Monthly Archives: April 2025

04 13 ✨ Convite Especial à Meditação da Lectio Divina na Semana Santa ✨

✨ Convite Especial à Meditação da Lectio Divina na Semana Santa ✨

Caro amigo 

Gostaria muito de contar com a sua presença e colaboração num caminho profundo de oração e partilha: a Lectio Divina da Semana Santa.

Convido-o 

  1. Ler atentamente o Evangelho do dia, acompanhado do respetivo comentário;

  2. Reservar um momento de silêncio e meditação, deixando que a Palavra ressoe no seu coração;

  3. Partilhar um pequeno eco da sua reflexão – pode ser uma frase, um versículo que te tocou, um breve comentário pessoal, um poema ou até mesmo um vídeo inspirador;

  4. Escrever a sua partilha diretamente no espaço “Reply”;

  5. Clicar em “Post” para que o teu comentário fique disponível online, após ser cuidadosamente validado.

A sua colaboração não é apenas valiosa – é preciosa. A sua partilha será luz para muitos leitores espalhados pelo mundo, sedentos de esperança, fé e comunhão espiritual.

Ficarei profundamente grato pela tua generosidade. A tua palavra pode transformar corações.

Aguardo com alegria a sua  contribuição e que o Senhor abençoe a sua  disponibilidade com paz, luz e renovação interior.

Com estima fraterna,

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14 de Abril 

https://www.eelmoh-dictof.com/2025/04/04-14-jo-12-1-11-segunda-deixa-a-em-paz-ela-tinha-guardado-o-perfume-para-o-dia-da-minha-sepultura/

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.15 de Abril 

https://www.eelmoh-dictof.com/2025/04/04-15-jo-13-21-33-36-38-terca-um-de-vos-ha-de-entregar-me-nao-cantara-o-galo-sem-que-me-tenhas-negado-tres-vezes/

16 de Abril 

https://www.eelmoh-dictof.com/2025/04/04-16-mt-26-14-25-quarta-o-filho-do-homem-vai-partir-como-esta-escrito/

 

17 de Abril 

https://www.eelmoh-dictof.com/2025/04/04-17-jo-13-1-15-quinta-amou-os-ate-ao-fim/

 

18 de Abril 

https://www.eelmoh-dictof.com/2025/04/04-18-jo-18-1-19-42-sexta-paixao-de-nosso-senhor-jesus-cristo/

 

19 de Abril 

https://www.eelmoh-dictof.com/2025/04/12366/

 

.20 de Abril 

https://www.eelmoh-dictof.com/2025/04/04-20-domingo-jo-20-1-9-maria-madalena-pedro-e-joao-testemunhas-da-ressurreicao-de-cristo/

.04 19 Lc 24, 1-12 Sábado  «Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo?» .

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. EVANGELHO Lc 24, 1-12
«Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo?»

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas


No primeiro dia da semana, ao romper da manhã,
as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia
foram ao sepulcro, levando os perfumes que tinham preparado.
Encontraram a pedra do sepulcro removida
e, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus.
Estando elas perplexas com o sucedido,
apareceram-lhes dois homens com vestes resplandecentes.
Ficaram amedrontadas e inclinaram o rosto para o chão,
enquanto eles lhes diziam:
«Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo?
Não está aqui: ressuscitou.
Lembrai-vos como Ele vos falou,
quando ainda estava na Galileia:
‘O Filho do homem tem de ser entregue às mãos dos pecadores,
tem de ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’».
Elas lembraram-se então das palavras de Jesus.
Voltando do sepulcro,
foram contar tudo isto aos Onze, bem como a todos os outros.
Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago.
Também as outras mulheres que estavam com elas
diziam isto aos Apóstolos.
Mas tais palavras pareciam-lhes um desvario,
e não acreditaram nelas.
Entretanto, Pedro pôs-se a caminho e correu ao sepulcro.
Debruçando-se, viu apenas as ligaduras
e voltou para casa admirado com o que tinha sucedido.
Palavra da salvação.

 

REFLEXÃO .

O silêncio do sábado pascal, que parecia selar o fim de tudo, é surpreendido por uma nova alvorada: a do sepulcro vazio. As mulheres, fiéis na sua dor, vão ao túmulo levando perfumes – sinal de amor e respeito – mas o que encontram é uma ausência, um vazio que lhes enche o coração de perplexidade e medo. Não encontram o corpo, encontram uma pergunta: «Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo?»

Esta pergunta rasga o véu da lógica humana e introduz-nos no mistério da fé. Elas não tinham compreendido que o amor é mais forte do que a morte. Mas é nesse momento, no meio do espanto e da dúvida, que a memória da Palavra de Jesus acende uma nova luz: “Lembrai-vos do que Ele vos disse…” A fé nasce assim: não de provas físicas, mas da escuta da Palavra, do recordar com o coração aquilo que Jesus ensinou.

Pedro corre ao sepulcro. Também ele precisa de ver, mas só encontra as ligaduras. O túmulo está vazio. É o vazio que fala: já não está aqui, ressuscitou. Pedro volta admirado, não por ter visto Jesus, mas por começar a pressentir que algo totalmente novo começou. A Ressurreição não é uma ideia reconfortante, mas um facto real que nos obriga a rever toda a nossa vida.

A pergunta dos anjos permanece atual. Procuramos tantas vezes entre os “mortos” — nas seguranças humanas, nos caminhos de rotina, nas memórias do passado — esquecendo que o Ressuscitado nos precede sempre, vivo, no hoje da nossa existência.

Oração

Senhor Jesus, Ressuscitado e Vivo, abre os olhos do nosso coração para Te reconhecermos onde estás: no amor partilhado, na esperança renovada, na luz que dissipa os nossos medos. Que não Te procuremos no passado morto, mas na vida nova que nos ofereces. Ámen.

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04 18  Jo 18, 1 – 19, 42   Sexta  Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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Evangelho segundo São João 18, 1 – 19, 42.

  1. Tendo Jesus dito estas palavras, saiu com os seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron, onde havia um jardim, no qual entrou com eles.
  2. Judas, o traidor, conhecia também o lugar, porque Jesus se reunia ali muitas vezes com os seus discípulos.
  3. Judas, então, levando a coorte e alguns guardas dos sumos sacerdotes e dos fariseus, veio ali com lanternas, archotes e armas.
  4. Jesus, sabendo tudo o que havia de lhe acontecer, adiantou-se e perguntou-lhes: «A quem procurais?»
  5. Responderam-lhe: «A Jesus de Nazaré.» Disse-lhes Jesus: «Sou eu!» Estava com eles Judas, o traidor.
  6. Logo que Jesus lhes disse: «Sou eu!», recuaram e caíram por terra.
  7. Perguntou-lhes de novo: «A quem procurais?» Disseram: «A Jesus de Nazaré.»
  8. Jesus respondeu: «Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, deixai ir estes.»
  9. Assim se cumpria a palavra que dissera: «Não perdi nenhum dos que me deste.»
  10. Simão Pedro, que tinha uma espada, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco.
  11. Mas Jesus disse a Pedro: «Mete a tua espada na bainha. Não hei de beber o cálice que o Pai me deu?»
  12. Então a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus prenderam Jesus, manietaram-no
  13. e levaram-no primeiro a Anás, pois era sogro de Caifás, que naquele ano era o sumo sacerdote.
  14. Caifás era o que tinha aconselhado aos judeus: «Convém que morra um só homem pelo povo.»
  15. Simão Pedro seguia Jesus, assim como outro discípulo. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote,
  16. enquanto Pedro ficou fora, à porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, falou à porteira e introduziu Pedro.
  17. Disse então a porteira a Pedro: «Tu não és também dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou.»
  18. Estavam ali os servos e os guardas, que tinham feito uma fogueira, porque fazia frio, e aqueciam-se. Pedro estava com eles e aquecia-se também.
  19. Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina.
  20. Jesus respondeu-lhe: «Falei abertamente ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em segredo.
  21. Porque me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que lhes falei. Esses sabem o que eu disse.»
  22. A estas palavras, um dos guardas que ali estava deu uma bofetada a Jesus, dizendo: «É assim que respondes ao sumo sacerdote?»
  23. Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra em que; mas se falei bem, porque me bates?»
  24. Então Anás mandou Jesus, manietado, a Caifás, o sumo sacerdote.
  25. Simão Pedro estava ali a aquecer-se, e disseram-lhe: «Tu não és também dos discípulos dele?» Ele negou, dizendo: «Não sou.»
  26. Disse-lhe um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: «Não te vi eu no jardim com ele?»
  27. Pedro negou de novo, e logo o galo cantou.
  28. Levaram então Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era de manhã cedo. Eles não entraram no pretório, para não se contaminarem e poderem comer a Páscoa.
  29. Pilatos saiu para fora, ao encontro deles, e disse: «Que acusação trazeis contra este homem?»
  30. Responderam-lhe: «Se não fosse malfeitor, não to entregaríamos.»
  31. Pilatos disse-lhes: «Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei.» Os judeus responderam: «A nós não nos é permitido dar a morte a ninguém.»
  32. Assim se cumpria o que Jesus tinha dito, ao indicar de que morte havia de morrer.
  33. Pilatos entrou de novo no pretório, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és o Rei dos judeus?»
  34. Jesus respondeu: «Dizes isso por ti mesmo, ou foram outros que to disseram de mim?»
  35. Pilatos replicou: «Sou porventura judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?»
  36. Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus servos teriam combatido para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui.»
  37. Pilatos disse-lhe: «Então tu és rei?» Jesus respondeu: «Tu o dizes: eu sou rei. Para isso nasci e vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz.»
  38. Disse-lhe Pilatos: «O que é a verdade?»
    Tendo dito isto, saiu de novo ao encontro dos judeus e declarou-lhes: «Não encontro nele culpa alguma.
  39. Mas há entre vós o costume de que eu vos solte um na Páscoa. Quereis, pois, que vos solte o Rei dos judeus?»
  40. Eles gritaram de novo: «Esse não, mas Barrabás!» Ora Barrabás era um salteador.

Capítulo 19

  1. Então Pilatos mandou prender Jesus e mandou açoitá-lo.
  2. Os soldados teceram uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e vestiram-lhe um manto de púrpura.
  3. Depois aproximavam-se dele e diziam: «Salve, Rei dos judeus!» E davam-lhe bofetadas.
  4. Pilatos saiu outra vez e disse-lhes: «Eu vo-lo trago fora, para que saibais que não encontro nele culpa alguma.»
  5. Jesus saiu, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: «Eis o homem!»
  6. Ao vê-lo, os sumos sacerdotes e os guardas gritaram: «Crucifica-o! Crucifica-o!» Pilatos respondeu-lhes: «Tomai-o vós e crucificai-o, pois eu não encontro culpa nele.»
  7. Os judeus replicaram: «Temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus.»
  8. Ao ouvir estas palavras, Pilatos teve mais medo.
  9. Entrou de novo no pretório e disse a Jesus: «De onde és tu?» Mas Jesus não lhe deu resposta.
  10. Disse-lhe então Pilatos: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para te soltar e poder para te crucificar?»
  11. Jesus respondeu-lhe: «Não terias poder algum sobre mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem me entregou a ti tem maior pecado.»
  12. A partir daí, Pilatos procurava soltá-lo. Mas os judeus gritavam: «Se o soltas, não és amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César.»
  13. Ao ouvir estas palavras, Pilatos mandou trazer Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, em hebraico Gábata.
  14. Era a Preparação da Páscoa, por volta da hora sexta. Pilatos disse aos judeus: «Eis o vosso rei!»
  15. Mas eles clamavam: «Fora! Fora! Crucifica-o!» Pilatos perguntou-lhes: «Hei de crucificar o vosso rei?» Os sumos sacerdotes responderam: «Não temos outro rei senão César!»
  16. Então entregou-o para ser crucificado. Levaram então Jesus.
  17. Levando a cruz às costas, saiu para o lugar chamado Calvário, em hebraico Gólgota,
  18. onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio.
  19. Pilatos redigiu também um letreiro e fê-lo colocar sobre a cruz; nele estava escrito: «Jesus Nazareno, Rei dos judeus.»
  20. Muitos judeus leram este letreiro, pois o lugar onde Jesus foi crucificado era perto da cidade; e estava escrito em hebraico, latim e grego.
  21. Os sumos sacerdotes disseram então a Pilatos: «Não escrevas: ‘Rei dos judeus’, mas sim: ‘Ele disse: Eu sou o rei dos judeus.’»
  22. Pilatos respondeu: «O que escrevi, escrevi.»
  23. Quando os soldados crucificaram Jesus, tomaram as suas vestes e fizeram quatro partes, uma para cada soldado, e a túnica. A túnica era sem costura, tecida de alto a baixo.
  24. Disseram uns aos outros: «Não a rasguemos; vamos lançar sortes para ver a quem tocará.» Assim se cumpria a Escritura: «Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sortes sobre a minha túnica.» Foi isto que fizeram os soldados.
  25. Junto à cruz de Jesus estavam sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena.
  26. Vendo a sua Mãe e o discípulo predileto, que estava com ela, Jesus disse à Mãe: «Mulher, eis o teu filho.»
  27. Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe.» E desde aquela hora o discípulo acolheu-a em sua casa.
  28. Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para se cumprir a Escritura, disse: «Tenho sede.»
  29. Estava ali um vaso cheio de vinagre. Puseram uma esponja embebida em vinagre num ramo de hissopo e levaram-lha à boca.
  30. Quando Jesus tomou o vinagre, disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

[Aqui faz-se uma pausa em silêncio.]

  1. Como era a Preparação, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia aquele sábado –, os judeus pediram a Pilatos que se quebrassem as pernas dos crucificados e fossem retirados.
  2. Vieram os soldados e quebraram as pernas ao primeiro e depois ao outro que com ele tinham sido crucificados.
  3. Chegando a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas,
  4. mas um dos soldados trespassou-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
  5. Aquele que viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que diz a verdade, para que vós também acrediteis.
  6. Isto aconteceu para se cumprir a Escritura: «Não lhe quebrarão nenhum osso.»
  7. E diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão de olhar para aquele que trespassaram.»
  8. Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas ocultamente por medo dos judeus, pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu. Veio então e retirou o corpo.
  9. Veio também Nicodemos – aquele que em tempos tinha ido de noite ter com Jesus – trazendo cerca de cem libras de uma mistura de mirra e aloés.
  10. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em ligaduras com os aromas, segundo o costume dos judeus na preparação dos mortos.
  11. No lugar onde Jesus fora crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo, onde ainda ninguém tinha sido depositado.
  12. Foi ali que puseram Jesus, por causa da Preparação dos judeus, como o sepulcro estava perto.

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REFLEXÃO

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Neste longo e comovente relato da Paixão segundo São João, somos convidados a contemplar o mistério da entrega total de Jesus, que vai ao encontro da morte com dignidade, lucidez e soberania. João não acentua tanto os sofrimentos físicos, mas a realeza e liberdade interior de Cristo. Ele é o verdadeiro Rei, que dá a vida pelos seus, que não se defende, que não recua, que enfrenta a injustiça com firmeza, mas sem violência.

Desde o início, no jardim onde Judas o entrega, Jesus não se esconde. Ele toma a iniciativa: “Sou Eu!”. Esta palavra poderosa faz os soldados recuarem e caírem por terra. É o “Eu sou” divino, o mesmo de Deus no Êxodo. Aqui não há vítima fraca, mas o Cordeiro que voluntariamente se oferece.

A figura de Pedro, com as suas negações, representa a nossa fraqueza. Contrasta com Jesus, que permanece fiel, mesmo quando abandonado. No diálogo com Pilatos, Jesus proclama que o seu Reino não é deste mundo e que veio para dar testemunho da verdade. É a verdade do amor que não se impõe pela força, mas que se revela na entrega.

No Calvário, Jesus reina do alto da cruz. Mesmo ali, cuida da Mãe e do discípulo amado, criando uma nova família: a Igreja. As suas últimas palavras — “Tenho sede” e “Tudo está consumado” — revelam o cumprimento total da missão: Jesus entregou-Se por amor até ao fim.

Do seu lado trespassado jorram sangue e água, sinais da vida nova, dos sacramentos, da Igreja que nasce do seu coração aberto. O silêncio que se segue é sagrado. Contemplamos o Mistério. A Cruz é trono, é altar, é fonte.

Hoje, não há missa. Há adoração. Silêncio. Gratidão. Veneramos a Cruz, não como sinal de derrota, mas como árvore da vida, onde Cristo venceu a morte.

Oração

Senhor Jesus, Rei humilde e fiel, no silêncio da Tua paixão, revelaste o amor mais profundo. Ensina-me a confiar como Tu, a entregar como Tu, a viver com o coração voltado para o Pai. Que a Tua cruz seja a minha esperança. Ámen.

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04 17 Jo 13, 1-15 Quinta «Amou-os até ao fim»

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».

Palavra da salvação.

Reflexão

O sinal pelo qual conhecerão que sois meus discípulos será que vos ameis uns aos outros” (Jo 13,33ss) disse Jesus no decorrer da última ceia. O amor fraterno ou mandamento de Jesus aparece como sinal visível da comunidade cristã. Será o que a identifica perante o mundo.

O lava-pés dos apóstolos por Jesus e a primeira comunhão dos discípulos expressam o serviço, amor e entrega por parte de Cristo, são um convite para que nós façamos o mesmo, em sua memória; O lava-pés e a instituição da Eucaristia, iluminam e dão sentido a toda a vida de Cristo, centrada nessa dupla motivação: amor ao Pai e amor aos homens, seus irmãos, como princípio, meio e fim.

O amor de Jesus não se ficou por palavras, nem sequer nesses dois sinais: Eucaristia e lava-pés, mas passou à acção: Ele deu a vida por todos nós; e “ninguém tem maior amor que o que dá a vida pelos seus amigos”, sublinhou então Jesus.

Naquela tarde realizaram-se duas entregas bem diferentes. Jesus dá-se aos seus amigos na Eucaristia. A nossa opção de cristãos não pode ser outra senão a de Jesus em tal dia como hoje: amar os outros como ele nos amou.

A Igreja nasce na Ceia do Senhor. O mandato de Jesus “fazei isto em memória de mim” origina a repetição da Eucaristia e, portanto, a convocação permanente da assembleia eclesial através dos tempos.

Oração

Nós vos louvamos ó Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, com todos os crentes e os pobres de todo o mundo, porque o corpo de Cristo é o pão que nos fortalece e o seu sangue é o vinho da festa pascal que nos reúne.

Concedei-nos o vosso Espírito para continuar a crer e a amar porque esse é o vosso mandato e o nosso empenho para sempre.

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04 16 Mt 26, 14-25 Quarta «O Filho do homem vai partir, como está escrito.

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Mateus

**14** Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os sumos sacerdotes  

**15** e disse: «Que me dareis, se eu vo-Lo entregar?» Combinaram trinta moedas de prata.  

**16** E, a partir daquele momento, Judas procurava uma ocasião para O entregar.  .

**17** No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comeres a Páscoa?»  

**18** Jesus respondeu: «Ide à cidade, a casa de tal homem, e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; é em tua casa que vou celebrar a Páscoa com os meus discípulos’.»  

**19** Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.  .

**20** Ao cair da tarde, Jesus Se pôs à mesa com os Doze.  

**21** Enquanto comiam, declarou: «Em verdade vos digo: Um de vós Me há de entregar.»  

**22** Profundamente entristecidos, começaram a perguntar-Lhe, um após outro: «Porventura serei eu, Senhor?»  

**23** Ele respondeu: «Aquele que mete comigo a mão no prato é que Me há de entregar.  

**24** O Filho do homem vai partir, como está escrito acerca d’Ele. Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido!»  

**25** Judas, o traidor, tomou a palavra e perguntou: «Porventura serei eu, Mestre?» Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste.»  .

REFLEXÃO .

No Evangelho de hoje, vemos o momento crucial em que Jesus, sentado à mesa com os seus discípulos, revela que um deles O trairá. A figura de Judas Iscariotes, um dos Doze, que procura entregar o Mestre por trinta moedas de prata, destaca-se de forma dramática. O ato de Judas parece impensável, mas a profecia de Jesus cumpre-se: o Filho do homem vai partir como está escrito. Judas, no entanto, tem a liberdade de escolher o caminho da traição, e Jesus revela que é “melhor para esse homem não ter nascido”. Esta dura frase chama-nos a refletir sobre a gravidade da escolha de Judas e as consequências de afastar-se do amor de Deus.

A Páscoa é o ponto de encontro entre a salvação e a traição, entre a obediência ao plano divino e a escolha pessoal que nos distancia de Deus. Cada um dos discípulos, ao ouvir a declaração de Jesus, questiona-se, em profunda tristeza: “Porventura serei eu, Senhor?” Essa dúvida genuína manifesta a fragilidade humana diante das tentações e da incerteza.

A traição de Judas não é apenas um ato histórico, mas uma reflexão sobre como cada um de nós pode, em pequenos gestos diários, afastar-se de Cristo. A nossa missão é, ao contrário de Judas, buscar sempre a proximidade com o Senhor e não deixar que o nosso coração se endureça, afastando-nos da Sua vontade.

Convido-te, portanto, a refletir sobre a tua relação com Deus e a ser fiel, mesmo nas dificuldades. Que a nossa oração seja sincera e constante, buscando sempre a misericórdia e o perdão de Deus.

Oração:

Senhor Jesus,
Tu conheces os meus caminhos e o meu coração.
Perdoa-me pelas vezes que, como Judas, me afastei de Ti.
Dá-me a força para Te seguir com fidelidade,
para que a minha vida seja um reflexo do Teu amor e da Tua misericórdia.
Ajuda-me a discernir sempre a Tua vontade e a caminhar na verdade,
sem ceder às tentações que me afastam de Ti.
Que, como os Teus discípulos, eu possa perguntar com sinceridade:
“Porventura serei eu, Senhor?”
E que a minha resposta seja sempre “Sim” ao Teu chamado.
Amém.

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04 15 Jo 13, 21-33.36-38 Terça «Um de vós há de entregar-me…Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes

04 15 Jo 13, 21-33.36-38 Terça «Um de vós há de entregar-me…Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes

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Evangelho de Nosso Senhor Jesus segundo S. João .

**21** Tendo dito isto, Jesus perturbou-Se em Seu espírito e declarou: «Em verdade, de vos digo: Um de vós há de entregar-Me».  .

**22** Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem Ele falava.  .

**23** Um deles, o que Jesus amava, estava recostado ao lado de Jesus.  .

**24** Simão Pedro fez-lhe sinal e disse-lhe: «Pergunta de quem é que Ele fala».  .

**25** Então, aquele discípulo, reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-Lhe: «Senhor, quem é?»  .

**26** Jesus respondeu: «É aquele a quem Eu der o bocado de pão embebido». E, molhando um bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.  .

**27** Logo que Judas recebeu o bocado de pão, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe: «O que tens a fazer, fá-lo depressa»

**28** Nenhum dos presentes compreendeu porque é que Ele lho disse.  .

**29** Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam que Jesus lhe estava a dizer: «Compra o que precisamos para a festa», ou que desse alguma coisa aos pobres.  .

**30** Depois de receber o bocado de pão, Judas saiu imediatamente. Era noite.  .

**31** Depois que Judas saiu, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado n’Ele.  .

**32** Se Deus foi glorificado n’Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo, e glorificá-l’O-á sem demora.  .

**33** Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Vós haveis de procurar-Me, e agora vos digo, como disse aos judeus: ‘Para onde Eu vou, vós não podeis ir’.  .

**36** Disse-Lhe Simão Pedro: «Senhor, para onde vais?» Jesus respondeu-lhe: «Para onde Eu vou, tu não Me podes seguir agora, mas seguir-Me-ás mais tarde».  .

**37** Pedro disse: «Senhor, porque é que não Te posso seguir agora? Eu darei a minha vida por Ti!»  .

**38** Jesus respondeu-lhe: «Darás a tua vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».  

REFLEXÃO

O Evangelho desta terça-feira mergulha-nos no drama íntimo da Última Ceia. Jesus está profundamente perturbado. Sabe o que se aproxima, sente a dor da traição e da negação. Não é o medo da cruz que o abala, mas o sofrimento humano da rejeição por aqueles que ama.

Judas recebe o bocado de pão e sai. “Era noite.” Esta frase encerra o peso simbólico de toda a cena. A noite desce sobre o coração de Judas, sobre a casa onde Jesus partilha a ceia, e sobre o mundo que se prepara para rejeitar o Amor feito carne. No entanto, Jesus fala de glorificação. É precisamente neste momento de trevas que brilha a luz da entrega: “Agora foi glorificado o Filho do Homem.”

Jesus não foge da dor, mas abraça-a como caminho de salvação. O mistério da glória passa pela entrega total, pelo esvaziamento, pelo dom. E é nesse contexto que Pedro se revela também frágil. Garante que dará a vida por Jesus, mas este conhece-lhe o coração: “Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes.”

Na Semana Santa, somos chamados a reconhecer-nos nestas figuras. Em Judas, a tentação da fuga e da manipulação. Em Pedro, o entusiasmo sincero mas frágil, que cai perante o medo. E em Jesus, a fidelidade absoluta, mesmo quando tudo à volta desaba.

Este Evangelho convida-nos a fazer silêncio e a reclinar a cabeça sobre o peito de Jesus, como o discípulo amado. A escutar os seus segredos, a acolher a Sua dor, a não fugir quando tudo se torna escuro. E sobretudo, a confiar que, mesmo na noite mais densa, a luz da glória já começou a brilhar.

🙏 Oração

Senhor Jesus,
na noite da traição e da negação,
permanece connosco com o Teu amor fiel.
Ajuda-nos a reconhecer as nossas fraquezas,
mas também a não desistir de Te seguir.
Dá-nos um coração como o do discípulo amado,
capaz de escutar-Te no silêncio e de permanecer junto de Ti.
Ámen.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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04 14 Jo 12, 1-11 Segunda «Deixa-a em paz. ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura».

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04 14 Jo 12, 1-11 Segunda «Deixa-a em paz. ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura»..

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1 **Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele ressuscitara dos mortos.**  

2 **Ofereceram-Lhe lá um jantar. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Ele.**  

3 **Maria, tomando uma libra de perfume de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com os seus cabelos. A casa encheu-se com a fragrância do perfume.**  

4 **Então, disse Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que O havia de entregar:**  

5 **«Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?»**  

6 **Dizia isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa do dinheiro, tirava o que lá se metia.**  

7 **Jesus respondeu: «Deixa-a em paz; ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura.**  

8 **Porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a Mim nem sempre Me tendes».**.

9 **Soube então que uma grande multidão de judeus tinha vindo a Betânia, não só por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, que Ele ressuscitara dos mortos.**  

10 **Os sumos sacerdotes decidiram matar também Lázaro,**  

11 **porque por causa dele muitos judeus os abandonavam e acreditavam em Jesus.**  

 

REFLEXÃO .

João 12, 1-11 — Segunda-feira Santa

«Deixa-a em paz. Ela guardou o perfume para o dia da minha sepultura.».

Estamos a seis dias da Páscoa. A casa de Betânia torna-se um santuário da intimidade, onde Jesus partilha a mesa com Lázaro, ressuscitado, e é servido por Marta e ungido por Maria. Cada gesto é carregado de sentido pascal. Neste ambiente de amizade, Maria rompe o frasco de perfume e unge os pés de Jesus, num gesto ousado e terno, antecipando, sem o saber, a unção do corpo sepultado.

Maria não fala, mas a sua linguagem é a do amor puro e gratuito. O perfume que inunda a casa é sinal da entrega total. E Jesus reconhece esse gesto como profético: «Ela guardou este perfume para o dia da minha sepultura». A unção de Maria é já um anúncio da cruz, mas também da Ressurreição. A morte está próxima, mas ela é atravessada por este amor que não calcula, que não poupa, que não espera.

Em contraste, Judas fala de dinheiro e de aparente preocupação com os pobres. Mas as suas palavras são denunciadas pelo evangelista: não vêm da caridade, mas da cobiça. Neste diálogo entre o gesto de Maria e a crítica de Judas, vemos duas atitudes perante Jesus: o dom gratuito e o cálculo egoísta. O amor verdadeiro sabe reconhecer o momento único da presença de Jesus e não o deixa passar.

Hoje, somos convidados a identificar em nós o coração de Maria — que ama, serve, dá — ou o coração de Judas — que manipula, finge, retém. O caminho para a Páscoa passa pela escolha de amar como Maria, mesmo quando o mundo à nossa volta prefere manter-se à distância.

🙏 Oração

Senhor Jesus,
na casa de Betânia encontraste descanso e carinho
antes da tua paixão.
Dá-nos um coração como o de Maria:
silencioso, adorador, gratuito.
Ensina-nos a amar-Te com gestos concretos,
sem medo do desperdício,
com a generosidade que perfuma o mundo.
Ámen.

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