2023-10-11
L 1 Jn 4, 1-11; Sl 85 (86), 3-4. 5-6. 9-10
Ev Lc 11, 1-4
Missa
Antífona de entrada Cf. Est 4, 17
Senhor, Deus omnipotente, tudo está sujeito ao vosso poder
e ninguém pode resistir à vossa vontade.
Vós criastes o céu e a terra
e todas as maravilhas que estão sob o firmamento.
Vós sois o Senhor do universo.
A antífona de entrada é uma bela expressão da soberania e poder de Deus, e está em harmonia com as passagens bíblicas que destacam a autoridade divina sobre toda a criação.
- Jeremias 32:17 (NVI):”Ah, Senhor Deus! Tu fizeste os céus e a terra com o teu grande poder e com o teu braço estendido. Nada é impossível para ti.”
- Salmos 33:6 (NVI):”Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo espírito da sua boca.”
- Gênesis 1:1 (NVI):”No princípio, Deus criou os céus e a terra.”
- Salmo 19:1 (NVI):”Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.”
- Apocalipse 4:11 (NVI):”Digno és, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, pois criaste todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas.”
Essas passagens reforçam a noção de que Deus é o Criador e Senhor de todo o universo, e que tudo está sujeito ao Seu poder e vontade. Isso nos lembra da importância de confiar em Deus e reconhecer Sua soberania em todas as áreas de nossas vidas.
Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
que, na abundância do vosso amor,
cumulais de bens os que Vos imploram,
muito além dos seus méritos e desejos,
pela vossa misericórdia,
libertai a nossa consciência de toda a inquietação
e dai-nos o que nem sequer ousamos pedir.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
LEITURA I (anos ímpares) Jonas 4, 1-11
«Tu tens pena do rícino e Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive»
O profeta quase se escandaliza da grande misericórdia de Deus; mas o Senhor, por meio de um acontecimento simbólico, que é uma parábola em acção, ajuda-o a compreender que a misericórdia de Deus está acima de todas as maneiras de pensar do homem.
Leitura da Profecia de Jonas
Jonas ficou muito desgostoso e irritado, quando Deus perdoou aos ninivitas, e orou, dizendo: «Ah, Senhor! Não era isto que eu dizia, quando estava ainda na minha terra? Por isso me apressei a fugir para Társis, por saber que sois um Deus clemente e compassivo, lento para a ira, rico de misericórdia e sempre disposto a desistir do castigo. Mas agora, Senhor, tirai-me a vida, porque para mim é melhor morrer do que ficar vivo». O Senhor respondeu-lhe: «Terás razão para te irritares?». Jonas saiu de Nínive e instalou-se a oriente da cidade. Aí fez uma cabana e sentou-se à sua sombra, para ver o que acontecia à cidade. Então o Senhor Deus fez crescer um rícino, que se elevou por cima de Jonas, para lhe dar sombra à cabeça e o livrar do seu mau humor. Jonas ficou muito contente com o rícino. Mas no dia seguinte, ao romper da manhã, Deus mandou um verme, que roeu as raízes do rícino, e ele secou. Ao nascer do sol, Deus fez soprar do oriente um vento abrasador e o sol bateu em cheio na cabeça de Jonas, fazendo-o desmaiar. E Jonas tornou a pedir a morte, exclamando: «Para mim é melhor morrer do que ficar vivo». Então Deus disse a Jonas: «Terás razão para te irritares por causa do rícino?». Jonas respondeu: «Tenho razão de me irritar mortalmente». O Senhor disse-lhe: «Tu tens pena do rícino, que não te deu qualquer trabalho e não fizeste crescer, que nasceu numa noite e numa noite morreu. E Eu não devia ter pena da grande cidade de Nínive, onde há mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem distinguir a mão direita da esquerda, além de grande número de animais?».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 85 (86), 3-4.5-6.9-10 (R. 15b)
Refrão: Senhor, sois um Deus paciente
e cheio de misericórdia. Repete-se
Tende piedade de mim, Senhor,
que a Vós clamo todo o dia.
Alegrai a alma do vosso servo,
porque a Vós, Senhor, elevo a minha alma. Refrão
Vós, Senhor, sois bom e indulgente,
cheio de misericórdia
para com todos os que Vos invocam.
Ouvi, Senhor, a minha oração,
atendei a voz da minha súplica. Refrão
Todos os povos que criastes virão adorar-Vos, Senhor,
e glorificar o vosso nome,
porque Vós sois grande e operais maravilhas,
Vós sois o único Deus. Refrão
ALELUIA Rom 8, 15bc
Refrão: Aleluia. Repete-se
Recebestes o espírito de adopção filial;
nele clamamos: «Abba, ó Pai». Refrão
EVANGELHO Lc 11, 1-4
«Senhor, ensina-nos a orar»
Ao verem Jesus rezar, os discípulos querem imitar o Mestre, e pedem-Lhe que os ensine também a rezar. A oração é o diálogo com Deus. A oração nasce no fundo do coração do homem. Mas a oração do cristão é iluminada pela revelação que Jesus nos trouxe, e que, acima de tudo, nos revela Deus como Pai. Por isso, a oração cristã nasce sempre da fé. Com razão os Antigos não permitiam que esta oração chegasse aos ouvidos dos pagãos antes de eles terem sido catequizados; seria certamente escandaloso para eles tratar a Deus como Pai! Mas ela contém a grande revelação: Deus é nosso Pai e tem-nos a nós como seus filhos.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naquele tempo, estava Jesus em oração em certo lugar. Ao terminar, disse-Lhe um dos discípulos: «Senhor, ensina-nos a orar, como João Baptista ensinou também os seus discípulos». Disse-lhes Jesus: «Quando orardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o vosso nome; venha o vosso reino; dai-nos em cada dia o pão da nossa subsistência; perdoai-nos os nossos pecados, porque também nós perdoamos a todo aquele que nos ofende; e não nos deixeis cair em tentação’».
Palavra da salvação.
Oração sobre as oblatas
Aceitai, Senhor, o sacrifício
que Vós mesmo nos mandastes oferecer
e, por estes sagrados mistérios que celebramos,
confirmai em nós a obra da redenção.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona da comunhão Lm 3, 25
O Senhor é bom para quem n’Ele confia, para a alma que O procura.
Ou: Cf. 1Cor 10, 17
Porque há um só pão, todos somos um só corpo,
nós que participamos do mesmo pão e do mesmo cálice.
Oração depois da comunhão
Deus todo-poderoso,
que neste sacramento saciais a nossa fome e a nossa sede,
fazei que, ao comungarmos o Corpo e o Sangue do vosso Filho,
nos transformemos n’Aquele que recebemos.
Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
São João XXIII, papa
Nota Histórica
Ângelo José Roncálli nasceu em Sotto il Monte (Bérgamo), em 1881. Ordenado presbítero em 1904, foi secretário do bispo de Bérgamo. Entre 1921 e 1953 serviu a Sé Apostólica na Bulgária, Turquia, Grécia e França. Em 1953 foi nomeado cardeal patriarca de Veneza. Foi eleito papa em 1958. Convocou o Sínodo Romano, instituiu a Comissão para a revisão do Código de Direito Canónico e convocou o Segundo Concílio Ecuménico do Vaticano. Morreu na tarde do dia 3 de junho de 1963.
Missa
Comum dos pastores da Igreja: para um papa.
Antífona de entrada
O Senhor o escolheu como sumo sacerdote
e abriu-lhe o tesouro de todas as suas bênçãos.
Ou: Cf. Sir 50, 1; 44, 16.22
Eis o sumo sacerdote, que na sua vida agradou ao Senhor.
Por isso, com juramento, o Senhor o engrandeceu no meio do seu povo.
Oração coleta
Deus todo-poderoso e eterno,
que, no papa são João [Vinte e Três],
fizestes resplandecer em todo o mundo
a imagem viva de Cristo, bom pastor,
concedei-nos, pela sua intercessão,
a graça de difundir com alegria a plenitude da caridade cristã.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus
e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,
por todos os séculos dos séculos.
Oração sobre as oblatas
Recebei, Senhor, o sacrifício do vosso povo
e fazei que estes dons,
oferecidos para vossa glória, em honra de são João [Vinte e Três],
sejam para nós fonte de salvação eterna.
Por Cristo nosso Senhor.
Antífona da comunhão Cf. Jo 10, 11
O bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas.
Oração depois da comunhão
A comunhão deste sacramento, Senhor,
faça crescer em nós o ardor da caridade de são João [Vinte e Três].
que o levava a entregar-se totalmente ao serviço da Igreja.
Por Cristo nosso Senhor.
Liturgia das Horas
Ofício de Leitura
SEGUNDA LEITURA
Das alocuções de São João XXIII, papa
(Abertura solene do Concílio Ecuménico Vaticano II, 11 de Outubro de 1962: AAS 54 [1962], 786-787. 792-793)
A Igreja é mãe amabilíssima de todos os homens
Alegra-se a Santa Mãe Igreja, porque, por singular dom da Divina Providência, amanheceu finalmente o dia tão esperado, em que se inaugura o Concílio Ecuménico Vaticano II, aqui, junto do túmulo de São Pedro, sob a protecção da Santíssima Virgem, de quem celebramos hoje com alegria a dignidade de Mãe de Deus.
Depois de quase vinte séculos, as situações e os problemas gravíssimos que a humanidade deve enfrentar não mudam. Na realidade, Cristo ocupa sempre o posto central da história e da vida: os homens ou aderem a Ele e à sua Igreja – e então gozam da luz, da bondade, da ordem justa e do benefício da paz – , ou vivem sem Ele e contra Ele, e permanecem deliberadamente fora da Igreja – e por isso se estabelece a confusão entre eles, as relações mútuas tornam-se difíceis, ameaça o perigo de guerras sangrentas.
Ao iniciar-se o Concílio Ecuménico Vaticano II, é evidente como nunca que a verdade do Senhor permanece eternamente (Salmo 118 (119), 89). De facto, vemos como de uma época para outra as incertas opiniões dos homens se contradizem mutuamente e muitas vezes os erros se dissipam logo ao nascer como a névoa ao despontar o sol.
Sempre a Igreja se opôs a estes erros, muitas vezes até os condenou com severidade. Nos nossos dias, porém, a Esposa de Cristo prefere usar a medicina da misericórdia, em vez de recorrer às armas do rigor; ela pensa que é melhor ir ao encontro das necessidades actuais mostrando a validez da sua doutrina do que recorrendo às condenações. Não é porque faltem doutrinas falsas, opiniões e ideias perigosas, contra as quais nos devemos precaver e opor, mas porque todas estas coisas estão tão abertamente em contradição com os rectos princípios da honestidade e produziram frutos tão perniciosos que hoje os homens parecem espontaneamente inclinados a reprová-las, sobretudo aquelas formas de viver que ignoram a Deus e a sua lei, a confiança excessiva nos progressos da técnica e o bem-estar fundado exclusivamente na comodidade da vida. Estão sempre cada vez mais conscientes de que a dignidade humana e o seu conveniente aperfeiçoamento é uma questão de suma importância e muito difícil de realizar. O que mais importa é terem aprendido com a experiência que a violência causada aos outros, o poder das armas e o predomínio político não contribuem para a feliz solução dos gravíssimos problemas que os atormentam.
Neste estado de coisas, a Igreja Católica, elevando por meio deste Concílio Ecuménico o farol da verdade religiosa, quer manifestar-se como mãe amável de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e de bondade para com os filhos dela separados. Ao género humano oprimido por tantas dificuldades ela diz como Pedro ao pobre que lhe pedia esmola: “Não tenho ouro nem prata, mas dou-te o que tenho. Em nome de Jesus Nazareno, levanta-te e anda” (At 3, 6).
Quer dizer, a Igreja não oferece riquezas caducas aos homens de hoje, nem lhes promete uma felicidade só terrena, mas torna-os participantes da graça divina, que, elevando-os à dignidade de filhos de Deus, se converte numa poderosa defesa e ajuda para uma vida mais humana; abre a fonte da sua doutrina vivificadora que permite aos homens, iluminados pela luz de Cristo, compreender bem aquilo que são realmente, a sua excelsa dignidade, a meta a que devem tender. Além disso, por meio dos seus filhos, estende por toda a parte a plenitude da caridade cristã, que, mais que nenhuma outra coisa contribui para erradicar a discórdia, nada havendo mais eficaz para fomentar a concórdia, a paz justa e a união fraterna de todos.
Responsório cf. Mt 16, 18; Salmo 47 (48), 9
R. Disse Jesus a Simão: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. * E as forças do Inferno não prevalecerão contra ela.
V. Deus consolidou-a para sempre. * E as forças do Inferno não prevalecerão contra ela.
ORAÇÃO
Deus omnipotente e eterno, que no papa São João XXIII, fizestes resplandecer em todo o mundo a imagem viva de Cristo, bom pastor, concedei-nos, pela sua intercessão, a graça de difundir com alegria a plenitude da caridade cristã. Por Nosso Senhor.