XV Semana – Terça-feira – Tempo Comum – Anos Pares -14/07

Síntese  a completar

  • http://www.liturgia.pt/liturgiadiaria/dia.php?data=2020-7-14
    ( 1 Is 7, 1-9 exorta-nos à Fé e confiança mesmo perante acontecimento aparentemente impossíveis ; pois o Senhor está por nós e nos defende
  • ( Salmo 47 (48), 2-3a.3b-4.5-6.7-8 (R. cf. 9d)) mas nos amaldiçoa se tivermos o coração empedernido (Mt 11, 20-24)
  • Refletir em Valorizar a FÉ (nunca perder a confiança em nós nem em DEUS)
  • Não aceitar essa condição era usurpar o lugar de Deus, era ser infiel à Aliança. Acaz despede-se com uma atitude diplomática de escuta. Mas o profeta não acredita nele.
    Pedir, suplicar, ralhar e depois dep Não aceitar essa condição era usurpar o lugar de Deus, era ser infiel à Aliança. Acaz despede-se com uma atitude diplomática de escuta.

Mas o profeta não acredita nele.ois  SFVV

 

leitura: Isaías 7, 1-9

No tempo em que, 1em Judá, reinava Acaz, filho de Jotam e neto de Uzias. Aconteceu que Recin, rei de Damasco e Pecá, filho de Remalias, rei de Israel, marcharam contra Jerusalém para a combater, mas não puderam apoderar-se dela. 2Chegou a notícia ao herdeiro de David: «Os sírios acampam em Efraim.» Ao ouvir isto, agitou-se o coração do rei e do seu povo, como se agitam as árvores das florestas impelidas pelo vento. 3Então o Senhor disse a Isaías: «Sai ao encontro de Acaz com o teu filho Chear-Yachub, na extremidade do aqueduto da piscina superior, junto à Calçada do Bataneiro, 4e diz-lhe: ‘Tranquiliza-te, tem calma, não temas nem te acobardes diante do furor de Recin, rei da Síria, e de Pecá, filho de Remalias: não passam de dois tições fumegantes. 5De facto, a Síria, Efraim e o filho de Remalias decidiram a tua ruína dizendo: 6Vamos contra Judá e sitiemo-la, e proclamaremos rei o filho de Tabiel.’» 7Assim diz o Senhor Deus: «Tal não acontecerá nem se realizará. 8Assim como é verdade que a capital da Síria é Damasco, e que o chefe de Damasco é Recin; 9que a capital de Efraim é Samaria, e que o chefe da Samaria é o filho de Remalias; também é verdade que daqui a cinco ou seis anos Efraim será destruída, deixará de ser povo. Se não o acreditardes, não subsistireis.»

Leccionário comentado Tempo Comum  (páginas 730-733) Organização Giuseppe Cassarin

PRIMEIRA LEITURA (anos pares)               Is            7,1-9

Se não tiverdes fé, não podereis sobreviver.

Ler a Palavra

Em 734 a. C., a Assíria tinha reduzido a estados vassalos Is¬rael e Damasco, suscitando nas duas casas reais o medo de serem engolidas pelo grande império. Os soberanos dos dois países fi¬zeram por isso uma aliança, pedindo o apoio do rei de Judá, que o negou. A recusa provocou a chamada «guerra siro-efraimita», movida pela coligação Síria-Israel contra Judá para depor o rei Acaz. O oráculo de Isaías coloca-se provavelmente depois do primeiro ataque a Jerusalém e pretende infundir coragem ao rei, procurando evitar que ele alinhe com a Assíria como pelo contrá¬rio irá acontecer.

Compreender a Palavra

Depois da introdução histórica dos primeiros versículos, o Se¬nhor dirige a Isaías uma ordem acompanhada de algumas especificações. O profeta deve, antes de mais, ir ter com o rei levando o filho, o qual, devido ao seu nome (SearJasub, «um resto voltará»), deve constituir aos olhos do soberano o símbolo da esperança para Judá. Isaías, alem disso, deve encontrar-se com Acaz junto do lado mais débil de Jerusalém, o virado a norte, e aqui deve dirigir-lhe a palavra. O conteúdo da mensagem está cheio de esperança (v. 4) e alude à certeza de que o Senhor combate pelo seu Povo: diante da rocha figurada pelo Senhor e do poder do Seu fogo, os inimigos não são mais que «um tição fumegante».

A única possibilidade real de sobrevivência para Jerusalém não está em procurar uma aliança humana, mas em alimentar a esperança em JHWH, contando exclusivamente com o Seu apoio. O versículo 9b, jogando com a raiz que exprime estabilidade, diz literalmente: «Se não encontrardes estabilidade no Senhor, não sereis estáveis.»

SALMO RESPONSORIAL                SL 47,2-8

O salmo canta a grandeza e o poder da cidade de Deus, celebrada pela presença da morada divina, fonte de alegria para toda a terra. A sua força não vem das imponentes fortificações: o próprio Deus é baluarte, a Sua presença é que a torna inexpugnável e motivo de grande temor para os inimigos.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 47 (48), 2-3a.3b-4.5-6.7-8 (R. cf. 9d)
Refrão: Guardai para sempre, Senhor, a vossa morada. Repete-se

Grande é o Senhor e digno de louvor
na cidade do nosso Deus.
A sua montanha sagrada é a mais bela das montanhas,
a alegria de toda a terra. Refrão

O monte Sião, no extremo norte,
é a cidade do grande Rei.
Deus Se mostrou em seus palácios
um baluarte seguro. Refrão

Os reis aliaram-se
e avançaram todos juntos.
Mal a avistaram, tomaram-se de pânico
e, perturbados, puseram-se em fuga. Refrão

Ali se apoderou deles o pavor,
angústia como a da mulher que dá à luz,
como quando o vento leste
despedaça as naus de Társis. Refrão


ALELUIA cf. Salmo 94 (95), 8ab
Refrão: Aleluia Repete-se

Se hoje ouvirdes a voz do Senhor,
não fecheis os vossos corações. Refrão

 

EVANGELHO     MT         11,20-24

O dia do Juizo será mais tolerável para Tiro e Sidónia do que para vós.

Naquele tempo, 20Jesus começou então a censurar as cidades onde tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem convertido: 21«Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres realizados entre vós, tivessem sido feitos em Tiro e em Sídon, de há muito se teriam convertido, vestindo-se de saco e com cinza. 22Aliás, digo-vos Eu: No dia do juízo, haverá mais tolerância para Tiro e Sídon do que para vós. 23E tu, Cafarnaúm, julgas que serás exaltada até ao céu? Serás precipitada no abismo. Porque, se os milagres que em ti se realizaram tivessem sido feitos em Sodoma, ela ainda hoje existiria. 24Aliás, digo-vos Eu: No dia do juízo, haverá mais tolerância para os de Sodoma do que para ti.»

Ler a Palavra

Nos capítulos 11-12, Mateus apresenta uma série de tomadas de posição perante a Palavra e as obras de Jesus, e a consequente formação de dois blocos, o de quem se opõe ao Mestre e o de quem, pelo contrário, acolhe a Sua mensagem. São as próprias palavras de Jesus que ilustram a incredulidade de uns e impelem os outros a estarem do lado d’Ele. Quem não crê (como as cidades do lago) arrisca-se a um juízo de condenação.

Compreender a Palavra

A invetiva de Jesus contra as cidades do lago compõe-se de duas partes simétricas entre si: a primeira e endereçada a Cora- zim e a Betsaida (w. 2-22); a segunda a Cafarnaum (w. 23-24). Em ambos os casos as cidades, palco da actuação de Jesus e da manifestação do Seu poder em favor dos homens, são postas em confronto com outras tantas cidades pagãs, emblemáticas na Es¬critura pela sua violência e fim ruinoso. O fechamento espiritual e a obstinação destas cidades galileias suscitam no Senhor um lamento amargurado, e ao mesmo tempo indignado, introduzi¬do pela interjeição «Ai de ti!» Perdurar na atitude de cegueira conduzi-las-á a uma sorte mais dramática do que aquela que está reservada às cidades pagãs. Mas as palavras de Jesus, que parecem ameaçadoras e duras, não são o juízo definitivo. A severidade e a indignação que as acompanham pretendem ser mais um apelo e um convite à conversão, a acolher a mensagem de esperança da qual os milagres são sinal.

 

DA PALAVRA PARA A VIDA        

O destino das cidades do lago, profetizado por Jesus no Evan¬gelho, devido à rejeição delas, é para nós uma chamada de atenção forte e exigente. Não basta serem lugares nos quais o Senhor está presente com a sua Palavra e a Sua acção: é ne¬cessária sobretudo uma profunda conversão de coração e o real acolhimento d’Ele e da Sua vontade. Pormo-nos à escuta da sua Palavra permite-nos desmascarar a nossa incredulida¬de e cegueira, que nos impedem de olhar para o Senhor com gratidão, confiança e esperança. De facto, a invectiva não tem a função de encher-nos de medo, não é uma ameaça de um castigo inevitável já decretado e sem apelo; revela-nos, pelo contrário, e ainda mais uma vez, o coração de Jesus e o Seu desejo de que, seguindo-O, nós possamos encontrar a vida.

A dureza e a severidade das palavras têm a finalidade de nos estimular a tomar consciência de que o caminho percorrido sem o Evangelho conduz à morte e não à vida.

O que nos dá segurança e portanto consistência, solidez, es¬tabilidade é somente permanecermos firmes no Senhor (pri¬meira leitura, anos pares). Ele é a rocha sobre a qual a casadeve ser assente (cf. M r 7,24 ss.), e só firmes n’Ele é que pode¬mos reconhecer a inconsistência daquilo que parece ameaçar a nossa vida.

Acreditar em Deus não nos permite somente vencer o ini¬migo, de estarmos a salvo {salmo, anos ímpares), emergir das águas da morte, mas é também o caminho que nos consente descobrir qual é a nossa verdadeira identidade (primeira lei¬tura, anos ímpares). Como Moisés, também nós fazemos ex¬periência de que só numa atitude de expectativa confiante no Senhor podemos descobrir as modalidades para responder e realizar o nosso desejo de justiça e de bem, em conformidade com o desígnio de Deus.

Oração

Aumentai em nós, ó Pai, com o poder do vosso Espírito, a disponibilidade para acolher a vossa Palavra, para que frutifique em obras de conversão e de justiça e revele ao mundo a feliz esperança do Reino de vosso Filho fesus.

https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?cid=my-calendar&mc_id=3063

leitura: Isaías 7, 1-9

A partir dos anos 735-733 a. C. a independência política de Judá estava seriamente ameaçada, seja a partir da Assíria, seja a partir de Efraim, aliado à Síria. É com este pano de fundo que abre, no capítulo 7 de Isaías, o chamado «livrinho do Emanuel». Enquanto Acaz prepara a defesa de Jerusalém, e o seu abastecimento de água em caso de assédio, Isaías vai ao encontro dele, com o seu filho simbolicamente chamado «um resto há-de voltar».

 Não foi um encontro propriamente amistoso, dadas as posições opostas do rei e do profeta no que se referia a política de alianças. Enquanto o rei pretendia aliar-se à Assíria, contra Efraim e a Síria, o profeta opunha-se a essa ideia, insistindo na necessidade de confiar unicamente no Deus da Aliança e das Promessas. O rei pode levar por diante os seus intentos. Judá sofrerá as consequências. Mas Deus não vai faltar à aliança estabelecida com a casa de David. Sobrará «um resto», que garantirá o cumprimento das promessas. Os reis vizinhos são bem pouca coisa diante do rei de Jerusalém, que é o próprio Javé. Há, pois, que confiar plenamente n´Ele!

Acaz, céptico, deve ter sorrido às palavras de Isaías. O profeta, indignado, ameaça: «Se não o acreditardes, não subsistireis» (v. 9). Acaz devia saber que não era um rei semelhante aos seus vizinhos, mas apenas o representante de Javé, o verdadeiro rei de Jerusalém. Não aceitar essa condição era usurpar o lugar de Deus, era ser infiel à Aliança. Acaz despede-se com uma atitude diplomática de escuta. Mas o profeta não acredita nele.

Meditatio

Acaz pensava que a estabilidade do seu reino podia vir da sua política de alianças. Mas Isaías insiste que a única garantia de estabilidade é a fé, que põe à nossa disposição a força de Deus. Na iminência da invasão sírio-efraimita, o rei treme e agita-se «como se agitam as árvores das florestas impelidas pelo vento» (v. 2). Mas Deus, por meio do seu profeta, diz-lhe: «Tranquiliza-te, tem calma» (v. 4). Trata-se de um claro convite à fé e à confiança n´Aquele que pode salvar (cf. Heb 7, 25). Precisamos de regressar a esta atitude de fé e confiança em Deus. Os nossos bons propósitos valem se, em vez de confiarmos em nós, confiamos em Deus. A vida cristã não existe sem a fé, e não subsiste se a fé não for alimentada e não crescer cada dia, porque, sem a fé, é impossível o amor.

A fé, todavia, não afasta a lucidez da análise do que acontece à nossa volta. Pelo contrário, permite ver em profundidade e tirar as últimas consequências dos fenómenos políticos, sociais, familiares… A fé não impede a aquisição da necessária competência para tratar as questões contingentes. Pelo contrário, estimula-a, com a certeza de que nada se perde, nem mesmo as derrotas e os fracassos, porque Deus é o salvador de tudo quanto existe. A fé alarga os horizontes para além das aparências, e permite reconhecer a obra do Espírito Santo, que orienta o homem para a plena revelação do Pai em Cristo. Abrir-se a este reconhecimento é abrir-se à alegria, mesmo nas dificul dades e sofrimentos que a vida nos apresenta.

Ao analisar a sociedade do seu tempo, com todos os problemas que a afligiam, o Pe. Dehon não o faz como um qualquer sociólogo. O seu olhar de teólogo e de místico, o seu olhar de fé, leva-o a observar a causa mais profunda dos males da sociedade e os remédios adequados para os combater. O mal-estar social é consequência da recusa do amor de Cristo, é consequência do pecado. Para remediar esse mal-estar, é preciso instaurar o Reino de Cristo nas almas e nas sociedades; «a solução da actual questão social» está na «reparação por meio do puro amor…». Esta afirmação do Fundador, perante os seus noviços, pode soar a espiritualismo. Mas a intensa acção social em S. Quintino, os congressos, o jornal, a revista, e os muitos livros de denúncia das injustiças e de divulgação da doutrina social da Igreja, dizem-nos que era um homem com os pés bem assentes na terra. Mas a sua fé mostrava-lhe que, para além de todas as medidas humanas, só a vivência do puro amor pode construir a tão suspirada “civilização do amor”.

Oratio

Senhor Deus, vivifica em mim o dom da fé, para que possa vivê-lo e testemunhá-lo. Perdoa a dureza do meu coração, que, por vezes, me leva a viver como se Tu não existisses, ou a querer-Te diferente do que és. Perdoa-me escandalizar-me pelo modo como Te revelas na vida de Jesus, e, sobretudo, pelo modo como hoje Te queres revelar na vida da Igreja, e de cada um dos cristãos, também da minha, com todas as contradições, incoerências, fragilidades e infidelidades.

Dá-me suficiente humildade para acolher-Te no modo como Te queres revelar: no Pão, na Palavra, no irmão, nos acontecimentos da história. Amen.

Contemplatio

É na docilidade às inspirações divinas que se encontra a paz, a alegria e a luz. Observemos como as coisas se passavam quando Nosso Senhor ensinava na Palestina. Encontrava corações dóceis, discípulos fiéis que o seguiam com diligência até nos desertos. Acreditavam na sua missão. Consideravam as suas acções, escutavam as suas palavras com fé, com respeito, com edificação. Convertiam-se, agarravam-se a Ele. Eram as ovelhas dóceis do Bom Pastor: Oves vocem ejus audiunt : As suas ovelhas ouvem-no (Jo 10, 3).

Mas havia também corações indóceis, espíritos rebeldes, como os habitantes de Corozaim, de Cafarnaúm, de Betsaida. Nem os milagres, nem as pregações de Nosso Senhor os convertiam. Procuravam interpretar tudo humanamente e de tudo se escandalizavam. Aos seus olhos, João Baptista era um possesso e Nosso Senhor era o amigo dos pecadores.

Quais são os escolhos nos quais encalham os espíritos indóceis? É a falta de fé, o orgulho secreto e a lassidão. A nossa pouca fé faz com que prestemos pouca atenção e estima por aquilo que nos vem de Deus; os mistérios não nos tocam, pensamos neles de um modo tão fraco, tão depressa os esquecemos; a sua palavra, as inspirações de Nosso Senhor fazem-nos pouca impressão, somos tão distraídos e tão esquecidos!

O nosso orgulho secreto coloca-se de parte. Envergonhamo-nos da cruz, não nos podemos decidir a amar os desprezos. A nossa lassidão afasta-nos da doutrina da cruz, recuamos diante da mortificação, a nossa sensualidade tem medo dela. Recordemos as recomendações divinas: já no antigo Testamento o Espírito Santo nos tinha dito: «Tende para com o Senhor sentimentos rectos e buscai-o com sinceridade de coração» (Sab 1). E ainda: «A sabedoria divina entretém-se com as almas simples» (Prov 3, 32).

Nosso Senhor recomendou a simplicidade dos cordeiros, a das pombas, a das crianças. Esta simplicidade honra-o, alegra-o, ganha o seu coração. (Leão Dehon, OSP 4, p. 570s.).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a palavra:

«Se acreditardes, subsistireis» (cf. Is 7, 9b).