beleza simples e confiante, sustentada por Deus, que não se inquieta com o amanhã.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura? E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’ Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO

No tempo em que vivemos, a inquietação parece ter-se tornado um hábito. Corremos para garantir o sustento, o futuro, a estabilidade, e acabamos por nos esquecer de viver o presente com paz e confiança. A mensagem de Jesus neste Evangelho é profundamente libertadora: «Não vos inquieteis com o dia de amanhã» (Mt 6,34). Jesus não nega a realidade nem os desafios do dia-a-dia, mas convida-nos a viver com um coração centrado em Deus, e não nas preocupações.

A Igreja tem insistido, especialmente desde o Concílio Vaticano II, que o trabalho e as realidades terrenas são caminhos de santidade quando orientados para Deus. O Catecismo da Igreja Católica ensina: “A confiança filial é posta à prova quando sentimos que a nossa oração não é ouvida. O Evangelho convida-nos a interrogarmo-nos sobre a conformidade da nossa oração com o desejo do Espírito” (CIC 2737). O Evangelho de hoje ensina-nos a orar com confiança e a viver com liberdade interior.


Oração
Senhor, dá-me um coração livre da ansiedade,
que te procure em primeiro lugar,
e confie que nada me faltará,
se estiver unido à tua justiça.
Ensina-me a viver o presente com paz,
sabendo que cada dia traz consigo a tua graça. Ámen.


Sugestão de imagem
Um campo de lírios ao vento, sob o céu sereno — imagem da beleza simples e confiante, sustentada por Deus, que não se inquieta com o amanhã.

 

 

06 21 Mt 6, 24-34 Sábado «Não vos inquieteis com o dia de amanhã»

Sugestão de imagem
Um lírio do campo iluminado pela luz do sol ao nascer do dia – símbolo da simplicidade bela, cuidada por Deus, sem esforço nem ansiedade.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. Por isso vos digo: «Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; o vosso Pai celeste as sustenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura? E porque vos inquietais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam; mas Eu vos digo: nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como um deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao forno, não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? Não vos inquieteis, dizendo: ‘Que havemos de comer? Que havemos de beber? Que havemos de vestir?’ Os pagãos é que se preocupam com todas estas coisas. Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

Vivemos num tempo marcado por ansiedades profundas: incertezas económicas, crises ambientais, instabilidade política e medo do futuro. A palavra de Jesus, hoje, vem como bálsamo e desafio: «Não vos inquieteis com o dia de amanhã» (Mt 6,34). Não se trata de apologia da irresponsabilidade ou do desleixo, mas de um convite claro à confiança.

«Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça» (Mt 6,33) é o versículo central desta proposta evangélica. Jesus convida-nos a recentrar a vida: não em bens, mas em Deus; não em garantias materiais, mas na confiança activa e no amor justo. O problema não está em trabalhar, planear ou cuidar do futuro – está em fazer disso um deus.

Hoje, muitos vivem escravizados pela necessidade de produzir, consumir, garantir estatutos e acumular segurança. Jesus mostra que esta inquietação é inútil: «Quem de entre vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à sua estatura?» (Mt 6,27). A nossa fragilidade é, paradoxalmente, o espaço onde Deus mais quer actuar.

O pensamento cristão nunca separou fé e vida. São João Paulo II escreveu que “o trabalho é uma forma de participação na obra criadora de Deus” (Laborem Exercens). Trabalhar é confiar, mas confiar é libertar-se da idolatria das preocupações.

Esta Palavra é um convite urgente à paz interior: não pela negação dos problemas, mas pela confiança em que o Pai sabe tudo o que precisamos. Viver o presente com fé e simplicidade é resistir à tirania de um futuro que ainda não chegou.


Oração
Senhor, livra-me da ansiedade que me rouba a paz.
Ensina-me a procurar primeiro o teu Reino,
a viver cada dia com confiança e gratidão.
Que eu confie mais no teu amor do que nas minhas forças. Ámen.


 

06 23 Mt 6, 19-23 sexta feira Onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração»

**Sugestão de Imagem:** Uma imagem poderosa seria **mãos humanas abertas para o céu, com luz dourada emanando delas, enquanto ao fundo, desfocadas, aparecem símbolos de riqueza material (moedas, um smartphone, um carro) sendo corroídos simbolicamente (por traças digitais ou ferrugem abstrata)**. Isso contrasta o tesouro verdadeiro (a luz, o céu, a oferta livre) com a fragilidade das posses terrenas. EVANGELHO Mt 6, 19-23 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os destroem e os ladrões os assaltam e roubam. Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não os destroem e os ladrões não os assaltam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração. A lâmpada do teu corpo são os olhos. Se o teu olhar for límpido, todo o teu corpo ficará iluminado. Mas se o teu olhar for mau, todo o teu corpo andará nas trevas. E se a luz que há em ti são trevas, como serão grandes essas trevas!».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO

O ensinamento central de Jesus – *”Onde estiver o teu tesouro, aí estará o teu coração”* (Mt 6,21) – ressoa com urgência em nossa era marcada pelo consumo desenfreado, pela busca incessante de segurança material e pela valorização excessiva das posses. Vivemos imersos numa cultura que nos impele a acumular “tesouros na terra”: bens, status, seguranças financeiras, aparências digitais (curtidas, seguidores) e experiências efêmeras. Como alerta Jesus, estes são vulneráveis à “traça e ferrugem” da obsolescência, da crise econômica e da instabilidade, e aos “ladrões” do fracasso, da doença ou da volatilidade do mundo.

A advertência sobre o olhar – *”A lâmpada do teu corpo são os olhos. Se o teu olhar for límpido, todo o teu corpo ficará iluminado. Mas se o teu olhar for mau, todo o teu corpo andará nas trevas”* (Mt 6,22-23) – ganha nova dimensão na sociedade da informação. Nossos “olhos” são constantemente bombardeados por mensagens que exaltam o ter sobre o ser, o prazer imediato sobre o bem duradouro, o individualismo sobre a comunhão. Um olhar “mau” ou distorcido por estes valores mundanos nos leva às “trevas” da insatisfação crônica, da ansiedade, da comparação tóxica e da perda do sentido mais profundo da vida. Precisamos purificar nosso olhar interior, discernindo o que verdadeiramente tem valor eterno.

 

A Igreja, ecoando Jesus, nos convoca ao desapego e à busca dos verdadeiros tesouros. O Catecismo da Igreja Católica afirma: *”O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos céus. ‘Bem-aventurados os pobres em espírito'”* (CIC 2544). O “pobre em espírito” é aquele que, livre da escravidão aos bens, coloca sua confiança em Deus e abre o coração à caridade e ao bem comum. O verdadeiro tesouro está nas virtudes, nas relações autênticas, no serviço aos necessitados e na vida em Deus – realidades que nenhuma crise pode destruir.

ORAÇÃO 

Senhor Jesus, purifica o nosso olhar! Liberta nosso coração da sedução dos tesouros passageiros. Ensina-nos a buscar, acima de tudo, o Tesouro do Teu Reino: a justiça, o amor e a paz. Que nossa vida brilhe com a luz das coisas eternas. Amém.

06 19 Lc 19, 11b 17 Quinta Feira “Todos comeram e ficaram saciados”

Imagem sugerida:
Jesus a distribuir pão com os discípulos, rodeado por uma multidão sentada em grupos, com um foco suave sobre os cestos cheios de sobras — sinal de uma Eucaristia inesgotável.

06 19 Lc 19, 11b 17 Quinta Feira “Todos comeram e ficaram saciados”

Comentário ao Evangelho de Lc 9, 11b-17
«Comeram e ficaram saciados»

Este relato da multiplicação dos pães toca o coração da liturgia e da missão da Igreja: alimentar o povo de Deus, tanto material como espiritualmente. A frase central — «Comeram e ficaram saciados» — expressa mais do que uma necessidade satisfeita: revela o amor abundante de Cristo, que continua a saciar-nos na Eucaristia.

Num tempo em que tantos ainda passam fome — de pão, de sentido, de escuta, de verdade —, este Evangelho torna-se apelo e compromisso. Jesus não manda a multidão embora. Pelo contrário, envolve os discípulos e diz-lhes: «Dai-lhes vós de comer». É o mesmo convite que hoje nos dirige, a cada cristão e à Igreja inteira. A caridade e a partilha não são opcionais: fazem parte da identidade eucarística.

O Papa Francisco lembra: «A Eucaristia é pão de pecadores, não prémio de perfeitos» — é alimento para a caminhada, partilhado em comunidade, oferecido com compaixão. Assim como Jesus parte o pão e o dá aos discípulos para distribuírem, também hoje confia à Igreja a missão de alimentar o mundo com o Evangelho e a Eucaristia.

Neste gesto está prefigurada a Missa: Jesus acolhe, ensina, cura, abençoa, parte e entrega. E no fim, sobram doze cestos, sinal de que o amor de Deus não se esgota, e que há sempre mais para repartir.

Oração
Senhor Jesus, Pão vivo descido do Céu, ensina-me a ver as necessidades dos irmãos e a confiar na Tua generosidade. Faz de mim discípulo disponível, que reparte com fé, que acolhe com compaixão e que acredita que, nas Tuas mãos, o pouco se torna abundância.
Amen.

0618 Mt 6, 1-6.16-18 Quarta feira «Teu Pai, que vê no que está oculto, te dará a recompensa»

Sugestão de imagem
Uma vela acesa num espaço escuro e silencioso, com uma Bíblia aberta ao lado — símbolo da luz que nasce no segredo da relação com Deus.

EVANGELHO Mt 6, 1-6.16-18

«Teu Pai, que vê no que está oculto, te dará a recompensa»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus. Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente no que é oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO

O Evangelho de hoje (Mt 6,1-6.16-18) convida-nos a purificar as nossas intenções e a reencontrar o silêncio fecundo da fé. Jesus não critica a esmola, a oração ou o jejum — práticas fundamentais da vida cristã — mas sim a tentação de as transformar em exibição pública. A frase repetida por três vezes, como um refrão sagrado, dá o tom do texto: «Teu Pai, que vê no que está oculto, te dará a recompensa». Aqui está o coração da mensagem: Deus não olha as aparências, mas o interior do homem.

Vivemos tempos de exposição constante. Nas redes sociais, nas conversas, até nas ações caritativas, há uma tendência a mostrar o bem que se faz, procurando validação exterior. Porém, a fé autêntica nasce e cresce no segredo: no quarto fechado, no rosto limpo, no gesto escondido. O verdadeiro discípulo vive para Deus, não para os aplausos. Como ensina o Catecismo da Igreja Católica, “a oração é o encontro da sede de Deus com a sede do homem” (n.º 2560) — e este encontro dá-se na intimidade do coração.

O versículo central poderia ser: «Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita» (v. 3). Uma imagem de delicadeza e verdade: fazer o bem sem o registar, sem querer que se saiba, sem contabilizar méritos. Esta atitude liberta-nos do ego e liga-nos diretamente ao coração de Deus.

Esta palavra é um apelo à autenticidade cristã: viver a fé como entrega silenciosa, discreta, profunda. O bem feito no escondido é luz que ilumina sem se impor. É aí que Deus habita.

Oração

Senhor, ensina-me a fazer o bem sem procurar recompensa, a rezar com simplicidade e verdade, a viver diante dos teus olhos e não dos olhares do mundo. Que o meu coração seja o lugar do teu encontro. Ámen.

06 17 Mt 5, 43-48 Terca feira

Um sol nascendo sobre uma paisagem dividida (ex.: campo devastado ao lado de um jardim florido), simbolizando que a graça divina não faz distinções. Luz dourada unificando os opostos, reforçando Mt 5, 45. 

Mt 5, 43-48: O Amor Radical no Nosso Tempo**  

EVANGELHO Mt 5, 43-48

«Amai os vossos inimigos»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

O cerne deste trecho do Sermão da Montanha é a revolução do amor proposta por Jesus: **”Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem”** (v. 44). Num mundo marcado por polarizações (políticas, sociais, religiosas), guerras e discursos de ódio nas redes, este mandamento soa como um desafio urgente. Jesus desmonta a lógica do “nós contra eles”, revelando que o amor condicional (“amar só quem nos ama”) é insuficiente e comum a todos. O critério divino é outro: **”Para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos”** (v. 45).  

A perfeição divina (v. 48) não é impecabilidade, mas amor *incondicional*, como recorda o Papa Francisco: *”A medida do amor é amar sem medida”*. A Igreja insiste que este amor aos inimigos é “o ápice da caridade cristã” (CIC 1933), antídoto contra a cultura do descarte. Hoje, “inimigos” podem ser os que pensam diferente, os que nos feriram, ou grupos estigmatizados. Orar por eles não é concordar com o mal, mas recusar-se a desumanizá-los, reconhecendo que também eles são alvos da graça divina.  

ORAÇÃO 

*Pai misericordioso, que fizeste brilhar o sol sobre todos, ensina-nos a romper as barreiras do ódio. Dá-nos coragem para amar os que nos ferem e orar por quem nos persegue, para que, vivendo como verdadeiros filhos teus, sejamos testemunhas da tua perfeição que acolhe e transforma. Amém.*  

 

06 16 Mt 5, 38-42 Segunda «Amai os vossos inimigos»

Uma mão estendida em gesto de reconciliação sobre um fundo de mural urbano com sinais de violência ou grafitis riscados — sinal de que o amor pode escrever por cima do ódio.

EVANGELHO Mt 5, 38-42

«Amai os vossos inimigos»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Olho por olho e dente por dente’. Eu, porém, digo-vos: Não resistais ao homem mau. Mas se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda. Se alguém quiser levar-te ao tribunal, para ficar com a tua túnica, deixa-lhe também o manto. Se alguém te obrigar a acompanhá-lo durante uma milha, acompanha-o durante duas. Dá a quem te pedir e não voltes as costas a quem te pede emprestado».

Palavra da salvação.

REFLEXÃO

No coração do Evangelho de hoje (Mt 5,38-42) encontramos o apelo radical de Jesus à não-violência, à generosidade e à superação do instinto de vingança. Num mundo onde reina, tantas vezes, a lógica da retribuição e da justiça calculada, estas palavras do Senhor soam como provocação e desafio: «Não resistais ao homem mau» (v. 39). Jesus não nos pede passividade, mas sim uma revolução interior: transformar a agressão em ocasião de misericórdia, o conflito em encontro, a injustiça em liberdade interior.

Num tempo marcado por polarizações, discursos agressivos e indiferença ao outro — nas redes sociais, na política, até nas famílias — esta proposta de Jesus é profundamente atual. O mundo precisa de cristãos que não apenas condenem o mal, mas que escolham conscientemente desarmar o coração. A resposta cristã não é olho por olho, mas rosto por rosto, caminho partilhado, túnica entregue com o manto. Isto não é fraqueza, é força de quem ama até ao fim.

A insistência de Jesus em “dar mais do que te pedem” remete-nos ao coração do Evangelho: a lógica da graça. Citando Santo Inácio de Antioquia: “O amor não exige nada senão a si mesmo”. Esta entrega desinteressada não é desumanizante, é libertadora. Porque quem vive nesta lógica não está à mercê dos outros, mas é conduzido pelo Espírito.

O versículo-chave poderá ser: «Se alguém te bater na face direita, oferece-lhe também a esquerda» (v. 39). É aqui que o amor cristão se mostra na sua mais pura radicalidade: não responder ao mal com o mal, mas com o bem. Tal atitude exige oração, maturidade espiritual e confiança total no Pai.

Oração

Senhor Jesus, ensina-me a responder ao mal com o bem, a superar o orgulho com humildade, a vencer a violência com a força da mansidão. Que o teu Espírito me dê a coragem de amar como Tu amaste. Ámen.

2025-06-15 DOMINGO XI DO TEMPO COMUM SANTÍSSIMA TRINDADE – SOLENIDADE

Liturgia diária

 

Agenda litúrgica

2025-06-15

DOMINGO XI DO TEMPO COMUM

SANTÍSSIMA TRINDADE – SOLENIDADE
Branco – Ofício da solenidade. Te Deum.
+ Missa própria, Glória, Credo, pf. próprio.

L 1 Pr 8, 22-31; Sl 8, 4-5. 6-7. 8-9
L 2 Rm 5, 1-5
Ev Jo 16, 12-15

..Uma representação clássica da Trindade: – O Pai como um ancião luminoso, – O Filho ao seu lado, com a cruz ou em atitude de bênção, – O Espírito Santo em forma de pomba, pairando sobre ambos, – Todos num círculo de luz, com três raios a unir as três Pessoas, simbolizando a comunhão. A cena pode ser colocada sobre o fundo do mundo ou de uma comunidade reunida, indicando que este mistério é fonte de vida para todos nós. Se quiseres, posso gerar essa imagem ou sugerir outras r


📖 Evangelho de João 16, 12-15

12 «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
13 Quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará para a verdade completa. Porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há-de vir.
14 Ele Me glorificará, porque receberá do que é Meu e vo-lo anunciará.
15 Tudo o que o Pai tem é Meu. Por isso vos disse: “Ele receberá do que é Meu e vo-lo anunciará.”»


✨ REFLEXÃO

A Trindade revela-se no Amor e na Verdade

Neste breve mas denso trecho do Evangelho, encontramos uma das mais belas e subtis expressões do mistério da Santíssima Trindade. Jesus anuncia a vinda do Espírito Santo, o Espírito da Verdade, que não fala por si mesmo, mas recebe do Filho o que é do Pai. Esta inter-relação revela uma comunhão perfeita: o Pai entrega tudo ao Filho, e o Filho comunica tudo pelo Espírito.

A solenidade de hoje convida-nos a adorar o Deus uno e trino: um só Deus em três Pessoas distintas, que se comunicam numa relação de amor eterno. Não é uma realidade para ser compreendida plenamente com a razão, mas para ser acolhida na fé e contemplada com o coração.

Este Evangelho ajuda-nos a ver que a verdade de Deus é uma verdade relacional, comunicada com delicadeza, no tempo certo, por meio do Espírito. Na Trindade, aprendemos que a verdade, o amor e a comunhão caminham sempre juntas.


🙏 Oração breve

Santíssima Trindade,

Mistério de amor e comunhão infinita,
ensinai-me a viver como Filho no Filho,
a escutar o Espírito da Verdade
e a confiar no Pai que tudo dá.

Que a vossa unidade inspire a minha vida.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

Ámen.


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06 14 Sábado da semana X Leituras

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Agenda litúrgica

2025-06-14

Sábado da semana X

Santa Maria no Sábado – MF
Verde – Ofício da féria.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).

L 1 2Cor 5, 14-21; Sl 102 (103), 1-2. 3-4. 8-9. 11-12
Ev Mt 5, 33-37

 

Uma imagem de Maria em atitude de escuta, com o dedo sobre os lábios ou com a mão sobre o coração, simbolizando a verdade interior e o silêncio orante. Ao fundo, uma luz suave a envolver o seu rosto sereno.

📖 Evangelho segundo São Mateus 5, 33-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
«Ouvistes que foi dito aos antigos: “Não faltarás ao que tiveres jurado, mas cumprirás os teus juramentos para com o Senhor.”
Eu, porém, digo-vos: não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
nem pela terra, porque é o escabelo dos seus pés;
nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.
Não jures também pela tua cabeça, porque não podes tornar branco ou negro um só cabelo.
Seja o vosso “sim”, sim, e o vosso “não”, não.
Tudo o que passa além disto vem do Maligno.»


✨ Comentário ao Evangelho .

Neste trecho do Sermão da Montanha, Jesus convida-nos à verdade interior e à transparência absoluta no falar. O Antigo Testamento permitia o juramento como forma de garantir a veracidade, mas Jesus propõe algo mais profundo: que a palavra do discípulo seja suficientemente honesta para dispensar qualquer juramento.

Este ensinamento de Cristo aponta para a integridade como marca do verdadeiro crente. O “sim” deve ser verdadeiro, e o “não” igualmente fiel. Tudo o que ultrapassa esta simplicidade – o exagero, a duplicidade, a manipulação – é visto como uma cedência ao espírito do mal. Jesus propõe uma ética da palavra coerente com a dignidade dos filhos de Deus.

Ligando este Evangelho à devoção a Maria ao sábado, encontramos nela o exemplo perfeito da pureza de coração e de palavra. O seu “sim” no momento da Anunciação é um acto de total verdade e entrega: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” Maria não precisou de juras nem de garantias — a sua palavra era tão fiel quanto a sua vida.

O sábado, tradicionalmente dedicado a Nossa Senhora, é tempo privilegiado para imitar a sua escuta atenta e o seu compromisso simples e total com a vontade de Deus. Tal como Jesus nos pede um “sim” verdadeiro, Maria viveu o seu “sim” cada dia, silenciosa mas firme, até à cruz.

Num mundo de palavras vazias e promessas quebradas, Maria ensina-nos a falar com verdade, a escutar com o coração e a agir com coerência. Que ao sábado, ao consagrarmos tempo a Maria, aprendamos também a ser fiéis nas pequenas coisas, nas palavras e nos gestos, onde se revela o Reino de Deus.


🙏 Oração

Santa Maria, mulher do “sim” fiel,
ensina-me a viver com verdade.
Que a minha palavra seja clara,
o meu coração inteiro,
e a minha vida coerente com a vontade de Deus.
Contigo, quero escutar, guardar e cumprir.
Amen.


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