1017 XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM – Grupos Bíblicos

     Ano B

PRIMEIRA LEITURA      Is       53,10-11

Se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação,terá uma descendência duradoira.

 Primeira Leitura (Is 53,10-11)Leitura do Livro do Profeta Isaías:

10O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor. 11Por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas.

Ler a Palavra

O texto oferece algumas passagens do «quarto cântico» do :servo do Senhor. Os versículos 2-3 apresentam o servo no seu percurso sofredor, na solidariedade com a dor do mundo. O ver- / sículo 10 está colocado na boca de um profeta anónimo, que re- !;í conhece na morte do servo o cumprimento do desígnio salvínco divino. O próprio Deus, no versículo 11, fala do servo, afirmando : a sua reabilitação misteriosa e, sobretudo, a eficácia da sua morte como fonte de perdão e de vida nova para a Humanidade,
Compreender a Palavra
: Para apreciar adequadamente a figura do servo do Senhor, que aparece nos quatro cânticos de Isaías a ela dedicados, é oportuno esclarecer, antes de mais, que não se trata de uma «previsão» das vicissitudes de Jesus, mas sim de um esquema teológico que pro-cura mostrar que também a dor, vivida na fidelidade ao Senhor, pode caber no Seu desígnio salvífico. Este esquema teológico foi assumido pelo Novo Testamento para entender o sentido da vida t:1 de Jesus, e em particular do Seu mistério pascal, enquanto revela- :ção de Deus e oferta da salvação escatológica à Humanidade.
Os versículos 2-3 oferecem algo da ampla meditação do cân¬tico sobre o sofrimento do servo e sobre a sua morte injusta, procurando compreender em tudo isso a revelação do Senhor. Assim, na sorte do servo, Deus reconhece o cumprimento do Seu beneplácito: a obra do servo é julgada pelo Senhor digna d’Ele, e portanto ele pode tornar-se uma epifania gloriosa do próprio Deus. E porque a sua missão dolorosa é conforme ao plano di¬vino, torna-se fonte de salvação. A morte do servo é uma morte «em expiação», que cobre todo o pecado do homem (v. 10); a reabilitação final do eleito (v, 11) é a confirmação divina da obra do servo, obediente ao plano de Deus.

SALMO RESPONSORIAL        SL      32,4-5.18-21

Salmo de confiança fundado no reconhecimento da eficácia e da fidelidade da «Palavra do Senhor», cuja «bondade» enche toda a terra (w. 4-5). O fiel experimenta pessoalmente o olhar protector e salvador de Deus (w. 18-19), e dele obtém força para aumentar a sua esperança e perseverar na súplica (w. 20-22).

Salmo Responsorial (Sl 32)

— Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois, em vós, nós esperamos! — Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois, em vós, nós esperamos!

— Pois reta é a palavra do Senhor,/ e tudo o que ele faz merece fé./ Deus ama o direito e a justiça,/ transborda em toda a terra a sua graça.

— Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem,/ e que confiam esperando em seu amor,/ para da morte libertar as suas vidas/ e alimentá-los quando é tempo de penúria.

— No Senhor nós esperamos confiantes,/ porque ele é nosso auxílio e proteção!/ Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça,/ da mesma forma que em vós nós esperamos!


SEGUNDA LEITURA      HB     4,14-16
Vamos cheios de confiança ao trono da graça.

Segunda Leitura (Hb 4,14-16)

Leitura da Carta aos Hebreus:

Irmãos: 14Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado.16Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno.

Ler a Palavra

         Esta passagem extrai algumas consequências parenéticas, exortativas da exposição precedente respeitante ao sacerdócio de Cristo. Em primeiro lugar, desenvolve a razão da resistência na «profissão de fé» (v. 14) e, em segundo lugar, a da necessidade de progredir na vida de fé, mesmo nas provações (v. 16). A razão da firmeza e do progresso na fé deriva da certeza de que Jesus é o «Sumo Sacerdote» da Humanidade (v. 15), misericordioso para com as fragilidades humanas.

Compreender a Palavra


         A Carta aos Hebreus, ao aplicar a Jesus Cristo a terminologia de «Sumo Sacerdote», acrescenta-Lhe uma qualificação nova, a de «eminente» (não transcrito no texto litúrgico, v. 14) que, na sequência do texto, é explicitada como consequência de o sacer-dócio de Jesus ser diferente do de Aarão, isto é, um sacerdócio «segundo a ordem de Melquisedec» (cf. HB 5,6).
         Confrontando o sacerdócio de Jesus com o de Aarão, sobres¬sai um outro aspecto de singularidade e superioridade, ou seja, a ausência de pecado («excepto no pecado», v. 15), ao mesmo tem¬po que é claro no Antigo Testamento que o sacerdote é, também, ele, pecador (cf. Lv 4,3; 9,7, etc.). Precisamente porque Jesus está livre da culpa, está em comunhão perfeita com Deus e pode reco¬brir o mundo com a misericórdia divina. Por outro lado, a ausên¬cia de pecado n’Ele não comporta uma ruptura de solidariedade com a Humanidade pecadora; pelo contrário, Ele está radical¬mente solidário com ela, até ao ponto de não Se envergonhar de chamar «irmãos» aos pecadores (cf. HB 2,12). Esta solidariedade manifestou-se como partilha de tudo aquilo que o ser humano experimenta, incluindo o sofrimento, as fraquezas e a tentação.
         Ter um «Sumo Sacerdote» assim é motivo de encorajamento para podermos dirigir-nos ao Pai na hora da provação. Jesus é um mediador que nos permite reconhecer um Deus «misericordioso», pronto a «socorrer-nos» (v. 16).

EVANGELHO       Mc    10,35-45

Anúncio do Evangelho (Mc 10,35-45 )

Naquele tempo, 35Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. 36Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?”37Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!”38Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?” 39Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”.41Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande, seja vosso servo; 44e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. 45Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.

Ler a Palavra
O Filho do homem veio para servir e dar a vida pela redenção de todos.

         A perícope é precedida pelo terceiro anúncio da Paixão (cf. Mc 10,32-34) e isto torna chocante a pergunta dos filhos de Zebedeu (w. 35-37). O seu diálogo com Jesus ilustra a incompreensão geral dos discípulos (w. 38-40). Confirma-o a reação irritada contra os dois irmãos da parte dos outros componentes do grupo (v. 41). A todos, Jesus recorda que a Sua comunidade está fundada sobre a lei do serviço, de que é modelo supremo o «Filho do homem» (w. 42-45).

Compreender a Palavra

Jesus não condena o desejo dos dois filhos de Zebedeu, que querem ser grandes, mas recorda-lhes que isso se realiza somente através da participação na sua Paixão, figurada na imagem do «cálice que Ele deve beber» e do «baptismo com que Ele vai ser baptizado» (v. 38).

    Jesus reconhece na resposta afirmativa de Tiago e de João, no seu «podemos» (v. 38), uma generosidade verdadeira, que deve¬rá, todavia, ser purificada de qualquer presunção (v. 39). O texto, além disso, parece aludir ao facto de Tiago ser o primeiro dos Doze a derramar o sangue em testemunho de Jesus. A petição, pelo contrário, de «sentar-se um à direita» e «outro à esquerda» do Mestre não poderá ser acolhida, porque o Seu trono não é o que eles pensam, porque o Seu trono é a Cruz (v. 40).

   Defraudados das suas ambições secretas, os outros discípulos reagem indignados (v. 41). Eis que então Jesus propõe um novo projecto de autoridade, baseado não sobre o estilo dos regimes humanos, mas sobre o serviço recíproco, liberto de qualquer de¬sejo de poder (w. 42-44). Não é uma vaga exortação à humildade, mas um apelo a um serviço generoso e sincero, motivado pelo exemplo do «Filho do homem» (v. 45). É este o paradoxo d’Aquele que, segundo DN 7, recebe de Deus o poder e a glória, mas que, à luz de Is 53, recebe esse poder somente enquanto «servo», que sofre a favor da Humanidade.

DA PALAVRA PARA A VIDA  

         O que Jesus fez com os filhos de Zebedeu (Evangelho) é a parábola da Sua atuação com qualquer discípulo. Ele faz uma purificação dos desejos e uma reorientação deles para o seu cumprimento, ou seja, para a participação na sua Páscoa. Nisto, Jesus mostra-Se realmente «sacerdote» misericordioso {segunda leitura), porque, mais do que censurar os dois irmãos ou denunciar o seu manifesto e embaraçoso orgulho, relança as suas aspirações para uma meta maior e mais digna, que não é a do poder e da ambição humana, mas a de serem Seus autênticos e fiéis discípulos, mesmo na prova extrema.

     Por outras palavras, Jesus recorda a quem pretenda ser Seu discípulo que a verdadeira grandeza está deposta no amor, um amor que não pretende mudar as coisas, resolver os problemas, mas permanecer humilde e corajosamente no lugar que Deus indicou a cada um. Só um amor assim sabe aceitar os cálices amargos e o naufrágio dos próprios sonhos, a fim de que isso seja para vantagem daqueles que se amam.

    Depois, o facto de Jesus perguntar aos dois filhos de Zebe- deu se poderão «beber» aquele «cálice» e «receber» aquele «baptismo» (cf. Mc 10,38) é uma interpelação dirigida a to¬dos os discípulos, os quais devem chegar a uma convicção: não poderão encontrar a força de seguir Jesus simplesmente na fortaleza interior da alma, na firmeza da vontade própria, mas somente olhando para Ele, contemplando o Seu dom de amor, que precede qualquer resposta. Por outras palavras, a força de um amor perseverante e fiel não é meramente uma questão de carácter ou de temperamento, mas brota da reno¬vação incessante da memória da morte de Cristo em favor do homem, isto é, do facto de que Ele, o Senhor, Se fez servo e entregou a vida pela Humanidade, tomando sobre Si as nos¬sas feridas e as nossas culpas.

     Também a reacção indignada dos discípulos, ao pedido dos seus dois companheiros (v. 41), assinala uma tentação sempre actual: a comunidade de Jesus não pode julgar-se imune do perigo, da procura da imagem de si própria, do consenso, de ter poder sobre alguém ou alguma coisa. É então necessário que cada um vele sobre si mesmo e desmascare, a partir de si, as formas de lógica competitiva que invadem as relações e cor¬rompem muitos projectos comunitários. É por isso que Jesus não Se limita a instruir os discípulos, mas os reúne em torno como quando os tinha chamado para constituir com eles o grupo dos Doze. Este gesto faz-nos compreender a grande importância que o Mestre atribuía ao programa de uma comunidade em que deve acontecer o inverso do es¬quema pagão, estruturado sobre a dialéctica escravo-dono, dominador-súbdito, rico-pobre. Esta inversão não acontece num plano meramente intelectual, mas passa através de um exercício generoso, paciente, misericordioso com os irmãos, que encontra o seu exemplo no serviço do Filho do homem.

É um serviço comprometedor, difícil, como é expresso pelo termo doulos («escravo», v. 44), mas ao mesmo tempo é ex¬pressão de uma opção livre, consciente e generosa, como se deduz do outro termo utilizado, diakonos («operador livre de um serviço», v. 44),

    A comunidade de Jesus, quando é autêntica, não pode dei-xar de ser alternativa aos esquemas mundanos do poder, e só quando é assim é que consegue testemunhar o seu Senhor, Aquele que, possuindo todos os poderes e glória, Se entregou até à morte, como servidor da Humanidade.

Oração

Deus da paz e do perdão, 
que nos destes em Cristo,
o Sumo Sacerdote que entrou
no santuário dos Céus,
em virtude do único sacrifício de expiação:
concedei-nos a todos encontrar
graça na Vossa presença,
para que possamos partilhar
até ao fundo o cálice da Vossa vontade
e participar plenamente
na morte redentora do vosso Filho.

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Reflexão sobre o Evangelho para ser inserido no facebook

 

1017 Mc 10, 42-45 DOMINGO XXIX DO TEMPO COMUM

 

 

EVANGELHO –Mc 10, 35-45
«O Filho do homem veio para dar a vida pela redenção de todos»

 

 

EVANGELHO       Mc    10,35-45

 Anúncio do Evangelho (Mc 10,35-45 )

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?». Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis baptizados com o baptismo com que Eu vou ser baptizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».

 

 

Reflexão

                  A passagem do Evangelho Mc    10,35-45 é composta por três secções: o desejo de poder por parte de Tiago e João ; a resposta de Jesus aos dois irmãos ; a instrução de Jesus sobre a autoridade

           

            A esperança de um Messias político levou Filipe e João a garantir um lugar de destaque no novo reino fazendo um pedido que indignou os apóstolos : «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda».  

 

            Cristo explica a função de cada discípulo no reino messiânico , subvertendo os esquemas convencionais  «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os gran¬des fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim en¬tre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será o vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos».

 

            Os seguidores de Cristo devem contrapor a responsabilidade, fraternidade , serviço ao  domínio, o autoritarismo e a ambição de poder Cristo fala de Si mesmo como motivação e exemplo vivo: «Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para dar a vida pela redenção de todos».

 

            Ele deu-nos o exemplo.Por exemplo , na última ceia, Jesus adopta o papel de servo e põe-se a lavar os pés aos discípulos. O convite com que terminou este gesto: «Fazei vós o mesmo» é um apelo a todos os membros da comunidade eclesial, hierarquia e fiéis, a seguir o seu exemplo de serviço aos irmãos, os mais débeis, pobres e deserdados.

Este é o caminho que  culmina no acto supremo de serviço ao reino de Deus, como fez Cristo, e depois d’E!e, os apóstolos e os santos.

 

 

ORAÇÃO

 

         Damos graças, Senhor Deus, nosso Pai, por nos chamastes  ao seguimento de Cristo, que inaugurou um mundo novo em que os primeiros e os maiores são os que servem os outros.

          Faz, Senhor, que assimilemos o ensinamento e exemplo de Jesus, e optemos por relações fraternas de amor e serviço mútuo aceitando com um sorriso alegre os outros como são e partilhando as dores, alegrias e esperanças de todos.

 

 

VIDEO DE MEDITAÇÃO

 

 

    Cristo quer a tua ajuda para amar, para amar:  os irmãos, os mais débeis, pobres e deserdados…..

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