Monthly Archives: April 2025

04 26 Cantar a ternura de Deus

Papa Francisco

Papa dize: Precisamos de ser Revolucionarios na ternura de Deus, logo lembrei-me de um.Titulo escolhido por mim em 2005.
“CANTAR A TERNURA DE DEUS”

A TERNURA DE DEUS 

EELMOH – DICTOF

Deus, para nos explicar em gesto o seu AMOR,

enviou ao mundo o seu proprio Filho para nos revelar, pôr às claras, que Deus não é a pessoa de uma himaginação. Deus é Pai, proximo do ser humano, capaz de tranformar o ser humano em anjos da Sua casa. Porém,  isso não seria possivel sem a voa vontade do proprio homem.

Deus nos caricia com o seu dedo e saliva para nos corar, corar, com as suas mãos,  para nos levantar e libertar do poder do mal e do mundo que oprime.

Somos o livro onde Ele escreve.

——-

 Medito, sobre esta Ternura, em que o Papa Francisco me ajudou a meditar.

 

A ternura de Deus é o amor que se faz próximo e concreto. 

É um movimento que parte do coração e que chega aos olhos, aos ouvidos e mãos. Deus usou seus olho nos ver, seus ouvidos nos ouvir e escutar, para escutar o grito dos pequenos, dos pobres, dos oprimidos, de quem teme o futuro.

Deus usou seus ouvidos para escutar a terra  contaminada e doente, com todos os seus habitantes à beira dos perigos. 

 

A ternura de Deus usau as mãos e o coração para acariciar os sem vozes, os últimos e injustiçados, para cuidar do outro na sua impotência  e debelidade.

 

A ternura de  Deus, é a linguagem dos pequenos, de quem precisa do outro, das crianças e seus pais que sofrem.

 

A ternura de Deus, fez-se pequeno e abaixou-se ao nivel do outro, sem contentar-se com seus pecados, a ternura, desceu até ao chão dos pobres, para escrever com seu dedo, na vida dos que gritam por socorro  a palavra” libertar, salvar” .

 

 A ternura é tem voz femenina e genuína, pura, simples e humilde, pois é o caminho que oercorreu a Maria de Nazaré, São Joseph et tantas outras homens e mulheres que aprenderam com a voz  dessa Ternura e percorreram caminhos pedregulhos,  corajosos e fortes, seus pés feridos pelo cansaço, marcas nos seus corpos pelos espinhos, afim de levarem a ternura escrita nas suas vidas pelo selo do Espirito de Amor Divino e Infinito.

 

 A ternura de Deus  jamais foi um fracasso, mas foi 

sinal de fortaleza que não se pode entender pela simples inteligencia humana.

 

 A ternura é o que o Papa Francisco nos ensinou em nome de Jesus:

Por vezes dependo-me de alguem, por vezes, alguem depende de mim.

É com humildade que se pode expressar a ternura de Deus em nossos Irmãos.

Usar do afecto para com os mais pequenos e os que sofrem, pode  chama-se: Aproximidade, palavra que usou nuitas vezes o Papa Francisco. 

 

A Ternura de Deus é vida, é força, é querer fazer o bem, é ir à pressa para salvar, é estar atento ao grito dos pobres e miseraveis em varios sentidos.

 

 Rezemos:

Ó Deus fonte de tida graça e de tida a ternura, ajuda-nos a ter a Ternura do teu Filho Jesus e de Sua Santíssima Mãe em nossos corações. 

 Que a tua Misericordia seja a nossa fortaleza, como expressão da tua ternura. Amem.

 

Ir. J. Moura

27-4-2025

### **Comentário sobre o texto:**  

 

O texto *”A Ternura de Deus!”* é uma profunda reflexão sobre o amor divino, expresso na proximidade, compaixão e ação concreta de Deus na vida humana. A linguagem é poética e evocativa, usando imagens sensoriais (o toque, a escuta, o olhar) para transmitir a ideia de um Deus que não é distante, mas que se inclina para cuidar dos mais frágeis.  

 

O autor destaca a encarnação de Cristo como o gesto supremo dessa ternura, mostrando que Deus não é uma abstração, mas um Pai que se faz presente, especialmente junto aos pobres, oprimidos e marginalizados. A referência ao Papa Francisco reforça a dimensão pastoral e misericordiosa dessa mensagem, alinhada com a teologia do cuidado e da “cultura do encontro”.  

 

A ternura divina é descrita como uma força transformadora, que exige resposta humana (a “boa vontade”) e se manifesta em gestos de amor concreto. A oração final sintetiza o desejo de que os fiéis se tornem instrumentos dessa mesma ternura no mundo. 

 

04 27 SALMO RESPONSORIAL Salmo 2, 1-3.4-6.7-9 (R. cf. 12d ou Aleluia)  Refrão: Felizes aqueles que confiam no Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 2, 1-3.4-6.7-9 (R. cf. 12d ou Aleluia) 
Refrão: Felizes aqueles que definem no Senhor.

Porque se agita em tumulto as nações
e os povos pretendem ir projetos?
Revoltam-se os reis da terra
e os príncipes conspiram juntos
contra o Senhor e contra o seu Ungido:
«Quebremos as suas algemas
e atiremos para longe o seu jugo». Refrão

Aquele que mora nos céus sorri,
o Senhor escarnece deles.
Então eles falam com ira
e com sua cólera os atemoriza:
«Fui Eu quem ungiu o meu Rei
sobre Sião, minha montanha sagrada». Refrão

Vou proclamar o decreto do Senhor.
Ele disse-me: «Tu és meu filho, Eu hoje te gerei.
Pede-me e te darei as nações como herança
e os confins da terra para teu domínio.
Hás-de governá-los com cetro de ferro,
quebrá-los como vasos de barro». Refrão

Partilha

  1. Pergunta:
    Porque é que as nações e os reis se revoltam contra o Senhor e o seu Ungido?

  2. Pergunta:
    Como reage Deus diante da revolta das nações?

3. Pergunta:
Que promessa faz o Senhor ao seu Filho Ungido?

04 23 Lc 24, 13-35 Quarta «Reconheceram-n’O ao partir o pão»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?» Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias». E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de seguir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconhe¬¬ceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.

Palavra da salvação.

 

Lectio Divina – Caminho de Emaús: da desilusão ao fogo do coração

🕯️ Evangelho de Lucas 24,13-35

Tema geral:

Este texto do caminho de Emaús retrata o percurso interior da fé, da dor à esperança, da cegueira espiritual ao reconhecimento da presença viva de Cristo. É um percurso eclesial: escutar, partilhar, discernir e celebrar. É também um retrato da missão da Igreja nascente e, à luz do nosso tempo, um espelho da liderança pastoral e profética do querido Papa Francisco, que, tal como Cristo com os discípulos, caminhou connosco, escutou, explicou, partiu o pão e deixou-nos o fogo no coração.


🧭 Contexto sócio-religioso:

Nos dias após a crucifixão, os discípulos estavam confusos, desiludidos e com medo. A esperança que tinham em Jesus como Messias político fora destruída. A comunidade cristã primitiva encontrava-se dispersa e fragilizada. Neste cenário, o Ressuscitado não aparece em glória, mas no caminho, na conversa, no partir do pão – mostrando que a fé se vive na vida quotidiana, na escuta e na partilha comunitária.


🔥 Meditação:

  • Os discípulos estão a fugir da cruz, a afastar-se de Jerusalém. E Jesus vai ao encontro da sua tristeza e desencanto. Assim também a Igreja, tantas vezes cansada e desanimada, é visitada pelo Ressuscitado no meio do caminho.

  • Cléofas e o companheiro (representando toda a comunidade crente) não reconhecem Jesus. Porque esperavam um Messias à sua maneira. A presença de Cristo ultrapassa sempre as nossas imagens.

  • Ao escutar as Escrituras e partilhar o pão, os seus olhos abrem-se: é no coração ardente e na comunhão eucarística que Jesus se revela. Eis a missão da Igreja!

  • O Papa Francisco, com o seu estilo pastoral próximo, atento aos pobres, à escuta das periferias e ao discernimento comunitário (Sínodo!), soube “arder connosco” no caminho. O seu legado é o de uma Igreja sinodal, simples, profética e misericordiosa, muito próxima desta cena de Emaús.


💭 Perguntas para meditação:

  1. Em que momentos da minha vida me senti a fugir de Jerusalém, desiludido com Deus ou comigo próprio?
  2. Como reconheço Jesus que caminha comigo hoje? Estou atento às Suas palavras e sinais?
  3. O que me faz “arder o coração”? Tenho deixado Cristo aquecer-me com o fogo da Sua Palavra?
  4. O que significa para mim ser Igreja sinodal, à luz deste Evangelho e do legado do Papa Francisco?

🖼️


🙏 Oração final:

Ficai connosco, Senhor,
porque a noite vai caindo e o coração precisa do Vosso calor.
No cansaço dos caminhos, na dúvida e no medo,
aproximai-Vos de nós como naquele entardecer de Emaús.
Abri os nossos olhos para que Vos reconheçamos na Palavra e no Pão.
Fazei arder em nós o fogo do Evangelho,
como ardia o coração dos discípulos quando faláveis connosco.
Abençoai a Vossa Igreja, herdeira da missão apostólica,
e fortalecei o legado do nosso amado Papa Francisco,
que nos ensinou a caminhar juntos, escutar e discernir.
Com ele, com os santos, com todos os irmãos no caminho,
dai-nos olhos para ver-Vos e pés prontos para anunciar que estais vivo.
Ámen.

🌿

04 22 Gospel – John 20:11-18 “I have seen the Lord, and He said to me…”

Leave a reply

Gospel – John 20:11-18
“I have seen the Lord, and He said to me…”

A reading from the Holy Gospel according to John:

At that time, Mary Magdalene was weeping outside the tomb. As she wept, she bent over to look into the tomb and saw two angels in white sitting where the body of Jesus had been, one at the head and the other at the feet. They said to her, “Woman, why are you weeping?” She replied, “Because they have taken my Lord, and I do not know where they have laid Him.”

After saying this, she turned around and saw Jesus standing there, but she did not recognize that it was Jesus. Jesus said to her, “Woman, why are you weeping? Whom are you seeking?” Thinking He was the gardener, she said to Him, “Sir, if you have taken Him away, tell me where you have laid Him, and I will take Him.”

Jesus said to her, “Mary!”
She turned and said to Him in Hebrew, “Rabboni!”—which means “Teacher!”

Jesus said to her, “Do not hold on to Me, for I have not yet ascended to the Father. But go to My brothers and tell them, ‘I am ascending to My Father and your Father, to My God and your God.’”

Mary Magdalene went and announced to the disciples, “I have seen the Lord,” and she told them what He had said to her.

The Gospel of the Lord.

Lectio Divina in a Time of Departure to the Father’s Home
🌿 Contemplation and Silence

In reverent silence, let us allow ourselves to be touched by the mystery of this encounter between Mary Magdalene and the Risen One, in the light of Pope Francis’ departure to the Father’s Home, Like Mary at the tomb, we too weep. We weep for the absence of a familiar face, the longing for a voice that, like Jesus’, knew how to call us by name: “brothers, sisters, pray for me.” We weep, but… are we ready to see Him?

In the garden where death seemed to triumph, Life now shines forth. Mary, image of the Church, walks from mourning to mission. Upon hearing her name, she is reborn into a new vision: she no longer seeks a dead body, but encounters the Living Lord. This is how all true prayer begins: when we allow God to call us in the deepest part of ourselves, and we respond: “Master!”

🌿 Meditation: A Presence that Transforms

Today, Mary’s lament is ours: “They have taken my Lord…” Do we not feel this cry in our souls as we witness the departure of the one who showed us Jesus through simple gestures, courageous words, and a fatherly heart?

But Jesus is here, even when we do not recognize Him. And He calls us by name. And if, in this very moment, He says to you: “Joseph… Mary… John… Peter…”—will you recognize His voice?
Do you feel the warmth of His love lifting you from sorrow? Or are you still trapped in the tomb of your own disillusionment?

Pope Francis taught us, like Mary, to go out to meet others with the joy of the Gospel — not to hold on to Jesus, but to proclaim Him. Now it is he who goes up to the Father, like Christ, in peace. And we? What do we do with the treasure he left us?

Prayer:
Lord Jesus, Master and Friend,
 

Like Mary Magdalene, we often weep at the doors of tombs — of loss, of silence, of longing.
But You are alive, present, risen!
You call us by name, lift us with Your voice, send us with Your mission.
Today, as we remember Pope Francis, we give You thanks for the gift of his life.
May his passing lead us to true conversion, to deeper prayer, to a more vibrant faith.
May we too be able to say with burning hearts:
“I have seen the Lord!”
And bear witness to Him with our lives. Amen.

Prayer:
Lord Jesus, Master and Friend,
 

04 22 EVANGELHO Jo 20, 11-18 «Vi o Senhor e disse-me…»….

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Maria Madalena estava a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus. Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?» Ela respondeu- lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram». Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?» Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar». Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.

Palavra da salvação….

*Lectio divina em tempo de partida para a Casa do Pai*  .

**🌿 Contemplação e silêncio:**.

Em silêncio reverente, deixemo-nos tocar pelo mistério deste encontro entre Maria Madalena e o Ressuscitado, à luz da partida do Papa Francisco para a Casa do Pai. Como Maria junto ao sepulcro, também nós choramos. Choramos a ausência de um rosto, a saudade de uma voz que, como a de Jesus, sabia chamar-nos pelo nome: “irmãos, irmãs, rezem por mim”. Choramos, mas… estamos preparados para O ver?.

No jardim onde a morte parecia triunfar, resplandece a Vida. Maria, imagem da Igreja, caminha do luto à missão. Ao ouvir o seu nome, ela renasce para uma nova visão: já não procura um corpo morto, mas encontra o Senhor vivo. É assim que começa toda verdadeira oração: quando deixamos que Deus nos chame no mais íntimo, e respondemos: “Mestre!”..

🌿 Meditação: uma presença que transforma**.

Hoje, o lamento de Maria é o nosso: “Levaram o meu Senhor…”. Não sentimos isto na alma ao ver partir aquele que nos mostrou Jesus com gestos simples, palavras corajosas e um coração paternal?…

Mas Jesus está aqui, mesmo quando não O reconhecemos. E chama-nos pelo nome. E se neste momento Ele te disser: *“José… Maria… João… Pedro…”*, tu reconhecerás a Sua voz? Sentes o calor do Seu amor a reerguer-te da dor? Ou ainda estás preso/a ao túmulo das tuas desilusões?.

O Papa Francisco ensinou-nos, como Maria, a ir ao encontro dos outros com a alegria do Evangelho. Não para reter Jesus, mas para anunciá-Lo. Agora é ele quem sobe ao Pai, como Cristo, em paz. E nós? O que fazemos com o tesouro que ele nos deixou?.

**🌿 Oração:**.

 

> **Senhor Jesus, Mestre e Amigo,**

como Maria Madalena, tantas vezes choramos à porta de túmulos — de perdas, de silêncios, de saudades. Mas Tu estás vivo, presente, ressuscitado!  Chama-nos pelo nome, levanta-nos com a Tua voz, envia-nos com a Tua missão.

Hoje, ao lembrarmos o Papa Francisco, damos-Te graças pelo dom da sua vida.  Que a sua partida nos conduza à conversão verdadeira,a uma oração mais íntima, a uma fé mais viva.Que também nós possamos dizer com a alma em fogo:

“Vi o Senhor!” > E testemunhá-Lo com a vida. Ámen.

 

 

04 21 Lectio Divina – Segunda-feira da Oitava da Páscoa Mt 28, 8-15 – A aparição às santas mulheres

.

..

 

EVANGELHO Mt 28, 8-15
«Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia»

.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição. Entretanto, Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão». Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido. Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos soldados uma soma avultada de dinheiro, com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O, enquanto nós estávamos a dormir’. Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos deixem em paz». Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje.
Palavra da salvação.

.

🕊️ Introdução

Celebramos hoje a alegria pascal com o Evangelho da aparição de Jesus às santas mulheres. Este encontro inesperado, cheio de ternura e missão, revela-nos o rosto de um Deus vivo que nos envia a anunciar a esperança. Escutemos a Palavra com fé e deixemo-nos transformar por ela.

 

 

1. Lectio – Leitura atenta da Palavra

«Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia» (Mt 28,10)

Maria Madalena e a outra Maria, depois de visitarem o túmulo, saem cheias de temor e de grande alegria. É neste movimento de fé e obediência que Jesus lhes aparece. Elas reconhecem-n’O, adoram-n’O e escutam d’Ele uma missão: anunciar aos discípulos que Ele os espera na Galileia. Ao mesmo tempo, os guardas, testemunhas da Ressurreição, são comprados para espalhar uma mentira.

2. Meditatio – Meditação e interiorização

Este encontro de Jesus com as mulheres é profundamente revelador: Cristo ressuscitado é o mesmo que sofreu, mas agora glorioso, vem ao encontro dos que O procuram. As mulheres representam a comunidade crente que, apesar do medo, acolhe a alegria e corre a anunciar. A Galileia simboliza o regresso ao quotidiano com um olhar novo, iluminado pela fé. Em contraste, os guardas representam o mundo que tenta silenciar a verdade com artimanhas e interesses. Hoje, como ontem, a verdade da Ressurreição é confrontada com o poder da mentira. Mas Jesus continua a manifestar-se a quem O procura com coração sincero.

3. Oratio – Oração espontânea

🙏
Senhor Jesus Ressuscitado,
Tu que vieste ao encontro das mulheres com alegria e paz,
vem também ao nosso encontro neste dia.
Fortalece-nos contra o medo e dá-nos coragem para anunciar-Te
com simplicidade e verdade,
nas nossas Galileias do dia-a-dia.
Faz de nós mensageiros da Tua presença viva
e testemunhas da Tua luz, mesmo em tempos de escuridão.

4. Contemplatio – Silêncio e presença

Fica em silêncio alguns momentos. Imagina-te a correr com as mulheres, sentires a alegria e o temor… e, de repente, Jesus aparece diante de ti. Que te diz? Que missão te confia hoje? Escuta-O no fundo do coração…

**************************************************************************************************************************************************************

Perguntas para partilha na Lectio Divina de hoje:

  1. “O que mais te tocou neste encontro entre Jesus e as mulheres?”
    – Uma palavra? Um gesto? A missão confiada?

  2. “Já viveste alguma vez um ‘encontro inesperado’ com Cristo, como estas mulheres?”
    – Em que circunstâncias? Como reconheceste a Sua presença?

  3. “Qual é hoje a tua ‘Galileia’?
    – Em que lugar ou situação quotidiana sentes que Jesus te espera e te envia a testemunhar a fé?

  4. “Que formas subtis de ‘mentira’ ou negação da fé encontras no mundo à tua volta?”
    – Como podes responder a isso com verdade e serenidade?

  5. “O que sentes que Jesus te está a confiar hoje como missão concreta?”
    – A quem és chamado a levar a alegria da Ressurreição?

  6. “Como acolhes a mistura de temor e alegria na tua caminhada espiritual?”
    – De que maneira essas emoções te podem aproximar de Deus?

  7. “Que palavras dirias a Jesus se Ele hoje Se apresentasse diante de ti como fez com as mulheres?”
    – Um louvor? Um pedido? Um silêncio adorador?

 

04 21 Segunda Feira da oita

Tema geral: Jesus ressuscitado, centro da nossa fé, fonte da confiança e da missão.

No frescor da manhã pascal, Pedro levanta-se e toma a palavra. Já não é o pescador tímido, nem o homem do medo ou da negação. É agora uma testemunha inflamada, moldada pelo fogo do Espírito. Proclama à multidão, com voz firme e coração ardente, que Jesus de Nazaré, crucificado por mãos humanas, foi ressuscitado por Deus. E que tudo o que aconteceu — da dor à glória — já estava anunciado nas Escrituras.

Pedro não fala de cor: fala com o coração repleto da certeza que nasce do túmulo vazio. Ele recorda o Salmo de David, onde já ecoava uma esperança que parecia impossível: “não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso fiel conhecer a corrupção.” Este mesmo salmo é hoje o nosso cântico.

Com David e com Pedro, também nós entoamos:
“Vós me ensinareis o caminho da vida.”
O Salmo 15 é a respiração confiante de quem já vislumbrou a luz para além da morte. É o cântico de quem caminha com Deus à sua direita e, por isso, não vacila. É a voz pascal de quem vive não para si, mas para o Senhor da Vida.

Mas se Pedro proclama e o salmo confirma, o Evangelho revela.
As mulheres, primeiras mensageiras da Ressurreição, correm entre a surpresa e o temor. O anjo tinha-lhes dito que Jesus estava vivo. Mas eis que Ele próprio Se lhes apresenta, humilde e glorioso, dizendo: “Salve!” Elas tocam os seus pés e adoram. É o encontro com o impossível tornado real.

Enquanto estas mulheres anunciam a vida, os chefes conspiram com a mentira. Assim será sempre: a verdade da Páscoa é luz para uns e escândalo para outros. O mundo hesita entre o anúncio e a negação. Mas o nosso coração sabe: o Ressuscitado caminha connosco.

E hoje, este anúncio passa por nós.
Somos Pedro, somos as mulheres do sepulcro, somos o salmista.
Somos os novos portadores da luz, chamados a gritar com a vida que Cristo ressuscitou e que a morte já não tem a última palavra.

Vivamos, pois, como quem viu o Senhor.
Falemos como quem foi incendiado pelo Espírito.
Cantemos como quem já provou a eternidade.
E corramo-nos, como as mulheres, a levar ao mundo a alegria pascal.

 

https://liturgia.pt/liturgiadiaria/dia.php?data=2025-4-21

 

 

04 27 Jo 20, 19-31 Domingo da Misericórdia «Oito dias depois, veio Jesus…»

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

Palavra da Salvação

 

REFLEXÃO

Este Evangelho leva-nos ao coração da fé pascal e revela o rosto misericordioso de Jesus. No primeiro dia da semana, ao cair da tarde, os discípulos estão fechados por medo. É nesse cenário de fragilidade e insegurança que Jesus entra, atravessando portas trancadas, e oferece o dom da paz: «A paz esteja convosco».

Com este gesto, Jesus não apenas acalma os corações; Ele dá início a uma nova criação. Sopra sobre eles o Espírito Santo, como Deus soprou sobre o homem no Génesis. A missão é clara: levar o perdão dos pecados ao mundo, prolongar no tempo a misericórdia do Ressuscitado.

A figura de Tomé destaca-se neste relato. A sua ausência inicial e posterior incredulidade não são censuradas por Jesus. Pelo contrário, o Senhor acolhe as suas dúvidas e oferece-Lhe os sinais que ele precisa. O Ressuscitado não rejeita quem hesita, mas aproxima-Se com delicadeza e convida à fé. Quando Tomé toca as chagas, não toca apenas a carne, mas toca o amor ferido que se fez dom até ao fim. A sua resposta é a mais bela profissão de fé do Evangelho: «Meu Senhor e meu Deus».

Este Domingo celebra-se a Divina Misericórdia, instituído por São João Paulo II. É o dia em que a Igreja proclama que o coração de Jesus, transpassado na cruz, permanece aberto para acolher, perdoar e renovar. A paz que Ele oferece, o Espírito que sopra e as feridas que mostra são sinais vivos da Sua ternura.

Hoje, somos convidados a abrir as portas do nosso coração, a deixar que o Ressuscitado entre nas nossas angústias e a sermos testemunhas do Seu perdão. A misericórdia não é uma ideia, mas uma experiência concreta de encontro com Cristo.

🙏 Oração
Jesus, Senhor da Paz e da Misericórdia,

 entra também nas minhas portas fechadas,
 toca as minhas feridas e fortalece a minha fé.
 Que eu proclame com Tomé: Meu Senhor e meu Deus! Ámen.

.

04 26 Mc 16, 9-15 – Sábado 📌 As aparições de Jesus e o envio dos discípulos

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Jesus ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu em primeiro lugar a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. Ela foi anunciar aos que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e pranto. Eles, porém, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram. Depois disto, manifestou-Se com aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo. E eles correram a anunciar aos outros, mas também não lhes deram crédito. Mais tarde apareceu aos Onze, quando eles estavam sentados à mesa, e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de coração, porque não acreditaram naqueles que O tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura».

Palavra da salvação.

 

REFLEXÃO

 

Este breve mas intenso trecho do Evangelho de Marcos apresenta-nos três momentos decisivos: a manifestação do Ressuscitado, a resistência à fé dos discípulos, e o envio missionário. A sequência revela a paciência divina e a força da missão.

Jesus aparece primeiro a Maria Madalena, figura de profundo amor e gratidão, pois d’Ele recebera libertação e vida nova. Ela torna-se a primeira anunciadora da Ressurreição, mas a sua palavra não é acolhida. De igual modo, dois discípulos, no caminho, testemunham o encontro com o Senhor, mas são também ignorados. Esta recusa inicial dos discípulos não é ocultada: é posta à luz, revelando a dificuldade real de aceitar a vitória de Cristo sobre a morte.

Jesus, ao aparecer finalmente aos Onze, não esconde a Sua decepção com a incredulidade deles. Mas não os abandona nem os substitui. Pelo contrário, confia-lhes a missão mais importante da história: levar o Evangelho a toda a criatura. É um gesto de grande misericórdia: Jesus escolhe como apóstolos os mesmos que duvidaram d’Ele. A fé nasce assim da misericórdia e do envio.

Esta página convida-nos a reconhecer o Ressuscitado na nossa vida, a superar o cansaço, o medo e o cepticismo, e a colocar-nos em marcha. A missão nasce do encontro com o Ressuscitado e da certeza de que Ele continua vivo, presente, atuante. O Evangelho não é uma teoria, mas uma Pessoa viva que transforma.

Hoje, somos também nós enviados. Mesmo com as nossas dúvidas e limites, Jesus chama-nos a anunciar com a vida a esperança da Ressurreição. Não se trata apenas de pregar com palavras, mas de ser testemunhas vivas do amor de Deus.

🙏 Oração
Senhor Jesus, ressuscitado e vivo,
liberta o meu coração da incredulidade
e envia-me com coragem a proclamar o Teu Evangelho.
Que eu seja sinal do Teu amor no mundo. Ámen.

🖼️

 

 

 

 

 

04 25 Jo 21, 1-14 – Sexta-feira 📌 A pesca milagrosa e a refeição com Jesus ressuscitado

 

«Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho,

fazendo o mesmo com o peixe»

..

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Jesus manifestou-Se novamente aos discípulos junto ao Mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galileia. Também estavam presentes os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes então Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. Então o discípulo predileto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam distantes apenas uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Logo que saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes. E, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar: «Quem és Tu?»: bem sabiam que era o Senhor. Então Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus Se manifestou aos discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Palavra da salvação.

Reflexão

Este belíssimo relato da pesca milagrosa e da refeição com Jesus ressuscitado é um dos momentos mais ternos e simbólicos do Evangelho. Após a noite infrutífera, os discípulos são surpreendidos ao romper da manhã por uma voz que os orienta. Obedecem, sem ainda reconhecerem quem fala, e a abundância de peixes revela-lhes a identidade de quem está na margem: “É o Senhor!”

Esta manifestação de Jesus acontece quando os discípulos estão a retomar a sua actividade anterior: a pesca. É ali, no contexto do trabalho e da vida quotidiana, que o Ressuscitado se faz presente. Isto revela-nos que o encontro com Cristo não se limita ao templo ou a momentos sagrados, mas pode dar-se no meio da nossa rotina, do cansaço e até do fracasso.

A pesca abundante é sinal da eficácia da missão quando é orientada por Cristo. Sozinhos, os discípulos nada apanham; com a palavra do Senhor, a rede enche-se de vida. A cena é também profundamente eucarística: Jesus oferece pão e peixe, como no milagre da multiplicação, num gesto de comunhão e cuidado.

O discípulo predilecto reconhece Jesus pela fé, Pedro responde com amor ardente e impulsivo. Todos juntos participam do banquete com o Senhor, sinal da comunhão que nasce da Ressurreição.

Hoje, este Evangelho convida-nos a reconhecer o Senhor nas nossas manhãs, nas nossas falhas e nos frutos inesperados da obediência. Ele está connosco, orienta-nos, convida-nos a partilhar e a confiar. Onde houver amor, partilha, escuta e fé, aí está o Ressuscitado.

🙏 Oração
Senhor Jesus Ressuscitado,
quando as redes da vida nos parecem vazias,
vem Tu ao nosso encontro e enche-as com a Tua presença.
Faz-nos reconhecer-Te no partir do pão e na abundância dos dons
que nos ofereces cada manhã. Ámen.

.

 

 

 

04 24 Lc 24, 35-48 – Quinta-feira 📌 Jesus aparece aos discípulos e come com eles

EVANGELHO Lc 24, 35-48

«Assim está escrito que o Messias havia de sofrer

e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia»


. .Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão. Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes Jesus: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?» Deram-Lhe uma posta de peixe assado, que Ele tomou e começou a comer diante deles. Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’». Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de todas estas coisas».

Palavra da salvação.

 

Reflexão

Este Evangelho continua o relato do dia da Ressurreição, ligando-se diretamente à narrativa dos discípulos de Emaús. Agora, Jesus aparece no meio dos discípulos reunidos, oferecendo-lhes a Sua paz e confirmando que está verdadeiramente vivo, com corpo e presença real. Ao mostrar-lhes as mãos e os pés, e ao comer diante deles, Jesus desfaz qualquer dúvida: não é um espírito, é o Ressuscitado, aquele mesmo que foi crucificado.

Os discípulos ainda hesitam entre a alegria e o espanto, incapazes de compreender o que os olhos veem. Mas Jesus, com paciência e amor, conduz os seus à fé plena. Ele abre-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras, mostrando que tudo o que aconteceu — paixão, morte e ressurreição — estava já anunciado na Lei, nos Profetas e nos Salmos.

Neste gesto de abertura das Escrituras, Jesus cumpre o que é central para a fé cristã: a unidade entre o Antigo e o Novo Testamento, a continuidade do plano de Deus, e a necessidade do sofrimento redentor para alcançar a glória da Ressurreição. E depois deste dom, Jesus confia-lhes uma missão: serem testemunhas da sua morte e ressurreição, e anunciarem o perdão dos pecados a todos os povos.

Também nós somos hoje chamados a viver e a testemunhar esta verdade. A fé no Ressuscitado não é um sentimento íntimo e secreto, mas uma certeza alegre e pública, que nos envia ao mundo com a missão de proclamar a paz, a misericórdia e o perdão de Deus.

🙏 Oração
Senhor Jesus Ressuscitado,
Tu que vieste ao nosso encontro com paz e ternura,
fortalece a nossa fé vacilante
e abre o nosso entendimento para compreender as Escrituras.
Faz de nós testemunhas corajosas do Teu amor e da Tua vitória. Ámen.

04 23 Lc 24, 13-35 – Quarta-feira 📌 Os discípulos de Emaús

 

EVANGELHO Lc 24, 13-35

«Reconheceram-n’O ao partir o pão»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?» Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias». E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de seguir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconhe¬¬ceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.

 Palavra da salvação.

 REFLEXÃ0

O episódio dos discípulos de Emaús é um dos mais belos e reveladores da presença do Ressuscitado. Nele se entrelaçam dor, esperança, escuta e fé. Os dois discípulos caminham desiludidos, com o coração pesado pela morte de Jesus. A esperança que n’Ele tinham depositado parece ter-se desfeito. No entanto, é precisamente nesse caminho de tristeza e partilha que Jesus Se faz presente, discreto e paciente, caminhando ao seu lado.

O Senhor escuta, questiona, interpreta as Escrituras e revela, progressivamente, que a paixão e a cruz faziam parte do caminho da glória. Mas só ao partir o pão os olhos se abrem plenamente. Aqui, a narração torna-se eucarística: a Palavra que aquece o coração, a hospitalidade que acolhe Jesus, e o gesto da partilha do pão que revela a Sua identidade.

Este relato reflete a estrutura da Eucaristia: escutamos a Palavra, acolhemos Cristo na comunidade, reconhecemo-l’O no Pão partido e somos enviados a anunciar o que vimos e vivemos. Assim, como os discípulos de Emaús, também nós somos chamados a deixar que o nosso coração arda quando a Palavra é proclamada, a abrir os olhos no partir do pão e a correr de novo ao encontro dos irmãos com a Boa Nova no coração.

Na vida, todos nós caminhamos, tantas vezes sem esperança, sem entender os acontecimentos. Mas Jesus caminha connosco. Ele fala-nos, ilumina-nos e parte o pão connosco. Resta-nos pedir: “Fica connosco, Senhor!”

🙏 Oração
Senhor Jesus,
Tu que caminhas connosco nos momentos de dúvida e dor,
acende em nós o fogo da Tua Palavra
e abre os nossos olhos ao partir do pão.
Fica connosco, porque o dia declina
e só a Tua presença nos faz viver. Ámen.

E

04 22 Jo 20, 11-18 – Terça-feira 📌 A aparição a Maria Madalena

 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João

Naquele tempo, Maria Madalena estava a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus. Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?» Ela respondeu- lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram». Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?» Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar». Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.

Palavra da salvação.

Reflexão

Maria Madalena surge neste evangelho como a primeira testemunha da Ressurreição, e como ícone da Igreja nascente, ainda marcada pela dor, mas prestes a ser iluminada pela alegria pascal. No jardim do sepulcro, chora a ausência de Jesus, sem perceber que Ele está já ali, ao seu lado. A sua busca é sincera, carregada de amor, mesmo que envolta em confusão e desconhecimento. É neste lugar de dor e fidelidade que se dá o encontro com o Ressuscitado.

O momento decisivo é a palavra de Jesus: «Maria!». Ao escutar o seu nome pronunciado por Cristo, ela reconhece-O. O Ressuscitado não Se impõe com demonstrações poderosas, mas revela-Se na intimidade do chamamento pessoal. Esta é a força da Ressurreição: Deus conhece-nos pelo nome, fala ao nosso coração, e nesse encontro somos transformados.

A resposta de Maria — «Rabuni!» — é cheia de ternura e reverência. No entanto, Jesus convida-a a não O reter. A nova relação não será mais física, mas espiritual, vivida na fé e na comunhão com o Pai. O envio que se segue faz de Maria apóstola dos apóstolos: ela é enviada a anunciar aos discípulos a grande novidade pascal.

Neste episódio ecoam as grandes verdades do tempo pascal: Cristo está vivo, Ele conhece-nos pelo nome, chama-nos a anunciar a Boa Nova e faz-nos participantes da vida com Deus. Tal como Maria, também nós somos enviados a proclamar: “Vi o Senhor!”, com a vida, com as palavras, com a fé que se faz testemunho.

🙏 Oração
Senhor Jesus,

 Tu que chamaste Maria Madalena pelo nome
 e encheste o seu coração de luz,
 chama também por mim nas minhas sombras e dúvidas.
 Faz-me reconhecer-Te no meio da dor,
 e envia-me como anunciador da Tua vida nova. Ámen.

**************************************************************************************************************************************************************

Introdução ao convite à partilha

A cena do jardim naquela manhã de Páscoa continua a ecoar milénios depois. A dor de Maria Madalena, a sua fidelidade, o seu amor — e, sobretudo, o seu encontro com o Ressuscitado — são espelho de tantas vidas que choram, que buscam, que não compreendem… até escutarem o seu nome chamado por Cristo.

Hoje, talvez sejas tu quem chora no jardim da tua vida. Ou talvez conheças alguém que procura, sem saber que já está a ser olhado com amor.

Convido-te a responder a uma ou mais perguntas que se seguem. As tuas palavras podem ajudar outros a ver, a ouvir, a crer. Páscoa é vida partilhada.

Perguntas para partilha

  • Maria chora porque sente que perdeu Jesus. Já te sentiste assim na tua vida? Queres partilhar esse momento?
  • Jesus chama Maria pelo nome. Que importância tem para ti saber que Deus te conhece pessoalmente?
  • O que achas mais difícil: acreditar na Ressurreição ou reconhecê-la na tua própria vida? Porquê?
  • Maria é enviada a anunciar o que viu. O que é que tu hoje dirias aos outros se tivesses de anunciar a tua experiência com Deus?
  • Se estivesses nesse jardim naquela manhã, o que terias dito ou feito? Consegues imaginar-te nesse lugar?

O que te diz hoje a palavra “Ressurreição”? Que luz traz para a tua vida concreta?

04 21 Mt 28, 8-15 – Segunda-feira  📌 A aparição às santas mulheres

EVANGELHO Mt 28, 8-15

«Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus.

Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição. Entretanto, Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão». Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido. Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos soldados uma soma avultada de dinheiro, com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O, enquanto nós estávamos a dormir’. Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos deixem em paz». Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje.

Palavra da salvação.

Reflexão

Neste trecho do Evangelho, a Ressurreição de Jesus torna-se real e transformadora para Maria Madalena e a outra Maria. Elas saem do túmulo com emoções contrastantes — temor e grande alegria —, um reflexo fiel da experiência humana diante do divino. Mas é precisamente nessa caminhada apressada, marcada pelo coração a bater descompassado, que Jesus Ressuscitado Se manifesta: é Ele quem vem ao seu encontro. Esta iniciativa de Cristo revela o rosto de um Deus que não se limita a esperar, mas que se faz próximo, especialmente no momento da missão.

Ao saudá-las, Jesus não apenas confirma a Sua vitória sobre a morte, mas confia-lhes um papel essencial: ser as primeiras anunciadoras da Ressurreição. A missão que lhes entrega — «Ide avisar os meus irmãos» — inaugura uma nova fraternidade pascal: os discípulos são agora “irmãos” de Jesus, pois a cruz e a ressurreição abriram a porta da filiação divina a todos os que acreditam.

O texto também confronta-nos com a reação do mundo: a verdade da Ressurreição é combatida pela mentira premeditada, urdida por medo e interesse. A corrupção de consciências, o uso do dinheiro para silenciar a verdade, o medo de perder poder, tudo isto já está presente logo após a manhã de Páscoa. Mas a verdade não se cala. Ela continua a correr — como as mulheres — ao longo dos séculos, anunciando que o Ressuscitado está vivo e caminha connosco.

Hoje, também a nós Jesus diz: “Não temais!” E convida-nos a ir à Galileia — isto é, ao lugar do início, da vida concreta, do quotidiano — pois é aí que Ele nos espera, para renovar-nos e enviar-nos.

🙏 Oração

 Senhor Jesus Ressuscitado,
Tu que vieste ao encontro das mulheres com alegria e paz,
vem também ao nosso encontro neste dia.
Fortalece-nos contra o medo e dá-nos coragem para anunciar-Te
com simplicidade e verdade,
nas nossas Galileias do dia-a-dia. Ámen.

****************************************************************************************************************************

 

Meditatio – Lectio : o que o texto diz para .

.************************************************************************************************************************************************

Liturgia diária

 

Agenda litúrgica

2025-04-21

SEGUNDA-FEIRA DA OITAVA DA PÁSCOA

Branco – Ofício próprio. Te Deum.
Missa própria, Glória, sequência facultativa, pf. pascal.

L 1 At 2, 14. 22-33; Sl 15 (16), 5 e.8. 9-10. 11
Ev Mt 28, 8-15

* Proibidas as Missas de defuntos, exceto a exequial.

Durante toda a Oitava da Páscoa, Ofício com as particularidade indicadas na Liturgia das Horas e Missa com Glória, sequência facultativa e sem Credo.

.

Missa

 

Antífona de entrada Ex 13, 5.9
O Senhor conduziu-vos à terra onde corre leite e mel,
para que a lei do Senhor esteja sempre na vossa boca. Aleluia.
Ou:
O Senhor ressuscitou dos mortos, como tinha anunciado.
Exultemos de alegria, porque Ele reina eternamente. Aleluia.

Diz-se o Glória.

Oração coleta
Senhor nosso Deus, que, pelo Batismo,
aumentais continuamente a vossa Igreja com novos filhos,
concedei-lhes a graça de serem fiéis na vida
ao sacramento que pela fé receberam.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.

LEITURA I Atos 2, 14.22-33
«Deus ressuscitou Jesus e disso todos nós somos testemunhas.»

É este o primeiro testemunho, dado pelos Apóstolos, da Ressurreição de Jesus, o Crucificado de Sexta-feira Santa. É este mesmo testemunho que a Igreja continua a dar até ao fim dos tempos. S. Pedro estabelece nesta sua proclamação a ligação entre a palavra profética do Antigo Testamento, aqui a de um salmo, aquele que vai servir de responsorial, e a sua realização agora na pessoa de Jesus. Assim se proclama a unidade da história da salvação, cujo ponto culminante é a Ressurreição do Senhor.

Leitura dos Atos dos Apóstolos
No dia de Pentecostes, Pedro, de pé, com os onze Apóstolos, ergueu a voz e falou ao povo: «Homens da Judeia e vós todos que habitais em Jerusalém, compreendei o que está a acontecer e ouvi as minhas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem acreditado por Deus junto de vós com milagres, prodígios e sinais, que Deus realizou no meio de vós, por seu intermédio, como sabeis. Depois de entregue, segundo o desígnio imutável e a previsão de Deus, vós destes-Lhe a morte, cravando-O na cruz pela mão de gente perversa. Mas Deus ressuscitou-O, livrando-O dos laços da morte, porque não era possível que Ele ficasse sob o seu domínio. Diz David a seu respeito: ‘O Senhor está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei. Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta e até o meu corpo descansa tranquilo. Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem deixareis o vosso Santo sofrer a corrupção. Destes-me a conhecer os caminhos da vida, a alegria plena em vossa presença’. Irmãos, seja-me permitido falar-vos com toda a liberdade: o patriarca David morreu e foi sepultado e o seu túmulo encontra-se ainda hoje entre nós. Mas, como era profeta e sabia que Deus lhe prometera sob juramento que um descendente do seu sangue havia de sentar-se no seu trono, viu e proclamou antecipadamente a ressurreição de Cristo, dizendo que Ele não O abandonou na mansão dos mortos, nem a sua carne conheceu a corrupção. Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disso todos nós somos testemunhas. Tendo sido exaltado pelo poder de Deus, recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo, que Ele derramou, como vedes e ouvis».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 15 (16), 5 e 8.9-10.11 (R. 1)
Refrão: Defendei-me, Senhor: Vós sois o meu refúgio. Repete-se
Ou: Guardai-me, Senhor: esperei em Vós. Repete-se
Ou: Aleluia. Repete-se

Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei. Refrão

Por isso o meu coração se alegra
e a minha alma exulta,
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma
na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção. Refrão

Dar-me-eis a conhecer os caminhos da vida,
alegria plena em vossa presença,
delícias eternas à vossa direita. Refrão

ALELUIA Salmo 117 (118), 24
Refrão: Aleluia Repete-se

Este é o dia que o Senhor fez:
exultemos e cantemos de alegria. Refrão

EVANGELHO Mt 28, 8-15
«Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia»

As aparições de Jesus Ressuscitado manifestam sempre a vida nova em que a sua santíssima humanidade entrou ao sair deste mundo. É o paraíso reencontrado, onde o homem encontra Deus na paz. Diante de toda esta novidade pascal, o mundo pasma ou ignora ou tenta evitar que se creia ser verdade, indo ao ridículo ou à falsidade premeditada, como esta leitura já o atesta em relação aos primeiros dias da Igreja.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição. Entretanto, Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão». Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido. Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos soldados uma soma avultada de dinheiro, com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O, enquanto nós estávamos a dormir’. Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos deixem em paz». Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje.
Palavra da salvação.

Oração sobre as oblatas
Aceitai benignamente, Senhor, as ofertas do vosso povo,
de modo que, renovado pela profissão da fé e pelo Batismo,
mereça alcançar a bem-aventurança eterna.
Por Cristo nosso Senhor.

Prefácio Pascal I: O mistério pascal
No Cânone romano dizem-se o Em comunhão com toda a Igreja e o Aceitai benignamente, Senhor próprios. Nas Orações eucarísticas II e III fazem-se também as comemorações próprias.

Antífona da comunhão Rm 6, 9
Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não pode morrer.
A morte não tem domínio sobre Ele. Aleluia.

Oração depois da comunhão
Enriquecei, Senhor, com a graça do sacramento pascal
aqueles que fizestes entrar no caminho da salvação eterna
e tornai-os sempre dignos dos vossos dons sagrados.
Por Cristo nosso Senhor. 

 

.

04 14  Segunda feira da semana santa 


L 1 Is 42, 1-7; Sl 26 (27), 1. 2. 3. 13-14 Ev Jo 12, 1-11

A PALAVRA

O Servo de Javé cumpre a sua missão

Hoje, à sombra da cruz que se aproxima, o Servo de Javé celebra a sua quase partida para a eternidade. Fá-lo num gesto silencioso e profundo: uma refeição carregada de simbolismo, onde a luz e as trevas se tocam.

Quatro figuras habitam este momento:
Jesus, o Servo fiel, que oferece tudo em obediência ao Pai;
Maria, que unge os seus pés com perfume de nardo, antecipando o sepultamento e testemunhando o amor que tudo dá;
Marta, que serve com discreta fidelidade, símbolo da entrega no quotidiano;
Judas, que já traz nas mãos o peso da traição, figura da ambiguidade humana e da escolha entre o bem e o mal.

Este encontro íntimo é mais do que um jantar. É o palco onde se revela o coração de Deus e o drama da liberdade humana. A missão aproxima-se do fim. A luz brilha, mesmo quando as trevas se adensam.

A Palavra
Nessa reflexão íntima, que papel desempenharia a Palavra?

A Palavra é o fio que liga todos os gestos e silêncios deste encontro. Ela revela o mistério da obediência de Jesus, inspira o amor de Maria, sustenta o serviço de Marta e denuncia o conflito em Judas. Em mim, a Palavra seria presença viva, luz interior, voz que interpela e guia o coração. Num momento tão carregado de sentido, ela não apenas narra: transforma, penetra, inquieta. Torna-se o lugar onde escuto Deus e sou chamado a escolher, como cada uma das figuras — a amar, a servir, a confiar… ou a trair.