Liturgia diária
Agenda litúrgica
2023-11-03
Sexta-feira da semana XXX
S. Martinho de Porres, religioso – MF
Verde ou br. – Ofício da féria ou da memória.
Missa à escolha (cf. p. 19, n. 18).
L 1 Rm 9, 1-5; Sl 147, 12-13. 14-15. 19-20
Ev Lc 14, 1-6
* Na Diocese de Viana do Castelo – Aniversário da Dedicação da Igreja Catedral. Na Sé – SOLENIDADE; nas outras igrejas da Diocese – FESTA; aniversário da criação da Diocese (1977).
* Na Ordem de São Domingos – S. Martinho de Porres, religioso – FESTA
* Na Companhia de Jesus – B. Roberto Mayer, presbítero – MF
* Na Congregação da Paixão de Jesus Cristo – B. Pio Campidelli, religioso – MF
Missa
Antífona de entrada Sl 104, 3-4
Alegre-se o coração dos que procuram o Senhor.
Buscai o Senhor e o seu poder, procurai sempre a sua face.
Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade;
e, para merecermos alcançar o que prometeis,
fazei-nos amar o que mandais.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I (anos ímpares) Rm 9, 1-5
«Quisera eu próprio ser anátema de Cristo
para bem dos meus irmãos»
O plano de Deus não ficou por realizar-se pelo facto de grande parte do povo judeu não ter aceitado que a promessa de Deus aos seus antepassados se tinha realizado em Jesus Cristo. Toda a história do Antigo Testamento está cheia de contrastes deste género entre os que foram eleitos e os que ficaram de fora dessa eleição. Foi sempre um resto que acolheu a promessa na fé. E esta é sempre dom de Deus. Mas o Senhor a todos quer conduzir finalmente à salvação. No entanto, S. Paulo mostra quanto aquela atitude do seu povo o faz sofrer.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos
Irmãos: Em Cristo digo a verdade, não minto, e disso me dá testemunho a consciência no Espírito Santo: Sinto uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração. Quisera eu próprio ser anátema, separado de Cristo, para bem dos meus irmãos, que são do mesmo sangue que eu, que são israelitas, a quem pertencem a adopção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas, a quem pertencem os Patriarcas e de quem procede Cristo segundo a carne, Ele que está acima de todas as coisas, Deus bendito por todos os séculos. Amen.
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 147, 12-13.14-15.19-20 (R. 12a)
Refrão: Jerusalém, louva o teu Senhor. Repete-se
Glorifica, Jerusalém, o Senhor,
louva, Sião, o teu Deus.
Ele reforçou as tuas portas
e abençoou os teus filhos. Refrão
Estabeleceu a paz nas tuas fronteiras
e saciou-te com a flor da farinha.
Envia à terra a sua palavra,
corre veloz a sua mensagem. Refrão
Revelou a sua palavra a Jacob,
suas leis e preceitos a Israel.
Não fez assim com nenhum outro povo,
a nenhum outro manifestou os seus juízos. Refrão
ALELUIA Jo 10, 27
Refrão: Aleluia. Repete-se
As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor;
Eu conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Refrão
EVANGELHO Lc 14, 1-6
«Se um filho vosso ou um boi cair num poço,
qual de vós não irá logo retirá-lo em dia de sábado?»
Jesus aproveita muitas ocasiões para fazer compreender aos seus ouvintes o espírito da lei, de modo que eles não se fiquem apenas na letra da mesma lei. Os fariseus aparecem aqui como homens da letra, onde o espírito parece contar pouco. O sábado era, na lei antiga, o dia sagrado por excelência, fortemente marcado pelo descanso. Jesus quer fazer uma cura em favor dum doente num sábado. E cura esse doente. Serão eles capazes de compreender, com este exemplo, o sentido espiritual da lei, que eles julgavam cumprir, ao quererem impedir a cura de um doente no dia de sábado?
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus, para tomar uma refeição. Todos O observavam. Diante d’Ele encontrava-se um hidrópico. Jesus tomou a palavra e disse aos doutores da lei e aos fariseus: «É lícito ou não curar ao sábado?». Mas eles ficaram calados. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e mandou-o embora. Depois disse-lhes: «Se um filho vosso ou um boi cair num poço, qual de vós não irá logo retirá-lo em dia de sábado?». E eles não puderam replicar a estas palavras.
Palavra da salvação.
Oração sobre as oblatas
Olhai, Senhor, para os dons que Vos apresentamos
e fazei que a celebração destes mistérios
dê glória ao vosso nome.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona da comunhão Cf. Sl 19, 6
Celebramos, Senhor, a vossa salvação
e glorificamos o vosso santo nome.
Ou: Ef 5, 2
Cristo amou-nos e deu a vida por nós,
oferecendo-Se em sacrifício agradável a Deus.
Oração depois da comunhão
Fazei, Senhor, que os vossos sacramentos
realizem em nós o que significam,
para alcançarmos um dia em plenitude
o que celebramos nestes santos mistérios.
Por Cristo nosso Senhor.
Santo
Santos
São Martinho de Porres, religioso
Nota Histórica
Martinho de Porres nasceu em Lima, no Peru, de pai espanhol e mãe negra, no ano 1579. Aprendeu, desde muito jovem, o ofício de barbeiro e enfermeiro. Entrou na Ordem dos Pregadores e dedicou‑se de modo singular à enfermagem, em favor dos pobres. Levou uma vida de constante mortificação e profunda humildade e cultivou um especialíssimo amor à Eucaristia. Morreu em 1639.
Missa
Comum dos santos: para os religiosos.
Oração coleta
Senhor nosso Deus,
que levastes são Martinho [de Porres] à glória celeste
pelos caminhos da humildade,
dai-nos a graça de seguir o seu exemplo admirável,
para que sejamos exaltados com ele nos céus.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Liturgia das Horas
Da homilia do papa João XXIII
na canonizacão de São Martinho de Porres
(6 de Maio de 1962; AAS 54 [1962, 307-309] (Sec. XX)
«Martinho da caridade»
Com o exemplo da sua vida, Martinho mostra nos como é possível chegar à salvação e à santidade pelo caminho que Jesus Cristo indica, a saber, se antes de tudo amamos a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todo o nosso espírito; e, em segundo lugar, se amamos o nosso próximo como a nós mesmos.
Ao compreender que Jesus Cristo padeceu por nós e carregou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz, acompanhou com singular amor o Crucificado; e, ao contemplar os seus cruéis tormentos, não podia dominar a emoção e chorava abundantemente. Amou também com especial amor o santíssimo sacramento da Eucaristia, ao qual dedicava com frequência longas horas de oculta adoração diante do sacrário e do qual desejava alimentar se com a maior frequência possível.
Além disso, seguindo as exortações do divino Mestre, São Martinho amou os seus irmãos com profunda caridade, nascida duma fé inquebrantável e dum coração humilde. E amava os homens porque os considerava sinceramente filhos de Deus e irmãos seus; melhor, amava os mais do que a si mesmo, pois na sua humildade julgava a todos muito justos e melhores do que ele.
Desculpava os defeitos dos outros e perdoava as mais graves ofensas, por estar persuadido de que era muito mais o que merecia pelos seus pecados. Procurava com todo o empenho trazer os pecadores ao bom caminho. Assistia carinhosamente os enfermos. Fornecia comida, roupas e medicamentos aos necessitados. Na medida das suas possibilidades, protegia, com todo o género de solicitude e ajuda, os camponeses, os negros e os mestiços, que nesse tempo exerciam os ofícios mais desprezíveis, de tal modo que mereceu ser apelidado «Martinho da caridade».
Este santo homem, que, pela sua palavra, exemplo e virtude, contribuiu tão eficazmente para atrair os outros à religião, também agora tem o poder admirável de elevar o nosso pensamento às realidades celestes. Nem todos, infelizmente, apreciam estes dons sobrenaturais, nem todos os apreciam como convém; pelo contrário, são muitos os que, inclinados para as seduções do vício, os desconsideram, desprezam ou esquecem completamente. Oxalá o exemplo de Martinho ensine, para a salvação de muitos, como é suave e feliz seguir os passos de Jesus Cristo e obedecer aos seus mandamentos!