XV Semana – Sábado – Tempo Comum – Anos Pares -18/07

SÁBADO

Sábado 18 de Julho

http://www.liturgia.pt/liturgiadiaria/dia.php?data=2020-7-18

 Sábado 18 de Julho

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 Miq 2, 1-5  A Palavra de Deus é contra aqueles que praticam a injustiça
 Salmo 9 (10), 22-23.24-25.28-29.35 (R. 33) e a favor dos humildes e pobres
Mt 12, 14-21 que recebem Jesus o filho de Deus e  o aceitam na sua vida

Lecionário comentado  Pag  750-753  Organização de Giuseppe Casarin

Primeira leitura: Miqueias 2, 1-5

1Ai dos que planeiam a iniquidade, dos que maquinam o mal em seus leitos, e o executam logo ao amanhecer do dia, porque têm o poder na sua mão!

2Cobiçam as terras e apoderam-se delas, cobiçam as casas e roubam-nas; fazem violência ao homem e à sua família, ao dono e à sua herança.

3Por isso, assim fala o Senhor: «Tenho planeado um mal contra esta raça, do qual não livrareis o pescoço. Não andareis mais com a cabeça erguida, porque será tempo calamitoso.

4Naquele dia será composta sobre vós uma sátira, e cantar-se-á uma elegia: ‘Estamos perdidos completamente, a parte do meu povo passa a outros. Ninguém a restituirá. Roubam e distribuem os nossos campos.’

5Por isso, não terás ninguém que meça com cordel as porções, na assembleia do Senhor.»

PRIMEIRA LEITURA (anos pares) Mq 2J-5
Cobiçam os campos e apoderam-se das casas.
Ler a Palavra
As palavras do profeta constituem a primeira parte de um díp- tico dirigido aos poderosos, que exercem com arbítrio e violência o seu poder (cf. MQ 2,6-11). O discurso, cujo texto hebraico nem sempre é claro, compõe-se de três unidades: a denúncia verda¬deira e própria do pecado, introduzida num modo já conhecido «Ai!» (v. 1-2); o anúncio do castigo anunciado pelo Senhor (v. 3); e as suas consequências, apresentadas sob a forma de provérbio e de lamentação (w. 4,5). a alegria de toda a terra. Refrão

Compreender a Palavra
O quadro inicial, que descreve a actuação dos poderosos, é extraordinariamente eficaz na sua brevidade. Miqueias não apre¬senta somente uma acusação de arbítrio e de prepotência, mas revela, com perspicácia, a perversão que se apodera daqueles que se tornam escravos do poder que exercem. A ânsia de possuir e de manifestar o poder não lhes dá tréguas, mas também de noite eles meditam o mal, todo o seu tempo é dominado por um sentimen¬to que transtorna todas as relações e conduz à injustiça.
A denúncia é no entanto introduzida pelos «Ai!», uma expres¬são que denuncia quer a ameaça, quer a lamentação sobre quem faz o mal, para que o possa reconhecer antes que seja tarde. O próprio mal, de facto, voltar-se-á contra os violentos: todos os que meditam sobre iniquidades dia e noite, iludem-se pensando que ficarão sem castigo. Também o Senhor medita, e o Seu pro¬jecto de castigo comportará para os violentos a perda de tudo aquilo que têm e a experiência amarga e dramática de ver que lhe tiram aquilo que desde sempre possuíram.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 9 (10), 22-23.24-25.28-29.35 (R. 33)
Refrão: Senhor, não Vos esqueçais dos pobres. Repete-se

Senhor, porque Vos conservais à distância
e Vos escondeis nos momentos de angústia?
No seu orgulho, o ímpio oprime o pobre;
seja apanhado nas intrigas que tece. Refrão

O ímpio vangloria-se das suas ambições
e o avarento felicita-se a si mesmo.
Desprezando o Senhor, o ímpio diz na sua arrogância:
«Não há quem me castigue, Deus não existe». Refrão

A sua boca está cheia de maldição, perjúrio e mentira;
na sua língua só há malícia e iniquidade.
Faz emboscadas junto às povoações
e mata à traição o inocente. Refrão

Vós vedes e atendeis às canseiras e sofrimentos,
para tomar a causa deles em vossas mãos.
O pobre confia em Vós,
Vós sois o protector do órfão. Refrão

SALMO RESPONSORIAL SL 9,22-25.28-29.35
O salmo é uma súplica angustiada de um orante perante a vio¬lência, a injustiça perversa e o sucesso sem obstáculos dos ímpios. O Senhor parece estar ausente e parece dar razão à insolência de quem age convencido de que Deus não existe. O salmista, porém, ao contrário do que parece, está certo de que Deus escuta o grito e cuida dos pobres e dos oprimidos.
EVANGELHO MT 12,14-21
Intimou-os que não descobrissem quem Ele era, para se cumprir o que estava anunciado.
Ler a Palavra
O texto compõe-se de duas partes: no começo um breve su¬mário sobre uma decisão dos fariseus a respeito de Jesus e da Sua actividade terapêutica (w. 14-15); depqis, introduzida pela típica fórmula de cumprimento, segue-se uma ampla citação da profe¬cia de Isaías sobre o Servo de IHWH (cf. Is 42,1-4), citação aduzida somente por Mateus (w. 16-21).
O evangelista reconhece o cumprimento das palavras de Isaías no que Jesus realiza, em particular no facto de não se opor aos Seus adversários e na Sua actuação em favor das pessoas, identifi cadas por Mateus nos doentes.
Compreender a Palavra
O Evangelho começa com uma actuação diametralmen¬te oposta das personagens envolvidas: por um lado, os fariseus reúnem-se para fazerem desaparecer Jesus, ou seja, para decidi¬rem a Sua morte; por outro, Jesus vem a saber disso, afasta-Se e cura todos os que vêm ter com Ele, isto é, restitui-lhes a plenitude da vida, subtraindo-os ao abraço da morte.
Mateus vê na acção do Mestre o cumprimento das palavras do profeta Isaías, que anunciam o servo do Senhor. O Servo é aquele com que Deus se compraz e que é guiado somente pelo Espírito na sua missão de anunciar a justiça às multidões. O evangelis¬ta convida-nos a olhar para Jesus a partir desta perspectiva e a reconhecer os motivos da predilecção de Deus: ao furtar-Se aos adversários, sem exercer violência, e ao acolher e curar todos os doentes, sem procurar os favores e as aclamações da multidão, Jesus reafirma a opção do caminho da humildade e da mansidão (cf. MT 11,29). Só assim Ele sabe que revela a «justiça», isto é, a intenção de bem que o Pai tem para com todos os homens.


DA PALAVRA PARA A VIDA
O texto evangélico convida-nos com insistência a determo- -nos sobre uma das características mais significativas de Cris¬to: a de ser servo segundo as modalidades da humildade e da mansidão.
A condição de servo é a opção de Jesus desde sempre, é a modalidade do Seu fazer-Se homem (cf. Fl 2,7), submetido a Deus e solidário com os homens. Ele é o servo que não rei¬vindica nada para Si, mas que vive na constante atenção ao próximo, manifestando misericórdia, mansidão e paciência. Deste modo revela quais são os sentimentos de Deus, como é o Seu coração. Pode ajudar-nos a compreender a opção do Filho de Deus o Prefácio da Oração Eucarística V intitulada «Jesus passou fazendo o bem», o qual nos diz: «Porque nos destes o vosso Filho, Jesus Cristo, como Nosso Senhor e Re¬dentor. Ele foi sempre misericordioso para com os pobres e os
humildes, os doentes e os pecadores e aproximou -se dos opri¬midos e dos aflitos. Com a sua acção e a sua palavra anunciou ao mundo que sois Pai e olhais com solicitude por todos os vossos filhos.» Por isso reconhecemos que o encontro com Jesus corresponde à expectativa e à esperança que habitam no nosso coração, e por isso encontrá-1’0 quer dizer encontrar a paz e a alegria de pertencer ao Senhor. É só esta contempla ção de Jesus, servo por amor, que pode impelir-nos a ser, por nosso lado, servidor dos homens.
A esperança e o anuncio são para todos A universalidade da missão de Cristo cumpre até ao fim a promessa, inscrita na origem do chamamento de Israel, de ser bênção para todas as gentes, reafirmada ao longo da História através da libertação da escravidão, tambem para quem se une ao povo em fuga do Egipto (primeira leitura, anos ímpares).
Somente a obstinação do coração, que se manifesta numa vida de injustiça, de violência e de vexame, na procura espasmó¬dica dos seus interesses, isto é, uma escolha que é o contrário do serviço, pode impedir os homens de participar na bênção (primeira leitura, anos pares).
Oração
Pai sapiente e misericordioso, concedei-nos um coração humilde e manso, para contemplarmos o vosso Filho e escutar a sua Palavra que ressoa ainda na Igreja reunida em seu Nome, e para acolher e servir, segundo o Seu exemplo, todos os nossos irmãos.

https://www.dehonianos.org/portal/liturgia/?cid=my-calendar&mc_id=3066

Primeira leitura: Miqueias 2, 1-5

No contexto social e religioso da segunda metade do século VIII a. C., tal como Isaías, o profeta Miqueias denuncia os pecados sociais, cometidos pelos chefes, nomeadamente a casa real, os sacerdotes e os profetas, que acabam por arrastar para os mesmos crimes todo o povo. O profeta não faz uma lista exaustiva desses pecados, mas aponta alguns, que ilustram bem a malícia imperdoável da opressão dos fracos. O justo juízo de Deus é inevitável e não tardará. Infelizmente, as situações denunciadas por Ezequias, continuam actuais no mundo em que vivemos. O profeta usa expressões muito duras contra aqueles que praticam tais actos, ameaçando inclusivamente com o exílio, simbolizado pelo jugo ignominioso anunciado ao seu povo: «Tenho planeado um mal contra esta raça, do qual não livrareis o pescoço». «Nesse dia», o dia concreto que não tardará a tornar-se escatológico, a desgraça converter-se-á em motivo de sátiras e lamentações. Será a completa humilhação. Os grandes e poderosos roubaram terras e haveres aos pobres, e perderão a Terra Prometida, com todos os bens. O castigo será feito da mesma matéria que o pecado do homem. Mas, um pequeno «resto» conservou íntegra a fé. Por causa deles, Deus voltará a ter compaixão do seu povo, dar-lhe-á uma nova fecundidade, que lhe garantirá a subsistência.

Evangelho: Mateus 12, 14-21

Jesus atreveu-se a pôr em causa o absoluto da lei sobre o repouso sabático. Isso só não Lhe custou a vida, porque, ao saber que os seus adversários tinham decidido matá-lo, saiu dali, continuando noutros lugares a sua actividade taumatúrgica e missionária. Os milagres narrados por Mateus, logo depois da cura, ao sábado, do homem que tinha a mão paralisada (Mt 12, 10ss.), provam a autenticidade do amor misericordioso de Deus, que Jesus veio anunciar, e que é o centro e o sentido do seu ministério. Mateus vê realizada em Jesus a profecia de Is 42, 1-4, onde é apresentada a figura do Servo de Javé. Escolhido e enviado por Deus, que o encheu do seu Espírito, o Servo realizará a missão de dar a conhecer a todos os povos a verdadeira relação entre Deus e os homens. O estilo do Servo, manso e humilde, alheio a conflitos e a barulhos, atento a valorizar toda a possibilidade de vida, realiza-se totalmente em Jesus «manso e humilde de coração» (Mt 11, 29), e que pede silêncio sobre as suas obras (cf. Mt 12, 16).
Mateus, mais uma vez, acentua que, em Jesus se realizam as esperanças judaicas, ajuda a interpretar o evento-Jesus, a compreender-lhe o significado, e apresenta-O como modelo de obediência à palavra do Pai.

Meditatio

Os profetas do Antigo Testamento com muita frequência se atiram contra as prepotências dos ricos em relação aos pobres, por sensibilidade social, com certeza, mas, sobretudo, por sensibilidade teológica: as injustiças entre os homens quebram a relação com Deus. O mal que se faz ao homem é mal feito a Deus.
O império da lei da prepotência, dos que são economicamente mais poderosos, continua tragicamente actual. As tragédias que a ganância de poucos provocam, com indizíveis sofrimentos para muitos, repetem-se diariamente, por toda a face da terra. O dinheiro revela-se uma arma mais letal do que as ogivas nucleares, quando usado unicamente em vista dos interesses de alguns. Quando o dinheiro se torna o objectivo da vida, não admite rivais. Quem se entrega ao dinheiro, não consegue ver mais ninguém senão a si mesmo. É por isso que Jesus disse que, ou se serve a Deus, ou se serve ao dinheiro. Não há compromisso possível.
Mas, um dos sinais do nosso tempo, é também um crescente movimento contra as injustiças. Como cristãos, não podemos deixar de participar nele, com todos os homens de boa vontade. Mas o nosso verdadeiro modelo é Jesus. Ora o Senhor sabe juntar a força e a mansidão, que não levanta contendas e não grita, que não faz gestos espectaculares, mas também não volta atrás e que, se se afasta dos adversários, é para ajudar quem precisa: «Muitos seguiram-no e Ele curou-os a todos» (v. 15).
É esta a luta que Jesus leva por diante com mansidão e amor para com todos, sabendo que isso O levará à morte.
Como cristãos e como dehonianos, devemos ser contrários a toda a forma de luta violenta, mas também agir energicamente com todas as iniciativas não violentas, para afirmar a justiça, o respeito pelos direitos humanos e a caridade no mundo, como sugere o Segundo Sínodo dos Bispos sobre a Justiça no mundo, tendo presente os ensinamentos da História acerca da conquista não violenta da liberdade e da independência política em várias nações, desde a Índia de Gandhi, à Polónia, aos povos do Leste europeu.

Oratio

Senhor, livra-me de cometer a injustiça, de aceitá-la contra os outros, mas também de a querer combater por meios violentos. Tu, manso e humilde de coração, ensina-me a não-violência, porque a violência é já injustiça, mãe de outras violências e injustiças piores. Tu, que quiseste ser pobre por meu amor, faz-me compreender que não posso enriquecer de qualquer modo e a qualquer custo, mesmo à custa do respeito e dos direitos dos meus irmãos. Tu, que estás atento a todos, ajuda-me a esquecer-me de mim, e a cu
idar carinhosamente de todos os irmãos, particularmente dos mais frágeis e carenciados. Amen.

Contemplatio

O Coração sacerdotal de Jesus foi particularmente dedicado às classes populares. Era necessário renovar o mundo. Em Roma, a escravatura era como um animal de carga. Dez milhões de cidadãos eram servidos por cem milhões de escravos. Na Palestina, os fariseus eram arrogantes e sem coração. Só um Deus podia dizer aos homens: «Vós sois todos irmãos» (Mt 23). «Amai-vos uns aos outros» (Jo 15). É a missão de Jesus, foi sob este aspecto que os profetas no-lo apresentaram: «Será totalmente penetrado pelo Espírito de Deus, trará a boa nova aos pequenos e aos humildes, remediará todos os infortúnios, pregará o grande jubileu, com o perdão das dívidas e a reabilitação dos pobres» (Is 61).
Toda a reforma económica e social está em germe nos princípios que coloca: a paternidade divina e a fraternidade de todos os homens. Dá o exemplo da simplicidade e do trabalho. Escolheu a oficina para sua morada, os pastores para os seus primeiros adoradores. É operário e filho de operário. Vede-o em Nazaré com a mesa e os utensílios do carpinteiro. Despreza a riqueza, o luxo e as honras. Reclama para os operários a justiça, o respeito, a afeição fraterna. 1º A justiça. – «O trabalhador tem direito ao seu salário, ao seu pão, ao que exige a sua vida quotidiana: Dignus est operarius mercede sua, cibo suo» (Mt 10; Lc 10). S. Tiago desenvolve este preceito: «Ricos avarentos, exclama, os vossos tesouros atrairão a cólera de Deus sobre vós. Os vossos trabalhadores sofreram nos vossos campos e só lhes destes um salário tardio e insuficiente» (Tg 5). 2º Respeito. – «Bem-aventurados os que são mansos, pacíficos e misericordiosos» (Mt 5). – «Aquele que não tem cuidado com os seus servos é mais desprezível do que um pagão» (1 Tim 5). 3º A afeição fraterna. «Vós sois todos irmãos» (Jo 15). «Não deve haver entre vós distinção entre escravos e homens livres. Non est servus neque liber» (Gal 3). «Amai e praticai a fraternidade» (1 e 2Pd; Tes 4). (Leão Dehon, O Coração sacerdotal de Jesus, 26ª meditação, p. 603s.).

Actio

Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«N´Ele, hão-de esperar os povos!» (Mt 12, 21).

 

 

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