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09 22 Lc 8, 16-18 – “A lâmpada coloca-se num candelabro, para que os que entram vejam a luz”

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Ninguém acende uma lâmpada para a cobrir com uma vasilha ou a colocar debaixo da cama, mas coloca-a num candelabro, para que os que entram vejam a luz. Não há nada oculto que não se torne manifesto, nem secreto que não seja conhecido à luz do dia. Portanto, tende cuidado com a maneira como ouvis. Pois àquele que tem, dar-se-á; mas àquele que não tem, até o que julga ter lhe será tirado».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

Evangelho Lc 8, 16-18 – “A lâmpada coloca-se num candelabro, para que os que entram vejam a luz”

1. Lectio – O que diz o texto?

Jesus fala em imagens simples e universais. A luz é essencial à vida e ninguém a acende para a esconder. Uma lâmpada no candelabro cumpre a sua função: iluminar. Do mesmo modo, a fé, a Palavra de Deus e a vida cristã não são para ser escondidas, mas para irradiar. Jesus acrescenta uma advertência: nada ficará oculto; o que está escondido virá à luz. A escuta da Palavra deve ser vigilante, porque quem a acolhe com fidelidade receberá mais; mas quem a despreza perderá até o pouco que julga ter.

2. Meditatio – O que me diz o texto?

A luz é uma das grandes imagens da Bíblia. Deus é luz (1 Jo 1,5), Cristo é a luz do mundo (Jo 8,12) e nós somos chamados a ser filhos da luz (Ef 5,8). Assim, a nossa vida cristã deve brilhar nas obras, nas palavras e nos gestos de amor. Mas quantas vezes escondemos essa luz? O medo da crítica, a vergonha da fé, a indiferença diante dos outros levam-nos a esconder a lâmpada debaixo da cama. Jesus pede-nos coragem para colocar a luz no candelabro, para que todos a possam ver.

Ao dizer que nada ficará oculto, Jesus recorda que a verdade acabará sempre por se manifestar. As intenções mais escondidas do coração virão à luz. A vida cristã não pode viver de disfarces. Há uma chamada à autenticidade, a viver às claras, a deixar que a luz de Cristo penetre tudo o que somos.

Por fim, Jesus alerta-nos para a maneira como escutamos. Não basta ouvir a Palavra, é preciso acolhê-la e pô-la em prática. Quem escuta de coração aberto verá a sua fé crescer; quem ouve distraído, superficialmente, acabará por perder até o pouco que julgava possuir.

3. Oratio – O que digo a Deus?

Senhor Jesus, Tu és a luz verdadeira que ilumina todo o homem. Acende em mim a chama da fé, para que eu não a esconda, mas a coloque no candelabro da vida quotidiana. Que as minhas palavras, atitudes e escolhas sejam transparência da tua luz. Livra-me da tibieza e do medo, dá-me coragem para testemunhar-Te em todas as circunstâncias. Purifica o meu coração, para que a tua verdade brilhe em mim e nada fique escondido nas trevas. Ensina-me a escutar a tua Palavra com atenção e fidelidade, para que, ao acolhê-la, possa crescer na fé e na caridade. Ámen.

4. Contemplatio – O que este texto desperta em mim?

Contemplo Cristo como luz que ilumina as trevas da minha vida. Onde Ele entra, desaparece a confusão e renasce a esperança. A luz não faz barulho, mas transforma o espaço. Assim é o cristão: discreto, mas luminoso. Contemplo a vida como caminho de autenticidade, onde tudo será revelado à luz do dia. Vejo-me chamado a ser lâmpada acesa, não para mim, mas para os outros.

5. Actio – O que faço a partir deste texto?

  • Colocar a minha fé em evidência através de gestos simples: um sorriso, uma palavra de esperança, um ato de partilha.
  • Examinar a maneira como escuto a Palavra: distraído ou com coração aberto? Decido ser mais fiel à escuta atenta e à meditação diária.
  • Tornar-me presença luminosa no meu ambiente familiar, comunitário e social, evitando o esconderijo e vivendo às claras.

Oração

Senhor da luz e da vida,
não permitas que eu esconda a chama que colocaste no meu coração.
Faz de mim um sinal luminoso da tua bondade e da tua verdade.
Dá-me coragem para testemunhar-Te com simplicidade e amor,
sem medo das críticas nem da indiferença.
Ensina-me a escutar a tua Palavra
e a pô-la em prática,
para que, em cada gesto,
eu seja reflexo da tua luz no mundo.
Ámen.


Mensagem apelativa

“Não escondas a tua fé: sê luz acesa no candelabro, para que os que se cruzam contigo encontrem o caminho.”

09 24 Quinta Lc 9, 1-6 «Enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos»

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EVANGELHO Lc 9, 1-6

«Enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demónios e para curarem todas as doenças. Depois enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos. E disse-lhes: «Não leveis nada para o caminho: nem cajado, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, e não leveis duas túnicas. Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. Se alguns não vos receberem, ao sair dessa cidade, sacudi o pó dos vossos pés, como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e foram de terra em terra a anunciar a boa nova e a realizar curas por toda a parte.

Palavra da salvação..

REFLEXÃO

**Evangelho Lc 9, 1-6**..

«Enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos»

### Ler

Jesus chama os Doze, dá-lhes poder e autoridade sobre todos os espíritos malignos e envia-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos (v. 1-2). Pede-lhes que nada levem para o caminho: nem cajado, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas (v. 3). Devem permanecer na casa onde forem acolhidos e, se não forem recebidos, sacudir o pó dos pés em testemunho contra essa cidade (v. 5). Os discípulos partem e percorrem as aldeias, anunciando a Boa Nova e curando por toda a parte (v. 6).

### Compreender

Este texto mostra o dinamismo missionário de Jesus. A missão não é iniciativa pessoal, mas nasce do chamamento do Senhor: *«Reuniu os Doze… enviou-os»* (v. 1-2). O envio vem acompanhado de um dom: poder e autoridade para vencer o mal e trazer cura. O desapego exigido – não levar nada – sublinha a confiança total em Deus. O anúncio do Reino não se apoia em recursos materiais, mas na força da Palavra e no testemunho. Por fim, a reação dos outros não deve deter a missão: se não recebem, continua-se o caminho, deixando a semente a falar por si.

### Meditar

A missão confiada aos Doze continua hoje na Igreja. Também nós somos enviados a proclamar o Reino, não apenas com palavras, mas com gestos de cura: escutar quem sofre, cuidar dos doentes, acompanhar os pobres, libertar os que vivem presos pelo medo ou pelo pecado. O estilo de vida que Jesus pede é a simplicidade e a confiança. Quantas vezes complicamos a evangelização com estruturas pesadas e esquecemos a força da proximidade? Jesus lembra-nos: não são os recursos que fazem a missão, mas o coração disponível e fiel.

### Orar

Diante deste Evangelho, a oração brota espontânea: “Senhor, envia-me. Faz de mim um testemunho vivo do Teu Reino. Dá-me coragem para anunciar e humildade para confiar apenas em Ti.”

### Viver

Na prática, este texto desafia-nos a três atitudes:

1. **Disponibilidade** – acolher o chamamento de Cristo e não adiar a missão.

2. **Confiança** – viver com simplicidade, sem depender de seguranças materiais.

3. **Perseverança** – não desistir quando não somos recebidos ou compreendidos.

Assim, cada cristão se torna sinal de esperança, levando a cura do Evangelho às feridas do mundo..

## 2. Oração

Senhor Jesus, que enviaste os Doze a proclamar o Reino e a curar os enfermos.
faz de mim um discípulo fiel, simples e confiante.
faz de mim um discípulo fiel, simples e confiante..
Que eu não me prenda ao que passa, mas viva para anunciar o Teu amor
e levar consolo aos corações feridos.
Ámen…

## 3. Mensagem apelativa

*”A missão não espera: deixa que o Senhor te envie hoje a curar e a anunciar com simplicidade.”*

09 24 Quarta Feira Lc 9, 1-6 «Enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos»

EVANGELHO Lc 9, 1-6
«Enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos»

A missão dos Apóstolos é exactamente a mesma que a de Jesus: evangelizar e curar os enfermos. O Concílio Vaticano II disse-o de maneira clara, ao introduzir a explicação de como na Liturgia se continua a obra de salvação realizada por Jesus. Diz o Concílio que, assim como o Pai enviou Jesus, assim agora Jesus envia os Apóstolos a tornarem presente entre os homens do futuro a obra da salvação por Ele realizada.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demónios e para curarem todas as doenças. Depois enviou-os a proclamar o reino de Deus e a curar os enfermos. E disse-lhes: «Não leveis nada para o caminho: nem cajado, nem alforge, nem pão, nem dinheiro, e não leveis duas túnicas. Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. Se alguns não vos receberem, ao sair dessa cidade, sacudi o pó dos vossos pés, como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e foram de terra em terra a anunciar a boa nova e a realizar curas por toda a parte.
Palavra da salvação.


Sugestão de imagem

Uma balança: de um lado, moedas a pesar; do outro, uma cruz iluminada. O olhar é conduzido para a cruz, lembrando que só Deus é Senhor.

Queres que eu prepare também uma versão ainda mais breve e sintética, adequada para proclamar na missa como comentário/homilia curta?

09 23 Terça feiraLc 8, 19-21 «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática»

  • A HISTÓRIA DE SÃO PIO DE PIETRELCINA

Momentos chaves de história de São Pio  

  • Lugar de Grandes Milagres e a Construção da Igreja [00:00]: O vídeo começa no local onde São Pio realizou grandes milagres e onde a igreja foi construída, um lugar onde ele celebrou missas por 10 anos, mesmo sob condições de neve.
  • São Pio e os Estigmas de Cristo [00:45]: A narrativa descreve São Pio como um homem que celebrava missa com uma luva em uma mão e os estigmas de Cristo na outra, mostrando uma luva que foi trazida ao local, confirmando a devoção de São Pio.

  • Nascimento e Votos Franciscanos [01:56]: Francisco, nome de batismo de São Pio, nasceu em 25 de maio de 1887 em Pietrelcina. Ele recebeu o nome Pio ao fazer os votos nos franciscanos, um costume que simboliza a morte do “homem velho” e o nascimento de um “homem novo”.

  • Ordenação e Retorno à Família por Doença [02:43]: São Pio foi ordenado em 1910, mas adoeceu e retornou a Pietrelcina, ficando com sua família até 1916.

  • A “Terra Prometida” e a Doença [03:06]: Em 1916, devido à doença, ele foi para San Giovanni Rotondo, um lugar com ar mais puro que amenizava seus problemas pulmonares. Sua doença o impediu de ser transferido, o que o vídeo interpreta como a “mão de Deus”.

  • Fundação do Hospital e Inveja da Igreja [04:07]: Em 1956, São Pio fundou um hospital, o que gerou inveja dentro da igreja, pois eles acreditavam que ele tinha muito dinheiro em um período de crise em Roma.

  • Perseguições e Devoção à Oração [05:05]: As perseguições começaram. Apesar disso, ele rezava missas, atendia confissões por 18 horas e rezava em média 30 terços por dia. Ele dizia que “nos livros procuramos Deus, na oração nós encontramos Deus” [05:46].

  • As Cinco Chagas de Cristo [06:20]: Foi no coro do convento, enquanto rezava, que ele recebeu as cinco chagas de Cristo, que permaneceram com ele por 50 anos e que o Vaticano o instruiu a cobrir.

  • Obediência e Humildade Diante das Restrições [06:55]: São Pio obedeceu às ordens para não mostrar as mãos e depois para diminuir o tempo da missa [07:13]. Ele também obedeceu quando foi proibido de celebrar missa em público [07:25] e de atender confissões [07:41], demonstrando humildade e obediência.

  • Apóstolo das Santas Chagas e Intercessor [08:24]: O vídeo o descreve como o “Apóstolo da confissão” e, principalmente, como o “Apóstolo das santas Chagas de Jesus”, intercessor da obra evangelizar e um homem de Maria e da Eucaristia.

  • Morte e Corpo Incorrupto [09:06]: São Pio morreu aos 81 anos. Seu corpo foi colocado em uma cripta, e ao ser exumado, estava intacto e está exposto.

Profecia sobre João Paulo II [09:32]: O vídeo relata que São Pio previu a ascensão de um “Polaco” (um homem polonês, no caso, João Paulo II) que falaria com ele, e que este mesmo “Polaco” o faria Beato em 1999 e Santo em 2002.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, vieram ter com Jesus sua Mãe e seus irmãos, mas não podiam chegar junto d’Ele por causa da multidão. Então disseram-Lhe: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem ver-Te». Mas Jesus respondeu-lhes: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».
Palavra da salvação.

REFLEXÃO

O Evangelho apresenta-nos um momento de aparente rutura. A mãe e os familiares de Jesus procuram-n’O, mas a multidão é tanta que não O podem alcançar. Quando Lhe é transmitido que a Sua família O espera do lado de fora, Jesus responde com uma declaração que transcende completamente a compreensão natural dos laços familiares: «Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática». Jesus não rejeita a Sua família sanguínea – sabemos pelo resto dos Evangelhos o profundo amor e respeito que Lhe dedicava, especialmente a Sua Mãe. Em vez disso, Ele expande radicalmente o conceito de família, definindo-a não pela biologia, mas pela fé e pela obediência ativa à vontade de Deus. A verdadeira pertença a Cristo, a verdadeira intimidade com Ele, nasce de uma escuta receptiva (ouvir) e de uma adesão corajosa (pôr em prática) da Palavra de Deus.

**Meditatio (Meditação): O que me diz o texto?**

Este texto interpela-nos diretamente sobre a nossa própria identidade. Onde é que eu me situo? Estou do lado “de fora”, tentando alcançar Jesus de forma distante, ou estou no círculo íntimo dos que O escutam e seguem? A pergunta de Jesus ecoa: a minha relação com Ele é apenas cultural, hereditária, um hábito? Ou é uma ligação viva, consciente e operativa, fundamentada numa escuta diária da Sua Palavra e numa conversão contínua?

A chave está no binómio **ouvir e pôr em prática**. Não basta ouvir na Missa de domingo; é necessário que a Palavra ecoe no silêncio do coração e se traduza em gestos concretos no dia a dia: na paciência com um familiar, na honestidade no trabalho, no perdão a quem nos ofendeu, na caridade para com o necessitado. É nesta “prática” que a fé se torna credível e a nossa filiação espiritual se consolida.

**Oratio (Oração): O que me faz dizer o texto?**

Senhor Jesus, que nos chamas a uma intimidade que supera todos os laços humanos, aqui estou, desejoso de fazer parte da Tua família.Afasta de mim a tentação de uma fé cómoda e superficial.Dá-me um coração silencioso e atento para **ouvir** a Tua Palavra,não como um mero texto, mas como uma voz viva que me interpela e me conhece.E dá-me, sobretudo, a coragem de a **pôr em prática**.Que a minha fé não seja um monumento, mas um caminho;não uma herança adormecida, mas uma conquista diária.Como Maria, Tua Mãe, que primeiro Te concebeu no coração pela fé antes de Te gerar no ventre,faz de mim um verdadeiro irmão Teu,unido a Ti pela obediência amorosa ao Pai.Amém.

**Contemplatio (Contemplação): Relação com São Pio de Pietrelcina**

São Pio de Pietrelcina é a encarnação viva deste Evangelho. Um homem cuja vida foi definida não por laços terrestres, mas por uma pertença total e radical a Cristo.

*   **Ouvir a Palavra de Deus:** Para Padre Pio, “ouvir” era uma escuta tão profunda que se tornava união física e espiritual. Através dos estigmas, ele foi configurado a Cristo no sofrimento redentor. A sua vida foi uma escuta contínua na oração, no sacramento da Reconciliação, no longo silêncio do seu quarto. Ele ouvia a Palavra no mais íntimo do seu ser, e ela transformava-o.

  **Pôr em Prática:** A sua escuta traduziu-se na ação mais poderosa possível: a oferta de si mesmo como vítima pelo pecado do mundo. A sua “prática” da Palavra foi o sofrimento aceite por amor, a direção espiritual incansável, a fundação de um hospital (“Casa Alívio do Sofrimento”) que era a expressão tangível da caridade de Cristo. A sua família espiritual – os seus filhos e filhas espirituais, os Grupos de Oração – é imensa, precisamente porque ele viveu como verdadeiro “irmão” de Jesus, criando uma nova família baseada na fé e na misericórdia.São Pio não estava “fora” da multidão; ele estava no seu centro, unido a Cristo de tal forma que se tornou um canal através do qual milhões puderam chegar mais perto d’Ele. A sua vida é um testemunho eloquente de que a verdadeira família de Jesus é constituída por aqueles que, como ele, se deixam transformar radicalmente pela Palavra.

**Actio (Ação): Qual o meu compromisso?**

Hoje, procurarei ter um momento de escuta atenta da Palavra de Deus (talvez lendo a passagem do Evangelho de amanhã). E escolherei uma pequena ação concreta para a “pôr em prática”: um acto de paciência, uma palavra de encorajamento, uma renúncia por amor.

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09 19 Sexta feira da Semana XXIV —-Viver em Justiça humildade e serviço —

 

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Visual: A imagem é um painel tríptico que apresenta três cenas distintas e uma legenda unificadora. No lado esquerdo, um homem de traje contemporâneo segura uma Bíblia, com um semblante sério e direto, sobre o fundo de uma paisagem luminosa e rural, ladeado pelo texto de 1 Timóteo.

 No centro, Jesus está sentado com os seus discípulos num campo, partilhando pão, num ambiente de convívio e comunhão, sob a citação do Salmo 48 e o refrão de Mateus.

 No lado direito, Jesus caminha com um grupo de pessoas, incluindo mulheres que transportam cestos, numa estrada de terra batida que conduz a uma aldeia, ilustrando o texto de Lucas. A imagem é unida na sua base pela frase “Viver em justiça, humildade e serviço é abrir caminho para o Reino de Deus.”

Intelectual: A imagem articula um tema central através de três vertentes da vida cristã. A primeira cena representa o apelo à ação, à prática da justiça, que não é um conceito abstrato, mas um imperativo para o “homem de Deus” nos dias de hoje. A segunda cena ilustra a atitude fundamental: a humildade e a “pobreza em espírito” que nos abrem à partilha e à comunhão com Cristo e com os outros. Finalmente, a terceira cena mostra a concretização desta fé na prática, através do serviço e da generosidade, simbolizados pelas mulheres que ajudavam Jesus. A imagem sugere que a fé não é estática; é um percurso dinâmico de justiça, humildade e serviço.

REFLEXÃO

Estimados irmãos e irmãs, as leituras de hoje e a imagem que as acompanha convidam-nos a refletir sobre a essência do nosso caminho de fé. O Evangelho de São Lucas mostra-nos mulheres que, com os seus bens, ajudavam Jesus e os seus discípulos. Esta simples, mas poderosa, ação é um exemplo de serviço e generosidade, revelando que a nossa fé se manifesta em ações concretas.

O Salmo e o Evangelho de Mateus complementam esta ideia, chamando-nos a ser “pobres em espírito”. Não se trata de uma pobreza material, mas de uma atitude de humildade que nos liberta do orgulho e nos torna recetivos à graça de Deus e às necessidades dos outros. É esta humildade que nos permite partilhar, como os discípulos partilham o pão com Jesus.

Por fim, a primeira leitura de 1 Timóteo exorta-nos a “praticar a justiça”. Viver em justiça não é apenas evitar o erro, mas agir ativamente para o bem, defendendo os mais vulneráveis e construindo um mundo mais justo.

Assim, como a imagem nos recorda, a nossa fé é um tripé inseparável: a justiça, a humildade e o serviço. Viver estes valores não é uma opção, mas o único caminho para o Reino de Deus. Amén.

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This image visually represents the concept that faith is built on a strong foundation of three key principles. It shows a tripod, a symbol of stability, with the word “FAITH” inscribed at the top. The three legs of the tripod, which provide its support, are each labeled with a fundamental word: JUSTICE, HUMILITY, and SERVICE.

The artistic design, featuring a robust, stone-like material and golden lettering, suggests that these principles are timeless and of great value. The image’s core message is that true faith is not a passive belief but an active practice that must be supported by living justly, acting with humility, and serving others. Without any one of these pillars, faith is incomplete and cannot stand firm.


 

Explicação em Português.

Esta imagem representa visualmente o conceito de que a fé é construída sobre uma base sólida de três princípios essenciais. Ela mostra um tripé, símbolo de estabilidade, com a palavra “FAITH” (FÉ) inscrita no seu topo. As três pernas do tripé, que lhe dão suporte, estão rotuladas com palavras fundamentais: JUSTICE (JUSTIÇA), HUMILITY (HUMILDADE) e SERVICE (SERVIÇO).

O design artístico, que utiliza um material robusto semelhante a pedra com letras e detalhes dourados, sugere que estes princípios são atemporais e de grande valor. A mensagem central da imagem é que a verdadeira fé não é uma crença passiva, mas uma prática ativa que deve ser sustentada vivendo com justiça, agindo com humildade e servindo o próximo. Sem um destes pilares, a fé fica incompleta e não consegue manter-se firme.

 

09 21 Lc 16, 1-13 «Não podeis servir a Deus e ao dinheiro»

Domingo EVANGELHO – Forma longa Lc 16, 1-13

«Não podeis servir a Deus e ao dinheiro»

Jesus ensina que o dinheiro deve ser administrado com sabedoria, a sabedoria de Deus, e não com avareza ou ganância. O dinheiro serve muitas vezes para fins vis; para o conseguir há quem não hesite em tomar atitudes cheias de astúcia e mentira, como o administrador de que fala a parábola. O Senhor convida-nos a pormos, pelo menos, tanto cuidado em usá-lo bem, como ele o fez, embora de maneira má, para grangear amigos que depois o acolhessem.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador, que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar’. O administrador disse consigo: ‘Que hei de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho força, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa’. Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. Ele respondeu: ‘Cem talhas de azeite’. O administrador disse-lhe: ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e escreve cinquenta’. A seguir disse a outro: ‘E tu quanto deves?’. Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma a tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes. Ora Eu digo-vos: Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedica a um e despreza o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro».

Palavra da salvação.

### **Lectio Divina: Lucas 16, 1-13**

**1. Ler o Texto (Lectio)**

O texto narra a parábola de um administrador astuto e desonesto que, prestes a ser despedido por desperdiçar os bens do seu senhor, age com esperteza. Ele reduz as dívidas dos devedores do seu patrão para granjear a sua gratidão e assegurar um lugar para si no futuro. Surpreendentemente, o senhor elogia a sua astúcia, não a sua desonestidade. Jesus usa esta história complexa para contrastar a astúcia “dos filhos deste mundo” com a, por vezes, ingenuidade “dos filhos da luz”. A lição central é que os discípulos devem usar os bens materiais (“o vil dinheiro”) com a mesma prontidão e inteligência, mas para fins nobres: fazer o bem e ganhar amigos para o Reino dos Céus. A parábola culmina na afirmação radical da incompatibilidade de servir a dois senhores: Deus e o Dinheiro.

**2. Compreender o Texto (Meditatio)**

* **A Astúcia do Administrador:** O elogio não é à sua imoralidade, mas à sua previsão, à sua ação decisiva em face de uma crise para garantir o seu futuro. Ele usou os recursos à sua disposição (ainda que de forma errada) para construir pontes para o que vinha a seguir.
* **”Filhos da Luz”:** Este termo refere-se aos discípulos de Jesus, aqueles que conhecem a verdade de Deus. Jesus questiona por que muitas vezes são menos sábios, menos criativos e menos dedicados em sua busca pelo Reino do que os mundanos o são em sua busca pela riqueza e segurança terrena.
* **”Arranjai amigos com o vil dinheiro”:** Esta é a aplicação prática da parábola. O “vil dinheiro” (mamona, riqueza injusta) é temporário e corruptível. Jesus ensina a transformá-lo em bem eterno: usar a riqueza para ajudar os necessitados, promover a justiça e apoiar a obra de Deus. Essas pessoas, ajudadas pela nossa fidelidade, tornar-se-ão “testemunhas” a nosso favor nas “moradas eternas”.
* **Fidelidade no Pouco:** A gestão do dinheiro é um “teste” à nossa confiabilidade. Deus não nos pode confiar as verdadeiras riquezas espirituais (o “verdadeiro bem”) se formos infiéis na administração dos bens materiais, que são pequenos e transitórios.
* **A Incompatibilidade Fundamental:** O versículo final é a conclusão lógica. O dinheiro exige lealdade total, torna-se um ídolo que compete com Deus. O coração humano não pode ter dois centros; a sua devoção será sempre para um ou para outro.

**3. Aplicar à Vida (Contemplatio + Actio)**

* Como eu uso os bens materiais que Deus me confiou? Uso-os apenas para meu conforto ou os coloco a serviço do bem, ajudando os outros?
* Sou “astuto” e “prudente” nas coisas de Deus? Invisto tanto tempo, energia e criatividade na minha vida espiritual quanto invisto no meu trabalho ou nos meus hobbies?
* O que a forma como lido com o meu dinheiro (ganhar, gastar, poupar, doar) revela sobre as minhas verdadeiras prioridades? Quem é o meu senhor: Deus ou a segurança financeira?
* Quem são os “amigos” que estou a “granjear” para a vida eterna através da minha generosidade aqui na terra?

**4. Oração (Oratio)**

Senhor Jesus,
que paradoxal e desafiadora é a Tua Palavra hoje.
Dás-nos o exemplo de um homem desonesto
para nos ensinares a sermos sábios na fé.

Ajuda-nos a compreender que todos os bens que possuímos
nos são confiados por Ti para serem administrados com amor.
Dá-nos a sabedoria dos “filhos da luz”,
a coragem de usar a nossa inteligência e os nossos recursos
não para acumular egoisticamente,
mas para construir o Teu Reino de justiça e paz.

Que a nossa fidelidade nas pequenas coisas do dia a dia,
no uso honesto e generoso do dinheiro,
nos torne dignos de recebermos as riquezas eternas que nos prometes.
Liberta-nos da escravidão do ter mais
e fixa o nosso coração apenas em Ti, nosso único Deus e Senhor.
Ámen.

**5. Mensagem Apelativa**

Não sejas ingénuo. O mundo age com astúcia pelo que é passageiro. Sê tu mais astuto ainda pelo que é eterno. Usa tudo o que tens nas mãos – tempo, talento e dinheiro – como um instrumento para fazer o bem. Transforma a riqueza terrena em tesouro no Céu. A tua maior segurança não está no que guardas no banco, mas nas pessoas a quem ajudaste a levantar. Escolhe hoje a quem queres servir.

09 20 Lc 8, 4-15 «A semente que caiu em boa terra são aqueles que conservam a palavra e dão fruto pela sua perseverança»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, reuniu-se uma grande multidão, que vinha ter com Jesus de todas as cidades, e Ele falou-lhes por meio da seguinte parábola: «O semeador saiu para semear a sua semente. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho: foi calcada e as aves do céu comeram-na. Outra parte caiu em terreno pedregoso: depois de ter nascido, secou por falta de humidade. Outra parte caiu entre espinhos: os espinhos cresceram com ela e sufocaram-na. Outra parte caiu em boa terra: nasceu e deu fruto cem por um». Dito isto, exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça». Os discípulos perguntaram a Jesus o que significava aquela parábola e Ele respondeu: «A vós foi concedido conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros serão apresentados só em parábolas, para que, ao olharem, não vejam, e, ao ouvirem, não entendam. É este o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas depois vem o diabo tirar-lhes a palavra do coração, para que não acreditem e se salvem. Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem, acolhem a palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se quando chega a provação. A semente que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, sob o peso dos cuidados, da riqueza e dos prazeres da vida, sentem-se sufocados e não chegam a amadurecer. A semente que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um coração nobre e generoso, a conservam e dão fruto pela sua perseverança».
Palavra da salvação.

Lectio Divina sobre Lc 8, 4-15 à luz do testemunho dos Mártires Coreanos
1. Lectio (Ler)

O texto apresenta-nos a conhecida Parábola do Semeador. Jesus descreve um semeador a lançar a semente que cai em quatro tipos de terreno: à beira do caminho, em terreno pedregoso, entre espinhos e, finalmente, em boa terra. A semente é a Palavra de Deus. O foco da explicação de Jesus não está na qualidade do semeador ou da semente (que são sempre boas), mas na receptividade do terreno, que simboliza o coração humano. O único terreno que permite à sede frutificar é o “coração nobre e generoso” que “conserva a palavra e dá fruto pela sua perseverança”.

2. Meditatio (Meditar)

Meditando neste texto, somos confrontados com a pergunta: Que tipo de terreno é o meu coração? A parábola descreve realidades espirituais que todos conhecemos: a distração que nos rouba a Palavra (caminho), o entusiasmo inicial que desvanece perante a dificuldade (pedras), e os afazeres e prazeres que sufocam o essencial (espinhos).

A chave está na “perseverança” (hypomoné em grego), que é muito mais do que paciência. É uma constância heroica, uma resistência ativa e fiel perante o sofrimento e a provação. É a capacidade de manter os olhos fixos no fruto futuro, apesar da aridez ou da dor do presente.

3. Oratio (Rezar)

Senhor Jesus, Semeador Divino,
que lançais a semente da Vossa Palavra nos corações humanos,
nós Vos agradecemos pelo exemplo sublime dos Vossos mártires coreanos.

André Kim Taegon, Paulo Chóng Hasang e vossos companheiros,
sois a encarnação viva da semente que caiu em terra boa.
Acolhestes a Palavra não como um som passageiro, mas como a verdade que vale mais que a própria vida.
O vosso coração foi “nobre e generoso”, aceitando a fé num terreno estranho e hostil.
A perseguição, as torturas e a própria morte foram as pedras e os espinhos que não conseguiram sufocar a vossa fé,
mas, pela vossa perseverança até ao fim, transformaram-se no solo onde a vossa entrega deu fruto,
o fruto abundante do martírio que santificou uma nação.

Concedei-nos, por vossa intercessão, a graça de limpar o nosso coração:
arrancai as pedras da tibieza e da comodidade,
extirpai os espinhos da vaidade e do materialismo,
e preparai-o para ser terra boa, fértil e aberta à Vossa vontade.
Que a nossa fé não seja de momento, mas de uma perseverança quotidiana,
capaz de dar fruto mesmo no inverno da provação.
Por Cristo Nosso Senhor.
Ámen.

4. Contemplatio (Contemplar) & Actio (Agir)

Contemplamos a imagem dos mártires coreanos. Eles não são apenas os que receberam a semente; eles próprios se tornaram semente. Como grãos de trigo lançados à terra da Coreia, morreram para dar vida à Igreja naquele país. A sua perseverança final foi o culminar de uma vida de fidelidade às pequenas coisas, de guardar a Palavra no silêncio da oração e na coragem do testemunho quotidiano.

A nossa ação é, portanto, um apelo à coragem da constância. A mensagem que estes santos nos lançam hoje é:

“Não tenhais medo de ser a terra boa.
Acolhei a Palavra de Deus com coragem radical.
Conservai-a com fidelidade, mesmo quando for custoso.
Perseverai, pois a provação não é o fim, mas o crisol onde a fé se purifica e se torna autêntica.
Sede vós próprios sementes de fé, esperança e amor no vosso terreno quotidiano, confiantes de que, com a graça de Deus, dareis fruto em perseverança.”

 

09 19 Sexta Lc 8, 1-3 «Algumas mulheres ajudavam Jesus e os discípulos com os seus bens

*

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, Jesus ia caminhando por cidades e aldeias, a pregar e a anunciar a boa nova do reino de Deus. Acompanhavam-n’O os Doze, bem como algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades. Eram Maria, chamada Madalena, de quem tinham saído sete demónios, Joana, mulher de Cusa, administrador de Herodes, Susana e muitas outras, que serviam Jesus e os discípulos com os seus bens.

Palavra da salvação.

REFLEXÃO 

### **LECTIO (Ler)**

O texto apresenta Jesus em plena atividade missionária, percorrendo cidades e aldeias para pregar e anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. O Evangelho especifica que Ele não estava sozinho: “Acompanhavam-n’O os Doze” – o grupo dos Apóstolos – “bem como algumas mulheres”. Estas mulheres são descritas como pessoas que tinham sido curadas por Jesus de “espíritos malignos e de enfermidades”. O texto nomeia especificamente três: Maria Madalena (de quem tinham saído sete demónios), Joana (mulher de Cuza, administrador de Herodes) e Susana. Acrescenta ainda que havia “muitas outras”. A função destas mulheres é claramente descrita: “serviam Jesus e os discípulos com os seus bens”.

### **MEDITATIO (Compreender/Meditar)**

Este breve relato é revolucionário no contexto sociocultural do tempo de Jesus. Num mundo onde as mulheres tinham um estatuto social inferior e onde a tradição rabínica desaconselhava publicamente o seu ensino, Jesus não só as acolhe como discípulas como as integra publicamente no seu grupo itinerante.

A menção específica das curas operadas por Jesus nestas mulheres sublinha que o discipulado nasce de um encontro transformador com Cristo. Elas seguem-n’O não por obrigação, mas por gratidão e por terem experimentado o seu poder salvador.

O serviço prestado com os seus bens mostra uma dimensão fundamental do ser discípulo : o compromisso concreto. O seguimento de Cristo não é apenas espiritual ou intelectual; traduz-se em apoio material à missão. Estas mulheres tornam-se assim **cooperadoras da evangelização**, sustentando com seus recursos a proclamação do Reino.
Lucas, ao mencioná-las nominalmente, confere-lhes dignidade e reconhece publicamente o seu papel indispensável. Elas prefiguram as muitas mulheres que, ao longo da história da Igreja, sustentarão silenciosa e generosamente a missão evangelizadora.

### **ORATIO (Rezar)**

Senhor Jesus, que chamastes homens e mulheres a participar convosco na construção do Reino,nós Vos agradecemos pelo testemunho destas discípulas generosas que Vos seguiram e sustentaram com os seus bens e seu serviço.
Fazei-nos reconhecer, como elas,
a ação transformadora da vossa graça em nossas vidas.Despertai em nossos corações a mesma gratidão generosa
que se traduz em gestos concretos de apoio à vossa Igreja.
Ajudai-nos a superar toda a mentalidade
que não reconhece a dignidade e o papel indispensável
de todos os batizados – homens e mulheres –
na missão evangelizadora.
Que o exemplo destas mulheres nos inspire
a colocar nossos dons, nossos recursos e nossa vida
ao serviço do anúncio da Boa Nova.
Por Cristo, nosso Senhor.
Ámen.

### **ACTIO (Aplicar à vida / Mensagem Apelativa)**

Este evangelho questiona-nos sobre a **a nossa missão de ser discipulo “. Como sustentamos nós a missão evangelizadora da Igreja?

**Desafio Concreto:**

**Esta semana, refletirei sobre como posso apoiar mais concretamente a missão da Igreja** – seja através de contribuições materiais, do meu tempo ou dos meus talentos. Procurarei conhecer alguma iniciativa evangelizadora ou caritativa da minha comunidade que precise de apoio e oferecerei a minha colaboração de forma generosa e desinteressada. **Não sejamos cristãos apenas de palavras, mas de gestos concretos que sustentam a missão.**

09 18 Quarta Lc 7, 36-50 «São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para comer com ele. Jesus entrou em casa do fariseu e tomou lugar à mesa. Então, uma mulher – uma pecadora que vivia na cidade – ao saber que Ele estava à mesa em casa do fariseu, trouxe um vaso de alabastro com perfume; pôs-se atrás de Jesus e, chorando muito, banhava-Lhe os pés com as lágrimas e enxugava-lhos com os cabelos, beijava-os e ungia-os com o perfume. Ao ver isto, o fariseu que tinha convidado Jesus pensou consigo: «Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora». Jesus tomou a palavra e disse-lhe: «Simão, tenho uma coisa a dizer-te». Ele respondeu: «Fala, Mestre». Jesus continuou: «Certo credor tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, perdoou a ambos. Qual deles ficará mais seu amigo?». Respondeu Simão: «Aquele – suponho eu – a quem mais perdoou». Disse-lhe Jesus: «Julgaste bem». E voltando-Se para a mulher, disse a Simão: «Vês esta mulher? Entrei em tua casa e não Me deste água para os pés; mas ela banhou-Me os pés com as lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Não Me deste o ósculo; mas ela, desde que entrei, não cessou de beijar-Me os pés. Não Me derramaste óleo na cabeça; mas ela ungiu-Me os pés com perfume. Por isso te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama». Depois disse à mulher: «Os teus pecados estão perdoados». Então os convivas começaram a dizer entre si: «Quem é este homem, que até perdoa os pecados?». Mas Jesus disse à mulher: «A tua fé te salvou. Vai em paz».

Palavra da salvação.

### **Lectio Divina: O Perdão e o Amor (Lc 7, 36-50)**

**1. Compreender a Palavra (O que diz o texto?)**

Neste episódio, São Lucas apresenta um contraste dramático entre a rigidez religiosa e a gratidão amorosa. Um fariseu, representante da lei e da pureza ritual, convida Jesus, mas falha em oferecer os gestos básicos de hospitalidade oriental (água para os pés, ósculo, óleo). Em oposição, uma mulher, conhecida publicamente como “pecadora”, realiza estes gestos de forma extraordinária, humilde e extravagante, com suas lágrimas, cabelos e perfume caro.

A parábola contada por Jesus revela a essência da sua mensagem: o **perdão gratuito de Deus gera amor**, e não o contrário. O amor intenso da mulher não é a causa do seu perdão, mas a **prova visível** de que ela já o tinha recebido interiormente. A fé dela, expressa através desse amor audacioso, é o canal que a leva à salvação (“A tua fé te salvou”). O fariseu, que acredita não precisar de perdão, acaba por amar pouco e falha em reconhecer o profeta à sua mesa.

**2. Ler a Palavra (Lc 7, 36-50)**

*(Ler o texto novamente, pausadamente, imaginando a cena: a tensão na sala, o silêncio constrangedor, o choro da mulher, o perfume a encher o ambiente, o olhar compassivo de Jesus.)*

**3. Aplicar a Palavra à vida prática (O que Deus me diz, a mim, através deste texto?)**

* **Julgamento vs. Misericórdia:** Com que facilidade eu, como o fariseu, coloco etiquetas nas pessoas (“pecador”, “diferente”, “errado”)? Será que a minha “retidão” me impede de ver a ação de Deus na vida dos outros?
* **Amor como Resposta:** O meu amor a Deus é frio e protocolares como o do fariseu, ou é contagiante, humilde e cheio de gratidão como o da mulher? Lembro-me de que tudo o que tenho é um dom recebido, inclusive o perdão?
* **Hospitalidade e Acolhimento:** Como acolho Jesus e o próximo na minha “casa” (coração, vida, paróquia, família)? Ofereço o mínimo, ou dou o meu melhor, mesmo que isso me custe (como o perfume caro da mulher)?
* **Fé que Salva:** A minha fé é uma teoria ou transforma-se em gestos concretos de amor, perdão e compaixão, mesmo perante o julgamento alheio?

**4.Oração**

Senhor Jesus,
como a mulher pecadora, chego até Vós com a minha fragilidade.
As minhas lágrimas são o reconhecimento de que preciso de Vós.
Enxuga-me com a tua misericórdia e unge a minha ferida com o perfume do teu perdão.
Ajuda-me a não julgar como o fariseu, mas a amar com audácia e gratidão.
Que a minha fé não seja de palavras, mas de gestos concretos que te honrem.
Dize também ao meu coração: “A tua fé te salvou. Vai em paz”.
Ámen.

**5. Mensagem **

Irmãos, este Evangelho é um espelho para a nossa comunidade. Muitas vezes, corremos o risco de nos tornarmos “fariseus comprometidos”: conhecemos a doutrina, servimos na paróquia, mas nosso coração pode arrefecer, julgando quem não está ao nosso nível. Deus não nos chama para ser um clube de puros, mas uma comunidade de perdoados! Que o nosso compromisso nasça, não do dever, mas da gratidão transbordante por termos sido amados e perdoados primeiro. Que a nossa “ortodoxia” seja sempre acompanhada por uma “ortopraxia” de amor extravagante e acolhimento incondicional, especialmente para com os mais fragilizados e marginalizados. Que o mundo, ao ver as nossas obras de amor, glorifique a Deus.

### **Lectio Divina: As Mulheres que Serviam (Lc 8, 1-3)**

**1. Compreender a Palavra (O que diz o texto?)**

Este breve trecho do Evangelho de São Lucas é de uma importância revolucionária para o seu tempo. Ele descreve Jesus no auge da sua atividade missionária, percorrendo cidades e aldeias para anunciar a Boa Nova do Reino de Deus. Aos Doze Apóstolos, juntam-se de forma explícita e destacada um grupo de mulheres. Lucas não só as menciona, como nomeia algumas: Maria Madalena, Joana e Susana, e refere que havia muitas outras.

O papel delas é clarificado: “ajudavam-n’Os com os seus bens”. O verbo grego original (*diakoneó*) significa servir, ministrar, prestar assistência. Elas não eram meras espectadoras; eram **discípulas ativas e colaboradoras indispensáveis** da missão de Jesus, sustentando materialmente o grupo. Este apoio era vital, permitindo que a comunidade itinerante se dedicasse integralmente ao anúncio. O texto também nos recorda que Jesus as tinha libertado de males e enfermidades, e a sua resposta de gratidão transformou-se em serviço fiel.

**2. Ler a Palavra (Lc 8, 1-3)**
*(Ler o texto pausadamente, visualizando a cena: Jesus à frente, os Doze, e um grupo de mulheres caminhando com eles de aldeia em aldeia, partilhando a poeira da estrada, as alegrias e as dificuldades da missão.)*

«Passou algum tempo e Jesus ia percorrendo cidades e aldeias, pregando e anunciando a boa nova do Reino de Deus. Os Doze iam com Ele e também algumas mulheres que tinham sido curadas de espíritos malignos e de doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demónios; Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras que os ajudavam com os seus bens.»

**3. Aplicar a Palavra à vida prática (O que Deus me diz, a mim, através deste texto?)**

* **Gratidão que se faz Serviço:** Como aquelas mulheres, a minha experiência do amor e da cura de Deus transforma-se num impulso para servir? O que me move a ajudar a Igreja e a comunidade: o dever ou a gratidão?
* **Discipulado com Compromisso:** De que forma concreta eu “ajudo com os meus bens”? Seja com o meu tempo, os meus talentos, os meus recursos financeiros ou a minha energia, como sustento a missão de Jesus hoje?
* **A Mulher na Igreja:** Este texto convida-me a reconhecer, valorizar e promover o papel essencial e muitas vezes invisível das mulheres na vida e na missão da Igreja. Como posso apoiar e agradecer o seu serviço?
* **Comunidade em Missão:** A evangelização é uma obra comunitária, feita por homens e mulheres, cada um com o seu dom. Sinto-me parte integrante desta comunidade missionária ou apenas um espectador?

**4. Compor uma pequena oração (Oração a partir do texto)**

Senhor Jesus,
Vós que chamastes e acolhestes as mulheres como discípulas e colaboradoras,
fazei o meu coração ardente de gratidão pelos vossos dons.
Libertai-me de todo o mal que me impede de Vos seguir de perto.
Dai-me a generosidade de Joana, de Susana e de Maria Madalena,
para que eu ponha os meus dons ao serviço do anúncio do Vosso Reino.
Que a minha vida seja um apoio concreto para que a Boa Nova chegue a todos.
Ámen.

**5. Mensagem apelativa para os cristãos comprometidos**

Irmãos e irmãs em missão, este Evangelho é um tributo a todos os que servem nos bastidores. É um chamamento a reconhecer que a evangelização tem um inegável suporte material e logístico. A missão da Igreja, desde o seu início, foi sustentada pela generosidade de discípulos como aquelas mulheres. O seu anonimato não as tornou menos importantes; pelo contrário, a sua fidelidade silenciosa as colocou no coração do Mistério da Paixão e da Ressurreição.

Que a nossa comunidade seja sempre grata aos seus benfeitores, aos que fazem a manutenção, aos que preparam o café, aos que organizam os papéis, aos que contribuem financeiramente. Cada gesto de serviço, por mais pequeno que pareça, é um acto que sustenta a missão de Cristo no mundo. Sejamos, pois, uma Igreja onde o serviço (*diakonia*) seja uma marca de todos os discípulos, homens e mulheres.

**6. Sugerir uma imagem como ilustração da leitura**

**Imagem:** **Uma estrada poeirenta da Galileia.**
**Descrição:** Vemos Jesus a caminhar, ensinando com gestos animados aos Doze que O rodeiam. Uns passos atrás, mas visíveis e determinadas, um grupo de mulheres caminha junto. Uma delas carrega um cesto com pão e fruta, outra leva um odre de água, outra uma sacola com mantas. Os seus rostos não são de cansaço, mas de serena determinação e profunda paz. A luz da tarde incide sobre o grupo inteiro, unindo-os num mesmo propósito. A imagem transmite movimento, comunidade, serviço e a partilha da jornada missionária.

09 17 Quarta Lc 7, 31-35 «Tocámos flauta e não dançastes, entoámos cânticos de luto e não chorastes»

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas.

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «A quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem se parecem? São como as crianças, que, sentadas na praça, falam umas com as outras, dizendo: ‘Tocámos flauta para vós e não dançastes, entoámos lamentações e não chorastes’. Porque veio João Batista, que não comia nem bebia vinho, e vós dizeis: ‘Tem o demónio com ele’. Veio o Filho do homem, que come e bebe, e vós dizeis: ‘É um glutão e um ébrio, amigo de publicanos e pecadores’. Mas a Sabedoria é justificada por todos os seus filhos»…

Palavra da salvação..

Reflexão .

Jesus hoje fala-nos com uma imagem muito simples e muito clara: crianças sentadas na praça que não dançam quando se toca a flauta e não choram quando se entoam lamentações. É a imagem de uma geração que nunca está satisfeita, que encontra sempre desculpas para não escutar a voz de Deus. Foi assim com João Batista, homem austero e penitente, acusado de estar possuído; foi assim com o próprio Jesus, próximo das pessoas, amigo de pecadores, mas logo acusado de ser glutão e ébrio.

O que Jesus denuncia é a incoerência de quem prefere criticar em vez de se deixar tocar; de quem levanta barreiras para não se comprometer com a novidade de Deus. O coração fechado torna-se incapaz de reconhecer a presença do Senhor, porque olha apenas para a aparência e não para os frutos. Mas Jesus conclui: “A Sabedoria é justificada por todos os seus filhos”. A verdadeira sabedoria de Deus vê-se na vida transformada de quem acolhe a sua Palavra.

Perguntas para a vida

  • Como acolho eu as diferentes formas de presença de Deus?..

  • Quantas vezes arranjo desculpas para não mudar e para não me deixar interpelar?.

Apelo prático

Somos convidados a ter um coração mais aberto, capaz de reconhecer a voz de Deus que se pode manifestar de maneiras muito diversas: na austeridade de uns, na alegria de outros, na palavra exigente, mas também na ternura e proximidade. Importa menos o estilo, e mais a fidelidade à verdade de Deus e à vida que daí brota.

Oração.

“Senhor, livra-me da tentação da crítica e do julgamento. Ensina-me a reconhecer-te nas pessoas, nas situações, nos sinais inesperados do teu amor. Dá-me a coragem de acolher a tua Palavra e de deixar que ela transforme a minha vida.”

Mensagem final..

Irmãos, não fiquemos sentados como crianças caprichosas, que nem dançam nem choram. Abramos o coração e deixemos que a sabedoria de Deus nos conduza. Só assim a nossa vida se tornará testemunho claro da presença do Senhor no meio do mundo.

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04 16 Luke 7:11-17: “Young man, I say to you, arise.” Lc 7, 11-17: «Jovem, Eu te digo: levanta-te»

Here is an image for the passage from Luke 7:11-17:

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.Com Cristo, cada queda é oportunidade para recomeçar e viver de novo.*.

. *With Christ, every fall becomes a chance to rise and live again.*

 

Lc 7, 11-17: «Jovem, Eu te digo: levanta-te»

Este milagre de Jesus, ao ressuscitar o filho da viúva de Naim, não é apenas um sinal de poder divino sobre a morte. É uma profunda demonstração de compaixão e de restauração da vida. Na prática, este texto nos lembra que a fé nos convida a levantarmo-nos das nossas “mortes” diárias, seja na tristeza, no desespero ou na apatia. Jesus nos diz hoje: “levanta-te” da tua dor, do teu desânimo. A sua Palavra e o seu amor são a força que nos ergue para uma nova vida.

Luke 7:11-17: “Young man, I say to you, arise.”

This miracle of Jesus, raising the widow’s son in Nain, is not just a sign of divine power over death. It is a profound demonstration of compassion and the restoration of life. In practice, this text reminds us that faith invites us to rise from our daily “deaths,” whether in sadness, despair, or apathy. Jesus says to us today: “arise” from your pain, from your discouragement. His Word and His love are the strength that lifts us up to a new life.

09 16 Terça-feira Lc 7, 11-17 «Jovem, Eu te digo: levanta-te» «Jovem, Eu te digo: levanta-te»

 

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EVANGELHO Lc 7, 11-17

«Jovem, Eu te digo: levanta-te»

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe: «Não chores». Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam. Disse Jesus: «Jovem, Eu te ordeno: levanta-te». O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe. Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo: «Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo». E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.

Palavra da salvação..


 

Lectio Divina: Lucas 7, 11-17

1. Lectio (Ler)

O texto descreve o encontro de Jesus com uma multidão à porta da cidade de Naim. Uma procissão de morte (um funeral) cruza-se com a procissão da Vida (Jesus e seus seguidores). Aos olhos da sociedade, a história daquela viúva terminara: sem marido, sem filho, sem futuro e sem sustento. Jesus, movido por profunda compaixão (“compadeceu-Se dela”), interrompe o curso natural dos acontecimentos. Ele toca no caixão (um gesto que, pela lei, O tornaria impuro) e ordena com autoridade divina: “Jovem, Eu te ordeno: levanta-te”. A vida é restaurada instantaneamente. O filho é devolvido à mãe. O milagre leva a multidão ao temor reverente e ao reconhecimento de que Deus visita o seu povo através de um “grande profeta”.

2. Meditatio (Compreender/Meditar)

Este milagre é mais do que um ato de bondade; é uma revelação poderosa da identidade de Jesus. Ele não é apenas um profeta como Elias ou Eliseu, que também ressuscitaram mortos; Ele é o próprio Deus a visitar o seu povo. A sua palavra é criadora e vivificante. O seu toque não é contaminado pela morte, mas purifica-a e vence-a.

Este episódio é um sinal antecipado da Sua própria ressurreição e uma promessa para nós: em Cristo, a morte não tem a última palavra. Ele vê a nossa dor, compadece-Se da nossa desolação e aproxima-Se para nos restaurar. Ele quer tocar nas situações que estão “mortas” nas nossas vidas – a esperança, a fé, um relacionamento, uma vocação – e ordenar-lhes que vivam.

Santos Cornélio e Cipriano: Modelos de Fé que Ressuscita

Neste contexto, os santos que hoje celebramos, o Papa Cornélio e o Bispo Cipriano, são modelos perfeitos de como a palavra de Cristo “levanta-te” age na Igreja.

  • Cipriano, bispo de Cartago, era um brilhante retórico pagão. A sua conversão foi uma verdadeira ressurreição espiritual. Cristo tocou no seu coração “morto” para a fé e ordenou: “levanta-te”. Ele levantou-se para se tornar um dos maiores Padres da Igreja Latina, um pastor sábio e um escritor luminoso.

  • Cornélio, eleito Papa num tempo de perseguição feroz, enfrentou o cisma dos que se opunham ao perdão dos que tinham fraquejado na fé (os “lapsos”). A sua luta foi para que a Igreja, como mãe, fosse um lugar de misericórdia e reconciliação, devolvendo à vida espiritual os que estavam espiritualmente mortos pelo pecado e pelo desânimo.

Ambos, no final, ouviram outra ordem de Cristo: a do martírio. Deram a vida física para dar testemunho da Vida eterna que lhes tinha sido dada. Eles compreenderam que a compaixão de Jesus não elimina a cruz, mas dá-nos a força para a abraçar, sabendo que ela é a porta para a ressurreição definitiva.

3. Oratio (Rezar)

Senhor Jesus Cristo, que na cidade de Naim Vos compadecestes da viúva e lhe devolveste o filho, ressuscitando-o,
nós Vos pedimos: visitai hoje o Vosso povo.

Tocai com a Vossa mão poderosa tudo o que está morto em nós:
a esperança que definhou, a fé que arrefeceu, a caridade que se apagou.
Dizei à nossa alma abatida: “Levanta-te e caminha”.

Pelos méritos dos Vossos mártires, Santos Cornélio e Cipriano,
dai à Vossa Igreja a coragem da fé e a audácia da caridade.
Que ela seja, como Vós, mãe compassiva que restaura e reconcilia,
e que nunca tema dar a vida pela Verdade.

Fazei-nos instrumentos da Vossa compaixão,
para que saibamos parar ao encontro dos que choram
e levar a consolação que só Vós podeis dar.
Vós que sois a Ressurreição e a Vida, vivei e reina para sempre.

Ámen.

4. Contemplatio (Contemplar/Gerar uma imagem)

Contemplai Jesus, não como uma figura distante, mas no meio da multidão. O seu olhar não está na câmara, não está na plateia. Está fixo na dor daquela mãe. Ele vê-a. Ele a vê a ela. Contemplai a Sua mão estendida, tocando não um caixão, mas a própria morte – e a morte recua. Contemplai o jovem sentado, esfregando os olhos, confuso, mas vivo, e o abraço silencioso e estupefato entre mãe e filho. É esse o poder e a compaixão de Deus que se dirige a cada um de nós hoje.

5. Actio (Agir/Mensagem Apelativa)

A mensagem de hoje é clara: Não chores. Levanta-te. Cristo cruza-Se hoje no teu caminho. Ele vê a tua dor e a tua desolação. Qual é a “morte” que carregas hoje? O desânimo, o pecado, uma perda, uma solidão? Deixa que Ele toque nela. Obra concreta: Hoje, inspirado pela compaixão de Jesus, procura consolar alguém que está a sofrer. Uma palavra, um gesto, uma simples mensagem pode ser o toque de Cristo a devolver a esperança a um coração. Sê, como Cornélio e Cipriano, um instrumento de ressurreição.

09 14 Festa da exaltação da Santa Cruz

 

A imagem retrata uma cena de grande impacto visual e espiritual, que nos remete a um momento de glória e revelação.

No centro, uma figura que representa Jesus Cristo flutua no ar, com os braços estendidos e o olhar voltado para o céu. Ele está envolto por raios de luz intensa que descem de uma abertura nas nuvens, simbolizando uma presença divina. A cena se passa ao pôr do sol ou nascer do sol, com um céu dramático e dourado.

Abaixo, uma multidão de pessoas, vestidas com túnicas de época, observa o acontecimento. Alguns estão de joelhos, em sinal de adoração e reverência, enquanto outros apontam e gesticulam com admiração. As expressões nos seus rostos transmitem assombro, fé e profundo respeito.


Relação com a Festa da Exaltação da Santa Cruz.

Embora a imagem pareça retratar a Ascensão de Cristo ou um momento de sua Transfiguração, ela se conecta profundamente com o espírito da Festa da Exaltação da Santa Cruz (celebrada a 14 de setembro).

A Festa não comemora a cruz como um instrumento de sofrimento, mas sim como um sinal de vitória e glória. A cruz, que foi objeto de tortura, tornou-se o meio pelo qual a humanidade alcançou a salvação.

A imagem, ao mostrar Jesus glorificado e envolto em luz divina, nos lembra que a sua ressurreição e exaltação são inseparáveis do sacrifício que ele fez na cruz. O Cristo glorioso é o fruto da Cruz. Assim, a cruz é exaltada não por si mesma, mas por causa d’Aquele que nela sofreu e venceu a morte.

A adoração e o espanto da multidão na imagem refletem a mesma atitude de reverência que a Igreja tem ao venerar a Cruz de Cristo, reconhecendo-a como um símbolo sagrado da vitória sobre o pecado e a morte.

09 13 A PALAVRA DE DEUS E S, JOÃO CRISÓSTOMO

 

A imagem é uma representação simbólica e fantástica da Palavra de Deus. Ela mostra:

  • A “Palavra de Deus” como um livro gigante: O livro na base, com a inscrição “WORD OF GOD”, representa a Bíblia, a fonte da fé cristã. Ele está sobre uma montanha, simbolizando a solidez e a importância fundamental da Palavra.
  • A Palavra como um coração pulsante: Da Bíblia, nasce um pé de maçã com um fruto em forma de coração, que brilha intensamente. Isso sugere que a Palavra de Deus não é apenas texto, mas algo vivo, cheio de amor e que nutre o espírito (assim como a maçã nutre o corpo). O coração simboliza o amor de Deus, a essência do evangelho.
  • Uma criança e o seu coração: Uma criança, com os braços estendidos, toca o coração da maçã, representando a pureza da fé e a abertura do crente para receber o amor de Deus. O coração dentro da criança também está brilhando, mostrando que a Palavra de Deus ilumina e transforma o coração de quem a aceita.
  • O São João Crisóstomo: O santo ortodoxo, S. João Crisóstomo (reconhecido pelo ícone), está de pé sobre um livro da Bíblia, apontando para a maçã do coração. Como pregador e doutor da Igreja, ele representa a figura que interpreta e ensina a Palavra de Deus, guiando os fiéis em direção ao seu verdadeiro significado, que é o amor divino.
  • O Céu e a natureza: A cena desenrola   um céu com raios e nuvens tempestuosas, mas a área ao redor da criança, do santo e do coração está iluminada e repleta de flores. Isso pode simbolizar que, mesmo em meio às tempestades e desafios da vida (o mundo exterior), a Palavra de Deus traz luz, vida e paz interior.

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The image is a symbolic and fantastical representation of the Word of God. It shows:

  • The “Word of God” as a giant book: The book at the base, inscribed with “WORD OF GOD”, represents the Bible, the source of Christian faith. It rests on a mountain, symbolizing the solidity and foundational importance of the Word.

  • The Word as a pulsating heart: An apple tree grows from the Bible, bearing a heart-shaped fruit that glows intensely. This suggests that the Word of God is not just a text, but something alive, full of love, and nourishing to the spirit (just as an apple nourishes the body). The heart symbolizes God’s love, the essence of the gospel.

  • A child and their heart: A child, with outstretched arms, touches the heart-apple. This represents the purity of faith and a believer’s openness to receive God’s love. The heart inside the child is also glowing, showing that the Word of God illuminates and transforms the heart of those who accept it.

  • Saint John Chrysostom: The Orthodox saint, St. John Chrysostom (recognizable by his icon), stands on a Bible, pointing to the heart-apple. As a preacher and Doctor of the Church, he represents the figure who interprets and teaches the Word of God, guiding the faithful toward its true meaning, which is divine love.

  • The Sky and Nature: The scene unfolds under a sky with lightning and stormy clouds, but the area around the child, the saint, and the heart is illuminated and full of flowers. This may symbolize that even in the midst of life’s storms and challenges (the outside world), the Word of God brings light, life, and inner peace.

 

09 14 O caminho da Fé do Antigo ao Novo Testamento

 

  • A Transição da Paisagem e da Luz: A imagem guia o olhar do lado esquerdo para o direito. O lado esquerdo, representando o Antigo Testamento, tem uma paisagem mais árida, rochosa e com uma luz dourada e antiga. Isso evoca a história do povo de Israel no deserto e a longa espera pelo Messias.O lado direito, que simboliza o Novo Testamento, é verde, fértil e banhado por uma luz clara e brilhante, representando a nova vida, a esperança e a ressurreição trazidas por Cristo.
  • A Estrada: O caminho sinuoso que atravessa a imagem é o elemento central. Ele representa a própria jornada da fé e a continuidade do plano de Deus ao longo da história, conectando as promessas antigas à sua realização.

O Significado Espiritual dos Símbolos

Cada elemento da imagem tem um significado profundo, tanto em seu contexto original quanto na sua relação com a fé cristã:

  • À Esquerda (Antigo Testamento):
    • A Serpente de Bronze: É o símbolo mais proeminente. No Livro dos Números, ela era um instrumento de cura para o povo de Israel. Espiritualmente, ela é uma prefiguração da Cruz de Cristo, como o próprio Jesus menciona em João 3:14. Assim como olhar para a serpente trazia a cura física, olhar para a Cruz com fé traz a salvação e a cura espiritual.
    • As Tábuas da Lei: Simbolizam a Lei de Deus, dada a Moisés, que serviu como guia moral para o povo de Israel e, ao mesmo tempo, revelou a necessidade de um salvador, pois ninguém poderia cumpri-la perfeitamente.
    • O Menorá: Representa a presença de Deus com o Seu povo e a luz que Ele oferece para os guiar.
  • À Direita (Novo Testamento):
    • A Cruz: A Cruz é o ponto culminante do caminho e o símbolo central da fé cristã. Ela representa o sacrifício de Jesus, a vitória sobre a morte e a promessa de vida eterna. A luz brilhante que a envolve simboliza a Ressurreição.
    • O Peixe: É um dos primeiros símbolos secretos dos cristãos. Em grego, a palavra “ichthys” (peixe) forma um acróstico para “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”. Ele representa a identidade dos seguidores de Cristo.
    • A Pomba: Simboliza o Espírito Santo, a paz e a Nova Aliança.
    • O Pergaminho (Evangelhos): Simboliza a mensagem da Boa Nova e o cumprimento das profecias do Antigo Testamento.

Em resumo, a imagem é uma poderosa metáfora de como a fé no Antigo Testamento foi a fundação para a fé completa e definitiva que se encontra em Jesus Cristo e na sua cruz no Novo Testamento.